terça-feira, 12 de junho de 2012

Assassino diz que foi usado pelos serviços secretos franceses


O francês Mohamed Merah, que em março passado matou sete pessoas no sul da França, afirmou ter descoberto um pouco antes de sua morte que um de seus amigos, que ele acreditava ser um jihadista, era agente dos serviços secretos franceses, segundo informações publicadas por um jornal argelino.
"Sou inocente. Descobri que meu melhor amigo, Zuheir, trabalha para os serviços secretos franceses", afirmou Merah, 23 anos, em vídeo-testamento que ele gravou pouco antes de ser morto pela polícia, segundo uma tradução em árabe de suas palavras publicadas pelo jornal Echurouk.
O citado "Zuheir", segundo o mesmo jornal, fazia parte da equipe que tentou negociar a rendição de Merah quando ele se encontrava trancado em seu apartamento em Toulouse (sudoeste da França) cercado pelas forças de segurança depois de ter assassinado três militares e outras quatro pessoas, entre elas três crianças de uma escola judia.
"Você me enviou ao Iraque, Paquistão, Síria, para ajudar os muçulmanos. E, no final, revela que é um criminoso e um capitão dos serviços secretos. Jamais poderia acreditar", afirmou Merah dirigindo-se a "Zuheir".
"Vai para o inferno, traidor. Vocês vão me matar sem razão alguma. Foram vocês que me arrastaram para esta situação. Jamais o perdoarei", acrescentou.
A advogada francesa Isabelle Coutant-Peyre, que trabalha com a advogada argelina da família Merah, confirmou à AFP o conteúdo desses documentos.
Na véspera, pai de Merah apresentou uma queixa por assassinato contra a hierarquia da polícia por ter ordenado o ataque que matou seu filho.
"É uma queixa contra X por assassinato com circunstâncias agravantes visando no contexto dos fatos pessoas que deram ordens à frente da polícia nacional", declarou Isabelle Coutant-Peyre, que assiste Zahia Mokhtari, advogado argelino do pai de Mohamed Merah.
"Vocês têm de 300 a 400 pessoas fortemente armadas e uma pessoa sozinha trancada em seu apartamento. Isso por si só já é suficiente para levantar questões", acrescentou.
O advogado afirmou que a família possuía vídeos que "seriam colocados à disposição das autoridades assim que solicitarem".
Mokhtari havia afirmado no início de abril que possuía provas de que o matador de Toulouse tinha sido executado.
Mohamed Merah, 23 anos, foi morto no dia 22 de março durante a invasão de seu apartamento em Toulouse pela polícia, após 32 horas de cerco.
Nos dias 11, 15 e 19 de março, ele matou sete pessoas: três soldados paraquedistas, três estudantes e um professor judeus em Toulouse e em Montauban, no sudoeste da França.
Durante as 32 horas de cerco de seu apartamento em Toulouse, Mohamed Merah reivindicou os assassinatos, afirmou ter pensado em outros atos e se disse ligado aos talibãs, segundo um documento ao qual a AFP teve acesso. (AFP)

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