Segundo o Fórum Paranaense de Resgate da Verdade,
Memória e Justiça a Secretaria de Direitos Humanos da presidência da
República confirmou, na quinta-feira passada (28), que a capital do Paraná fará
parte do roteiro nacional da Comissão da Verdade.
A audiência pública será realizada em outubro, com o
objetivo de reunir informações e dar divulgação às investigações realizadas
pelo grupo de trabalho, que apura casos de violação dos Direitos Humanos
acontecidas entre os anos de 1946 e 1988.
O Fórum também anunciou a criação de um Observatório
de Direitos Humanos no estado e a possibilidade de ser construído um museu dedicado
ao tema na cidade e o processo de interiorização do fórum, com a participação
de outras cidades do Paraná.
A coordenação do fórum reforça o interesse das 50
entidades que compõem a iniciativa em construir um roteiro de visitação na
cidade, que recupere os principais pontos de interesse para a história de
resistência à ditadura militar em Curitiba. A Igreja do Guadalupe abrigou
diversas reuniões clandestinas durante o período. Na Boca Maldita foi realizado
um comício das Diretas Já. No Danc ocorriam as reuniões do CBA.
Para o Fórum
não basta smente o resgate dessa memória, mas também busca a construção
de uma consciência mais democrática na sociedade brasileira.
Outra reivindicação do Fórum é um museu na ala
do presídio do Ahú que abrigou os presos políticos, como dar novas
denominações para ruas e praças que hoje levam os nomes de torturadores e
demais pessoas ligadas a violações dos Direitos Humanos durante o
período ditatorial.
Várias destas pautas a serem cumpridas foram sugeridas
por Paulo Abrão, secretário Nacional de Justiça e Presidente da Comissão
de Anistia do Ministério da Justiça, na sua vinda ao Paraná, quando
se reuniu com a Maria Tereza Uille ,secretária de Justiça, e com as
entidades que formam o Fórum Paranaense de Resgate da Verdade, Memória e
Justiça.
Outro ponto importante é que a condenação dessas pessoas
só virá com o respaldo social a ser obtido pela exacração pública dos crimes que elas cometeram. Com o tempo,
elas terão que ir para a cadeia, pois os crimes são inafiançáveis e
imprescritíveis. A memória que as pessoas terão desses crimes ficará
oficialmente documentada, como toda a população saberá da verdade sobre este
degradante período da nossa história. Isto ajudará a afirmar uma nova cultura
de defesa dos Direitos Humanos, já que por todo o Brasil as torturas cometidas por
agentes públicos em dependências do Estado ainda fazem parte da nossa triste
realidade.
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