sábado, 23 de fevereiro de 2013

Bento 16 recebeu dossiê sobre 'atos impuros', diz jornal



Joseph Ratzinger estava disposto a renunciar havia algum tempo por causa de sua idade avançada, mas só tomou a decisão diante de um dossiê de 300 páginas e capa vermelha, em dois volumes, com o levantamento sobre a existência de uma rede de prostituição que funcionava dentro do Vaticano e em suas cercanias, além de casos de corrupção. A informação é do La Repubblica.

O jornal italiano publicou que o dossiê foi elaborado por três cardeais — o espanhol Julián Herranz, o italiano Salvatore De Giorgi e o eslovaco Josef Tomko — designados por Ratzinger para uma investigação que durou nove meses. Tomko, 88, foi diretor do serviço de contraespionagem do Vaticano durante o pontificado de João Paulo II. 

La Repubblica informou que o papa ficou abalado ao saber dos detalhes de uma descoberta de 2010:  Angelo Balducci, então presidente do Conselho Nacional Italiano de Obras Públicas, telefonava com frequência para Chinedu Thiomas Eheim, um integrante do coro da Capela da Sacrossanta Basílica de São Pedro e que também atuava como agenciador de encontros homossexuais em uma sauna, entre outros locais fora de Roma, e em um endereço dentro do Vaticano.


O telefone de Balducci tinha sido grampeado pelo Vaticano porque se suspeitava que ele estivesse envolvido em corrupção, o que se confirmou. Mas não se esperava que o graduado funcionário estivesse envolvido em uma rede de prostituição, da qual também faziam parte seminaristas gays, de acordo com o jornal.

Em uma das ligações interceptadas, Eheim disse a Balducci: “Só digo que ele [garoto de programa] tem dois metros de altura, pesa 97 quilos, tem 33 anos e é completamente ativo”.

A sauna seria o local preferido de outros religiosos para encontros com amantes, o que o monsenhor Tommaso Sttenico já tinha admitido em entrevista ao canal La7 e foi suspenso de suas atividades por causa disso. Alguns bispos teriam sofrido "influência externa" (chantagem) de laicos com quem estabelecem laços de "natureza mundana", afirma o dossiê.
Ratzinger tomou conhecimento das conclusões “devastadoras” do dossiê no dia 17 de dezembro, embora o caso Balducci-Eheim tivesse sido noticiado com poucos detalhes em 2010.

Diante do documento, Bento 16 teria dito que o próximo papa, para acabar com essa degenerescência no seio da Igreja, precisaria ser “bastante forte, jovem e santo”.

O conteúdo do dossiê é que teria levado o papa a fazer declarações públicas como a de que “a fragilidade humana está presente também na Igreja”.

O explosivo documento está trancado em cofre em um aposento papal onde poucos têm acesso. A imprensa especula se ele será liberado pelo papa para os cardeais que participarão do conclave da escolha de seu sucessor.

Frederico Lombardi, porta-voz do Vaticano, disse que não confirmaria nem desmentiria a reportagem do La Repubblica. “A comissão [dos três cardeais] fez seu trabalho e entregou seu relatório nas mãos do Santo Padre como deveria ter feito.”

O INÍCIO DO ESCÂNDALO:

Prelado é suspenso pelo Vaticano após assumir sua homossexualidade

ROMA, 13 Out 2007 (AFP) - Um dos responsáveis pela Congregação para o Clero no Vaticano, monsenhor Tommaso Stenico, foi suspenso após declarar publicamente sua homossexualidade, em um recente programa de televisão na Itália, revela a imprensa italiana neste sábado.

O site Petrus, jornal on-line sobre o pontificado de Bento XVI, confirmou no início da tarde a suspensão de monsenhor Stenico, que enviou uma carta ao veículo afirmando não ser homossexual e que agiu assim para "desmascarar os que são".

"Declarei ser homossexual para desmascarar os que realmente são", diz Tommaso Stenico, em meio à polêmica sobre o caso.

Na carta ao Petrus, monsenhor Stenico se define como alguém que fez o papel de "um ladrão entre os ladrões" para tentar "redimir as vítimas" do pecado, e afirma ter simulado sua homossexualidade para ajudar a Igreja, vítima de uma campanha contra os padres.

O porta-voz da Santa Sé, Federico Lombardi, tentou minimizar o caso e disse que "os superiores tratam a situação com discrição e com o devido respeito à pessoa envolvida, inclusive se cometeu erros".

No entanto, o padre Lombardi admitiu que "as autoridades devem agir com a severidade exigida por um comportamento incompatível com o serviço religioso e a missão da Santa Sé".

Monsenhor Stenico era um dos líderes da Congregação para o Clero, um importante ministério do Vaticano responsável pelos cerca de 400.000 sacerdotes católicos em todo o mundo.

No mesmo programa de televisão, transmitido no dia 1º de outubro pela rede italiana La7, outros quatro religiosos assumiram sua homossexualidade.

Na ocasião, as câmeras não exibiram seus rostos e suas vozes foram modificadas para torná-las irreconhecíveis, mas monsenhor Stenico cometeu o erro de receber a equipe de reportagem em seu escritório no Vaticano, que foi reconhecido por vários membros da Santa Sé, segundo o jornal La Repubblica.

No programa, o religioso disse que não se sentia um pecador, mas afirmou que se mantinha discreto para não ser repreendido por seus superiores, acrescentou o jornal.

História do Banco do Vaticano é marcada por escândalos



Fundado pelo papa Pio 12 em 1942, o IOR (Instituto para as Obras da Religião) -o chamado Banco do Vaticano- tem uma trajetória ligada a escândalos.
Um dos casos mais rumorosos foi a quebra do Banco Ambrosiano, de Roberto Calvi, em 1982. Conhecido como "o banqueiro de Deus" por suas ligações com o Vaticano, ele apareceu enforcado sob uma ponte em Londres.

Dez anos mais tarde, peritos italianos descartaram a hipótese de suicídio.
Os legistas, segundo elementos publicados pela imprensa italiana na ocasião, destacaram a ausência das lesões que a corda deveria ter causado ao banqueiro, que pesava cerca de 90 quilos.

As mãos de Roberto Calvi também não tinham traços do pó que deveriam deixar os tijolos que foram encontrados em seus bolsas, nem do óxido de ferro que deveria ter ao amarrar a corda à ponte de ferro.

"Por trás da máfia há alguém", afirmou Carlo, filho de Calvi, convencido de que mafiosos haviam assassinado seu pai.

O então presidente do IOR, o arcebispo Paul Marcinkus, foi indiciado na Itália em 1987 pela sua conexão com o colapso do Banco Ambrosiano, mas nunca chegou a ser levado a julgamento, por causa de sua posição no Vaticano.

TEDESCHI

Em 2010, novo escândalo. A Justiça italiana ordenou a apreensão de € 23 milhões do Banco do Vaticano. Agentes da polícia tributária providenciaram o sequestro preventivo dessa quantia depositada numa conta do banco Credito Artigiano, por ordem de um tribunal de Roma que investigava a omissão por parte do IOR de dados obrigatórios quanto à identidade das pessoas efetuando transações financeiras
A suspeita na época era de que o IOR recebesse depósitos de importantes somas de procedência duvidosa, na gestão de Ettore Gotti Tedeschi, demitido em 2012 por má administração



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