sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Marcos Valério, o mesmo do escândalo do mensalão, é preso por suspeita de grilagem na Bahia

O empresário Marcos Valério Fernandes de Souza, apontado como operador do esquema do mensalão, foi preso na madrugada desta sexta-feira em Belo Horizonte, em uma operação da Polícia Civil da Bahia. Batizada de Operação Terra da Nunca, a ação desmantelou um esquema de grilagem de terras no Estado. Foram emitidos 23 mandados de prisão, busca e apreensão, nos municípios de Barreiras, Santa Maria da Vitória e São Desidério. Segundo a polícia, 15 pessoas foram presas nesta sexta-feira, em Minas, São Paulo e Bahia.

Valério foi preso na capital mineira junto com outras três pessoas, todas elas sócias da DNA Propaganda, uma das agências do publicitário envolvidas no esquema que deu origem à crise política de 2005, a maior vivida pelo governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Entre os presos, estão Ramon Hollerbach, Francisco Marcos Castilho Santos e Margaretti Maria de Queiroz Freitas. O mandado de prisão é assinado pelo juiz de Direito da comarca de São Desidério (BA). Entre os presos, estão ainda empresários, advogados e oficiais de cartórios de registro de imóveis.

Até o fim da manhã, os advogados de Valério ainda levantavam detalhes da operação. "Ainda temos poucas informações sobre o caso e vamos pedir acesso à cópia do inquérito e aos detalhes da operação", disse ao iG o advogado Marcelo Leonardo, que atende o publicitário, acrescentando que um integrante da equipe jurídica foi deslocado para a Bahia para ter acesso aos autos da investigação.

“A única coisa que vimos foi o mandado de prisão”, completou. Segundo ele, apenas pelo teor do documento é possível dizer que a prisão é ilegal, pois o mandado não especifica os crimes em apuração. Ele confirmou ainda que todos os presos seriam levados ainda hoje para a Bahia em avião. Investigação

A investigação que resultou na prisão de Valério e dos demais envolvidos durou 17 meses, segundo a polícia baiana. Em 2005, quando vieram à tona operações da DNA em suposta compra de fazendas fantasmas na região, soube-se que as terras haviam sido penhoradas pelo INSS como garantia de pagamento de uma dívida cobrada pelo órgão à agência e que à época superava R$ 8 milhões. Entre os crimes em apuração, segundo o Ministério Público da Bahia, estão corrupção ativa, falsificação de documentos e falsidade ideológica. As práticas irregulares envolviam falsificação de documentação de imóveis inexistentes e de áreas reais da União, para que servissem de garantia em dívidas com o INSS (Instituto Nacional do Seguro Social).

Entre o final de 2008 e o começo de 2009, Valério passou 97 dias preso em processo em que é acusado de forjar um inquérito policial para prejudicar dois fiscais da Receita que haviam multado a cervejaria Petrópolis. O caso não tem relação com o escândalo do mensalão, esquema de compra de votos e financiamento irregular de campanhas eleitorais supostamente levado a cabo pelo PT no primeiro mandato do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O processo do caso está em fase final de tramitação no STF (Supremo Tribunal Federal). (iG)

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