quarta-feira, dezembro 12, 2012
Molina com muita prosa & muitos versos
O governador Beto Richa inaugurou nesta quarta-feira (12/12) a Usina Hidrelétrica de Mauá, na região Centro-Sul do Estado, que tem potência instalada de 361 megawatts – energia suficiente para atender 1 milhão de consumidores. A usina foi construída pela Copel e Eletrosul no rio Tibagi, entre os municípios de Telêmaco Borba e Ortigueira, com investimento de R$ 1,4 bilhão.
Em discurso, Richa destacou a importância da obra para o desenvolvimento do Paraná e do Brasil. Ele afirmou que a usina é um exemplo do que os paranaenses fazem pelo País, apesar das perdas que serão impostas ao Estado com a nova política federal para as tarifas de energia. “Desculpem a minha exaltação, mas pelo meu Estado eu brigo”, disse ele.
Ao reafirmar que o Paraná está dando a sua cota de contribuição para a redução da energia no País, ao renovar antecipadamente os contratos de transmissão, o governador disse que o Estado terá prejuízos que chegam a R$ 450 milhões, com a queda na arrecadação de ICMS, enquanto a perda anual da Copel será de R$ 178 milhões.
"O Estado e a Copel darão sua cota de sacrifício para baixar as tarifas. Mas resguardando os interesses paranaenses. Assim estamos preservando o desenvolvimento econômico e social do Estado", disse. Segundo ele, a queda da receita pode reduzir investimentos previstos em áreas prioritárias, como saúde, educação e segurança pública.
No ato de inauguração, o governador acionou uma das turbinas da nova usina. “Sem energia não há indústria e nem desenvolvimento. Ao gerar energia, a Copel também está gerando empregos e qualidade de vida”, afirmou Richa.
Segundo ele, a Copel vive uma fase de expansão, com atuação em oito estados brasileiros, além do Paraná. "A entrega desta usina tem uma importância econômica para a região, para o Paraná e para o Brasil e reafirma o posicionamento da Copel como empresa de destaque na América Latina”, disse.
POTÊNCIA - Usina de Mauá é a 6ª maior hidrelétrica em potência instalada em território paranaense, ficando atrás apenas das cinco usinas localizadas no rio Iguaçu. Com a nova hidrelétrica, a Copel agora conta com 25 usinas no seu parque de geração, que soma 5.500 megawatts de potência.
Richa destacou que a companhia fez um investimento recorde de R$ 3 bilhões nos dois últimos anos, com quatro milhões de ligações elétricas, atendendo mais de 10 milhões de pessoas em todas as regiões do Paraná. O governador lembrou ainda que o Paraná é o primeiro Estado 100% digital, com cobertura da rede de fibra óptica da Copel nos 399 municípios.
Em janeiro de 2013 será inaugurada a usina Cavernoso 2, em Virmond, com 19 MW. A Copel está construindo a Usina Colíder, no Mato Grosso, e quatro parques eólicos no Rio Grande do Norte.
A concessão da Usina pertence ao Consórcio Energético Cruzeiro do Sul, formado pela Copel (Companhia Paranaense de Energia), com 51%, e pela Eletrosul Centrais Elétricas, com 49%. “Uma parceria bem sucedida com a Eletrosul, baseada em confiança recíproca. Sem isso não há como firmar um acordo dessa envergadura”, destacou o governador.
MAUÁ - A barragem da Hidrelétrica Mauá tem 745 metros de comprimento na crista e 85 metros de altura máxima, e permitiu a formação do reservatório com 84 km² de superfície. Uma queda bruta de 120 metros foi aproveitada para levar a água do reservatório até a casa de força principal. Para isso, foi construído um circuito composto por tomada d’água de baixa pressão, túnel de adução com 1.922 metros de comprimento, câmara de carga, tomada d’água de alta pressão e três túneis forçados no trecho final.
A Usina tem duas de suas cinco unidades geradoras operando comercialmente – o que significa que a energia gerada já está sendo transmitida ao Sistema Interligado Nacional. As demais três unidades geradoras (a terceira na casa de força principal e duas menores na casa de força complementar) estão na fase de testes.
Segundo o presidente da Copel, Lindolfo Zimmer, a previsão é de que até o fim de janeiro de 2013 todas as cinco estejam operando. “São usinas que começam a operar num momento extremamente importante para o sistema interligado nacional, que opera em equilíbrio tênue pela falta de chuvas ou pelo atraso das chuvas, estando os reservatórios, lamentavelmente, com seus volumes de água em seus mínimos".
O presidente da Eletrosul Eurídes Mescolotto disse que a usina é importante para o desenvolvimento do Paraná e do Brasil: “Vivemos uma fase de intenso crescimento em todo o País. Mas não há crescimento possível sem energia. Interligada ao sistema de distribuição nacional, a energia produzida em Mauá vai contribuir para o desenvolvimento, com as devidas compensações ao meio ambiente”, afirmou Mescolotto.
MEIO AMBIENTE - Ao longo da construção, foram desenvolvidos 34 programas ambientais, que fazem parte do Projeto Básico Ambiental (PBA) do empreendimento. Estes programas tiveram como objetivo mitigar, compensar impactos e potencializar os benefícios decorrentes do empreendimento. No total, o investimento nos programas do PBA ultrapassa R$ 300 milhões.
Foi feito um trabalho cuidadoso com as famílias atingidas pelo empreendimento. Em 2007, foi feito um censo socioeconômico das 191 propriedades que foram total ou parcialmente alagadas para a formação do reservatório. Com base nessas informações, o Consórcio elaborou, juntamente com os atingidos, um Termo de Acordo que definiu a forma de indenização pelas terras desapropriadas, benfeitorias e atividades comprovadamente inviabilizadas pela construção da Usina.
O documento também previa a possibilidade de algumas das famílias serem beneficiadas pelo Programa de Reassentamento, desde que atendidos os requisitos - no total, 144 famílias foram reassentadas. Um Plano Básico Ambiental foi elaborado especialmente para as terras indígenas O documento, aprovado pela Funai, prevê a implantação de uma série de programas em oito terras indígenas.
Participaram da cerimônia, a ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, representando a presidente da República; o diretor do departamento de programa de energia elétrica e conselheiro da Eletrosul, Celso Knijinik, representando a ministra do Planejamento, Mirian Belchior; o senador Sérgio Souza; o diretor-geral brasileiro da Itaipu Binacional, Jorge Samek; o presidente da Eletrobras, José da Costa Carvalho Neto. Os deputados estaduais Kielse Crisóstomo e Plauto Miró; o prefeito de Telêmaco Borba, Eros Danilo Araujo; e Joel Malucelli, responsável pela construção da usina.