terça-feira, 7 de setembro de 2010

Di Cavalcanti


Um dos maiores pintores brasileiros, Di Cavalcanti retratou nossa brasilidade personificada em mulatas, moças sensuais, foliões e pescadores. Sua ousadia estética é marcada pela definição dos volumes, riqueza das cores e da luminosidade e pela exploração de temas ligados do cotidiano.


Emiliano Augusto Cavalcanti de Albuquerque Melo nasceu em seis de setembro de 1897, no Rio de Janeiro. Em 1903 começou a estudar no Colégio de Aldéia Noronha, mas depois seguiu seus estudos no Colégio Militar. Em 1908, Di Cavalcanti recebeu aulas do pintor Gaspar Puga Garcia. Com a morte de seu pai, em 1914, o jovem começou a trabalhar fazendo ilustrações para a Revista Fon-Fon. Em 1916 ele entrou para a faculdade de direito no Rio de Janeiro. No ano seguinte, com a mudança para São Paulo, Di Cavalcanti continuou seus estudos na Faculdade de Direito do Largo de São Francisco. Na capital paulista, Di Cavalcanti passou a ilustrar livros de autores nacionais e estrangeiros, como Álvares de Azevedo, Jorge Amado, Manuel Bandeira, Mário de Andrade, Mário Mariani, Menotti Del Picchia, Newton Belleza, Oscar Wilde, Oswald de Andrade, dentre outros

A partir dos anos 20, o pintor passa a viver entre Rio e São Paulo, sempre ilustrando várias revistas, mas usando agora o pseudônimo Urbano como cartunista. Em fevereiro de 1922, Di Cavalcanti idealizou e organizou a Semana de Arte Moderna no Teatro Municipal de São Paulo. No ano seguinte, o pintor fez sua primeira viagem à Europa, permanecendo em Paris até 1925. Como ele próprio descreveu: “…Paris pôs uma marca na minha inteligência. Foi como criar em mim uma nova natureza e o meu amor à Europa transformou meu amor à vida em amor a tudo que é civilizado. E como civilizado comecei a conhecer a minha terra.”

Na Europa, Di Cavalcanti montou um pequeno ateliê. Lá, expôs em diversas cidades: Londres, Berlim, Bruxelas, Amsterdan e Paris. Ao retornar ao Brasil, o pintor ingressou no Partido Comunista..

Nos anos 30, o artista iniciou suas participações em exposições coletivas, salões nacionais e internacionais como a International Art Center em Nova Iorque. Em 1932, fundou o Clube dos Artistas Modernos e foi preso durante a Revolução Paulista. Ainda nos anos 30, Di Cavalcanti publicou o álbum A Realidade Brasileira, com desenhos satirizando o militarismo.

Em 1936 escondeu-se na Ilha de Paquetá e foi preso. Libertado por amigos, seguiu para Paris e lá permaneceu até 1940. Mas, com o advento da Segunda Guerra Mundial, Di Cavalcanti deixou a capital francesa e retornou ao Brasil. O pintor passou então, a combater o abstracionismo através de conferências e artigos.Muitas foram as mulheres de Di Cavalcanti: casou-se com Maria e depois com Noêmia Mourão e viveu com Beryl Tucker Gilman e depois com Ivette Bahia Rocha. Na década de 70, a modelo Marina Montini fica famosa por ser a musa preferida de Di.

Di Cavalcanti morreu no Rio de Janeiro em 26 de Outubro de 1976. Ainda em vida, o artista doou quinhentos desenhos ao Museu de Arte Moderna de São Paulo e ganhou o título de melhor pintor nacional na II Bienal de São Paulo, prêmio dividido com Alfredo Volpi. Como escritor, Di Cavalcanti publicou Viagem de minha vida e Reminiscências líricas de um perfeito carioca. Ele chegou a candidatar-se a uma vaga na Academia Brasileira de Letras, mas não foi eleito.

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