quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Campo atrasado: sĂ³ 36% dos jovens de 15 a 17 anos no ensino mĂ©dio


Os Ă­ndices usados para medir o progresso dos estudantes na trajetĂ³ria educacional revelam uma grande distĂ¢ncia entre a realidade das cidades e da Ă¡rea rural. Nas cidades, metade dos adolescentes com idade entre 15 e 17 anos estudam na etapa correta – o ensino mĂ©dio. No campo, a proporĂ§Ă£o Ă© bastante inferior: somente um terço desses jovens estĂ¡ concluindo a educaĂ§Ă£o bĂ¡sica.

Apesar dos dados das taxas de escolarizaĂ§Ă£o – que mostram quantos estudantes frequentam a etapa correta em relaĂ§Ă£o Ă  idade – dos adolescentes do campo com idade entre 15 e 17 anos terem melhorado nos Ăºltimos cinco anos, os detalhes da Pesquisa Nacional por Amostra de DomicĂ­lios, realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e EstatĂ­stica (IBGE) mostram o tamanho da desigualdade educacional do PaĂ­s . De 2004 para 2009, o crescimento foi de 13,7 pontos percentuais.

Segundo as informações chamadas de microdados da pesquisa, em 2004, enquanto 49,3% dos adolescentes da Ă¡rea urbana estavam concluindo a educaĂ§Ă£o bĂ¡sica, apenas 22% dos jovens da Ă¡rea rural estavam na mesma situaĂ§Ă£o. Em 2009, os nĂºmeros subiram para 54,4% e 35,7%, respectivamente. Entre as crianças de 7 a 14 anos, a situaĂ§Ă£o Ă© bem melhor: 94,8% das 5 milhões que moram no campo estĂ£o matriculadas no ensino fundamental.

Mais de 1,2 milhĂ£o de estudantes do campo com idade para cursar o ensino mĂ©dio ainda estĂ£o no ensino fundamental ou desistiram da escola. MĂ´nica Molina, doutora em desenvolvimento sustentĂ¡vel e professora adjunta da Universidade de BrasĂ­lia (UnB), reconhece os avanços, mas defende polĂ­ticas mais incisivas para a Ă¡rea. “O volume de ações nĂ£o Ă© proporcional ao tamanho do problema”, garante.

Para Daniel Ximenes, diretor de Estudos e Acompanhamento das Vulnerabilidades Educacionais da Secretaria de EducaĂ§Ă£o Continuada, AlfabetizaĂ§Ă£o e Diversidade (Secad) do MinistĂ©rio da EducaĂ§Ă£o, a dispersĂ£o geogrĂ¡fica dos alunos dificulta o trabalho das escolas. Neste sentido, ele acredita que as classes multisseriadas – na mesma turma, o professor dĂ¡ aulas para estudantes que sĂ£o de sĂ©ries diferentes – contribuĂ­ram para a permanĂªncia dos alunos na escola. O material didĂ¡tico distribuĂ­do pelo MEC aos colĂ©gios, para ele, tambĂ©m ajudou a melhorar os Ă­ndices.

Campo X cidade

Os Ă­ndices que apontam a quantidade de adolescentes com idade entre 15 e 17 anos que estĂ£o cursando a etapa correta, o ensino mĂ©dio, mostram uma grande distĂ¢ncia entre os estudantes que vivem em Ă¡reas urbanas e rurais. Confira a taxa de escolarizaĂ§Ă£o lĂ­quida (em %) dos Ăºltimos cinco anos.

Fragilidades

MĂ´nica estuda as dificuldades e as especificidades da educaĂ§Ă£o do campo hĂ¡ anos. Para a professora, alguns fatores explicam a distĂ¢ncia entre a educaĂ§Ă£o realizada nas Ă¡reas urbana e rural. Primeiro, diz ela, a oferta de escolas no ensino mĂ©dio Ă© insuficiente para a demanda. HĂ¡ quase 9 mil colĂ©gios em Ă¡reas rurais. Deste total, 75% oferecem aulas para estudantes de 1ª a 4ª sĂ©ries do ensino fundamental e 25%, para alunos de 5ª a 8ª. SĂ³ 4% desses estabelecimentos tĂªm turmas de ensino mĂ©dio.

