sábado, 20 de novembro de 2010

Juiz reabre caso Toninho do PT

Opinião e Notícias

José Henrique Torres não vê indícios que sustentem a tese de que Toninho estava 'no lugar errado e na hora errada'

O presidente do 1º Tribunal de Júri de Campinas, juiz José Henrique Torres, determinou a reabertura das investigações do assassinato em 2001 do então prefeito de Campinas, Toninho do PT, na saída de um shopping center da cidade.

Segundo o Ministério Público, Wanderson Nilton de Paula Lima, o Andinho, teria atirado contra Toninho porque seu carro teria “atrapalhado a fuga” da quadrilha do bandido.

Arma nunca foi encontrada

O juiz José Henrique Torres, no entanto, não vê indícios que sustentem a tese de que Toninho estava “no lugar errado e na hora errada”. A arma do crime, uma pistola de calibre 9 mm, jamais foi encontrada.

Andinho está preso, condenado a 400 anos de prisão por sequestros, extorsão e latrocínio. Ele confessou dezenas de crimes, mas nega que tenha matado Toninho do PT.

Motivação política

A viúva de Toninho do PT, Roseana Garcia, acredita que a morte de seu marido teve motivação política por “atrapalhar e desagradar interesses de muita gente”.

As investigações sobre a morte de Toninho do PT serão reabertas no momento em que acontece o julgamento dos réus pelo assassinato de um outro prefeito do PT, Celso Daniel, ex-prefeito de Santo André. O promotor do caso, Francisco Cembranelli, diz que o crime teve motivação política.


Relembrando:


Viúva de Toninho do PT reafirma que assassinato teve motivação política

FELIPE RECONDO/Folha Online

08/11/2005 - 13h16

Roseana Morais Garcia, a viúva de Antônio da Costa Santos, o Toninho do PT, repetiu nesta terça-feira que o assassinato de seu marido teve motivação política. Roseana, que presta depoimento na CPI dos Bingos, afirmou que Toninho do PT, quando estava à frente da Prefeitura de Campinas (95 km a noroeste de São Paulo), contrariou pelo menos 11 setores com negócios no município.

Disse também que, quando era vice-prefeito da cidade, Toninho do PT entrou com ações públicas contra o então prefeito Jacob Bittar em obras superfaturadas que ele via irregularidades.

Toninho do PT foi assassinado em setembro de 2001 quando dirigia seu carro, perto de um shopping da cidade.

Roseana, viúva de Toninho do PT, fala à CPI dos Bingos

Ainda na primeira parte de sua apresentação, Roseana afirmou que se assustou com a notícia da morte do legista Carlos Delmonte Pires, no último dia 12 de outubro. "Eu me assustei profundamente com a morte desse legista", afirmou, acrescentando que as pessoas envolvidas no caso estão morrendo. "Isto é um desespero."

Segundo Roseana, Delmonte fez o laudo de quatro pessoas assassinadas em Caraguatatuba (litoral norte de São Paulo) que foram apontadas como responsáveis pelo crime. A Polícia Civil encontrou disquetes com laudos do caso Toninho na casa dele.

Além de defender a tese de que a morte de seu marido teve motivação política, Roseana acredita haver um elo entre as mortes de Toninho do PT e Celso Daniel, prefeito de Santo André (Grande São Paulo) assassinado em 2002.

Emocionada, Roseana fez comentários sobre a morte do marido contendo o choro. Chegou a fazer algumas pausas para se recompor. "Hoje estou bem melhor, não conseguiria falar isso [no passado] sem chorar."

A viúva --que afirma já ter sofrido ameaças anônimas-- disse que Toninho pode ter sido morto por contrariar interesses de "grupos poderosos". Nos últimos dias, ela disse ter pedido que fosse realizada uma varredura em seus telefones por suspeitar que estavam "grampeados". O resultado da vistoria foi negativo.

Crime planejado

Para o relator da comissão, senador Garibaldi Alves (PMDB-RN), as declarações de Roseana indicam que o assassinato de Toninho do PT foi planejado. "Tenho desconfiança de que esse crime também foi planejado", declarou, indicando que o assassinato de Celso Daniel também não foi um crime comum. "O que ela falou leva a isso."

O senador criticou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que ontem, em entrevista ao programa "Roda Viva", da TV Cultura, defendeu a tese de crime comum no caso de Celso Daniel. "O presidente, com a responsabilidade que tem, não deveria ter falado daquele jeito, se colocando contra a versão da família [de Celso Daniel]."

Segundo o líder do governo no Senado, Aloizio Mercadante (PT-SP), a Polícia Federal deverá entrar nas investigações de Toninho do PT a pedido do Conselho Nacional do Direito da Pessoa Humana.

Resposta

Em maio do ano passado, a viúva entregou um abaixo-assinado ao presidente Lula com cerca de 53 mil assinaturas, no qual solicitava a intervenção da Polícia Federal nas investigações. A viúva diz que não teve resposta sobre a solicitação.

Em uma nota divulgada no ano passado, a ONG "Quem matou Toninho?" afirmou que o "presidente Lula foi omisso" em relação ao caso. Garcia e a ONG não aceitam a versão da Polícia Civil de que o prefeito tenha sido assassinado porque seu carro atrapalhou a fuga da quadrilha do seqüestrador Wanderson Newton de Paulo, o Andinho --único sobrevivente da quadrilha.

Os outros quatro membros da quadrilha de Andinho acusados pela polícia de envolvimento no crime foram mortos pela Polícia Civil em uma ação em Caraguatatuba, dias após a morte de Toninho. O caso é investigado pelo Gaerco (Grupo de Atuação Especial e Repressão ao Crime Organizado).

Com Folha de S.Paulo

1 comentários :

JUQUIEL ALFENAS MG disse...

PARABENS AO EXMO SR DR JUIZ DA VARA DO TRIBUNAL DO JURI CAMPINAS !

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