sábado, 4 de dezembro de 2010

Curitiba: Violência aumenta pelo terceiro mês seguido

Marcelo Vellinho/ParanáOnline

Pelo terceiro mês consecutivo, aumentou o número de assassinatos em Curitiba e região. Em novembro, 158 pessoas foram mortas, 7,5% a mais que outubro. Um dos fatores que contribuíram para esse índice foi o aumento da criminalidade em Almirante Tamandaré, que dobrou com relação à média do ano, e no Cajuru, onde gangues se digladiaram e tornaram o bairro o mais violento.

Novembro ainda se caracterizou pela chegada do forte calor, que também "colabora" com o crescimento da violência, e com a quantidade acima do normal de crimes envolvendo familiares. Mesmo assim, na comparação com o mesmo período do ano passado, houve redução de mortes em quase 5,5%.

Desde o início do ano, 795 foram assassinadas em Curitiba, média de 72 por mês. Na região metropolitana, foram 80 crimes fatais. Almirante Tamandaré foi o destaque negativo, com 15 vítimas, média de uma a cada dois dias.

O número de assassinatos foi apurado a partir de acompanhamento diário dos crimes - na maior parte das vezes com reportagem no local - e levantamento feito nas delegacias responsáveis pela instauração dos inquéritos policiais.

O relatório divulgado pelo Instituto Médico Legal (IML) também foi utilizado como base de informação, porém, a pesquisa descartou as vítimas de acidentes de trânsito, e apurou e eliminou os suicídios e as mortes não delituosas.

Também foram retirados os casos em que não haviam sido apuradas as causas da morte, exceto os que apresentavam indícios de violência. Foram computados todos homicídios, latrocínios, confrontos com a polícia e as lesões corporais seguidas de morte.

Beto diz que situação do Estado não assusta

Roger Pereira/ParanáOnline

Falando à imprensa pela primeira vez desde que retornou de suas férias nos Estados Unidos e recebeu o relatório de sua equipe de transição, que apontou um déficit de R$ 1,5 bilhão nas contas do Estado, Beto Richa disse que não se assustou com as informações do relatório.

"Já imaginava que a situação do estado era difícil, já vinha acompanhando, conversando com servidores, sabia que a situação do estado era grave. Basta ver a paralisação do governo que dá para perceber que alguma coisa está errada".

O governador eleito lamentou os poucos recursos destinados a áreas fundamentais, como a saúde, no projeto de Orçamento para 2011, mas disse confiar que a Assembleia possa aprovar algumas alterações propostas para cobrir furos detectados por sua equipe:

"Estamos acompanhando atentamente na Assembleia a votação do orçamento e de algumas modificações que ainda podem ser feitas para não comprometer o nosso governo do ano que vem. Mas acredito que, com boa vontade, os deputados vão contribuir para poder melhorar o orçamento".

O bom senso que Beto espera dos deputados é a aprovação da proposta de emenda que permite ao futuro governador remanejar 7% da receita líquida do Estado.

"Essas emendas sempre são aprovadas. Todos os governos sempre têm a possibilidade de remanejar dentro de um percentual que seja aceitável para que possa de acordo com as prioridades estabelecidas, executar os programas", justificou.

PP ainda espera






ParanáOnline

A indicação do PMDB para compor o primeiro escalão do governo Beto Richa, pode desagradar alguns dos aliados do tucano na eleição de outubro que, até agora, ainda não foram contemplados com indicação para o secretariado.

O presidente estadual do PP, Ricardo Barros, sem polemizar, disse que ainda não foi procurado por Beto para tratar do espaço que seu partido ocupará. "Estamos aguardando o governador fazer uma proposta de participação para o partido avaliar. O partido tem muitos bons quadros e o Beto já conhece nossas lideranças, pois esteve com eles na campanha", disse o deputado federal, cotado para a Secretaria de Indústria e Comércio.