Levar os estudantes para estudar na cidade, de acordo com especialistas, nĂ£o Ă© uma boa soluĂ§Ă£o para o problema. A distĂ¢ncia desanima, o transporte pĂºblico muitas vezes nĂ£o funciona e, o pior, a escola da cidade perde o significado para o jovem nascido e criado no campo. “A educaĂ§Ă£o no campo tem especificidades que nĂ£o se limitam Ă  adaptaĂ§Ă£o de conteĂºdos. Houve um desmantelamento da educaĂ§Ă£o no campo. O conselho definiu novas diretrizes para a Ă¡rea e podemos avançar muito mais”, afirma a conselheira ClĂ©lia Craveiro BrandĂ£o, do Conselho Nacional de EducaĂ§Ă£o (CNE).

Para a professora da UnB, entender as necessidades de quem mora no campo Ă© essencial para que a realidade possa ser diferente no futuro. “Primeiro, Ă© preciso reconhecer que levar a educaĂ§Ă£o atĂ© o campo Ă© um direito dos brasileiros que lĂ¡ vivem e nĂ£o um favor. A oferta no local onde eles moram tambĂ©m Ă© importante para que as vivĂªncias e o conhecimento prĂ¡tico produzido por eles sejam reconhecidos como valores”, analisa.

MĂ´nica acredita que Ă© preciso romper preconceitos. “A ideia de que tudo o que vem do campo Ă© atrasado e arcaico precisa acabar. Os professores tambĂ©m precisam estar preparados para lidar com isso”, comenta. Para ela, o Programa de Apoio as Licenciaturas em EducaĂ§Ă£o do Campo (Procampo) Ă© fundamental. Ela conta que, no Ăºltimo estudo que fez, com base em dados do prĂ³prio MEC, 57% dos 300 mil professores do campo em exercĂ­cio nĂ£o tinham formaĂ§Ă£o superior.

A infraestrutura das escolas, segundo a professora, tambĂ©m precisa ser melhorada. “A maioria nĂ£o possui biblioteca, laboratĂ³rios de ciĂªncia ou informĂ¡tica, nem acesso Ă  internet”, critica MĂ´nica.

Bolivianos sĂ£o libertados pela polĂ­cia de confecĂ§Ă£o em SP

AE

Estrangeiros, segundo a polĂ­cia, eram mantidos em regime anĂ¡logo Ă  escravidĂ£o e chegavam a trabalhar 15 horas por dia.

Seis bolivianos foram libertados nesta quarta-feira de uma oficina de costura onde eram mantidos em regime de trabalho escravo, no Bom Retiro, no centro de SĂ£o Paulo. Segundo informações da Secretaria de Segurança PĂºblica (SSP) de SĂ£o Paulo, um boliviano de 34 anos, acusado de submeter os compatriotas ao trabalho ilegal, foi preso.

Conforme a polĂ­cia, os estrangeiros trabalhavam atĂ© 15 horas por dia e viviam em condições precĂ¡rias de higiene e saĂºde. Eles recebiam apenas R$ 1,50 por peça confeccionada, sendo ainda descontadas despesas com alimentaĂ§Ă£o, moradia e transporte.

ValorizaĂ§Ă£o artificial do Real ameaça comĂ©rcio exterior



Durval de Noronha Goyos*

Segundo Durval Noronha, a expressiva apreciaĂ§Ă£o da moeda brasileira Ă© devida Ă s operações internacionais de arbitragem de juros
No dia 1º de junho de 2009, o Real rompeu a barreira psicolĂ³gica da cotaĂ§Ă£o de R$ 2,00 contra US$ 1,00, caindo para cerca de R$1,95 contra uma unidade da moeda americana. No mesmo dia, o MinistĂ©rio do Desenvolvimento, IndĂºstria e ComĂ©rcio Exterior (MDIC), divulgou as estatĂ­sticas do comĂ©rcio exterior do Brasil para o mĂªs de maio, registrando uma expressiva queda no superĂ¡vit brasileiro de cerca de 28%, face Ă quele havido em abril deste ano.

