terça-feira, 7 de dezembro de 2010

A querida Jeniffer

Ontem foi um dia de profunda agonia mesclado com uma incomensurável alegria no grande final dessa sua, e nossa, jornada acadêmica, que soube conduzir com grande maestria desde o primeiro dia na UNIBRASIL até o seu TCC. A minha querida filha ao ter o seu projeto examinado por uma honesta e rígida banca se saiu muito bem no Trabalho de Conclusão do Curso de Jornalismo, obtendo 8,5, com seu livro Escondidos na Multidão - Histórias Anônimas na Realidade Social do Centro de Curitiba.

Jeniffer Costa Pimenta, 21 anos, ainda uma menina, está graduada. Ultrapassou uma entre tantas barreiras ainda a serem ultrapassadas durante a longa vida que espero que tenha e que com certeza terá, mas também conseguirá superar a todas outras, pois vontade focada é o que não lhe falta. Desde pequena isto é uma das principais características de sua personalidade. Sempre agindo com dedicação e humildade. Ela nunca foi uma pessoa competitiva no sentido egocêntrico da palavra, não poderia ser diferente,pois a sua formação básica foi humanista e assim ela nunca se colocou acima dos conjuntos sociais de que fez ou faz parte. Ela aprendeu que o competir tem de estar subordinado ao compartilhar. Nesta semana a sua maior preocupação não era nem com si mesma e sim com as amigas e amigos que tiveram uma maior dificuldade acadêmica durante o período de duração do curso. Ela acompanhou todas as bancas examinadoras por que passaram os seus colegas e com elas e eles sofreu junto. Todo dia ela chegava a nossa casa ou alegre ou infeliz pelos resultados alcançados pelos que com ela durante quatro anos compartilharam a mesma sala de aula.

Na semana que findou, e principalmente ontem, que era o dia D, as lembranças sobre a sua caminhada permearam os meus pensamentos e aquela menina hiperativa da infância voltou como um filme na minha mente e chorei, pois me lembrei de tantos bons momentos da vida em família e estes quem nos propicia são principalmente os filhos, que nos fazem deixar de pensarmos em nós mesmos e assim atingirmos a maturidade enquanto ser coletivo. A vida em família é principalmente doação e dedicação, e isto é cuidar, amparar. Eles crescem observando os nossos acertos e erros e nós com eles, pois ao vermos os seus desenvolvimentos enquanto seres humanos em formação temos o direito de ter acesso ao que foi as nossas existências individuais e aos erros e acertos dos que quem nos criou cometeram nesta trajetória e assim superamos as mágoas e revivemos as grandes alegrias do passado.

Doce Jeniffer, você como a Bruna e o Wellington nos dão razões para viver e lutar e o carinho e a gratidão que nos devolvem faz com que as nossas duras vidas se tornem em uma caminhada agradável, a sensação de que estamos acertando enquanto pretensos mestres na escola da vida.

É bom ver que a doçura de vocês no trato com os pais, tios, irmãos, primos e amigos vem não dá fragilidade de quem teme a vida e sim da força de quem sabe o quer, do respeito aos valores humanistas que herdaram.

Parabéns minha querida, pois se demos alguma contribuição ela é pouca perto do todo que você como um ser integral representa, pois se ao mesmo tempo somos frutos do meio temos por obrigação construir a nossa própria síntese e isto você consegue fazer com sabedoria!

Fico muito grato por você fazer parte de nossas vidas!



Do amigo da Je e de todos nós:

Assinado por Allejo (http://www.allejo.com.br)