"Espero que haja essa participação do partido, porque as pessoas de fato participaram da campanha. Vamos aguardar dentro da composição que ele precisa fazer de nomes, de regiões e de partidos, que não é uma composição simples". (RP)

PMDB não abdica da 1.ª Secretaria

ParanáOnline

O presidente estadual do PMDB, Waldyr Pugliesi, disse que a decisão sobre a entrada do PMDB no governo tucano será coletiva. "Não pode ser a decisão de um deputado, de um presidente de partido, de um líder. Tem que ser discutida com todo o partido", afirmou Pugliesi, encarregado pela bancada de comunicar a Rossoni que o PMDB não abdica de indicar o 1.º secretário na chapa encabeçada pelo tucano na eleição para a Mesa Diretora da Assembleia Legislativa.

Para Pugliesi, esse é um ponto importante da conversa com os tucanos. "Nós queremos estar na Mesa para cumprir um plano de trabalho para fortalecer o Legislativo, ajudar no processo de melhora da imagem da Casa. Não é uma simples ocupação de cargos", comentou o presidente estadual do PMDB.

O mesmo raciocínio se aplica à uma eventual participação no governo do PSDB, comparou Pugliesi. Para o presidente do partido, esta é uma discussão que envolve compromissos e projetos de governo.

Tucanos convidarão PMDB para participar do governo


Elizabete Castro/ParanáOnline

Valdir Rossoni observado por Waldyr Pugliesi: "nós queremos todos".
O convite do PSDB para que o PMDB participe do governo de Beto Richa (PSDB) será formalizado na próxima segunda-feira, 6, pelo presidente do diretório estadual tucano, Valdir Rossoni.

O dirigente do PSDB irá fazer a proposta diretamente ao presidente estadual do PMDB, deputado Waldyr Pugliesi. "Vou colocar o desejo que temos de ter o PMDB no governo. Será uma conversa de presidente de partido para presidente de partido", disse Rossoni.

O tucano afirmou que a expectativa é que o PMDB aceite a proposta de forma unitária. Mas se houver a adesão parcial, o PSDB não vê problemas na posição já que apenas uma parcela de peemedebistas apoiou a candidatura de Beto Richa ao governo do Estado na campanha eleitoral deste ano. "Nós queremos todos", frisou Rossoni.

A proposta para ocupar uma secretaria no governo e a composição para a Mesa Diretora da Assembleia Legislativa não estão vinculadas, afirmou o presidente do diretório tucano, candidato único à presidência da Casa.

"São coisas separadas", definiu Rossoni, observando que a composição com o PMDB para a eleição é um processo que ainda não está definido e que tem obstáculos.

O PMDB exige indicar o candidato a 1º secretário, a segunda função mais importante da Mesa, mas o DEM resiste a ceder a vaga. "A solução para a Mesa está difícil porque o DEM não abre mão", confirmou Rossoni, que já ofereceu a 2ª vice-presidência para o PMDB.

No encerramento do Programa do Empreendedor Rural, ontem pela manhã, o governador eleito desconversou sobre o convite ao PMDB. Disse que ainda não há nada de concreto em relação à participação do PMDB no governo, mas definiu como "boa" a relação entre os dois partidos.

"Temos boa relação, mesmo no período eleitoral, quando tive apoio de importantes lideranças do PMDB, porque minha origem é desse partido. Facilita o diálogo e todos conhecem nossas boas intenções no governo do Estado", disse.

Sobre a indicação do deputado estadual Luiz Claudio Romanelli (PMDB) para ser o representante do PMDB no governo, Beto também foi evasivo, mas elogiou o peemedebista com quem se reuniu anteontem, conforme apurou O Estado.

"Não posso falar baseado em suposições, não tem nada de concreto, mas reconheço as qualidades do Romanelli, deputado atuante, combativo, articulado, inteligente, dos mais competentes da Assembleia Legislativa, mas não tem nada. É um período rico de boatos", declarou o governador eleito. Romanelli foi um dos deputados que o apoiaram na campanha eleitoral deste ano, junto com Alexandre Curi e Reinhold Stephanes Junior.

