terça-feira, 19 de abril de 2011

Fidel confirma renúncia à chefia do PC de Cuba



Os mil delegados do PCC se reuniriam em cinco comissões distintas no domingo, quando deram seu aval às reformas propostas por Raúl Castro. Ao todo são 311 as reformas que estão em discussão.

A mídia cubana anunciou na noite de segunda-feira que o 6º Congresso do Partido Comunista Cubano havia aprovado os planos de reforma de Raúl Castro , aparentemente com alguns ajustes sugeridos durante os debates. Entre as medidas aprovadas estaria a liberação da compra e venda de imóveis. O congresso se encerra nesta terça-feira, quando as medidas aprovadas e a nova direção do partido devem ser apresentadas.

As comissões se concentraram em temas gerais, como a necessidade de construir uma cultura mais empresarial, e específicos, como a tributação aos mais de 200.000 cubanos que agora trabalham como autônomos.

Os delegados aprovaram uma proposta para que as alíquotas tributárias sejam revistas periodicamente, e sugeriu que elas sejam ajustadas localmente, para não serem onerosas demais em áreas de baixa atividade econômica.

Foi discutida também a necessidade de empregar mais jovens na agricultura, e houve sugestões de que terras ociosas sejam usadas para criar empregos. Nos últimos dois anos, mais de 113 mil cubanos arrendaram áreas de cultivo, numa iniciativa estimulada pelo governo para tentar reduzir seus gastos com a importação de alimentos.

As comissões apoiaram reformas destinadas a aumentar a produção de açúcar, que tem diminuído, mas disseram que o plano deve incluir verbas para a conservação de usinas antiquadas.

O congresso, que termina hoje, terça-feira, vai eleger uma nova liderança para o principal órgão político de Cuba.

O ex-presidente cubano Fidel Castro confirmou sua renúncia à chefia do Partido Comunista, seu último alto cargo político no país, ao pedir sua exclusão do Comitê Central, segundo escreveu em um artigo divulgado nesta terça-feira pelo portal "Cubadebate". Desde a criação, em 1965, do PC cubano Fidel era o primeiro-secretário da legenda, principal cargo do sistema comunista. O novo Comitê apontará seu substituto.

"Raúl (presidente Raúl Castro, seu irmão) sabia que eu não aceitaria na atualidade cargo algum no Partido", escreveu Fidel, ao explicar sua ausência no novo Comitê Central do PCC, eleito na segunda-feira durante o 6º Congresso do partido.

Aos 84 anos, Fidel sugeriu, em artigo publicado em março, que o presidente do país deveria ocupar este cargo - no caso, seu irmão Raúl, segundo-secretário desde 1965.

Em artigo publicado na capa do jornal "Granma", Fidel disse que a nova geração está sendo chamada a retificar e alterar sem hesitação tudo que deve ser retificado e alterado, e a continuar demonstrando que o socialismo é também a arte de fazer o impossível acontecer.

O impossível, segundo ele, é construir e provocar a revolução dos pobres, pelos pobres e para os pobres, e defendê-la por meio século da mais poderosa potência militar que já existiu, uma referência aos Estados Unidos, que mantêm um embargo comercial contra a ilha.

Fidel, que raramente aparece em público nos últimos anos, não participou da abertura do Congresso.

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