quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Candidata ausente, Dilma vira alvo de adversários no debate Estadão/TV Gazeta por Jair Stangler Seção: COBERTURAS AO VIVO Eleições 08.setembro.2010 22


A ausência da candidata do PT à Presidência da República, Dilma Rousseff, foi o principal tema do debate promovido na noite desta quarta-feira, 8, pelo Grupo Estado e pela TV Gazeta. Participaram do evento os candidatos José Serra, do PSDB, Marina Silva, do PV, e Plínio de Arruda Sampaio, do PSOL. Primeira nas pesquisas, Dilma alegou incompatibilidade de agenda para não comparecer – ela participou de um comício em Minas Gerais.

Seus adversários não pouparam críticas à candidata líder nas pesquisas. O franco-atirador Plínio de Arruda Sampaio fez um dos comentários mais contundentes contra ela. “Essa moça é um blefe. Ela foi inventada. Ela está defendendo uma política vagabunda. Defende um aumento sem-vergonha para o salário mínimo. Os problemas na educação, na saúde, ela não tem resposta para isso. Ela é uma invenção marqueteira”, disse o socialista.

Para Serra, a ausência de Dilma “reflete dificuldade de explicar o que pensa. Eu já vi a Dilma dizer que a carga tributária é boa e já vi criticar a carga tributária. E além disso, é a tendência de terceirizar a campanha.” Plínio concordou com Serra: “É isso mesmo. Onde ela vai, a capangada vai atrás.”

Vazamento de dados

O episódio da violação do sigilo fiscal de tucanos e da própria filha de José Serra, a empresária Verônica Serra, também foi tema do debate. Marina Silva voltou a criticar o ministro da Fazenda, para quem isso seria “corriqueiro”. “Se eu for presidente da República eu vou tomar todas as medidas para que esse tipo de desmando não aconteça”, afirmou a candidata verde.

Cobrado a apresentar medidas práticas para combater a falta de segurança de dados, Serra foi evasivo. Prometeu “dedicação e seriedade” e afirmou que “o controle da máquina deve ser feito pelo exemplo”. Ele voltou a acusar o PT: “O PT, da candidata Dilma, tem estado por trás desses vazamentos, comprometendo a segurança dos cidadãos.”

Confrontos

O debate teve também momentos de confronto entre os candidatos. Em um desses momentos Plínio questionou Serra por esconder o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, seu correligionário, e mostrar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva na TV. O tucano negou esconder FHC e disse ter orgulho de ter integrado seu governo. Quanto a exibir o atual presidente na TV, Serra disse que o citou em um determinado contexto, “não tem nada de mais”. Para Plínio, os dois são farinha do mesmo saco.

Já com Marina, a divergência de Serra foi sobre Saneamento. A candidata verde criticou os investimentos de FHC e Lula na área. Agitado, Serra citou realizações na área de saneamento durante o governo FHC. O tucano ainda acusou Marina verde de usar números errados para embasar suas críticas.


Confira a seguir os principais momentos:

