domingo, 30 de setembro de 2012

Candidatos tomam fôlego para a reta final de campanha


Mais dois dias de programa eleitoral no rádio e na televisão, dois debates na televisão, quatro dias para o fim da campanha de rua, comício e carros de som rodando pelos bairros. Esse é o tempo que os candidatos a prefeito e vereador de Curitiba têm para conquistar os indecisos, ou mesmo mudar a tendência de voto dos eleitores.
Nas eleições para prefeito, se a votação estivesse marcada para hoje, Ratinho Júnior (PSC) e Luciano Ducci (PSB) provavelmente continuariam na disputa de segundo turno. Mas até o próximo domingo todos terão de tomar um fôlego final para a corrida eleitoral, na tentativa de manter ou mudar a tendência de voto.
Round final
Veja a estratégia dos quatro principais candidatos a prefeito de Curitiba para a última semana de campanha antes do primeiro turno:
“Seguiremos normalmente as atividades, com intenso contato com os eleitores. Serão carreatas, caminhadas e visitas, os debates na TV e o programa eleitoral gratuito, para apresentar aos eleitores as ideias centrais da candidatura.”
“Vamos continuar a destacar nossas propostas, nossa experiência de gestão. Quando o eleitor comparar nossas propostas, que são propostas de verdade, viáveis e com planejamento, ele se decidirá por nossa candidatura.”
“Vamos intensificar o corpo a corpo. Reforçar a presença do candidato nas ruas e, consequentemente, o contato com os eleitores.”
“A estratégia permanece a mesma. Seguimos com o tom propositivo e crítico, sustentado por ideias e pela experiência. Com a campanha nas ruas, próxima à população, e os últimos debates, devemos atrair os eleitores indecisos.”
É nessa última semana que os eleitores indecisos, principalmente aqueles que estavam desinteressados do movimento das campanhas, precisarão começar a se preocupar com o assunto para decidir em quem votar. O horário eleitoral no rádio e televisão, as notícias de jornais, a movimentação das campanhas nas ruas e as conversa com parentes e amigos devem ser as fontes de informação mais importantes para essa decisão. “Para esse eleitor pouco mobilizado, as informações boca a boca sobre os concorrentes, a presença desses candidatos no bairro, apertando as mãos, é importante”, diz a cientista política Luciana Veiga, da Universidade Federal do Paraná.
O presidente da Associação Brasileira de Consultores Políticos, Carlos Manhanelli, afirma que é importante ir às ruas e mostrar volume de campanha. Segundo ele, uma significativa parcela do eleitorado escolhe o candidato por esse motivo. “Muitas pessoas ainda tendem a se impressionar com o volume da campanha nas ruas”, explica. “Também é imprescindível realizar uma pesquisa qualitativa, que aponte os motivos de os indecisos ainda estarem indecisos.”
Luciana Veiga acredita que, tão ou mais importante que tentar conquistar os indecisos é buscar atrair os que não estão muito confiantes na sua decisão. Na rodada anterior do Datafolha, de 10 e 11 de setembro, 30% dos que citaram um candidato disseram que poderiam mudar o voto. É o chamado voto flutuante. “Esse eleitor está quase decidido. Está esperando para ver se nada de ruim aparecerá sobre seu candidato e se tudo se mantiver como está, ele confirma o voto”, diz Veiga.
A estratégia de ataque entre os adversários, entretanto, não é aconselhável, diz Luciana. “As denúncias, se vierem, terão de ser muito bem fundamentadas porque se fizerem a pessoa a pensar que não é muito verossímil, pode haver um efeito bumerangue, ou seja, se voltar contra quem atacou.” Geralmente, os coordenadores de campanha preferem que o candidato apareça apresentando propostas e se despedindo, evitando ataques. “É a hora de ficar doce, mostrar confiança”, diz.
Por outro lado, Manhanelli avalia que essa é a hora de ir partir para o ataque, ir para o tudo ou nada. “Comparo a eleição a uma luta de boxe. Esse é o último round, no qual um lutador aguarda para ganhar por pontos e o restante tem de tentar o nocaute. É preciso abrir a guarda e tentar o golpe de misericórdia”, diz.
O consultor político cita a última eleição presidencial como exemplo bem-sucedido dessa estratégia, quando José Serra usou os temas aborto e religião contra Dilma Rousseff (PT) e conseguiu forçar o segundo turno.
Os dois debates que ocorrem nesta semana também podem ser palco de ataques. Na terça-feira, a RIC TV faz a transmissão a partir das 23h15. Na quinta-feira, o debate na RPCTV começa às 23 horas. (GP)

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