terça-feira, 17 de maio de 2011

Avós da Praça de Maio exigem definição judicial para comprovação de filhos de desaparecidos


Nesta terça-feira (17), completam-se dez anos do início da investigação para estabelecer se Felipe e Marcela Noble Herrera são filhos de desaparecidos da última ditadura cívico-militar ocorrida na Argentina, instaurada em 1976. Para exigir uma posição da justiça sobre o caso, as Avós da Praça de Maio convocam para um ato que se realizará às 18 horas, em frente ao Palácio de Justiça Portenho. "Necessitamos do apoio de todos (...) para que os homens da justiça se comovam”, afirmou Estela de Carlloto, representante do movimento.

Felipe e Marcela Noble Herrera são filhos adotivos da dona do grupo Clarín, Ernestina Herrera de Noble. A denúncia está baseada na supressão de identidade e suspeita falsidade de dados de filiação de Marcela e Felipe. Os irmãos sempre se recusaram a oferecer amostras de material genético para comprovação da filiação.

O ato se realiza em um momento que antecede uma semana chave para o caso. Na próxima quinta-feira (26), a Câmara Nacional de Cassação Penal realizará audiência para escutar as partes antes de resolver se confirma a decisão de obter amostras com ou sem o consentimento dos irmãos. Essa sentença já havia sido proferida em dezembro do ano passado pela juíza federal de San Isidro, Sandra Arroyo, e ratificada pela Câmara Federal de San Martín.

Os Noble Herrera somente aceitaram comparar as amostras com duas famílias querelantes na causa na esfera do Corpo Médico Forense, que depende da Corte Suprema de Justiça. Tais exigências foram rechaçadas pelos juízes que intervieram no caso nas distintas instâncias.

A Associação Civil Avós da Praça de Maio tem como finalidade localizar e restituir a suas legítimas famílias todas as crianças sequestradas desaparecidas pela repressão política. Sequestro de crianças, jovens grávidas, funcionamento de maternidades clandestinas, listas de famílias de militares a espera de um nascimento são apontados como provas de um plano sistemático de apropriação dos filhos dos presos políticos.

As Avós da Praça de Maio já localizaram 95 filhos de desaparecidos. Um deles é Horacio Pietragalla que, em entrevista à Rádio Comunitária Gráfica da Argentina, ressaltou o que considera mais importante como resultado desse movimento. "O que mais tem que sair deste pedido, deste evento, é que para consolidar nossa democracia (...) precisamos de uma justiça igualitária”, declarou.

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