quarta-feira, 2 de junho de 2010

Os ativistas a bordo do Rachel Corrie mantêm sua intenção de chegar até Gaza.


Rachel Corrie, ativista americana do Movimento de Solidariedade Internacional, antes e depois de ser atropelada e morta por um bulldozer militar israelense quando tentava impedir que casas palestinas fossem demolidas em Rafah, na Faixa de Gaza (para a abertura do chamado corredor Filadélfia, ao longo da fronteira egípcia)

O “Rachel Corrie”, o barco que fazia parte da flotilha solidária com ajuda humanitária para a Faixa de Gaza e que teve sua viagem atrasada, mantém sua intenção de chegar a este território costeiro, em que pese o violento ataque levado a cabo ontem pela armada israelense contra outros barcos em que morreram nove ativistas.

Este barco tem este nome em homenagem a ativista internacional pelos Diretos Humanos, Rachel Corrie, que foi criminosamente esmagada por um trator ao tentar impedir que moradias palestinas fossem derrubadas pelo Estado terrorista de Israel.

Dublin, 1 junho (EUROPA PRESS) –

O barco, em que viajam quatro irlandeses, entre eles a prêmio Nobel da Paz Mairead Corrigan Maguire, navega com umas 48 horas de atraso com respeito ao resto da flotilha , já que teve que permanecer no Chipre por problemas logísticos. Porém, desde o movimento irlandês de solidariedade com a Palestina que organizou o barco, espera-se que chegue amanhã às águas de Gaza.

Um dos irlandeses a bordo, Derek Graham, explicou que o barco leva material educativo, materiais de construção e alguns jogos. “Tudo que há a bordo foi inspecionado na Irlanda”, assegurou à imprensa irlandesa. “Gostaríamos de ter o caminho livre” para chegar até Gaza, assinalou.

Por sua parte, em declarações à televisão pública RTE, Maguire assegurou que “nenhum” de seus barcos leva armas, “mas meramente ajuda humanitária”. A Nobel da Paz defendeu a missão “para assegurar ao povo de Gaza que o mundo se preocupa” com eles. “Seu porto está fechado durante quarenta anos (...), 1,5 milhão de pessoas, uma população como a da Irlanda do Norte, permanece separada do mundo por este cerco ilegal e desumano em Gaza”, recordou.

“Pode-se imaginar se isso ocorresse aos 1,5 milhão de pessoas na Irlanda do Norte, o mundo estaria gritando para que isto parasse”, sublinhou Maguire, que incidiu que em Gaza há carência de medicamentos.

Por outra parte, sete cidadãos irlandeses foram detidos durante a ação de ontem, se bem que uma das ativistas já foi deportada para a Irlanda. O ministro de relações exteriores irlandês, Michael Martin, tem se mostrado muito crítico com a atuação israelense e tem pedido a libertação de seus concidadãos.

“Temos pedido a libertação incondicional dos cidadãos irlandeses detidos atualmente em Ashdod”, assinalou o ministro à imprensa, sublinhando que “não entraram ilegalmente em Israel, foram pegos em águas internacionais e levados a Ashdod”.

Um alto responsável da marinha israelense advertiu, em declarações ao jornal ‘Jerusalem Post’, que suas forças serão mais agressivas em futuras ocasiões ante os barcos que tentem romper o bloqueio a Gaza.


HISTÓRICO DO ATAQUE A FROTA HUMANITÁRIA

mparados pela escuridão, os soldados israelenses saltaram do helicóptero no barco turco 'Mavi Marmara' e começaram a disparar no momento em que pisaram no convés — contaram os ativistas pró-palestinos que presenciaram a invasão à frota de ajuda humanitária que se dirigia a Gaza.

Estes testemunhos, obtidos em ligações telefônicas realizadas antes de que estas fossem cortadas, contradizem a versão das autoridades israelenses, que culpam os militantes que iam a bordo da flotilha pelo início da violência.

Segundo uma rede de televisão israelense, 19 passageiros foram mortos e outros 36 feridos. O Exército israelense contabilizou, por sua vez, mais de dez passageiros mortos e entre sete e dez soldados feridos, dois deles com gravidade.