Beto Richa admite negociações para acomodar PMDB, mas nega ter convidado o Romanelli para assumir uma Secretaria

Bonde

O governador eleito Beto Richa (PSDB) afirmou ontem que não tem conhecimento de que integrantes de seu partido ou de sua equipe de transição tenham convidado o deputado estadual Luiz Cláudio Romanelli (PMDB), que foi líder do ex-governador Roberto Requião (PMDB) na Assembleia Legislativa, para assumir alguma secretaria no novo governo ''Não tenho conhecimento disso, simplesmente temos conversado com setores do PMDB sobre a composição da Mesa da Assembleia Mas, como disse desde o início, eu não interfiro nisso, reconheço a independência do Poder Legislativo'', afirmou

Beto admitou, no entanto, que tem sido procurado pelas partes interessadas, mas que tem encaminhado as discussões para setores aliados na Assembleia, em especial ao PSDB e ao deputado estadual Valdir Rossoni, candidato à presidência da Casa "Fora isso é só especulação Eu reconheço as qualidades do Romanelli, é um grande parlamentar, combativo, articulado, inteligente, é um dos mais competentes na Assembleia, mas não há nada de consistente e concreto em relação a secretarias do PMDB Não posso falar baseado em suposições", disse

Sobre as divergências dentro do grupo de transição do governo, sobre as contas do governo atual, Beto ressaltou que é pública a incapacidade de endividamento e de pagamento do governo "Vamos ter grande esfoço no início do governo para colocar a casa em ordem, usar muita austeridade, absoluto rigor na administração dos recursos", afirmou, ressaltando que ao assumir determinará a seu secretariado a redução de cerca de 15% dos gastos de custeio como forma de ter mais capacidade financeira e de investimentos (M G )

Exército põe guaritas e barricadas no Alemão

Bruno Boghossian/AE

O Exército começou ontem a instalar barricadas e reforçar a estrutura necessária para ocupar o Complexo do Alemão por tempo indeterminado. Homens da Brigada de Infantaria de Paraquedistas ergueram barreiras de sacos de areia na Estrada do Itararé, um dos principais acessos aos conjunto de favelas, para garantir a proteção das tropas.

Ontem, foi publicada a determinação presidencial de estender, por tempo indeterminado, a missão nos Complexos do Alemão e da Penha. Para facilitar o "cerco e isolamento" e aprimorar a fiscalização de veículos e pedestres que circulam pela região, também devem ser instalados guaritas, postes de iluminação e outras barreiras. Segundo o coronel Ênio Zanan, chefe de Comunicação do Comando Militar do Leste, equipamentos deverão ser levados a todos os acessos do Alemão.

PMDB faz exigência e Dilma cancela anúncio parcial de ministros do partido

Eugênia Lopes e Denise Madueño/AE

A insatisfação do PMDB com os rumos da composição ministerial impediu que a presidente eleita, Dilma Rousseff, anunciasse nesta sexta-feira, 3, peemedebistas que farão parte de seu governo. Diante da rebelião do PMDB, a presidente eleita formalizou apenas os integrantes da "cozinha do Palácio do Planalto" , deixando para a semana que vem o anúncio em bloco dos nomes de todos os peemedebistas que vão integrar o primeiro escalão.

Inicialmente, Dilma pretendia formalizar nesta sexta os nomes dos peemedebistas Edison Lobão (MA) na pasta de Minas e Energia e a manutenção de Wagner Rossi no Ministério da Agricultura. O PMDB reagiu ao anúncio a conta-gotas. O receio dos peemedebistas é que a formalização de apenas dois nomes da legenda no futuro governo acabasse enfraquecendo o partido nas negociações futuras.

A presidente eleita confirmou oficialmente ontem só a indicação de Antonio Palocci (Casa Civil), Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral da Presidência) e José Eduardo Martins Cardozo (Justiça). O nome de Alexandre Padilha na pasta de Relações Institucionais deveria ter sido ratificado, mas saiu da lista de confirmados no último momento.

A expectativa é que Dilma consiga fechar o xadrez ministerial com os partidos aliados até meados da semana que vem.

Após 34 dias da eleição, Dilma enfrenta dificuldades em montar seu ministério. Além do PMDB, o PSB quer aumentar sua cota. O governador de Pernambuco e presidente do partido, Eduardo Campos, já garantiu a pasta da Integração Nacional. O PSB poderia levar o Turismo, mas ontem o ministério passou a ser cotado para o PMDB.

Ducci anuncia novo secretário do Abastecimento


O prefeito Luciano Ducci anunciou mais um secretário que vai integrar o alto escalão do Executivo municipal. Na tarde desta sexta-feira (3), foi confirmado o nome de Humberto Malucelli Neto para chefiar a secretaria municipal de Abastecimento.