0h33 – Termina o debate.
0h30 – Marina, em declarações finais. “A gente deve discutir proposta, sair da pegadinha, da casca de banana. Prejudicam a democracia aqueles que não comparecem. Prejudicam também aqueles que brincam com coisa séria. A sociedade civil avançou, a academia avançou, mas a política não avançou”. E responde Serra: “Eu espero, ao ir checar os dados, não descobrir que o investimento é ainda menor.”
0h29 - As considerações finais de Plínio: “Minha amiga, meu amigo, você ouviu, você decide. Se você acha que está tudo bem, vote com eles. Se você acha que está tudo errado, vote em mim. Nosso lema é a igualdade.” O candidato do PSOL aproveita para pedir o voto na legenda de “cabo a rabo”. “É preciso ver o Brasil com o olhar do pobre, do oprimido, do operário. É com essa gente que nós queremos trabalhar”
0h26 – Serra abre dizendo que Marina errou nos dados sobre saneamento e educação e diz querer discutir com a candidata verde os dados “inclusive do Acre.” Depois pergunta para Dilma, sobre altas taxas sobre energia elétrica e sobre empresas de saneamento. Diz que vai continuar lutando por “desenvolvimento com justiça social.”
0h26 - No último bloco, candidatos fazem declarações finais.
0h19 – “Você precisa demitir a sua turma da televisão”, diz Plínio. “Você não devia esconder, porque o Lula é a continuação do FHC. É tudo farinha do mesmo saco”, ataca o candidato do PSOL. “Os três candidatos, que tem o privilégio da TV, são faixa branca.” Serra procura diferenciar FHC e Lula e diz que nenhum dos dois é candidato.
0h18 – Plínio diz que Serra esconde FHC e mostra Lula e pergunta a Serra por quê. Serra diz que tem muito orgulho de ter feito parte do governo FHC. E lembra o caso da quebra de patentes. “O Lula é presidente da República, eu citei ele num determinado contexto, não tem nada demais. Eu tenho algumas pessoas que eu sou grato, mas não tenho patrono. Tenho a minha história, construi a minha biografia.
0h15 – Marina pergunta para Dilma. Devido à ausência da candidata do PT, ela tem 1 minuto e 30 para discursar. A candidata do PV cita “um retrocesso sem tamanho na política”. “Lamentavelmente nós estamos levando na brincadeira o que não deveria ser levado na brincadeira”, diz.
0h13 – Marina devolve a pergunta para Serra, que diz que quando foi ministro do Planejamento reabriu a Caixa Econômica para emprestar dinheiro para investir em Saneamento, segundo ele, fechado no governo Collor. Agitado, ele diz que fez, no Ministério da Saúde o maior programa de Saneamento, de R$ 2,5 bilhões, nos municípios de menor IDH. Na tréplica, Marina volta a criticar os investimentos de FHC e Lula em Saneamento.
0h10 - Serra pergunta para Marina: o candidato tucano cita a PNAD. “12 milhões de casa sem água e 32 milhões sem coleta de esgoto”, diz Serra, que pede um comentário da candidata. “Tanto no governo atual, como no passado, o investimento em saneamento foi ínfimo”, diz Marina. “A questão, Serra, é que você, que foi ministro da saúde e do planejamento”, pergunta Marina. Ela afirma que, em 8 anos, o governo FHC investiu apenas 20% do que deveria ter sido investido.
0h08 – Candidato pergunta para candidato. Dilma perguntaria para Plínio, que fala por um minuto e meio. “Essa moça é um blefe. Ela foi inventada. Ela está defendendo uma política vagabunda. Defende um aumento sem-vergonha para o salário mínimo. Os problemas na educação, na sáude, ela não tem resposta para isso. Ela é uma invenção marqueteira.”
0h01 - Na réplica, João Bosco Rabello pergunta se Ministério da Segurança não causaria conflito de interesse de atuações. Serra cita medidas nas áreas da educação e da saúde, e diz que a segurança está “largada”. “A cocaína abaixou de preço 50 vezes no Brasil nos últimos anos. É preciso ter uma mobilização nacional muito forte no curtíssimo prazo.”
23h59 - João Bosco Rabello pergunta a Serra sobre segurança. “Como mudar a política externa e a educação para melhorar a segurança?”, pergunta o jornalista. Serra cita a diminuição dos homicídios em São Paulo e o crescimento em outros estados. “Agora, o fato é que essa é uma política estadual”, discursa. “As fronteiras estão desprotegidas, a coca entra livremente”, diz. E volta a propor a criação do Ministério da Segurança.
