sexta-feira, 5 de abril de 2013

‘Ele não pode vestir a roupa do Batman e depois tirar’, diz Henrique Alves sobre Feliciano

A viagem do deputado e pastor Marco Feliciano (PSC-SP) à Bolívia está cancelada, menos de 24 horas depois de a Comissão de Direitos Humanos da Câmara – presidida por Feliciano – aprovar a ida de uma comitiva à cidade de Oruro, onde 12 torcedores corintianos estão presos há um mês e meio. A decisão pelo cancelamento da viagem foi tomada após uma conversa por telefone entre Feliciano e o presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), na manhã desta quinta-feira. Henrique manifestou contrariedade com a aprovação do requerimento. Alves também é contra a decisão de impedir a entrada de manifestantes nas sessões da comissão.

– Ele não pode achar que é como coisa de criança: veste a roupa do Super-Homem, do Batman, e depois tira. Essa é a dificuldade dele, de achar que na Casa é o presidente da comissão e, quando sai, tira a roupa e vai pregar contra as minorias. Como ele chama os ex-presidentes da comissão de “Satanás”? – criticou Henrique Alves, ao GLOBO.
A informação sobre o cancelamento da viagem foi confirmada pelo assessor de imprensa de Feliciano, Wellington de Oliveira. Oficialmente, a assessoria do presidente da Comissão de Direitos Humanos diz que o cancelamento ocorreu porque outra comitiva de deputados federais, de outra comissão, embarca hoje a Oruro em avião da Força Aérea Brasileira (FAB).
Henrique Alves ficou irritado também com a decisão de Feliciano de impedir a entrada de ativistas de direitos humanos e de outras pessoas às sessões da comissão, como ficou decidido na reunião de ontem. Por iniciativa do presidente da comissão, os integrantes do colegiado aprovaram por unanimidade o impedimento de acesso às reuniões, com exceção de deputados, assessores e jornalistas. Para acompanhar as discussões, serão necessárias identificação e aprovação prévias pelo próprio Feliciano, uma regra que passou a ser válida para todas as futuras sessões, conforme a proposta aprovada.
– Uma exceção não pode se tornar regra na Casa. Não se pode impedir a presença das pessoas na casa do povo brasileiro. Não concordarei com isso – disse o presidente da Câmara. - Também quero registrar que os que vem aqui se manifestar têm que manter o espírito democrático, respeitar os trabalhos. Ações, provocam reações.
Na conversa pelo telefone, Feliciano disse a Henrique Alves que estará na reunião de líderes na próxima terça. Segundo a assessoria do deputado, a renúncia ao cargo não foi tratada na ligação.
O requerimento com a proposta da ida a Bolívia, de autoria de Feliciano, foi um dos poucos a serem aprovados na tumultuada sessão da Comissão de Direitos Humanos de ontem. A viagem estava marcada para a próxima terça-feira, 9, logo após a reunião dos líderes partidários na Câmara que vai tratar do futuro de Feliciano na comissão. (AG)

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