sexta-feira, 9 de julho de 2010

Ferroeste, Ferrosul e a Rede Ferroviária Nacional

Malha ferroviária nacional

Sem querer entrar no mérito da questão relativa aos que estão chegando para assumir a direção da ferrovia ou a dos que estão saindo, pois as idéias e os objetivos e os compromissos em as aplicar estão acima das pessoas, é importante fazer uma retrospectiva do que foi, do que é e do que poderá ser está importante empresa, a Ferroeste, do ponto de vista do desenvolvimento estratégico do Sul do país e de todo o Brasil.

Está mais do que provado que o transporte exclusivamente rodoviário é um dos mais importantes gargalos a impedir de nos tornarmos competitivos do ponto de vista do mercado internacional, já que os altos custos do transporte dos nossos produtos deixam no mercado internacionalmente a nossa produção menos competitiva.

A direção que saí quando assumiu a empresa pegou a estrutura totalmente privatizada e sucateada, já que os que tinham ganhado o “direito” de explorar a ferrovia não haviam feito os investimentos contratuais para o seu desenvolvimento e a mesma estava dilapidada e falindo. Neste quadro de pessimismo a direção que havia assumido, o que já era apenas um espaço burocrático, entra na Justiça e consegue dar ganho de causa ao processo de reestatização da empresa, mas a empresa que retorna ao Estado era menor do que foi na época em que foi criada, já que seu patrimônio por causa da venal sanha criminosa dos privatistas havia encolhido.

Para que a empresa Ferroeste pudesse voltar a cumprir o seu papel havia a necessidade de novos investimentos por parte do Estado e estes não ocorreram, tanto por ter pessoas dentro do próprio governo que queriam que ela continuasse privada, mas nas mãos de outro grupo, no caso a ALL, como também pelo o outro grupo, no qual incluo o próprio Requião, que embora aparentemente no discurso defendesse a estatal do ponto de vista prático nada fez para que a mesma fosse novamente viabilizada, já que os novos investimentos necessários ao seu desenvolvimento não ocorreram.

Aos que hoje saem, pelo descaso do Requião, só restou a vontade política de querer que a idéia fosse adiante e isto fizeram bem, pois da discussão sobre a viabilização da Ferroeste resultou uma coisa muito maior, que é a viabilização legal que permite que em futuro próximo a Ferrosul, a qual a Ferroeste está legalmente e umbilicalmente ligada, seja uma importante conquista em prol do desenvolvimento do Brasil.

O que esperamos que ocorra a troca de pessoas e não dos propósitos, no que boto fé que seja a vontade do Pessuti, e que tal qual aconteceu em parte no Paraná, o que importa é o retorno da importante pauta que é a reestatização da malha ferroviária nacional, hoje totalmente destruída pelos concessionários que dela se beneficiaram com as privatizações, mas que não cumpriram com o papel contratual de manutenção e melhoria da mesma pela ampliação da malha.

A prática nociva das empresas que se beneficiaram com as privatizações da malha ferroviária, que só visam o lucro imediato e não a construção de um projeto estratégico de desenvolvimento nacional levou ao sucateamento da rede, o que ocorreu com a complacência do atual governo federal, pois os trechos que os privatistas não operaram, mas que por contrato deveriam ter continuado a receber manutenção, o que não foi cumprido, e estes foram abandonados e isto trouxe bilhões em prejuízo para o país, que assim perdeu e perde pela deteriorização da malha existente, de milhares de quilômetros em infra-estrutura ferroviária, o que é um enorme crime cometido contra o nosso futuro.

Esperamos que os que hoje assumem a Ferroeste, como os que logo após as eleições de outubro irão assumir o novo governo estadual e também o governo federal, acreditem na idéia da importância estratégica que possui o transporte ferroviário, e que ao contrário do Lula e do Requião saiam do discurso e tomem atitudes reais para que o projeto estratégico da priorização do transporte ferroviário público e misto, pois devemos também aceitar novos investimentos com parceiros privados ou estatais internacionais, tal qual a China que quer aqui quer investir no setor, tome o lugar devido, no caso o topo da agenda estadual e nacional de prioridades.

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