terça-feira, 24 de abril de 2012

Debatendo o futuro de Tupã



UM PONTO DE PARTIDA PARA O DESENVOLVIMENTO:

Para que o município de Tupã, o que para nós não é uma mera estatística sobre a estagnação das pequenas e médias cidades, possa sair da atual situação de desesperança e construir de forma contínua e harmônica o seu projeto estratégico de desenvolvimento , para fazê-lo é imprescindível ouvir a todos os setores da sociedade, que serão permanentemente organizados em um fórum de debates, o Instituto de Desenvolvimento.

Este processo tem de envolver desde os sindicatos de trabalhadores e demais segmentos populares organizados, como ao empresariado, como também as faculdades e demais instituições envolvidas com o  repasse do saber.

Temos de articular melhor os segmentos industriais na busca desde as fontes de matéria prima em conjunto até na conquista de novos mercados externos, por que Tupã se ressente de um grupo empresarial mais organizado na área da indústria.

Sob o ponto de vista empresarial em Tupã fica muito claro que mais de 80% das empresas é micro ou pequena, então são elas que têm de serem valorizadas.
Diferentemente das grandes empresas, das quais os recursos do movimento financeiro feito em Tupã vai embora para gerar desenvolvimento nas grandes cidades de onde elas vêm, o lucro destas micros e pequenas ficam aqui,  é na cidade que na maior parte estes são reinvestidos.

 Em Tupã a Prefeitura é um dos maiores compradores e deveria privilegiar as empresas realmente locais, assim impedindo que o dinheiro arrecadado com os nossos impostos vá embora.

A ACIT tenta ter um bom desempenho, mas ele ocorre mais na área comercial do que na industrial. Ela atua de forma meio isolada dos outros segmentos, tanto do poder público como da estrutura de geração do saber. Ela deveria ter parcerias firmadas em cima de projetos estratégicos com todos estes segmentos, incluindo os dos trabalhadores assalariados.

 Urge a necessidade de Tupã criar um Instituto Público para implementar estratégias de desenvolvimento.
Temos de implementar este Instituto o mais rápido possível, se for possível já partir do ano que vem.
Entre as suas funções estaria planejar o desenvolvimento sócio econômico a curto, médio e longo prazo; servir enquanto estrutura de apoio para os novos projetos de investimentos na indústria, no comércio e em qualquer outro setor de empreendedorismo; atuar na formação de mão de obra qualificada e desenvolver novas propostas de tendências de desenvolvimento.

Não existe mais espaço no mercado para as pessoas investirem somente pelos seus instintos, de abrir uma empresa acreditando apenas na sua percepção pessoal.

 Temos de ter indicadores, com um levantamento completo de qual é o perfil ideal de investimento para determinado tipo de segmento, onde deve ser instalado, qual a demanda, quais são os gargalos, como isso pode se operacionalizar de forma técnica para orientar justamente esse investidor que coloca seu dinheiro no mercado financeiro, especula e poderia estar gerando emprego, renda e pagando tributos à população.

Grande parte da ampliação do mercado de trabalho que irá ser gerada é porque as indústrias e demais empresas locais serão apoiadas com cursos de gerenciamento nas áreas de administração marketing e planejamento, o que gerará desenvolvimento.

 Para gerar novos e bons empregos precisamos planejar estrategicamente a longo prazo, pois para que isto ocorra temos de ter projetos táticos de curto e médio, já que nenhuma mudança mais profunda ocorre de imediato.

Para o que queremos ocorra temos de envolver toda a comunidade, especialmente a ACIT, e todas as entidades de classe, em um gigantesco trabalho de planejamento e desenvolvimento econômico para os setores industrial urbano, agroindustrial, comercial e o de serviços.
Temos de criar mecanismos de estímulo à criação de novas empresas com capital local como também a captação de empresas de pequeno e médio porte que aqui queiram se instalar, pois elas geram muitos empregos e se fixam na cidade com  a perspectiva de crescer junto com ela.
Temos de estabelecer projetos para as indústrias que aqui estão no que se refere à ampliação de seus negócios.

Apesar da crise internacional e que por causa desta tenhamos alguns percalços, estamos vivendo um bom momento econômico no Brasil e na cidade isto não se refletiu, tanto que a geração de empregos ficou estagnada. 

Por falta de opções de trabalho melhor remunerado, Tupã continua a perder um grande contingente de sua população, lamentavelmente entre os com maior qualificação profissional, nossa maior riqueza.

 Por falta de de médias empresas nossa arrecadação de ICMS perde para vários municípios, até menores, nas proximidades.

Em termos de recebimento de verba federal e estadual também perdemos para muitos municípios vizinhos melhor representados e articulados. Isso mostra que infelizmente nossa economia não apenas está estagnada, como também retrocedendo, o que não é bom para nós, porque o poder público acaba não tendo verba suficiente para desenvolver projetos sociais, culturais, na área de saúde, e o próprio desenvolvimento da cidade.