Ele vai ficar no lugar de Norberto Ortigara, que assume, em janeiro, a secretaria estadual de Agricultura. Neto ocupava a superintendência da secretaria. Ele é funcionário de carreira na secretaria estadual de Agricultura, mas desde 2005 ocupa cargos de confiança na prefeitura de Curitiba.

Dos nove nomes anunciados para ocupar o secretariado estadual, seis estavam na administração municipal. No entanto, Ducci afirma estar tranquilo com relação às vacâncias. “As pessoas que saíram e que vão sair estão sendo substituídas. Estou tranquilo com esta situação e vamos nomear pessoas que já estão nos quadros da prefeitura. Prefiro que esteja assim com Beto Richa governador do que ao contrário”, comentou o prefeito em entrevista à rádio CBN na tarde desta sexta.

CIA: Os agentes que aprenderam truques de mágica

POLLIANNA MILAN

A agência de investigação americana começa a abrir sua caixa preta. Documentos revelam segredos da magia utilizados na espionagem

É difícil imaginar, mas aconteceu na maior agência de investigação dos Estados Unidos: um mágico foi contratado de 1947 até 1973 para ensinar aos agentes da CIA (Central Intelligence Agency) truques sobre como enganar a “plateia”. No caso da espionagem, as técnicas foram usadas para iludir o inimigo. Habilidosos nas mãos, os mágicos escondem debaixo das mangas do casaco os segredos para conseguir fazer a mágica sem que ela seja descoberta. Foi a partir deste conceito que os espiões aprenderam com John Mulhol­land como colocar, por exemplo, uma pílula mortal no copo de um inimigo sem que ele percebesse.

Os espiões também conseguiram, depois das aulas com o ilusionista, tirar fotos com uma microcâmera sem que ninguém notasse – assim que a foto era feita, o miniequipamento rolava automaticamente para dentro da manga porque estava preso em uma espécie de fita elástica. O manual de Mulholland (em dois volumes), que estava perdido há muito tempo, foi encontrado em 2007 durante uma pesquisa de manuais da CIA. Trata-se de cópia única e hoje faz parte do acervo histórico da agência. Os papéis sobreviveram à ordem de 1973 do então diretor da CIA, Richard Helms, de destruir todos os documentos referentes ao projeto Mkultra.

“Da mesma forma que os métodos empregados pelos mágicos iludem uma plateia muito atenta, um agente secreto, ao realizar um trabalho de espionagem, deve iludir a vigilância intensa e transmitir mensagens e material sem detecção”, afirma o consultor histórico da CIA Keith Melton, um dos autores do livro CIA: manual oficial de truques e espionagem.

Conheça alguns truques

As técnicas que hoje parecem bizarras, conforme explica Melton, foram alternativas à falta de tecnologia do período. Foi Mulholland que ensinou aos espiões como criar tanques infláveis de borracha para iludir a visão do inimigo: eles enganavam os olhos, enquanto os verdadeiros tanques de guerra estavam disfarçados com uma estrutura de madeira para se parecer com caminhão de transporte. Estes tanques perdiam suas coberturas e reapareciam no campo de batalha como se fosse uma mágica.

A técnica de troca de identidade também foi bem sucedida em Moscou. Um agente secreto norteamericano, ao planejar um encontro clandestino com um espião importante, teve de assegurar que não ficaria sujeito à vigilância. Para isso, ele coreografou uma performance com seu colega de trabalho, que era parecido com ele. Durante um evento oficial, em que os dois estavam presentes, o sósia conseguiu despistar os vigilantes do agente.

Aliás, a ideia de troca de identidade, pelo menos com os animais, não era tão nova assim. Durante a 2.ª Guerra Mundial, a divisão de operações especiais britânica criou uma camuflagem inovadora para os paraquedistas lançados secretamente sobre a França ocupada por alemães. Uma vaca de borracha, construída em duas peças, desmontável, era pintada e o espião pousava em área onde tivesse gado. Depois de estar seguro com o disfarce, ele o enterrava e seguia adiante.

