terça-feira, 19 de abril de 2011

ERRO ESTRATÉGICO!!!!!! Valor do trem-bala equivale a mais que o dobro do investido na última década em todo o setor ferroviário brasileiro



O investimento previsto para a construção do trem de alta velocidade (TAV) que ligará as cidades de Campinas, São Paulo e Rio de Janeiro, é duas vezes maior do que tudo o que foi investido pelos setores privado e público em ferrovias entre 1999 e 2008. O dado, apurado pelo consultor Marcos Mendes, do Senado Federal, reforça o rol de críticas contra o empreendimento, que teve seu leilão adiado para julho. “No atual estágio de desenvolvimento, da infraestrutura no Brasil, este não parece ser um investimento que valha a pena”, afirma o consultor.

O orçamento oficial do trem-bala prevê um volume total de investimentos de R$ 34,6 bilhões. O governo, por meio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), irá financiar R$ 20 bilhões deste montante ao grupo empresarial que vencer a disputa em julho.

Entre 1999 e 2008, os investimentos feitos pelos setores público e privado em ferrovias no país somaram R$ 16,6 bilhões. Mendes ressalta, em estudo sobre o projeto, que o valor efetivo dos gastos pode superar as estimativas oficiais.

“O custo total da obra está orçado oficialmente em R$ 34,6 bilhões, mas pode chegar facilmente aos R$ 50 bilhões, devido a subestimativas de custos no projeto de viabilidade”, afirma o consultor. No entender de Mendes, o dinheiro a ser aportado no projeto é um “gasto vultoso” que vai “drenar” dinheiro que poderia ser aplicado em outros investimentos públicos.

O critério para a concessão do trem-bala será o menor valor da tarifa-teto, cujo preço máximo é de R$ 200. “O leilão acontecerá e será um sucesso mesmo com a participação de apenas um consórcio. Mas a minha expectativa é de que haja pelo menos três interessados”, disse o diretor-geral da Agência Nacional de Trans­portes Terrestres (ANTT), Ber­nardo Figueiredo. Segundo ele, cinco investidores estrangeiros – alemães, franceses, es­­panhóis, japoneses e coreanos – estão interessados no projeto, previsto no Programa de Acele­ração do Crescimento (PAC).

Mas o entusiasmo não é unânime. Marco Missawa, vice-presidente de material rodante da Siemens, disse ontem que falta garantia sobre a demanda e a rentabilidade do negócio é baixa na comparação com outros projetos de longo prazo no exterior.

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