quarta-feira, 2 de novembro de 2011

O dia de Finados e as reminiscências de um Molina

Acordei cedo para levar a minha filha caçula ao cursinho, é o nosso futuro familiar buscando o direito ao seu raiozinho de sol neste mundo tão desigual, onde a burguesa meritocracia não basta para se superar as desigualdades. De um lado os filhos das elites vigentes, cuja formação básica se deu em bons colégios, e do outro o dos proletários, cujos desempenhos, por maior que seja o esforço individual, é relativo ao nível das escolas por onde passaram, no caso as públicas, em um país onde a educação de boa qualidade ainda não é a principal prioridade.

A Bruna, minha querida filha, ainda é uma pessoa privilegiada, pois quantos que caso tivessem tido uma família moral e eticamente estruturada, e com um mínimo de condições financeiras para dar suporte, poderiam estar contribuindo com o avanço social em vez estar vagando sem rumo por este mundo? Quantos cientistas, artistas, pensadores, etc. a humanidade perde em todas as gerações por causa das desigualdades gerando um abismo a nos dividir em cidadãos de “primeira, segunda e terceira categoria”. Para muitos “bem nascidos é natural que o mundo seja desigual”, e para estes, que a vida tornou-os amorais, está “superioridade é genética”. Eles se consideram titãs com “o direito de vida e morte em relação aos demais, reles mortais”.

Como em uma família aonde os homens sempre cumpriram o papel de provedores e as mulheres de educadoras, embora está relação a partir da minha geração pelas conquistas coletivas e individuais femininas tenha mudado, iremos falar do passado sem antes pensar no futuro? Tarefa impossível!

Venho de um clã, de uma grande e generosa arvore genealógica, lugar comum onde todos nós desde cedo aprendemos qual era o nosso papel individual enquanto seres únicos, como a nossa missão junto ao coletivo familiar consaguíneo e as nossas responsabilidades com a enorme família humana e as demais formas de vida que conosco fazem parte da Criação.

Nós os Molinas não fomos forjados para sermos predadores, meros usurpadores dos direitos de outrem, por mais que isto nos custasse do ponto de vista da sobrevivência em um mundo degenerado onde lobos atacam lobos. Para nós o sucesso nunca foi uma perspectiva individual, e sim familiar e do conjunto social, pois acima de tudo nas nossas formações esteve à cidadania. Para nós palavras como ética, caráter, honra, coragem, perseverança, superação e lealdade sempre caminharam junto com humildade, empatia , generosidade e solidariedade, pois só é realmente forte aquele que não tripudia sobre os direitos dos indefesos, dos fragilizados.

Sendo cristãos, maçons, comunistas, anarquistas, etc., pouco importando os clichês, nos valores basilares somos todos iguais, com muita honra e dignidade somos os Molinas, nome que com orgulho carregamos antes mesmo do nosso próprio nome individual, já que não somos ladrões, covardes, traidores, desleais, etc.. De berço aprendemos que para viver a vida tem de valer a pena, e nela temos o papel, de, dentro dos nossos limites máximos, no coletivo fazermos a diferença para que este seja melhor.

Hoje, em minha mente e em meu coração nomes como Pedro Molina Perez, Adélia Lahoz Molina, Dolores Lahoz Pio, Pedro Molina Filho, Josefa A. da Silva Molina, Nelson Molina Lahoz, Antonio Molina, Ednan Molina, Maria Dolores Molina Almada, e demais, que em corpo presente já não estão mais entre nós, continuam vivos, pois seus legados éticos e morais de vida são, e continuarão sendo, transmitidos as gerações vindouras.

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