terça-feira, 13 de abril de 2010

Mudanças de tom no discurso do governo Pessuti


Ao contrário do Requião, que construiu a sua carreira usando e abusando do contraditório para ser o centro das atenções, o Pessuti democraticamente se dilui na paisagem em busca do consenso.

O papel do governador passa da postura centralizada do poder no colo do mandatário, o que emperrava a máquina pública, para algo coletivo. Com o Pessuti está decadente relação muda, pois como parlamentar que foi sabe que o instrumento democrático de delegação de poderes e a cobrança do melhor andamento e da fiscalização dos trabalhos são o eixo do caminho a ser trilhado, o que deverá melhorar com a prestação dos serviços ofertados pelo estado, pois com a descentralização criteriosa a máquina andará mais rápido.

O governador só é um líder quando comanda a equipe estando no centro e não ao lado, atrás ou a frente, pois as ações de governo nunca serão as de um único homem, mas sim do coletivo, a que simplesmente como mais um coordena.

A postura autoritária do Requião ao gerenciar a partir do contraditório implica em provocar os choques interpessoais e interestruturas para assim subtrair os divergentes resultados. Isto acaba por criar o clima de desagregação entre as pessoas e entre as estruturas de poder, o que para o funcionamento integrado da máquina pública trás danos irreversíveis, já que a fraguimenta em feudos, sendo que estes estimulados a tal prática acabam estando permanentemente em guerras uns contra os outros.

Dentro dos órgãos públicos a prática corrente não era diferente já que as hierarquias internas das empresas, tão centralizadas como o governo central, tinham comandos paralelos, pois o governador não confiava em ninguém e pelo uso do fortalecimento do clima de delação tornava os ambientes insuportáveis para a convivência em grupo.

Sem a centralização ocorrendo de forma democrática a máquina pública trava e o seu desempenho fica prejudicado.

Ninguém além de Deus é onipotente, onisciente e onipresente e querer imitar tal prática nos torna caricatos, pois não temos o poder de estar em todos os lugares ao mesmo tempo, assim para poder bem dirigir a coisa pública temos de confiar e estar junto ao delegar o poder de executar, mas não na frente travando a caminhada do grupo.

No momento o Pessuti está envolto em um grande divisor de águas, e este tem origem no fato de que querem que ele continue na prática como mero vice e deixe a máquina pública ser dirigida de fora para dentro através da manutenção total da velha equipe, sendo que está não foi a que ele indicou, pois a mesma foi imposta pelas articulações do ex-governador Requião. Não é isto o que ele pretende ou projetou, já que a forma de ele ver o gerenciamento da máquina pública é outro e para que isto ocorra às mudanças são necessárias e imprescindivelmente imediatas, já que o tempo é escasso e assim não há margem para experimentações ou atitudes pusilânimes. É hora de impor a própria marca mantendo o que há de bom e expurgando o que não serve.

Observando o público da Escolinha vi faces com olheiras, pés descadenciadamente batendo no chão, mãos amassando objetos ou apertando freneticamente os braços das poltronas ou em frenesi apertando as próprias mãos. Isto demonstra o grau de intranquilidade dos já não tão poderosos comissionados, pois a maioria se vê sem os pés no chão ao sentirem que mudanças ocorrerão.

Muitos destes que de forma oportunista tentam continuar nos cargos não merecem por nunca terem demonstrado o devido respeito pelo atual governador. Talvez isto ocorra por não serem oriundos da tradição partidária ou por nunca terem visto o partido como tal e sim como mero apêndice do Requião. Os que não estavam neste pequeno círculo de vassalagem total eles do “núcleo duro" viam com desconfiança. Estes deviam ter a dignidade de entregar o cargo, pois isto pouparia o desprazer do ato do atual governador exercer o seu poder de escolha. Seria mais elegante tal ato de desprendimento!

O período do Requião no comando total acabou e o novo governante tem o direito de exercer o cargo que pelo voto o povo lhe delegou.

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