quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Enquanto não reciclamos importamos lixo para reciclagem!




São internacionalmente conhecidas como “lixo zero” todas as ações que têm como objetivo reduzir a geração de lixo, que caso não sejam reciclados acabarão sendo depositados nos lixões. Esse conceito nasceu em Canberra, capital da Austrália, e este foi oficializado em 1995 com o objetivo de acabar com esse tipo de lixo até 2010.

É um verdadeiro escândalo o fato de o Brasil importar oficialmente mais de 223 mil toneladas de lixo desde janeiro de 2008, a um custo de US$ 257,9 milhões. Neste mesmo período mesmo o nosso país deixou de ganhar cerca de US$ 12 bilhões ao não reciclar 78% dos resíduos sólidos gerados em solo nacional e desperdiçados no lixo comum por falta de coleta seletiva. O Brasil recicla apenas 22% do seu lixo.

As indústrias nacionais, que utilizam os reciclados como matéria-prima na fabricação de roupas, carros, embalagens, etc., necessita destes insumos mais do que o País consegue coletar e reciclar e por isto importamos.

A destinação do lixo urbano é uma atribuição constitucional das prefeituras, mas apenas 7% dos 5.564 municípios brasileiros têm coleta seletiva. Com isso, no ano passado, pelo menos 175,5 mil toneladas de resíduos de plástico, papel, madeira, vidro, alumínio, cobre, pilhas, baterias e outros componentes elétricos, etc. tiveram de ser importadas. Entre janeiro e junho deste ano, foram importadas outras 47,7 mil toneladas.

Acredito serem importantes as atitudes individuais em prol da conservação ambiental, como também o fato do poder público ter este tipo de programas, mas só elas não bastam, pois não é justo que o consumidor pague duplamente pelo consumo e depois sozinho pague pelo recolhimento do PET!

Qual é a responsabilidade social das indústrias de embalagens perante o caos de poluição ambiental que geram?

Por enquanto praticamente nenhuma!

Vou mais longe, será que neste planeta a beira do comprometimento a médio prazo da existência da vida não passou da hora de passarmos enquanto poderes públicos da discussão para as ações práticas ao estabelecer responsabilidades?

Ou será que as indústrias de embalagens só vão continuarem assumindo os bônus sem terem ônus?

Será que a função das indústrias de embalagens é sem assumirem responsabilidades sociais somente lucrarem?

A mídia também deveria assumir tais responsabilidades, pois está atenta às questões socioambiental e do consumo consciente, assim ajudando a gerar uma sociedade civil mobilizada ao redor desses assuntos teremos como resultado um cidadão capaz de exigir políticas públicas voltadas para o meio ambiente, e, ao mesmo tempo, um consumidor pronto para premiar ou punir empresas em função do quanto elas aderem à sustentabilidade.

Será que a iniciativa do governo em levantar tão importante discussão foi intenção de mudar ou continuam criando justas dificuldades para depois negociar espúrias facilidades?

Quando é que o estado vai cumprir o se papel interventor fiscalizando e punindo os que geram o caos ambiental?

Até quando vamos manter está cultura de não reciclar mantendo o circulo do desperdício do que deveriam se tornar insumos industriais apenas gerando poluição?

Muda o disco, mas a música é sempre a mesma!

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