sexta-feira, 5 de abril de 2013

Em época de Coréia rebelada: Unidade 731 - Um dos muitos crimes de guerra do Japão Imperial.


Zoi de Tandera


Já ouvi muita, MUITA gente (em especial, otakus fissurados no Japão) dizendo que os japoneses não mereciam ter levado duas bombas nucleares nos córnios no final da Segunda Guerra Mundial, porquê eles nunca cometeram mal além do necessário em uma guerra para povo nenhum.

Eu também concordo no ponto que os americanos não precisavam ter lançado um artefato nuclear no Japão naquele momento, porquê o país já estava nas últimas e a rendição não tardaria a vir. Mas não concordo nem em uma migalha com essa história que eles nunca fizeram atrocidades em uma guerra.

Normalmente quando se fala de crimes de guerra, vem na nossa mente, na hora, os Nazistas e o que eles fizeram nos campos de concentração e extermínio, ou nas prisões de trabalhos forçados soviéticas no frio siberiano. Mas ninguém fala nos crimes de guerra do Japão Imperial.

Um desses crimes foi a tenebrosa Unidade 731.

O governo japonês manteve em segredo os ocorridos na Unidade 731, juntamente com os norte-americanos (é, eles manjavam o que pegava, mas preferiram ficar na mocada), até o ano de 1989, quando operários japoneses fazendo uma escavação em Tóquio descobriram uma cripta com centenas de cadáveres.

Como já não fazia mais sentindo ocultar a verdade, o governo trouxe muitos fatos ocultos até então, e motivados com isso, muitas vítimas também vieram contar ao mundo as atrocidades que sofreram.

Estas pessoas foram cobaias de experiências militares durante a Segunda Guerra Mundial, e eram aprisionadas em um campo de concentração conhecido como Unidade 731, localizado na Manchúria (uma região que atualmente pertence ao nordeste da China). Com o final da guerra, os corpos e cobaias restantes foram transferidos para o laboratório do médico responsável e ali foram enterrados. O laboratório era localizado à poucos metros de onde os operários encontraram os restos mortais e era conhecido como "Escritório de Purificação da Água", para não levantar suspeitas.
Shiro Ishii, o comandante da Unidade 731.

A unidade era comandada pelo general Shiro Ishii, médico da Universidade de Kyoto e microbiólogo pesquisador de armas biológicas. Nesse campo ele realizou testes com prisioneiros de guerra, prisioneiros comuns e até mesmo pessoas consideradas "suspeitas".

Neste campo ocorreram tantas atrocidades que ele também é conhecido pela alcunha de "Auschwitz asiática". Dentre os experimentos desumanos, podemos citar:

- Realizavam vivissecção (dissecação com o espécime ainda vivo) em prisioneiros sem anestesia;
- Injeção de urina de cavalo em rins de prisioneiros;
- Alguns prisioneiros tinham o estômago removido cirurgicamente, e então o esôfago era ligado diretamente ao intestino;
- Prisioneiros tinham seus membros congelados, e o "ponto de congelamento" se dava quando batiam com um taco em seus membros, até que produzissem o característico som metálico de gelo sendo golpeado;
- Grávidas tiveram seus fetos removidos cirurgicamente;
- Muitos tiveram membros amputados para o estudo dos efeitos de perda de sangue;
- Prisioneiros tiveram seus membros removidos cirurgicamente e estes foram religados no lado oposto do corpo;
- Testes de armas, como granadas, lança-chamas, armas químicas e explosivos em alvos humanos vivos;
- Deixavam prisioneiros sem água ou comida para determinar o tempo necessário para morrer;
- Alguns ficavam pendurados de cabeça pra baixo até morrerem de asfixia;
- Injeções de ar na veia pra estudar os efeitos da embolia no corpo humano;
- Prisioneiros foram expostos à cargas mortais de Raios-X;
- Testes para estudar a relação temperatura/queimaduras/sobrevivência;
- Alguns sofreram centrifugação até a morte para testar os efeitos da velocidade e pressão no ser humano;
- Testes envolvendo armas bioquímicas em prisioneiros, dentre vários outros.

No final da guerra, em 1945, todos os envolvidos, inclusive os prisioneiros sobreviventes e seus familiares foram induzidos a manter silêncio, mas em 1989, quando tudo veio à tona, muitos tomaram coragem para contar o que sofreram. infelizmente não tiveram a atenção que mereciam, e apesar dos protestos, o governo japonês não deu nem um pedido de desculpas oficial (coisa que os alemães fizeram depois da Segunda Guerra Mundial).

Os responsáveis jamais foram punidos por seus crimes, inclusive alguns tiveram destinos brilhantes no pós-guerra. Por exemplo, Ishii se tornou governador de Tóquio, outros se tornaram donos de empresas farmacêuticas, e coisas do tipo. Paralelo à isso, muitos ainda lutam para que os culpados sejam condenados.

A China, o país mais prejudicado com a Unidade (Além da base ser localizada no país, estima-se que mais de 300 000 chineses tenham morrido durante o período de existência da Unidade 731) criou uma réplica do prédio, uma vez que o original fora incendiado pelo exército Imperial após a Segunda Guerra, para mostrar ao povo o que realmente acontecia dentro da Unidade 731. A réplica atualmente funciona como um museu e fica localizado no local da Unidade original, na Manchúria.

Além deste museu, em 1988 foi filmado um filme chamado "Men Behind Sun" (Os homens atrás do sol, em uma tradução literal), onde são mostradas com detalhes estas e outras atrocidades.

 
Men Behind Sun:

Atenção: Cenas (muito) fortes!


E este é só um capítulo da extensa lista de crimes de guerra cometidos pelo Japão Imperial.

Não acredite em tudo o que dizem nem nas aparências. Pesquise a História, você vai se surpreender.

Mais:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Crimes_de_guerra_do_Jap%C3%A3o_Imperial

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