23h57 – Plínio diz que irá ganhar por dizer a “verdade”. “É isso o que o Brasil quer. Dizer o que precisa ser dito”, explica. “O discursinho de vocês três é tudo igual”, ataca o socialista. Plínio: “É por isso que eu acho que vou ganhar. Eu acredito que o povo brasileiro está esperando uma cruzada pela verdade. Se o que precisa ser dito implicar em não ganhar, eu prefiro dizer o que precisa ser dito. Essas cifras não valem nada. O que vale é a cifra que eu citei: 30% dos meninos são analfabetos funcionais ou não sabem ler mesmo.
23h54 – Silvia Correa pergunta de onde viria o dinheiro para investir mais de 15 vezes o orçamento do Bolsa Família na Educação. “Se o País diminuir 2% o juro da dívida, teremos dinheiro para investir em educação”, responde Plínio. Ele defende um novo modelo de economia, não calcado no crescimento de renda, e sim na igualdade. “Não tem prioridade”, critica.
23h52 - Perguntada sobre o fraco desempenho nas pesquisas, Marina diz que não vai ser a ânsia por votos que a fará deixar de discutir o Brasil que interessa. “Eu decidi que iria participar dessas eleições discutindo aquilo que é relevante para o Brasil”, diz Marina ao ser questionada se não estaria pregando no deserto. Critica os adversários por colocarem a ausência de Dilma no centro do debate. “Vou discutir o que é relevante para o Brasil”. ”Eu vejo que mesmo os candidatos ausentes continuam pautando nossa presença aqui”, replica. “O Brasil é o País que tem as melhores condições para abordar esse debate.”
23h49 - Nos bastidores, durante o intervalo, o vice de José Serra, Índio da Costa, comenta a ausência de Dilma Rousseff. “O fato de ela não vir é ruim pra ela. Se é ruim pra ela, é bom pra nós, e se é bom pra nós é bom pro Brasil.” Na avaliação do político do DEM, o eleitor está atendo para a falta da candidata. “O processo de decisão só começa a ser tomado a partir do dia 20 de setembro.”
23h49 - Começa o terceiro bloco. Jornalistas perguntam para candidatos. O jornalista Paulo Markun pergunta para Marina Silva sobre economia e desenvolvimento. Markun pergunta sobre a incompatibilidade entre desenvolvimento e meio ambiente. Marina responde que é preciso repensar essa dicotomia. “Eu não vejo como impeditivo a proteção do meio ambiente e o crescimento econômico”, afirma.
23h41 – Plínio pergunta para Dilma, que não está. Pelas regras, Plínio tem 1 minuto e meio para falar sobre o assunto que quiser. “A Dilma adora cifras”, diz Plínio. Ele cita os homicídios de negros, o número de moradores de favelas e loteamentos irregulares e saneamento básico. “Eu pergunto Dilma, o que adianta as cifras que você diz diante dessas cifras?”, pergunta.
23h39 – Na réplica, Marina diz que a proposta que está sendo feita é reduzir a proteção das florestas. “O interessante é que tanto as bancadas do PT e do PSDB são favoráveis a isso. Você seria capaz de se comprometer com a proteção das florestas.” Serra: “Todos os ambientalistas podem contar comigo, eu me considero um ambientalista. Floresta, conta comigo.”
23h37 - Marina pergunta a Serra sobre o código ambiental. Ela cita o aumento do desmatamento pelo novo código. “Eu acho que esse semestre não é adequado para votar essa questão”, diz Serra, para quem a discussão deve se aprofundar a partir do próximo governo. Ele diz ser contra a anistia generalizada, mas faz ressalva para a análise caso a caso, “pelo tempo da propriedade e as peculiaridades das regiões”.
23h35 – Serra, na réplica, diz que “isso reflete dificuldade de explicar o que pensa. Eu já vi a Dilma dizer que a carga tributária é boa e já vi criticar a carga tributária. E além disso, é a tendência de terceirizar a campanha.” Plínio: “é isso mesmo. Onde ela vai, a capangada vai atrás.”
23h32 – Serra pergunta a Plínio: “A biografia dos que aqui estão coincidem”, introduz. “Porque você acha que a Dilma não veio?”, pergunta Serra. “Porque ela não é do ramo”, diz Plínio. Para o candidato do PSOL, a candidato do PT “não teve oportunidade de ser candidata a deputada estadual”. Na avaliação do socialista, “Ninguém conhece a moça, nem o Lula”. O candidato arranca risos da plateia ao pedir que filmem o lugar ausente da petista.
23h30 – Começa o segundo bloco. Dilma perguntaria para Marina, que ganha 1 minuto e meio para falar o que quiser. Marina critica a ausência de Dilma e volta a criticar a violação de sigilos e o ministro Guido Mantega, para quem “isso é corriqueiro.” “Se eu for presidente da República eu vou tomar todas as medidas para que esse tipo de desmando não aconteça.”
