domingo, 30 de outubro de 2011

ONG acusa milícias líbias de aterrorizar simpatizantes de Kadafi

A ONG Human Rights Watch (HRW) denunciou neste domingo que milícias rebeldes líbias da cidade de Misrata estão "aterrorizando" moradores da localidade de Tawerga, que foram acusados de serem simpatizantes de Kadafi.

A ONG, com sede em Nova York, afirmou em comunicado que Tawerga, que tem cerca de 30 mil habitantes, está totalmente despovoada e que dirigentes milicianos de Misrata intimidaram os moradores para que não retornassem.

A HRW afirma que segundo testemunhos de 61 pessoas que viviam na localidade os milicianos de Misrata atiraram, bateram, abusaram, torturaram e prenderam moradores de Tawerga, muitos também tiveram suas casas saqueadas e queimadas.

Para a diretora da HRW no Oriente Médio e Norte da África, Sarah Leah Whison, "a vingança contra os moradores de Tawerga, além das acusações contra eles, abala o objetivo da revolução líbia".

A ONG exigiu ao Conselho Nacional de Transição líbio (CNT), a autoridade máxima política do país, que controle sob um comando comum os mais de 100 grupos armados de Misrata e exija responsabilidades por seus atos.

As autoridades locais e diversas pessoas acusam os moradores de Tawerga de ter cometido crimes junto com as forças aliadas a Kadafi, que usaram o local como base para os ataques a Misrata durante o cerco que impuseram a essa cidade líbia entre março e agosto, esclarece a HRW.

A ONG, que possui diversos testemunhos de abusos e torturas, dentro e fora dos centros de detenção de Misrata, destaca que o vice-presidente do Conselho da cidade, Sedik Bashir Bady, teria pedido aos combatentes e aos guardas das prisões que respeitem os detidos, o que não foi cumprido.

A HRW lançou uma série de recomendações para pôr fim a esses incidentes. Dentre as medidas, a ONG pede a condenação e punição dos abusos contra os moradores do local, a unificação das brigadas, a transferência dos prisioneiros de Tawerga para outros centros do país e o restabelecimento do sistema judiciário.

Esta não é a primeira acusação da HRW contra as milícias de Misrata. Em 24 de outubro, a HRW denunciou que 53 supostos simpatizantes de Kadafi foram executados por combatentes de Misrata em um hotel de Sirte, cidade natal e último reduto de Muammar Kadafi, preso e assassinado pelos rebeldes no último dia 20.

Estas denúncias, junto com os vídeos divulgados sobre as torturas às quais Kadafi foi submetido após sua detenção, prejudicaram a imagem da rebelião popular contra o regime do líder líbio, que começou de forma pacífica em fevereiro e acabou se transformando em um conflito armado. (EFE)

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