quinta-feira, 15 de setembro de 2011

27% dos navios de cruzeiro que aportaram na costa brasileira tiveram problemas sanitários

Relatório das inspeções feitas em 41 dos 45 navios de cruzeiro que estiveram na costa brasileira na temporada passada (outubro de 2010 a maio de 2011) mostra que 27% apresentaram número de irregularidades sanitárias superior ao considerado satisfatório pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Os problemas vão do armazenamento inadequado de alimentos à falta de condições higiênicas na água oferecida aos clientes.

Os dados foram divulgados hoje durante o "Encontro Anual de Avaliação da Temporada de Navios de Cruzeiro 2010/2011", promovido pela Agência, no Rio. "Ainda é um número alto, não é baixo. Nosso objetivo é que 100% dos navios cumpram todos os itens sanitários. A partir do momento em que aumenta o número de navios adeptos ao regulamento sanitário, o número de doenças a bordo abaixa", disse o diretor da Anvisa, José Agenor Álvares.

Segundo ele, não é possível comparar o porcentual entre as últimas temporadas, porque este foi o primeiro levantamento da Anvisa com base no sistema de análise de risco. Na inspeção, os fiscais fazem uma check list dos itens sanitários. Quando o navio consegue cumprir 90% dos itens, o índice é considerado satisfatório - valor alcançado por 30 embarcações na última temporada.

O pior resultado, 78%, foi alcançado pelo navio Costa Fortuna, da italiana Costa Cruzeiros. A assessoria de imprensa da empresa informou que está levantando o assunto e deve se pronunciar nos próximos dias. Segundo o diretor da Anvisa, os navios que não atingiram a meta receberão um maior rigor na fiscalização da próxima temporada (2011/2012), que começa no mês que vem.

Entre os alimentos, a maior parte das irregularidades, 44%, envolve a existência de materiais em desuso ou "estranhos" na área de recebimento da comida, como vassouras ou caixas de papelão. Alimentos que não são mantidos sob condições ideais de temperatura e clima correspondem a 26%. Outros 26% dizem respeito a talheres não embalados em invólucros descartáveis - em cruzeiros, não é permitido o uso de guardanapos para isso. Doenças

Também no evento, a Anvisa divulgou que houve queda no total de doentes. Foram 4.442 casos em 2009/2010 contra 792 em 2010/2011. Na última temporada, a maioria dos casos foi de diarreia (466), seguida por influenza (297) e catapora (19). O episódio com o maior número de doentes foi em 23 de março: 53 casos de diarreia com um navio que passou por Recife, Fortaleza e Belém.

De acordo com o diretor da Anvisa, as punições às irregularidades sanitárias vão de multa - de R$ 2 mil a R$ 1,5 mi, que pode ser dobrada em caso de reincidência - à interdição da embarcação. Em março de 2010, um navio foi retido por duas vezes, primeiro em Búzios, na Região dos Lagos, e depois em Santos, após mais de 300 passageiros passarem mal. A embarcação só foi liberada após uma desinfecção. "Se houver risco, o navio não sai", disse.

A Anvisa lançou um hotsite (http://www.anvisa.gov.br/hotsite/cruzeiros/index.html ) com dicas de saúde para os viajantes. Ao fim do encontro, hoje, deve ser elaborado o Guia Sanitário de Navios de Cruzeiro. (AE)



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