terça-feira, 22 de junho de 2010

Uma eleição polarizada entre a pauta do PSDB e a do PT?

Na eleição majoritária deste ano o governo do PT e seus aliados tentam impor a mesma o caráter plebiscitário, o que implicaria na polarização entre os dois principais candidatos, no caso a Dilma contra o Serra. A candidata, embora historicamente tenha características pessoais e políticas diferenciadas das da assumidas pelo governo, como também não é um xerox do Lula, é vendida enquanto tal, o que na campanha ao assumir a própria imagem poderá lhe gerar sérios problemas ao pelas necessidades do debate mudar de discurso.

Embora pela forte presença nos meios midiáticos o governo tente impor que este é um “governo diferente” as medidas econômicas e sociais não são diferenciadas as das implementadas pelo governo FHC, tal qual a política econômica herdada pelo Lula ou Bolsa Família, que não passa de cópia dos programas implementados tanto pelo Marconi como pelo FHC, ambos do PSDB. Em relação às privatizações os petistas que tanto as criticaram hoje no governo dão continuidade as mesmas, pois privatizaram as áreas de exploração de petróleo, as rodovias federais, as florestas nacionais, e hoje colocam em andamento as privatizações dos aeroportos.

Embora exista grande semelhança entres as políticas públicas adotadas pelo governo
Lula com as aplicadas pelo FHC, os momentos históricos são diferentes, pois o PSDB governou sob a pressão de cinco grandes crises mundiais e de recessões por elas geradas e o Lula, pelo contrário, pegou carona em um forte período de crescimento da economia mundial, mas sendo que no mesmo o Brasil se desenvolveu muito menos que os demais países de igual importância econômica.

Ao dar continuidade às políticas recessivas emergenciais de crise (corte nos gastos públicos, enxugamento da máquina pública, e embora eu questione a forma, as privatizações), que no governo FHC foram necessidades impostas pelo processo de globalização para conter a inflação e depois a deflação, já o Lula ao manter as altas taxas de juros e as demais políticas econômicas cometeu erros maiores, já que em um período de expansão da economia mundial elas deixaram de cumprir o papel de estabilizar a economia e se tornaram anti-desenvolvimentistas.

A Dilma surfa na onda provocada pelo alto índice de popularidade do governo Lula, pelo qual foi empurrada até atingir os níveis de popularidade emprestada que obtêm nos dias de hoje. Embora o governo Lula tenha uma agenda positiva mediana o efeito midiático obtido com o uso de mais de 7.000 meios de comunicação, ao custo de mais de um bilhão ao ano para a publicidade das ações do governo faz com que está torne pela venda do discurso do Lula o Brasil, que apesar da propaganda oficial pouco cresceu neste governo, um “espetáculo de desenvolvimento”.

Do outro lado temos o Serra, ex-governador de São Paulo, no pleito presidencial. Empatado na disputa nesta pré-campanha, Serra, ao contrário da Dilma que se encontra a dois anos em campanha, apenas recentemente se declarou candidato.

Ele que não é o FHC, tal qual a Dilma não é o Lula, como também os momentos históricos são outros, foge da polarização dicotômica ao impor a sua própria agenda, que é nacional desenvolvimentista.

Está falsa polarização, que falsamente se apresenta como o centro das eleições de 2010 é enganosa ao pegar os incautos com uma análise superficial.

Só teremos claro que de fato é quem quando começando os debates a verdadeira Dilma surgir de trás do escudo Lula e o Serra poder mostrar que ele, o cepalino da UNICAMP, não é FHC, o sociólogo da USP, tal qual o Lula em seu discurso plebiscitário tenta impor.

Caso os debates clareiem a verdadeira opinião expressa por cada candidato e estes se apresentem realmente como são e assim se inicie um novo debate nacional sobre as posições dos que verdadeiramente estão na disputa, isto pode vir a favorecer o Serra pelo seu discurso diferenciado, pois este virá com um projeto estratégico de desenvolvimento sustentável para o país, o que irá destruir com a falsa imagem de que o PAC é um projeto estratégico para o Brasil.

Caso isto não ocorra a candidatura da Marina pode crescer ainda um pouco mais e empurrar a decisão para um segundo turno, onde os votos de seus eleitores possam a vir a ter o poder de decisão final sobre quem irá para a presidência. A Marina Silva, hoje com aproximadamente 12%, mas que pode se tornar um índice ainda maior, poderá se tornar a grande eleitora.

Não bastará para os dois candidatos apenas o voto da Marina ou fortalecerem seus programas e projetos de governo para arregimentar estes votos, pois o problema para ambos é maior, pois é um eleitorado mais politizado que deverás ser individualmente conquistado pelo convencimento.

Em um passado recente houve atritos entre esta e Marina Silva, quando ambas foram ministras de Lula nas pastas de Energia e de Meio Ambiente, o que levou a o pedido de demissão da ministra do Meio Ambiente, pois a mesma não concordava com a construção da usina de Belo Monte como de outras obras do PAC, que irão trazer sérios danos sociais ambientais a região amazônica e a outras regiões do país.

O Serra, que prudentemente foge da indicação de um vice do DEM, partido que é ligado ao agronegócio, seguimento que é combatido pelos “verdes”, também sofrerá rejeição por parte destes eleitores caso não assuma posições firmes em relação à questão do meio ambiente.

Caso os debates não acabem com a polarização e faça um dos dois principais candidatos assumir a dianteira do outro, assim levando a eleição já primeiro turno, quem irá decidir a mesma serão os eleitores que não os escolheram num primeiro momento e estes formam uma massa intelectualizada e crítica.

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