O rompimento da barreira psicolĂ³gica deu-se apĂ³s uma continuada apreciaĂ§Ă£o do Real face ao dĂ³lar norte-americano nos Ăºltimos 45 dias, de aproximadamente 20%. Dentre a cesta de moedas monitoradas pelo serviço Bloomberg, o Real foi a que mais se valorizou, contra aquele patamar de referĂªncia, depois do Rand sul-africano. Como era de se esperar, a moeda chinesa foi a que menos se apreciou.

A sĂºbita e expressiva apreciaĂ§Ă£o artificial da moeda brasileira Ă© devida quase que exclusivamente Ă s operações internacionais de arbitragem de juros realizadas por especuladores internacionais realizadas no Brasil. De fato, o Brasil pratica uma das mais altas taxas de juros reais do mundo, de cerca de 6% ao ano, enquanto alhures as mesmas encontram-se negativas.

Assim, os especuladores estrangeiros, aplicadores de curtĂ­ssimo prazo (e nĂ£o investidores) compram reais para se beneficiarem das altas taxas de juros brasileiras. Ao mesmo tempo, apostam em operações de derivativos, em tudo semelhantes Ă quelas que causaram a crise financeira, na valorizaĂ§Ă£o da moeda brasileira contra o dĂ³lar. O Banco Central do Brasil entra na dança do lado dos especuladores (sic).

Assim, quando se aprecia o Real, o especulador contabiliza um ganho artificial de 20%, nos Ăºltimos 45 dias, mais os juros aplicĂ¡veis no perĂ­odo. Ele realiza o seu ganho, manda os lucros para fora e retoma a ciranda para rodadas sucessivas. Por sua vez, o Banco Central do Brasil emite tĂ­tulos para adquirir dĂ³lares aviltados que irĂ£o compor as reservas internacionais do PaĂ­s.

O custo da insanidade da polĂ­tica monetĂ¡ria brasileira para a nossa economia real Ă© brutal. Em primeiro lugar, nossos exportadores recebem menos reais por suas vendas externas, num momento em que nossas estatĂ­sticas de comĂ©rcio exterior registram uma queda neste ano de cerca de 25% nas exportações brasileiras. Assim, vendemos 25% a menos e recebemos ainda pagamentos 20% inferiores por conta do Real supervalorizado.

Por outro lado, nossos produtos tornam-se 20% menos competitivos internacionalmente, na direta proporĂ§Ă£o da valorizaĂ§Ă£o da moeda brasileira, o que num momento de crise internacional configura-se numa desvantagem estratĂ©gica enorme. Assim, diminuem proporcionalmente o nĂ­vel de atividade econĂ´mica interna, os investimentos produtivos, a criaĂ§Ă£o de postos de trabalho e o recolhimento de impostos.

Note-se ainda que as elevadas taxas de juros tambĂ©m prejudicam a expansĂ£o das vendas internas, dificultam quando nĂ£o impossibilitam o consumo popular, uma das principais vantagens comparativas da economia brasileira, e encarecem tanto objetiva quanto comparativamente os investimentos empresariais em nosso paĂ­s.

Ao comentar a polĂ­tica monetĂ¡ria aplicada pelo Banco Central do Brasil em depoimento no Senado Federal na Ăºltima semana de maio de 2009, o Ministro do Planejamento denominou-a de “anĂ´mala”, um eufemismo necessĂ¡rio, mas generoso, imposto pelas Ă³bvias limitações existentes Ă  crĂ­tica de um setor a outro do mesmo governo.

Na realidade, ela Ă© mais que “anĂ´mala”. Ela Ă© insana, desastrosa e vem praticada consistentemente desde o governo FHC, de triste memĂ³ria. Ela Ă© inspirada pela Escola de Chicago, onde nossos banqueiros centrais foram buscar a satĂ¢nica inspiraĂ§Ă£o do favorecimento Ă  especulaĂ§Ă£o financeira internacional em detrimento dos interesses nacionais brasileiros.

