sábado, 7 de maio de 2011

Curitiba, a maior inflação do país


Os moradores de Curitiba e região metropolitana são os que mais estão sentindo o peso da inflação no bolso. Na comparação com outras dez regiões do país, a capital paranaense registra a maior alta do índice no acumulado dos últimos 12 meses até abril – 8,48% –, pouco mais de 30% acima da média nacional, que fechou em 6,51% no mesmo período. Divulgado ontem pelo IBGE, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) fechou o mês passado com um resultado simbólico: pela primeira vez desde julho de 2005, a inflação superou o teto da meta estipulada pelo governo, de 6,5%.

A alta em Curitiba e região também é a maior do país para os quatro primeiros meses de 2011, acumulando 4,03% – a única região com inflação acima dos 4% no ano. O aumento dos preços está sendo puxado principalmente pelo transporte público, pelos combustíveis, pelos cursos e pelo item aluguel e taxas – todos com peso significativo na composição do índice. Três dos quatro itens, com exceção dos cursos, fazem parte do grupo de serviços e produtos com preços sob controle ou vigilância do governo. Em Curitiba e região, os reajustes feitos pelo poder público são os maiores culpados pelo resultado acima da média nacional. O item aluguel e taxas, por exemplo, inclui a tarifa de água e esgoto, reajustada em 16% no Paraná em março, mas que só passou a ser cobrada na conta no início de abril. A cidade também sente o impacto do aumento da tarifa de ônibus. Apenas em abril, na comparação com março, o valor do ônibus intermunicipal teve alta de 4,12%.

Além disso, o combustível já subiu 11,2% de janeiro a abril na capital paranaense. De acordo com o presidente do Instituto Paranaense de Desenvolvimento Social (Ipardes), Gilmar Lourenço, o etanol está pressionando o preço nas bombas. Segundo o Ipardes, o produto acumula alta de 40% na capital e região metropolitana nos últimos 12 meses.

Ao contrário da média nacional, que teve uma leve desaceleração entre os meses de março e abril – de 0,79% para 0,77% –, em Curitiba e região o movimento foi de alta. Em março, o IPCA da capital paranaense foi de 1,14% e, em abril, de 1,23%. O presidente do Ipardes, porém, afirma que a tendência para os próximos meses é de recuo, seguindo o movimento da inflação nacional. Entretanto, enquanto o IPCA nacional deve fechar o ano em 6%, na opinião de Lourenço, Curitiba deve entrar em 2012 com alta acumulada entre 7% e 7,5%. “Estamos notando uma desaceleração da alta, o que é bom porque deixa de deteriorar a renda do trabalhador. Mas podemos afirmar que não haverá deflação em Curitiba, só em setores pontuais. O que acontecerá nos próximos meses é uma desaceleração da alta”, salienta. (GP)

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