Quem o via ao longe rugir dentro da jaula dourada tinha a falsa impressão de estar perante o “rei das selvas”, ledo engano. O animal todo poderoso de perto e fora da jaula do picadeiro central é apenas uma caricatura do que pensamos que ele fosse enquanto o predador dos outros animais.
Os rugidos no espetáculo eram amplificados pela sonorização do circo e as garras e as presas os adestradores já lhe haviam arrancado há muito tempo.
Nascido em cativeiro nunca realmente esteve na savana e as jaulas douradas sempre foram o seu habitat.
Para o público pagante ele sempre representou o feroz guerreiro a dominar a savana, mas para os tratadores e seus suculentos nacos de carne ele sempre foi um gatinho dócil e meigo, cujos rugidos só servem para alertar aos mesmos que o bichano está com fome.
Por ser de circo o seu bando improvisado é composto de cachorros, gatos, hienas, zebras e macacos adestrados e todos estes fingem que lhe temem e não por que tenham medo ou respeito, mas por não aguentarem os seus insuportáveis, desafinados e mimados rugidos.
De tão decadente em que encontra o seu estado ele não consegue mais pular os arcos de fogo e os demais obstáculos o que o torna um peso morto, um chato a rugir, pois pela idade nem ao menos serve para procriar.
terça-feira, 13 de abril de 2010
Calma, pois o leão é velho, está banguela e é de circo


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