sábado, 29 de janeiro de 2011

Movimento GLBT faz protesto no Centro de Curitiba

GP

Cerca de 30 pessoas, entre elas representantes de entidades ligadas ao movimento GLBT, do Conselho Estadual de Saúde e do Conselho Nacional de Segurança Pública, fizeram uma manifestação na manhã deste sábado (29) no Centro de Curitiba.

Os manifestantes usaram cartazes e apitos para protestar contra a falta de segurança e pediram justiça para os crimes cometidos contra travestis e transexuais. A falta de possibilidade de estudo também foi outro tema levantado, o que os tornaria mais expostos a atos de violência.

O manifesto que teve início na praça Rui Barbosa por volta das 11h30 se estendeu até a Boca Maldita. Às 12h, os manifestantes ainda protestavam no local. Diversos curiosos que passavam pelo calçadão da rua XV, olhavam atentamente, aplaudiam e apoiavam a causa.

A presidente do transgrupo, Marcela Prado Carla Amaral, diz que essa é uma manifestação nacional e que mobiliza todas as capitais brasileiras. "Os travestis e transexuais estão comemorando e reivindicando políticas públicas desde ontem".

Já o presidente do grupo Dom da Terra e integrante do Conselho Nacional de Segurança Pública, Márcio Maristas, diz que esses atos são repetidos todos os anos. "Queremos que Curitiba saia desse cenário de mortes e violência". Segundo ele, propostas e diretrizes para segurança da classe estão sendo debatidos.

Mortes de travestis

Na última terça-feira (25), uma travesti foi encontrada morta em um heliporto situado no bairro Alto Boqueirão, em Curitiba. Segundo a polícia, a vítima foi executada com um tiro na nuca. Foi a segunda travesti assassinada em dois dias na capital paranaense.

Um dia antes o corpo de uma travesti foi encontrado na Cidade Industrial de Curitiba. A vítima – identificada como João Leandro Rosário dos Santos, de 26 anos – foi assassinada a pedradas.

Números

O número de homossexuais assassinados no Brasil superou 250 casos em 2010, um recorde histórico, conforme o Grupo Gay da Bahia (GGB). O dado faz parte do relatório anual - ainda em fase de conclusão - elaborado pela entidade e que será apresentado oficialmente em março.
Em entrevista, o fundador do GGB, Luiz Mott, destaca que foi a primeira vez que a quantidade de homicídios ultrapassa a casa das 200 notificações. Em 2009, foram 198, cerca de 50 a menos do que registrado no ano passado.

"Na década anterior, matava-se, em média, um homossexual a cada três dias. Nos últimos anos, essa média passou para um assassinato a cada um dia e meio. Há uma escalada que reflete a violência crescente no Brasil, sobretudo, no que se refere aos crimes letais. Em geral, a impunidade é grande, mas é maior quando a vítima é homossexual, já que as pessoas não querem se envolver, testemunhar. Ainda há muito tabu, muito preconceito", detalha o ativista.

Conforme o GGB, o Brasil continua liderando o número de mortes violentas de homossexuais, vencendo de longe o México (país conhecido pelo seu machismo) que registrou 35 casos no ano passado e Estados Unidos, com 25.

Entre os estados, a Bahia e o Paraná estão no topo da lista dos assassinatos com 25 casos cada um. Por outro lado, a capital paranaense, Curitiba, bate a baiana em número de mortes de homossexuais em 2009, firmando-se como a metrópole brasileira mais homofóbica: 14 homicídios contra 11 de Salvador.

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