segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Desaparecidos (mortos) na Guerrilha do Araguaia: "Grupo de trabalho encontra mais um resto mortal no Araguaia"


O Grupo de Trabalho Araguaia (GTA) finalizou nesta sexta-feira (26), nos municípios de Xambioá (TO) e São Geraldo do Araguaia (PA), a quinta e última expedição deste ano de busca por desaparecidos políticos da Guerrilha. Após 12 dias de trabalho, a equipe, que é composta por peritos das áreas de Antropologia Forense e Social, Arqueologia, Geologia, Geofísica, Biologia e Engenharia Florestal, recolheu mais um resto mortal para análises periciais em Brasília.


Desta vez, o resto mortal foi encontrado em um antigo cemitério de São Geraldo do Araguaia (PA). Com o achado, chega a 25 o número de restos mortais sob cautela do GTA – exumados da região desde a década de 90,  por expedições independentes realizadas por familiares e outros profissionais, e pelo grupo de trabalho. 

Nesta expedição, iniciada no dia 14 de outubro, as atividades se concentraram no cemitério de São Geraldo, no cemitério de Xambioá (TO) e nas antigas bases militares de Xambioá e do Morro do Urutu na Serra das Andorinhas. 

Desde a 4ª viagem do grupo à região, foram realizados levantamentos arqueológicos para posterior reconstituição histórica das bases. Nesses locais, arqueólogos coletaram vestígios materiais, como garrafas, recipientes de comida e medicamentos, baterias, pilhas, projéteis, entre outros. Os materiais serão analisados e servirão de subsídio para delimitar o funcionamento dessas bases. 

Assim como nas outras expedições, todas as atividades tiveram acompanhamento dos familiares dos desaparecidos da Guerrilha do Araguaia. A integrante da Comissão da Verdade, Maria Rita Kehl, esteve presente nesta expedição e conheceu a metodologia de trabalho do GTA, além de ter acompanhado as escavações.  

Informações - Mesmo com os trabalhos do grupo encerrados este ano, continua à disposição da população o serviço do Disque 100, dos Direitos Humanos. Pelo telefone celular ou fixo, qualquer cidadão pode ligar, gratuitamente, e repassar informações relativas à Guerrilha do Araguaia – que possam levar a possíveis locais de inumações de participantes do episódio.

Balanço - O Grupo de Trabalho Araguaia reiniciou as atividades de 2012 em junho e realizou expedições nos meses de julho, agosto, setembro e outubro. Este ano, foram exumados dos estados do Pará e de Tocantins oito restos mortais. Todos os achados, inclusive os anteriores à formação do grupo, encontram-se em Brasília para análise pericial. 

Durante as cinco expedições, os integrantes realizaram ações de ouvidoria com a população e demais atividades com o objetivo de interagir com a comunidade. Foram feitos, também, trabalhos de comunicação social, como veiculação de spot nas rádios locais informando a presença do GTA na região e explicando seu funcionamento.  

GTA - O Grupo de Trabalho Araguaia tem o objetivo de coordenar e executar as atividades necessárias para localizar, recolher e identificar os restos mortais das vítimas da Guerrilha. É função, ainda, sistematizar todas as informações existentes sobre o assunto.

O apoio logístico é prestado por militares da 23ª Brigada de Infantaria de Selva, localizada em Marabá (PA). A equipe de cartografia e topografia também é integrada por militares, da 4ª Divisão de Levantamento de Manaus (AM). 

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1 comentários :

Nina disse...

Fico muito feliz com a descoberta de mais um possível companheiro, assassinado e desaparecido pela ditadura na guerrilha do Araguaia. Só gostaria de saber pq não se faz o mesmo tipo de pesquisa nos cemitérios onde estão os corpos dos guerrilheiros urbanos dos demais partidos e organizações que combateram, também palas armas, a ditadura civil militar. O cemitério de Petrópolis por exemplo: as buscas que foram feitas lá simplesmente foram no mínimo ridículas. Sem nenhum apoio logístico especializado nem forense. Sabemos que com a tecnologia forense que está a nossa disposição hj, bastaria uma unha, um osso de uma falange de um dedo para determinar nossos parentes. Já dei amostra do meu DNA duas vezes nos últimos anos e nada. Acho que jogaram fora. Sei que tudo isso demanda dinheiro e custos. Eu estou disposta a pagar com meu único bem:minha casa, para custear a pesquisa de localização dos guerrilheiros urbanos. Vejam a tamanha certeza que tenho! não baseada na fé ou algo assim! baseada no fato de que sou uma pesquisadora que já avançou muito nesse caminho e praticamente sem recursos. Então sei que é possível. Acredito que outros parentes também estariam dispostos a contribuir. Ou será que as torturas inflingidas aos guerrilheiros urbanos e por tabela às suas famílias são diferentes das dos guerrilheiros do Araguaia? será que a luta deles, seu assassinato e desaparecimento não merecem a mesma preocupação? de toda forma vou continuar com minhas pesquisas, sei que vou conseguir um dia. Mas, muitos familiares dos guerrilheiros urbanos irão embora desse mundo ou levando mentiras (como a montagem da incineração na usina de Campos) outros carregando a pesada angústia da dúvida do que aconteceu. É justo isso???

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