O nome está propositalmente colocado como um pseudônimo, para que antes de se saber quem escreve, se saiba o que ele sente, o que o levou a comentar algo nesse espaço. A vida me ensinou, embora eu ainda não possa comprovar isso com toda a sua profundidade e veracidade, que se preocupamos, um pouco mais do que apenas com a gente, enquanto se tem pais, e mais especificamente mãe, e depois que se tem filho, no nosso caso depois que se é pai. tenho convicção disso, enquanto filho, porque minha mãe ainda, felizmente, é viva. Se eu não for pai antes de ela morrer, teria a ciência do que é viver no tempo intermediário, quando as atitudes não precisam ser exatamente pensadas. Depois de ser pai, ou até extendendo para o ser avó, volta-se, eu suponho, a se preocupar com coisas que vão além do seu próprio umbigo. Acho que tudo isso pode se resumir num exemplo simplório: tomar vacina. Enquanto sua mãe é viva e depois que você é pai, você vai tomar a bendita vacina, não porque você acha que deve, mas porque confia que ela te dará saúde, e vai manter você vivo, porque a última coisa que você quer é morrer e deixar de ver sua mãe ou sua filha. Enquanto você está na fase intermediária, me parece que tanto faz quanto tanto fez. Ninguém parece que precisa tanto de você. Antes de continuar, e aproveitando para pedir desculpas se me saio meio ou muito prolixo, preciso recorrer a Bertold Brecht, que é no mínimo, mais privilegiado intelectualmente que minha pessoa: "Há homens que lutam um dia, e são bons; Há outros que lutam um ano, e são melhores; Há aqueles que lutam muitos anos, e são muito bons; Porém há os que lutam toda a vida. Estes são os imprescindíveis". Conheço Jeniffer Pimenta há quase exatos quatro anos. Nos vimos, se comprimentamos, pela primeira vez no dia 5 de fevereiro de 2007. E entendendo quem é essa menina, como bem colocado no post, e por isso penso que posso fazer algumas ponderações. Luta é um verbete que reflete nesse menina, nesse hoje jornalista. Ela sempre lutou, em todos os dias que pude conviver com ela, por seus objetivos e não me veem a cabeça algum relevante que ela não tenha conhecido. Me passa por alto, agora, o fusca cor-de-rosa que ela ainda não dirige. Mas me refiro a objetivos mais factuais, jornalisticamente falando. Em nossas infindáveis e generosas conversas, pude aferir que seu caráter de luta, de perseverança não é casualidade, não sorte, diria o meu pai que é "berço". Antes de conhecer o nobre Molina que assina este blog, eu já podia saber das lutas, dos desafios, de alguém que pelo menos entrou nas faculdades de engenharia, economia, direito, etc. se eu não muito me equivoco; que precisou morar numa Casa de Estudantes Universitários. De alguém que criou e se deu de corpo e alma para três grandes filhos. De alguém que, na figura de pai, não só precisa se vacinar todos os anos como precisa ser exemplo, ser espelho, ser altivo, não esmorecer. E aí, mesmo antes de apertar a mão firme desse "prosador e versador" pude ter a consciência de onde vem essa Jeniffer, será que ela é mesmo um anjo, que ela é mesma de verdade, que ela é mesma autêntica... Para que então, eu possa seguir, e recorrer outra vez a Brecht, que fala dos imprescindíveis. Não consigo hoje em dia, avalizar outra palavra que defina o que representa Jeniffer Pimenta na minha vida. Da generosidade dessa figura ímpar, sublime, bondosa, confidente, amorosa, especial, única. Que, como naturalmente, eu sinto ser uma irmã, porque filho único frustrado que sou não consigo mensurar outra maneira o sentimento que tenho por ela. Acho que um irmão ama outro irmão da maneira que eu, respeitosamente, amo ela. E que muito me honrou no dia em que quis dividir comigo a luta do TCC. Esse desafio colossal, que nos atormenta por pelo menos quatro semestres, ininterruptamente. Se me é permitida a liberdade de uma parte, devo dizer de quantos não foram os amigos, colegas de academia, que não chegaram até minha pessoa para dizer, nos últimos 30, 40 meses, sei lá eu, que "era para a gente estar fazendo o tcc juntos". Mas de maneira nenhuma eu poderia colocar qualquer companhia na frente dela, ou do contrário, como farei agora, só poderia me formar sozinho. Porque não foram menos os que já confessaram o quanto parece e transparece ser bonita e sincera esta amizade. Se algo me deixou feliz nos últimos semestres foi dividir com Jeniffer Pimenta o tcc. Qualquer instante a mais perto dela é sempre um privilégio, uma alegria, uma euforia no meu coração. Saber da confiança dela em mim é um dos motivos que me fazem levantar de manhã, ir dormir a noite, mesmo sendo tão difícil para um notívago como eu. Até o dia em que aconteceu algo diferente do previsto, uma falha, uma lacuna, minha reprovação e minha impossibilidade de acompanhá-la, seguir em frente ao seu lado. Foi um baque. Não inesperado, afinal você sabe tão bem quanto eu, que apenas colhemos o que plantamos. O meu dilema é que perdi a mão. Me deixei entorpecer, falhei como homem, como aluno, como companheiro. Deixei de tomar a vacina, mesmo tendo mãe. Fui egoísta, preocupado com meu umbigo, pagando para ver, numa gíria qualquer. Tinha toda a liberdade de fazê-lo. Não até isso prejudicar alguém