Foi também na CIA que charutos cubanos foram fabricados com mortíferos para matar o comunista Fidel Castro – a tentativa, porém, teria sido abortada. Pasta de dente também foi usada como esconderijo para minirevólveres de calibre 22. Foi nesta embalagem também que um veneno foi implantado para depois a pasta ser colocada entre os artigos de higiene do presidente do Congo, Patrice Lumumba, em 1960. O plano, de última ho­­ra, teria sido rejeitado. A CIA desenvolveu ainda dardos disparados por pistolas que eram mais discretos que um fio de cabelo: não deixavam sinais no corpo das vítimas durante a autópsia. Outros lança-dardos foram feitos dentro de canetas tinteiros, bengalas e guarda-chuvas.

Hoje não se sabe se há mágicos infiltrados na CIA. O ilusionista Mulholland morreu em 1970 e, só em 1977, sua função na CIA foi descoberta, quando os documentos deixaram de ser confidenciais por causa da lei da liberdade de imprensa, que dá direito ao acesso a estes documentos.

Segundo Melton, o mágico teria sido o único contratado pela CIA até então e ensinou aos agentes que o sucesso deles dependia do fato de que ninguém deveria reconhecê-los como trapaceiros. Por isso, técnicas de ilusão para entrega de pílulas, pós e poções pela CIA eram para serem feitas clandestinamente, mas na vista de todo mundo.

Aposentadorias de ex-governadores do PR são ilegais, diz MP

ROGERIO WALDRIGUES GALINDO/GP

Nove governadores e quatro viúvas recebem benefício no estado hoje; STF já julgou lei do Mato Grosso do Sul inconstitucional

O Ministério Público do Paraná quer acabar com a aposentadoria que o estado paga a nove ex-governadores e a quatro viúvas de ex-governadores. O procurador-geral de Justiça, Olympio de Sá Sotto Maior Neto, considerou o pagamento inconstitucional e solicitou que a Procu­­­radoria-Geral da República entre com uma ação no Supre­­­mo Tribunal Federal para derrubar o benefício.

Hoje, de acordo com a Se­­cre­­taria de Estado da Admi­­nis­­tração, nove ex-governadores paranaenses recebem a aposentadoria de R$ 24 mil. Quatro viúvas de ex-governadores também recebem o mesmo valor. No total, o Paraná gasta, por mês, R$ 314 mil por mês com os pagamentos. Sotto Maior sugere que o procurador-geral da República, autoridade encarregada de fazer esse tipo de contestação, peça uma liminar para suspender imediatamente os pagamentos.

Para o procurador Cid Vas­­­ques, que iniciou a contestação às aposentadorias paranaenses, há vários motivos para derrubar os benefícios. Um deles é o fato de os governadores, durante sua passagem pelo Palácio Iguaçu, não contribuírem com parcela de seus vencimentos para a Previdência. “O Supremo Tribunal Federal já julgou inconstitucional uma lei de Mato Grosso do Sul”, diz ele.

Requião e Alvaro

Até outubro, a lista de ex-governadores aposentados no Paraná tinha sete nomes. Apenas dois entre os que ocuparam o cargo de maneira permanente nunca haviam solicitado o pagamento: Alvaro Dias e Roberto Requião. No entanto, os dois fizeram a solicitação nos últimos meses. E ambos passaram a receber o valor em outubro.

Alvaro, que governou o estado entre 1987 e 1991, afirma que durante 20 anos havia se recusado a fazer a solicitação. No entanto, diz que agora estava “pagando para trabalhar” como senador. “Não recebo verba de indenização nem auxílio-moradia no Senado. E o que eu recebo, tirados os descontos, não paga os custos da função”, afirma.

Requião não havia solicitado o benefício depois de sua primeira gestão como governador, entre 1991 e 1994. No entanto, depois de mais dois mandatos, reslveu fazer o pedido. O ex-governador, que foi eleito para o Senado em outubro, não foi encontrado pela reportagem para comentar sua decisão.

Viúvas

Nesta semana, a Assembleia Legislativa votou também um projeto apresentado pelo deputado Antônio Anibelli (PMDB) que aumenta o número de viúvas de ex-governadores com direito a receber pensões. Até hoje, o Paraná poderia pagar, pela lei, apenas viúvas de governadores que permaneceram pelo menos um ano na função. O projeto estende o benefício para todas as viúvas de governadores que exerceram a função de maneira permanente (ou seja, que não estavam no cargo apenas interinamente, esperando o titular voltar de alguma viagem ou licença).