23h22 - “Eu queria insistir, candidato, medidas práticas”, diz a jornalista. Para Serra, “o controle da máquina deve ser feito pelo exemplo”, diz Serra, citando exemplo do partido. “Claro que há procedimentos mais modernos que pode evitar essas quebras, mas não há nada que evite a burla e a desonestidade”, explica. O tucano quer também uma maior cobrança da opinião publica acerca desses vazamentos.
23h20 - Jornalista Silvia Corrêa, da TV Gazeta, pergunta para Serra que medidas o tucano pretente tomar contra falta de segurança de dados. Para Serra, a primeira coisa é “dedicação e seriedade”. Ele lembra do caso recente do Enem, quando dados de alunos ficaram disponíveis na internet. “Outro exemplo, de outra natureza, são os vazamentos de dados da Receita Federal, ou até de contas em banco. O PT, da candidata Dilma, tem estado por trás desses vazamentos, comprometendo a segurança dos cidadãos.”
23h16 - Ming cita o exemplo da França, onde a universidade publica pode ser paga também. Plínio responde: “Porque se nem de graça as pessoas vão para universidade…” Para o candidato do PSOL, “educação é fundamental”. “O que não se pode é ter universidade privada, que é fabrica de diploma. Essas escolas devem ser fechadas”, diz. Para o candidato, havendo investimento nas escolas publicas, as outras fechariam por razões de mercado.
23h14 – Paulo Markun faria a pergunta para Dilma Rousseff. Então quem fará a pergunta será o jornalista Celso Ming. Pergunta para Plínio se ele é a favor de cobrar mensalidade na Universidade pública. “Não, não e não. Educação pública e de qualidade de ponta a ponta. Precisa investir 10% na Educação”, diz o socialista.
23h11 – “Os projetos dos portos também tem problemas ambientais, e a Sra. Deixou o governo por causa desse aspecto”, diz Bosco. “Nós temos conseguido avanços significativos no licenciamento ambiental”, diz Marina. “Aumentamos em mais de 93% a quantidade de licenças”, completa. “Os tensionamentos aconteciam, mas por falta de entendimento dos partidos tradicionais.”
23h09 – Jornalista João Bosco Rabello, do ‘Estadão’, pergunta a Marina como ela pretende desobstruir os portos, citando o exemplo do porto Santos, que foi barrado por problema de licenciamento do Ibama.. “O desenvolvimento econômico é fundamental para o desenvolvimento social do País. Há um problema sim no que concerne à infra-estrutura. O que nós temos hoje é uma junção de obras. No que concerne à geração de energia, estamos à beira do apagão. O problema não é o licenciamento do Ibama, mas são os projetos que não são bem feitos.”
23h07 – “Eu acho que eu tenho um saldo bastante positivo” de acertos, diz Serra. “Eu acreditei que nos teríamos bons debates nessa campanha. Pelo Plínio e pela Marina nós temos tido”, ataca. Segundo Serra, Dilma usa a “estratégia da caixa preta”.
23h06 - Plínio diz que cometeu dois erros na vida: “Acreditei no FHC e no Lula.” Socialista cobrou Dilma pela ausência. “Acho que ela foi assistir Pato Fu de novo.”
23h05 - Marina: “A questão ambiental é sempre tratada em oposição ao desenvolvimento. Mas, às vezes, a gente que conhece faz esse discurso sem explicar”
23h03 - A primeira pergunta será respondida por todos os candidatos, na ordem: Marina, Plinio e Serra. “Qual foi, na sua vida política, seu maior erro político e o que aprendeu com esse erro?”
23h – Maria Lydia explica a bancada vazia ao seu lado direito. “Pelo combinado com as assessorias dos candidatos, a bancada vazia será mantida em cena e o tempo de perguntas e respostas destinado a ela será usado pelos outros candidatos.”
22h53 – Serra é o último a chegar. “Espero que estejam todos os candidatos presentes, estou preparado para debater com todos”, disse o tucano.
22h45 – Marina Silva chega para o debate e também critica a ausência da candidata do PT. “A ausência da Dilma incomoda a democracia. A ausência da Dilma conta muito mais para a democracia do que para cada candidato individualmente.” Ela também foi questionada se mudaria o funcionamento da Receita Federal. Marina respondeu que, se eleita, daria prioridade aos cidadãos e pediu punição para os responsáveis pela quebra de sigilo.
22h23 – O candidato Plínio de Arruda Sampaio, do PSOL, foi o primeiro a chegar. Questionado sobre a ausência da candidata Dilma Rousseff (PT), o socialista classificou sua postura como prepotente e arrogante. “É um desrespeito ao povo brasileiro, ela que é mais desconhecida”, acusou. O ex-petista lamentou a violação de sigilo dos tucanos. “Toda vez que na política vale tudo, a moral e a ideologia perdem”, declarou.
22h16 – Já é grande a movimentação de jornalistas e assessores dos candidatos.

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