— Dispararam diretamente contra a multidão de civis adormecidos — acusou o movimento Gaza Livre, organizador da Frota da Liberdade, em um comunicado divulgado em seu site, após a invasão do "Mavi Marmara", o barco-almirante turco do comboio, que transportava centenas de pessoas, entre as quais figuravam parlamentares europeus.

A operação, qualificada de ato de "pirataria" pelos palestinos, ocorreu em águas internacionais, muito antes das 20 milhas que delimitam as águas territoriais da Faixa de Gaza.

— Não pudemos contactar ninguém a bordo desde as 3h30min (21h30min de Brasília). A última mensagem que recebemos foi: Tudo está bem, os barcos de guerra israelenses encontram-se atrás de nossa popa, vamos dormir — declarou uma das organizadoras, Greta Berlin.

O Exército israelense lançou o ataque às 4h (22h de Brasília) de três helicópteros apoiados por barcos, segundo um importante responsável militar israelense.

— Telefono escondido, centenas de soldados israelenses atacaram a Frota da Liberdade e os passageiros do barco em que me encontro estão se comportando com muita valentia — contou o jornalista da televisão Al Jazeera Abas Nasser, em sua última ligação.

— O capitão de nosso barco está gravemente ferido e há outros dois feridos entre os passageiros — acrescentou, antes que a comunicação fosse cortada.

Em "Mari Marmara" foi gravemente ferido um líder islamista radical árabe israelense, Raed Salah, segundo a televisão Al Aqsa, do grupo islamista palestino Hamas, que controla a Faixa de Gaza. O escritor sueco Henning Mankell também se encontrava no comboio humanitário, segundo a delegação sueca da organização.

Um membro dos comandos da Marinha israelense contou que sua unidade foi atacada assim que chegou ao barco:

— Eles nos atacaram com barras metálicas e facas. Em certo momento, fomos alvo de disparos de balas reais — afirmou.

Vários soldados foram expulsos do deque de cima para o de baixo e precisaram saltar na água para salvar suas vidas, declarou este soldado, que afirmou que havia cerca de 30 ativistas e que falavam árabe.

— Não era espontâneo, estavam preparados — disse um alto comandante militar israelense. Imagens do barco turco divulgadas pelas redes de televisão internacionais e pela Internet mostram militares israelenses vestidos de negro que saem de helicópteros, assim como confrontos com ativistas pró-palestinos. Também podem ser vistos feridos, que jazem sobre o convés, e uma mulher transportada numa maca.

— As imagens não são simpáticas, não posso mais que expressar meu pesar por todos os mortos — admitiu o ministro de Indústria e Comércio israelense, Binyamin Ben Eliezer.

QUADRO ATUAL E FUTURO

O governo de Israel anunciou nesta terça-feira (1º) que impedirá qualquer barco com ajuda humanitária internacional de entrar nas águas da Faixa de Gaza, apesar dos protestos da comunidade internacional e de entidades de defesa dos direitos humanos após o ataque à Frota da Liberdade, que deixou ao menos nove mortos nesta segunda-feira (31).

O vice-ministro da Defesa de Israel, Matan Vilnaï, disse que nenhum tipo de embarcação será autorizada a entrar na área, mesmo após a ONU (Organização das Nações Unidas) condenar o ataque nesta terça-feira. "Não permitiremos que os barcos cheguem a Gaza para abastecer o que se transformou em uma base terrorista que ameaça o coração de Israel".

Ao mesmo tempo, um porta-voz da ONG Free Gaza, que integra o grupo de entidades da Frota da Liberdade, atacada nesta segunda-feira (31) em águas internacionais, disse à rede CNN que o grupo vai enviar mais dois barcos com ajuda humanitária à região da faixa de Gaza.

O envio de novas embarcações pode elevar a tensão na área, após as mortes desta segunda. Ativistas dizem que as tropas israelenses atiraram contra manifestantes desarmados, enquanto as Forças Armadas de Israel afirmam que apenas responderam a agressões.

Os coordenadores da Frota da Liberdade disseram que as novas embarcações já estão a caminho de Gaza, mas que a nova tentativa de furar o bloqueio não deve acontecer durante os próximos dias.


AÇÕES EM PROTESTO OCORREM POR TODO O MUNDO!

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