Para se ter uma idéia do nosso grau de estagnação econômica é só analisar o nosso PIB per capta com os das cidades vizinhas, pois segundo dados do IBGE/2003 o Produto Interno Bruto de Tupã era de R$ 6.632,58 e os de Bastos R$ 27.551,01, Iacri R$ 11.906,07 e Herculândia R$ 8.392,14, o que para nós, do ponto de vista do que um dia foi Tupã, é uma vergonha.

 O eleito terá que unir todos os demais segmentos e travar a luta maior que é fazer a todos em um único projeto vestirem a camisa de Tupã.

O empresariado industrial fugiu e foge de Tupã porque quando aqui pensa em se instalar tem de passar por um “balcão de negócios”, onde as condições apresentadas não lhes são estimulantes.

Temos de mandar uma nova mensagem aos empresários e aos industriais da cidade e aos de fora que aqui queiram se instalar:

 Tupã mudou, tem um novo prefeito e uma cidade que almeja se organizar em busca do desenvolvimento e está se preparando para que isto seja uma realidade.
Temos que criar este Instituto para planejar e executar de forma estratégica um novo ciclo de desenvolvimento de potencialidades, pois uma das questões que mais nos atrapalham e sempre atrapalharam é a descontinuidade nos projetos de um governo para outro.
 Quando um novo prefeito assume traz consigo uma grande quantidade de novas pessoas, muitas sem nenhuma experiência de como gerir a máquina pública, que somadas a uma Câmara ausente de debates e atrelada ao poder executivo gera o caos da falta de idéias pelo não aprofundamento das questões que tanto nos interessam.

Tupã não precisa continuar crescendo territorialmente: precisa desenvolver quem já está aqui, precisa dar valor a quem já está aqui, alguns vivendo momentos positivos, pois também do ponto de vista econômico temos algumas empresas locais inovadoras e pujantes, tal qual a do Stort entre tantas outras.

A realidade de Tupã não está enquanto um todo positiva, muito pelo contrário.

 A troca de função da cidade de Tupã, que já foi “capital do café”, “capital do algodão”, capital do amendoim, etc. de repente mudou para prestação de serviço e outros segmentos da economia e isto feito de forma  desplanejada está empobrecendo a cada dia mais a cidade fazendo com que exista um cordão de pobreza de mão-de-obra desqualificada e marginalizada por não conseguirem empregos, pois para que estes trabalhadores possam se colocar no mercado teria de ter havido qualificação.

 Ficar atraindo indústria para cá a esmo não dá, temos de ter claro um projeto de desenvolvimento, o que queremos do ponto de vista de um desenvolvimento econômico ecologicamente sustentável, de quantos postos de trabalho serão gerados e que estes sejam ocupados pela mão de obra local, e que caso seja necessário está seja formada aqui.

O que movimenta o comércio local é a renda gerada aqui. As pessoas precisam ter bons salários e a cidade tem de aumentar as ofertas destes melhores empregos senão, não tem o crescimento da atividade comercial.

 Vamos dar toda a importância e apoio aos empresários que estão aqui e os que quiserem se instalar. Estes incentivos em médio prazo irá ajudar a oferecer melhore oportunidades trabalho aos tupaenses.

Claro que a Prefeitura tem que ter política de incentivo a todo o empresariado, mas não é investindo esse recurso na iniciativa privada para que alguém lucre diretamente com isso, mas sim investindo em educação técnica, em formação profissional, como na ampliação do parque comercial e industrial e da sua estrutura de apoio.

O que pretendemos para desenvolver os setores produtivos e a consequente geração de empregos em uma economia sustentável pode ser conseguido com o apoio da prefeitura na busca destes por acessos as linhas de crédito do BNDES, BB, etc., que possuem juros menores e prazos de pagamentos maiores. Outro caminho passa pelo estabelecimento de convênios com o Governo Federal e o BNDES para o desenvolvimento de projetos cooperativos, já que verbas para isso não faltam, o que falta é a vontade política dos governantes municipais, tal quais os daqui. Falta uma estrutura de apoio (Instituto de Desenvolvimento) que dê condições para a elaboração de projetos, que interceda politicamente junto as fontes de crédito barato, que dê estrutura física para que estas cooperativas de micros empreendedores possam inicialmente se instalarem, o apoio na educação profissionalizante de cunho técnico, etc..

Tupã tem se caracterizado como uma cidade de comércio e prestação de serviços, e temos que inverter essa lógica, pois é possível implementar pequenas empresas a partir do cooperativismo, e nos mais diversos setores. 

É bom que tenhamos uma política de desenvolvimento visando  atrair novas empresas, mas temos de priorizar o crescimento político, social, econômico e cultural nos calcando nas nossas próprias forças e potencialidades, e para o cumprimento destes requisitos o papel da Academia é esssencial.

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