sexta-feira, 27 de abril de 2012

Quem com ferro fere, com ferro será ferido: Algaci Túlio, vereador de Curitiba ligado a Requião, é flagrado em investigação que ele próprio incentivou


Tiro pela culatra – Por certo algum alarife iletrado escreverá nas redes sociais que somos loucos e estamos a serviço de alguém, mas contra fatos não há argumentos. Especialmente quando os fatos estão sob o manto de documentos incontestáveis. 


Ex-vice-prefeito da capital paranaense, o vereador Algaci Túlio (PMDB), ligado ao destemperado senador Roberto Requião, foi o principal incentivador das investigações sobre denúncias de irregularidades na Câmara Municipal de Curitiba. Foi o edil, também, o primeiro implicado nas investigações de uma série de reportagens do jornal Gazeta do Povo sobre essa prática ilícita. 
De acordo com o jornal paranaense, notas fiscais apontam que parte da verba de publicidade da Câmara Municipal de Curitiba, nos últimos cinco anos, foi destinada a veículos de comunicação de parlamentares. O vereador Algaci Túlio (PMDB) e o ex-vereador Luís Ernesto (PSDB) admitiram que dinheiro do Legislativo foi gasto em seus programas de rádio. 

“A gente comprava nota [fiscal fria]. Muitos que não tem empresa compram nota de uma empresa de publicidade. É uma barbaridade isso na verdade”, disse Algaci. O vereador usou, para condenar o ilícito do qual participava lesando a Câmara, o mesmo tom indignado que costumar lançar mão em seus programas de rádio para escrachar os bandidos. Só faltou o clássico bordão: “É profundamente lamentável”.


Para quem ganhou a vida como radialista policial, especializado em apontar o indicador a transgressores e meliantes, a trajetória de Algaci Túlio é marcada por episódios “profundamente lamentáveis”. Em 2006, o agora vereador foi condenado a sete anos e cinco meses de prisão por se beneficiar de empréstimos irregulares junto ao antigo Banestado. O tombo no então banco estatal do Paraná foi de R$ 2,3 milhões em valores atualizados. Para lesar o banco, Túlio se valeu da influência de um sobrinho devidamente instalado em uma diretoria do Banestado.


Quando esteve deputado estadual, entre 2001 e 2004, Túlio teve seu nome envolvido nas investigações da Operação Gafanhoto, Polícia Federal, que investigou desvio de dinheiro da Assembleia Legislativa do Paraná. Na condição de deputado-gafanhoto, Túlio foi acusado de depositar o salário de diversos servidores do seu gabinete em conta bancária, sendo que na sequência apenas uma pequena parte do montante era repassada a quem de direito. 


O volume maior do dinheiro tinha como destino final o bolso do espertalhão Túlio. Em outra ponta das investigações foi descoberto um esquema criminoso que utilizava laranjas, que constavam da folha de pagamento da Assembleia, para desviar dinheiro do Legislativo paranaense. Algaci só não foi julgado ainda porque manobras jurídicas continuam retardando a tramitação do processo. (Ucho)

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