que além de mim. Ainda mais sendo a prejudicada que é, quem sempre foi. Ninguém sabe o que passou pela minha cabeça, ninguém pode dimensionar nem por um milímetro o que eu senti, como ainda hoje meu coração fica apertado; não sei se por prepotência ou arrogância, não me arrependo, mas me sinto magoado, derrotado, um ser humano menor. A lágrima que vi cair pelo rosto de Jeniffer Pimenta numa das primeiras vezes que nos reencontramos foi o tiro mais ferrenho no meu peito. E não por culpa dela, mas por minha ignorante incompetência. Não me sinto preocupado, o que talvez seja um erro, em terminar a faculdade mais tarde, depois de um semestre. Sinto-me aturdido por decepcionar, entristecer, colocar uma dúvida em quem confia em mim, e gosta de mim. Professores, colegas que chegam e dizem "não é possível, não consigo acreditar". Mas nada me desgosta, me chateia mais que ter decepcionado, desapontado, traído a Jeniffer, depois de tudo que ela fez e sempre continua fazendo. E isso, por óbvio, se estende a todos que estão ao redor dela, aos quais grande parte eu não consegui dirigir uma palavra depois de tudo ter passado, muito por falta de coragem minha, não por qualquer natureza de medo, porque não é caso, mas por vergonha, por saber do tamanho do prejuízo e dos problemas que eu causei. Tudo ainda está latejando, obstinadamente, dentro do meu peito. Como se tudo tivesse acontecido ontem, há uma hora. Mas algo conseguiu me confortar, em uma parte. Ler o livro, assistir a banca, e ver como o resultado foi muito além do que eu planejava para o tcc. Honestamente, não poderia ter sido melhor, nem eu não teria feito tão bem. Sei de quantos sonhos dela eu apaguei e atrapalhei, mas se há algo positivo fica a certeza de que essa etapa ela já passou, está formada, e está, a partir de agora, em uma classe privilegiada de brasileiros. Mais ainda, fica claro para quem quiser enxergar, que naquela dupla inseparável das últimas carteiras da sala de jornalismo da UniBrasil, nunca e jamais poderia ter sido eu a cabeça matriz, condutora. É inegável que somamos forças, mas é mais insofismável que ela era muito imprescindível na dupla do que eu. Mas esse julgamento de valor a parte, relembrando os momentos na sala, só posso externar aqui o meu orgulho, minha alegria, minha satisfação de ter dividido uma cadeira na academia com Jeniffer Pimenta. Falo com o peito estufado que sou contemporâneo dela na graduação, que por causa dela me motivei a seguir em frente na faculdade, mesmo quando tinha certeza que não queria mais, queria largar, que tive dúvidas. Apenas saber da existência dela, já resolve grande parte dos meus dilemas, das minhas fraquezas, me conforta e me conforta muito, que pessoas como ela, ser humanos como Jeniffer Pimenta existem e, se não mudarem o mundo, terão feito ele melhor, diferente, novo. E como acho inestimável o valor da família, a Jeniffer só poderia ter o círculo familiar que ela tem. Que nas vezes em que compartilhei da presença apenas reforcei minhas convicções a respeito dela. Que tudo não é acaso. Que ela tem a mãe, ou irmãos, o noivo que tem. E aqui em especial, o pai. O grande homem que comanda essa família e muito me inspira, apenas em ouvir sua filha falar dele. A querida Jeniffer, como bem define o título, aproveito aqui o espaço, para agradecer, por tudo e tudo que fez e continua fazendo por mim, porque não sou merecedor de uma amizade tão valorosa quanto a sua. E ao dono deste blog que criou a filha que criou, constituiu a família que constituiu. Me perdoem o desabafo, me perdoem o tamanho do texto, quem é sabe como jornalista adora escrever; e eu sou absolutamente mais capaz de me expressar por palavras escritas do que por palavras faladas... Se me permitem, confesso que enquanto a Jeniffer existir vou continuar me vacinando. E não consigo terminar sem registrar que agradeço, todos os dias, por me darem a gentileza de entrar em vossas vidas; feliz o dia, que eu escolhi a UniBrasil como primeira opção no Enem. As mais sinceras saudações de

Cleverson Dias Bravo

3 comentários :

Unknown disse...

Agradecida meu Pai. Grande parte da minha vitória devo a você que com grande afeto, atenção e dedicação me criou e me tornou o ser que sou hoje. Ontem foi o dia mais importante de minha e vida e você aflito ficou e chorou comigo... Agradeço por ter me permitido fazer uma faculdade e por nunca, nunca mesmo ter reprimido meus sonhos... Beijos Meu amado e querido pai...

mauramartins disse...

Meus parabéns aos pais dessa jornalista tão especial, talentosa, portadora de incontáveis valores muito valiosos não só na profissão, mas na vida. A doce Jeniffer é, certamente, um reflexo da sua família - como pude com muita honra observar nos 15 anos da Bruna. A convivência com ela nesses quatro anos foi um presente que ganhei diariamente, e fico muito grata de ter participado um pouquinho dessa história.

Molina com muita prosa & muitos versos disse...

Maura

Como grande professora que é nós é que estamos muito gratos pelo apoio dado por você durante está trajetória da Jeniffer pela UNIBRASIL!

Postar um comentário

 
Design by Free WordPress Themes | Bloggerized by Lasantha - Premium Blogger Themes | belt buckles