segunda-feira, 4 de junho de 2012

Patrimônio do espetaculoso Barbosa Neto, que foi cutucar a onça com vara curta, entra na mira do Gaeco





A suposta tentativa de compra de uma emissora de rádio de Apucarana pelo prefeito de Londrina, Barbosa Neto (PDT), por R$ 4,5 milhões, e o empréstimo de R$ 1 milhão por um empresário também ao pedetista levaram a Promotoria de Defesa do Patrimônio Público a instaurar ontem um procedimento administrativo para investigar eventual enriquecimento ilícito de Barbosa. Também consta de denúncia anônima formulada ao Ministério Público (MP) eventual favorecimento a uma empresa de recolhimento de lixo na licitação com teto de R$ 121 milhões, que está suspensa pelo Tribunal de Contas (TC) do Paraná. 

''Interessa à Promotoria apurar a origem dos recursos envolvidos na denúncia e saber se o dinheiro poderia ter vindo de propina através de possível licitação fraudulenta'', declarou o promotor Renato de Lima Castro. 

Aspectos da denúncia já foram confirmados por três depoentes: o sócio-proprietário da Rádio Tribuna Soft FM, de Apucarana, Baltazar Eustáquio de Oliveira, mais conhecido como ''Taquinho'', que confirmou o interesse do prefeito em comprar a rádio; o empresário Sérgio Malucelli, gestor do Londrina Esporte Clube (LEC) e dono da SM Sports, que teria emprestado R$ 1 milhão a Barbosa; e o vereador Joel Garcia (PP), a quem Malucelli teria confidenciado o empréstimo e informado sobre a negativa do prefeito em quitar a dívida, embora tivesse uma promissória supostamente assinada pela primeira-dama, Ana Laura Lino, e pelo empresário Wilson Vieira. 

Quanto à negociação da rádio, Taquinho afirmou em depoimento prestado na última quinta-feira que foi procurado por Barbosa Neto - que já é dono de uma emissora de rádio AM em Londrina - no final do ano passado e teria demonstrado interesse em comprar a emissora em sociedade de Malucelli. Segundo ele, a forma de pagamento foi ajustada, mas o negócio não teria sido concretizado. 

O empresário revelou que a primeira proposta de Barbosa e Malucelli, feita na sede do jornal do qual Taquinho também é sócio, em Apucarana, foi dar em pagamento um apartamento localizado em Curitiba, que seria de Malucelli e do técnico de futebol Vanderlei Luxemburgo. Taquinho disse que não se interessou pela proposta. Em seguida, Barbosa teria voltado a procurá-lo e o empresário concordou em se reunir com ele e Malucelli em um almoço no Centro de Treinamentos da SM Sports. 

No referido encontro, disse o empresário, ''o valor de R$ 4,5 milhões foi mantido, sendo certo que a discussão girou em torno da forma de pagamento''. Segundo ele, ''Barbosa Neto deixou claro que se interessava na aquisição da rádio, mas que necessitava viabilizar financeiramente a entrada solicitada pelo declarante, no valor de R$ 2,2 milhões, sendo que o declarante (Taquinho) e seu sócio concordariam em parcelar a quantia restante, correspondente a R$ 2,3 milhões, em 24 parcelas''. Porém, depois disso, afirmou Taquinho, o prefeito de Londrina não mais o procurou para finalizar a negociação. 

Malucelli também confirmou as negociações. O gestor do Londrina disse em depoimento aos promotores há dois ou três meses foi procurado por Barbosa, que teria manifestado interesse em fazer sociedade na compra da rádio. Relatou o almoço na sede do CT e disse ''não se interessou na referida aquisição, sendo certo que Barbosa Neto afirmou que ficaria com a rádio''. Posteriormente, disse Malucelli, ''conversou com Barbosa, questionando-o se havia adquirido a Rádio Tribuna, tendo Barbosa afirmado que sim''. 

A reportagem tentou falar com o prefeito Barbosa Neto, mas a assessoria de imprensa do município não conseguiu localizá-lo. Malucelli não quis falar sobre a investigação do MP. ''Se você quiser falar sobre futebol, falo o que você quiser, mas sobre isso eu não vou falar'', disse à FOLHA, encerrando a tentativa de entrevista. (Colaborou Edson Ferreira)

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