Quando secretário da Segurança no governo Requião, Luiz Fernando Delazari descobriu a pólvora ao afirmar, numa reunião com delegados, que impressões digitais eram fundamentais para identificar criminosos. Na ocasião, inspirado nos filmes policiais norte-americanos que costumava assistir, recomendou aos delegados que procurassem preservar cenas de crimes e que recolhessem diligentemente as digitais que pudessem ser encontradas.
Seria uma grande revolução num estado que, na sua gestão, deixava 70% dos crimes sem identificar os autores caso se, em seguida, Delazari tivesse providenciado a contratação de profissionais habilitados para lidar com digitais – no caso, os papiloscopistas, categoria e técnica pouco prestigiadas na estrutura da Polícia Científica.
Pois bem: não é que agora as digitais do ex-secretário Delazari foram encontradas entre as fontes que distribuem informações sobre uso, supostamente indevido, de aviões privados por parte do ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, e de sua mulher, a chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann? Sem exatamente lançar mão do trabalho de papiloscopistas, o Palácio do Planalto executou um trabalho de engenharia reversa para, ao final, identificar o dedo de Delazari na origem das notícias.
Esta identificação pode levar à descoberta de outro envolvido: Delazari é hoje funcionário do Senado, lotado no gabinete do senador Roberto Requião, conhecido desafeto de Paulo Bernardo. Ainda recentemente, foi condenado pela Justiça a pagar indenização de R$ 100 mil ao ministro por ofensas que proferiu contra ele na “escolinha” televisiva que comandava durante seu governo. Seria o mandante? (GP)
0 comentários :
Postar um comentário