A proposta foi aprovada em primeira votação e agora vai para análise da Comissão de Finanças do Legisaltivo. Para valer, ainda precisa passar em segunda votação e, depois, ser sancionada pelo governador do estado.

A aposentadoria dos ex-governadores do Paraná se baseia num artigo da constituição Estadual, aprovada em 1989. O mesmo artigo foi o que motivou o pagamento de pensões às viúvas dos ex-governadores. Portanto, caso um pagamento seja cancelado, o outro necessariamente também será.

Beto Richa anuncia Norberto Ortigara na Agricultura

O governador eleito do Paraná, Beto Richa, anunciou na manhã desta sexta-feira (3) o economista e técnico agrícola Norberto Ortigara como futuro Secretário de Estado da Agricultura e do Abastecimento. O anúncio foi feito no encerramento do Programa Empreendedor Rural 2010, promovido pela Federação da Agricultura do Paraná (Faep) e Serviço de Apoio à Micro e Pequena Empresa (Sebrae-PR), no Expotrade Convention Center, em Pinhais, na presença de quase quatro mil pessoas. “Norberto tem uma estreita relação de trabalho, respeito e amizade com as pessoas e entidades que representam a agropecuária do Paraná. Elas me fizeram a sugestão e eu acatei com alegria, por ver que meu pensamento coincide com a aspiração do setor”, afirmou Richa.

Na Secretaria da Agricultura, Ortigara deve encaminhar criação da Agência de Desenvolvimento do Paraná e do Instituto de Defesa Agropecuária, outras duas sugestões de entidades que representam a agropecuária paranaense. “Queremos um governo parceiro, que vai trabalhar em sinergia com o setor produtivo para a geração de empregos e renda no campo”, afirmou Richa. “Nesse sentido, os órgãos públicos devem recuperar sua capacidade de planejamento e de apoio aos agricultores, naquilo que se refere à pesquisa, assistência técnica, defesa sanitária e gestão da logística, assim como na requalificação das centrais de abastecimento.”

A Agência de Desenvolvimento, proposta pela Faep, com apoio das demais entidades do setor, vai fomentar e estimular o setor, com iniciativas em parceria entre o Estado e o segmento produtivo. O Instituto de Defesa Agropecuária vai concluir o processo de estruturação da defesa sanitária do Paraná e, assim, garantir a inserção da produção local em novos mercados internacionais.

GM

Pelos discursos dos produtores e técnicos que estavam no encontro de empreendedores rurais em que a decisão foi divulgada, em Curitiba, Ortigara tem grande apoio dos produtores e encurta a distância entre o governo tucano e o setor rural.

“O novo secretário tem bom trânsito em todas as áreas e em todos os partidos. O governador foi muito feliz em sua escolha”, disse o presidente da Federação da Agricultura do Paraná (Faep), Ágide Mene­­guette.

“Ele tem experiência e sensibilidade para os problemas da agricultura familiar e vai montar uma excelente equipe”, avaliou o presidente da Federação dos Trabalhadores da Agricultura do Paraná (Fetaep), Ademir Mueller.

Beto Richa disse aos agricultores que nem Ortigara, secretário de Abastecimento sob seu comando na prefeitura de Curitiba, sabia de sua definição. Chamado ao palco, ele mostrou que estava pronto para aceitar o convite com um aperto de mão, dispensando microfones.

Criado na roça

O novo secretário disse que foi “criado na roça” e tem amplo conhecimento do meio rural. Gaúcho de Frederico Westphalen, norte do Rio Grande do Sul, contou ter 12 irmãos e que sua mãe, aos 88 anos, continua trabalhando com produção de gado leiteiro. Técnico agrícola graduado em economia, Ortigara cria 150 cabeças de gado numa propriedade de 66 hectares na Lapa, a 75 quilômetros de Curitiba. Uma parte da área é arrendada para produção de grãos e outra, coberta de florestas preservadas, relata.

