sexta-feira, 20 de julho de 2012

Oito ex-vereadores são condenados à prisão


Jamil Janene (PMDB), Sidney de Souza (PTB) e Luiz Carlos Tamarozzi (PTB)
Oito ex-vereadores de Londrina foram condenados à prisão por formação de quadrilha, lavagem de dinheiro e concussão, que é a utilização do cargo público para obter vantagem indevida, pelo juiz da 3ª Vara Criminal de LondrinaKatsujo Nakadomari, de acordo com sentença publicada na quarta-feira (18). Três deles são candidatos nas eleições deste ano.
Flávio VedoatoGláudio Renato de LimaHenrique BarrosJamil JaneneLuiz Carlos TamarozziSidney de Souza foram condenados a 9 anos e 10 meses de prisão cada um. O também condenado ex-vereador Renato Araújo recebeu uma pena maior, de 10 anos e 10 meses em regime fechado. Sidney de Souza, Luiz Carlos Tamarozzi e Jamil Janene são candidatos nas próximas eleições.

Julio Cesar de Lima Romagnolli
, ex-assessor parlamentar de Bergamin, recebeu pena de 6 anos de prisão em regime semiaberto pelos crimes de formação de quadrilha e lavagem de dinheiro.Na sentença, o ex-vereador Orlando Bonilharecebeu uma pena menor, de 4 anos e 2 meses em regime semiaberto, por ter colaborado com as investigações. O ex-vereador Osvaldo Bergamin também era réu na ação, mas o processo foi extinto após sua morte.
Segundo a denúncia, oferecida pelo Ministério Público (MP), os vereadores da legislatura 2005/2008 se associaram para aprovar o projeto de lei que autorizava a doação de um terreno noJardim Bela Suíça ao empresário Ângelo Marcelo CaldarelliRenato Araújo foi escolhido pelo grupo para tratar com o empresário sobre o pagamento de propina no valor de R$ 30 mil, necessária, segundo o MP, para que o projeto fosse aprovado e o terreno, doado.
A sentença mostra que o empresário não conseguiu dinheiro suficiente para pagar a propina. Então, Araújo sugeriu que Caldarelli pagasse uma dívida na qual ele, Araújo, e Orlando Bonilhaeram avalistas. A dívida era de R$ 51 mil e foi paga com o uso de 11 cheques.
Em 7 de dezembro de 2006, Bonilha, que estava ocupando interinamente o cargo de prefeito, outorgou a escritura pública de doação do terreno para Caldarelli. O dinheiro, segundo a denúncia do MP, foi depositado na conta de Julio Cesar de Lima Romagnolli e posteriormente dividido entre os ex-vereadores. Por ter arquitetado o plano, Araújo foi considerado pelo juiz como o mentor do crime.
O advogado Fernando Boberg, que representa Renato Araújo, contestou a decisão. “É uma pena muito alta, próxima à de um homicídio qualificado. Hoje mesmo vou entrar com um recurso de apelação contra a sentença no Tribunal de Justiça do Paraná”, declarou. “Entendo que a sentença é nula, já que não atendeu a diversos questionamentos da defesa, mas isso vamos ver com o tempo.”
Dely Dias das Neves, advogado de Sidney de Souza, Jamil Janene e Luiz Carlos Tamarozzi, avaliou a sentença como “espantosa”. “Temos sempre de respeitar a decisão do juiz, mas essa sentença foi absurda”, disparou. “Não existe a mínima prova, somente a fala do [Orlando] Bonilha. A cronologia dos fatos não bate. A reunião que aprovou a doação do terreno aconteceu um ano antes do suposto pagamento. Isso não faz sentido”. O advogado confirmou que irá recorrer da decisão.
O advogado de Henrique Barros, Rodrigo José Mendes Antunes, disse que também vai recorrer da decisão. Segundo ele, uma ação civil pública anterior já absolveu o ex-vereador. “São os mesmos fatos, os mesmos fundamentos, as mesmas provas, aplicadas em duas ações, uma civil pública e esta criminal. Na ação anterior, o Henrique foi absolvido. Não há evidências de ilícito, não há nenhum fundamento ou mesmo provas da participação dele neste suposto esquema”, declarou o advogado.
João Gomes Filho, advogado de Flávio Vedoato, disse ainda não ter tomado conhecimento da sentença, mas afirmou que acha “muito difícil” seu cliente ter sido condenado. “Consegui uma absolvição para ele nessa ação recentemente, deve fazer mais de dois meses.”
O advogado Ronaldo Gomes Neves que defende Orlando Bonilha e Julio Cesar Romagnolli não estava no escritório nesta tarde e não atendeu o celular. Carlos Alberto Paoliello Azevedo, advogado de Gláudio estava em uma reunião na tarde desta quinta-feira e, até por volta das 16h50, não havia retornado as ligações da reportagem.

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