domingo, 6 de fevereiro de 2011

População pode e deve atuar como voluntária na Defesa Civil

A população na prevenção a desastres.

Os primeiros treinamentos a moradores de áreas de risco começam a sair do papel, mas o desafio é convencê-los da importância das reuniões e simulados oferecidos na capacitação, que tem por intuito ensinar noções básicas de como prever riscos, providenciar uma primeira resposta em caso de desastre e dar atribuições aos moradores após a ocorrência. Em Curitiba, a experiência é feita há mais de um ano com a comunidade do Bairro Alto.

“Com esse treinamento, os moradores sabem que, se chover tantos milímetros, devem erguer os móveis, sair de casa, alertar os vizinhos, se organizar para abrir os abrigos e distribuir os mantimentos, entre outras funções. Eles se envolvem e se sentem valorizados”, diz o coordenador técnico da Comdec da capital, Nelson de Lima Ribeiro. Curitiba segue o mesmo procedimento adotado por outras cidades e tem como parceiros os conselhos comunitários de segurança e associações de moradores. “Ao invés de criar uma estrutura do nada, valorizamos o que existe. Já havíamos tentado com outro bairro, mas não havia dado certo justamente porque não aproveitamos essa estrutura e não conseguíamos nos aproximar da comunidade”.


Mesmo quem não mora em áreas de risco também pode colaborar com as Comdecs, com trabalho voluntário. Na capital, 30% dos mais de 2,5 mil já capacitados estão nessa condição. A administradora Érica Witt-Bizz é uma das voluntárias em Curitiba, ao lado de professores, vendedores, estudantes e radioamadores já treinados.

O interesse surgiu após Érica acompanhar pela televisão o trabalho dos voluntários da Defesa Civil nas enchentes de Santa Catarina. “Mas eu não queria trabalhar só na distribuição de alimentos e roupas, que acho importante. Queria ajudar ainda mais, pôr a mão na massa”. O “mais” foi possível com a formação como socorrista-resgatista, que permite entrar em áreas fechadas, realizar atendimento pré-hospitalar e fazer o resgate. Após a formatura, Érica inscreveu-se como voluntária no site da Comdec.

Érica já deu treinamento a voluntários, participou de simulações com feridos e capacitou agentes de segurança para atuar na Copa de 2014. Mas afirma que o voluntariado é trabalho sério, com treinamento nos finais de semana e disposição para atuar quando for chamado. “Estou preparada. Visto a camisa da Defesa Civil, e embora não torça pelo pior, vou ter prazer em ajudar quando precisarem. Até para o Rio eu iria, se me chamassem”.

Serviço:

Quem deseja atuar como voluntário em Curitiba pode se cadastrar no endereço www.defesacivil.curitiba.pr.gov.br/CadastroVoluntarios.aspx


Paraná à mercê de catástrofes

s chuvas que devastaram a região serrana do Rio de Janeiro suscitam uma pergunta tão incômoda quanto inevitável: o Paraná está preparado para enfrentar desastres naturais? A resposta é “não”, ao menos por enquanto. A Defesa Civil, responsável pela prevenção e atenção às vítimas, simplesmente não existe em quatro entre 10 municípios do estado. Nos demais, com raras exceções, sobrevive a duras penas e não possui sequer condições básicas para sua mínima estruturação.

Portaria de 2008 do Ministério da Integração condiciona o repasse de recursos às áreas atingidas à criação de uma Coordenadoria Municipal de Defesa Civil (Com­­dec). Mas, até o ano passado, 159 dos 399 municípios paranaenses ainda não haviam tirado o órgão do papel, segundo a pesquisa Perfil dos Municípios Brasileiros 2009, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Essa, porém, não é uma realidade só do Paraná: 2.997 das 5.565 cidades brasileiras ainda não criaram sua Comdec.

Fonte: Gazeta do Povo

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