terça-feira, 19 de abril de 2011

Dilma: Brasil abriu portas na China


Em seu programa semanal de rádio, a presidenta Dilma Rousseff disse hoje (18) que sua viagem de seis dias à China cumpriu o objetivo de abrir as portas da segunda maior economia do mundo para mais produtos brasileiros. "São investimentos que, além de trazer dinheiro e novas tecnologias, também vão gerar emprego para milhares de trabalhadores", declarou.

Durante o período em que esteve na China, Dilma assinou 20 acordos comerciais, sobretudo na área de ciência e tecnologia. A viagem também resultou na venda de 35 novos aviões para os chineses. A presidenta também destacou a vinda para o Brasil de um fabricante chinês de monitores. Segundo ela, o país terá de investir na capacitação de mão-de-obra para atender as novas demandas.

“Nós não achamos que será fácil. Nós vamos ter muito trabalho pela frente, vamos ter de formar brasileiros e brasileiras capacitados para trabalhar nesta área de tecnologia de informação. Mas uma coisa é certa: as empresas não estão vindo para cá por acaso. No ano passado, o Brasil foi o terceiro país que mais vendeu computador no mundo, e isso significa um grande mercado potencial”, declarou.

Leia a íntegra do Café com a Presidenta:

"Apresentador: Olá, bom dia! Começamos agora mais um Café com a Presidenta, o nosso encontro semanal com a presidenta Dilma Rousseff. Tudo bem, presidenta?

Presidenta: Tudo bem, Luciano. Um abraço a todos que nos acompanham.

Apresentador: A senhora acaba de chegar da China, nós acompanhamos daqui a sua agenda e os encontros realizados. Como foi a viagem, presidenta?

Presidenta: Olha, Luciano, a viagem foi bastante proveitosa. Eu diria que foi muito bem sucedida, porque nós alcançamos os nossos principais objetivos: o de abrir as portas para que mais produtos brasileiros, produtos mais elaborados entrassem na China; e trabalharmos juntos em áreas importantes, como a de ciência e tecnologia. Assinamos 20 acordos com o governo chinês. Alguns para desenvolvermos pesquisa nessa área – ciência e tecnologia – e também fecharmos bons negócios com empresários, que vão investir mais no Brasil.

Apresentador: E que investimentos são esses, presidenta?

Presidenta: Sabe, Luciano, são investimentos que, além de trazer dinheiro e novas tecnologias, também vão gerar emprego para milhares de trabalhadores. Eu vou te dar alguns exemplos: a ZTE, que é uma grande empresa estatal chinesa que produz equipamentos para a área de comunicação. A ZTE vai construir uma nova fábrica, com investimento de mais R$ 350 milhões, gerando milhares de novos empregos em Hortolândia, no interior de São Paulo. Outro exemplo foi a Foxconn, que é uma grande empresa, líder no setor de componentes para computadores, celulares e televisores. Esta empresa propôs, e nós vamos começar as negociações, para a instalação de uma fábrica no Brasil que irá produzir telas de celulares, telas de televisores e telas de tablets, aqueles computadores pequenos que funcionam com o toque de dedo, sabe quais, Luciano?

Apresentador: Sim, presidenta.

Presidenta: Nós não achamos que será fácil. Nós vamos ter muito trabalho pela frente, vamos ter de formar brasileiros e brasileiras capacitados para trabalhar nesta área de tecnologia de informação. Mas uma coisa é certa: as empresas não estão vindo para cá por acaso. No ano passado, o Brasil foi o terceiro país que mais vendeu computador no mundo, e isso significa um grande mercado potencial.

Apresentador: E, com certeza, vai baratear o custo desses equipamentos aqui no Brasil?

Presidenta: Exatamente. Nós vamos popularizar esses equipamentos. Queremos que eles sejam comprados por qualquer cidadão.

Apresentador: E que produtos brasileiros nós vamos vender para a China?

Presidenta: Um dos acordos que firmamos foi abrir o mercado chinês para a exportação de carne de porco. Um outro ainda foi para a venda de aviões. A Embraer já vende aviões para a China, mas, nessa viagem, nós combinamos a venda de 35 aviões da família B-190 – são jatos que vão gerar em torno de US$ 1 bilhão para o Brasil.

Apresentador: Isso tudo melhora bastante o nosso comércio com a China, não é?

Presidenta: Sem dúvida, Luciano, melhora sim. Olha, desde 2004, quando o presidente Lula esteve pela primeira vez na China, nós evoluímos muito no volume do nosso comércio, e a China tornou-se o nosso maior parceiro comercial. Essa parceria tem sido boa em vários setores. Nós realizamos, por exemplo, várias pesquisas e iniciativas na área de satélite, lançamos, juntos, três satélites, e agora vamos lançar o quarto e o quinto. Esses satélites servem para acompanhar a agricultura, ver como está a lavoura e, também, monitorar a Amazônia. E essa parceria vai ser muito importante para a implantação do nosso programa de prevenção de catástrofes.

Apresentador: A senhora saiu satisfeita então?

Presidenta: Muito satisfeita. Acho que foi um salto de qualidade nas nossas relações. Mas, ainda, queremos mais. Hoje, nós vendemos muita matéria-prima para a China, queremos vender a matéria-prima, mas também queremos vender os produtos mais elaborados. Vou explicar um exemplo: o produto que mais vendemos para os chineses é o minério de ferro. Queremos, também, vender aço e mesmo produtos acabados de aço. Estou muito confiante na cooperação mútua entre o Brasil e a China.

Apresentador: Falando em cooperação mútua, a senhora também esteve na reunião dos Brics, cujo nome é composto pelas letras B, de Brasil; R, de Rússia; I, de Índia; C, de China; e agora S, de South Africa – África do Sul em inglês. Como é que foi, presidenta?

Presidenta: Foi muito importante, Luciano. Nesta reunião dos Brics, nós discutimos temas importantes para os países em desenvolvimento, como o combate à pobreza, um comércio mundial mais equilibrado e o controle da especulação financeira, responsável pela crise. Também, Luciano, uma outra questão é importante, o Brasil foi convidado, pela primeira vez, para participar de um fórum, o Fórum de Boao, que reúne todos os governos, os empresários e as lideranças da Ásia. No Fórum de Boao, eu manifestei para o primeiro-ministro japonês, que estava presente, a solidariedade do governo e do povo brasileiro.

Apresentador: Presidenta, estamos chegando ao fim do nosso bate-papo. Obrigado e até semana que vem.

Presidenta: Eu é que agradeço, Luciano. Tchau!"

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