“Tenho uma vida dedicada à agricultura, esse é o meu chão. Se vou me dar bem ou não como secretário é outro problema. Mas, por falta de conhecimento certamente isso não vai ocorrer”, disse. No Paraná desde 1974, ele ingressou no serviço público quatro anos depois. Foi diretor do Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria da Agricultura por três vezes a partir de 1989. Atuou como diretor da secretaria por duas vezes, a última entre 1999 e 2002. Depois disso, seguiu no serviço público como secretário de Abastecimento de Beto Richa. “Mantive contato próximo com o meio rural comprando alimentos da agricultura familiar para os programas da prefeitura”, relata.
Ortigara disse estar acostumado a trabalhar 17 horas por dia, chegando às 7 horas e voltando para casa no “horário que for necessário”. Não filiado a partidos políticos, argumentou preservar suas convicções. Disse que esse foi um dos motivos pelos quais deixou o governo do ex-governador Roberto Requião (PMDB) e foi trabalhar na prefeitura. “Gosto que as pessoas que trabalham comigo se desenvolvam. Não sou plantação de pínus, onde nada se cria embaixo. Esse não é muito o estilo dele [Requião] não. Minha porta como gestor público fica sempre aberta.”

Em sua avaliação, a agropecuária será prioridade no governo de Beto Richa. “Está assinado no plano de governo, do qual sou um dos autores”, disse.

Para cobrir rombo, Hauly pretende mexer no ICMS

Bonde

Futuro secretário de Fazenda de Beto Richa (PSDB) calcula que o Estado deixa de recolher R$ 1 bilhão por ano com o imposto


O futuro secretário de Estado da Fazenda, o deputado federal Luiz Carlos Hauly (PSDB), já traça estratégias para conferir mais eficiência à arrecadação do ICMS. m visita à Redação da FOLHA ontem, ele afirmou que o Paraná deixa de arrecadar R$ 1 bilhão por ano com o imposto e que está abaixo da média nacional de arrecadação, mesmo sendo a quinta economia do país e o sexto Estado mais populoso da federação, com mais de 10,4 milhões de pessoas.

''Um dado macro preocupante que estudo é que a arrecadação nacional do ICMS, somado com as transferências do Fundo de Participação dos Estados, é que o Paraná tem uma arrecadação menor do que a média nacional. Isso significa, no mínimo, R$ 1 bilhão a menos. Temos uma arrecadação menor do que a média de arrecadação per capita do país'', observou o tucano. Para Hauly, o primeiro passo é descobrir a fonte do problema. ''O Paraná tem praticamente 6% do PIB e tem arrecadação menor por quê? O Estado não consegue acompanhar o desenvolvimento econômico nacional por quê?'', complementou.

Hauly disse que uma de suas principais metas na Fazenda será justamente tentar dar mais eficiência na arrecadação do ICMS, o que não significaria necessariamente alterações nos percentuais praticados atualmente. Ele apontou que a primeira medida é reunir os diversos setores da economia e negociar onde se pode avançar. ''É possível tirar mais do nosso potencial agrícola? Precisamos sentar com as entidades ligadas à agricultura. É possível agregar valor aos nossos produtos? Tem que sentar então com o setor industrial. Tem ainda o potencial florestal, o potencial energético dos biocombustíveis. Dos minerais, já pedi um relatório para o Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM) sobre o potencial mineral do Paraná'', comentou.

O futuro secretário avaliou ainda que é possível fazer uma ''mudança consistente'' no sentido de simplificar o ICMS, nos moldes feitos pelo atual governo em relação à microempresa e à seletividade de alíquotas. ''Foi feita uma diminuição da carga - de 18% para 12% para 95 mil produtos - e houve impacto positivo, principalmente entre as famílias mais pobres'', pontuou Hauly.

Melhorar a arrecadação é fundamental também para cobrir parte do deficit de R$ 1,5 bilhão que a equipe de transição afirma que será herdado pelo governador Beto Richa (PSDB) e que, segundo o futuro secretário de Fazenda, pode ser até três vezes maior. Outro foco de preocupação para os tucanos é o rombo de R$ 4 bilhões na ParanáPrevidência. ''A questão previdenciária dos funcionários públicos é muito séria'', observou Hauly que, em janeiro, transfere a vaga de deputado federal para seu suplente, Luiz Carlos Setim, que é de São José dos Pinhais.

 
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