A polĂ­tica monetĂ¡ria do governo Lula entrarĂ¡ para a HistĂ³ria como o ponto mais baixo de sua gestĂ£o e um que deixarĂ¡ um triste legado.

*Durval de Noronha Goyos Jr Ă© Ă¡rbitro da ComissĂ£o Internacional de Arbitragem Comercial da China (CIETAC), do Acordo Geral sobre Tarifas e ComĂ©rcio (GATT) e da OrganizaĂ§Ă£o Mundial do ComĂ©rcio (OMC). Coordenador do curso de pĂ³s-graduaĂ§Ă£o em Direito Internacional da Escola Paulista de Direito, tem mais de 40 outras publicações. A Ăºltima obra Ă© "O papel do advogado nas relações exteriores do Brasil", na qual faz uma anĂ¡lise histĂ³rica contra a falta de clareza de atuaĂ§Ă£o e descaracterizaĂ§Ă£o do advogado ao longo dos anos atĂ© o ineficiente modelo atual do Itamaraty como gestor das negociações comerciais do Brasil.

OAB pede afastamento da ministra Erenice Guerra


O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Ophir Cavalcante, defendeu o afastamento imediato da ministra Chefe da Casa Civil, Erenice Guerra, de seu cargo. Ela estĂ¡ sendo investigada pela ComissĂ£o de Ética da PresidĂªncia da RepĂºblica devido suposta aĂ§Ă£o de lobby de seu filho, Israel Guerra, em prol de uma emrpesa de transporte de cargas que fechou contratos com os Correios.

De acordo com Ophir, a manutenĂ§Ă£o da ministra frente a pasta pode interferir nas apurações. “As acusações que se fazem em relaĂ§Ă£o ao trĂ¡fico de influĂªncia permitido pela ministra Erenice Guerra sĂ£o gravĂ­ssimas (...) NĂ£o se pode falar em moralidade, em transparĂªncia e em apuraĂ§Ă£o se ela se mantiver no cargo. É necessĂ¡rio que ela seja afastada do cargo, a fim de que haja uma efetiva apuraĂ§Ă£o, sem qualquer possibilidade de influĂªncia”, disse.

Ophir ainda alegou que Israel disse prestar serviços de advocacia para empresas com as quais teve contato, o que seria ilegal. “Quanto Ă s intermediações feitas pelo filho da ministra Erenice, Israel Guerra, sĂ£o inclusive criminosas, porque ele estĂ¡ exercendo, ou pelo menos disse exercer, a advocacia - algo que nĂ£o pode por ele ser exercido, na medida em que ele nĂ£o Ă© advogado. Ele estaria aĂ­ cometendo um ilĂ­cito penal, a falsidade ideolĂ³gica, e isso tem que ser apurado pelo MinistĂ©rio PĂºblico”.

Degelo revela técnicas de caça pré-vikings em montanhas na Noruega


ALISTER DOYLE - REUTERS

A mudança climĂ¡tica estĂ¡ expondo equipamentos para a caça de renas que foram usados pelos ancestrais dos vikings, e os arqueĂ³logos nĂ£o estĂ£o dando conta de recolher os objetos que vĂ£o surgindo com o degelo nas montanhas mais altas do norte da Europa.

"É como uma mĂ¡quina do tempo (...). O gelo nĂ£o era tĂ£o pequeno havia muitĂ­ssimos sĂ©culos", disse Lars Piloe, cientista dinamarquĂªs que comanda uma equipe arqueolĂ³gica 1.850 metros acima do nĂ­vel do mar, na parte central da Noruega.

Bastões, arcos, flechas e atĂ© um sapato de couro de 3.400 anos estĂ£o entre os achados realizados desde 2006 no degelo dos montes Jotunheimen, onde viviam os "Gigantes do Gelo" da mitologia nĂ³rdica.

Conforme a Ă¡gua escorre das neves de Juvfonna, Piloe e dois colegas recolhem bastões que provavelmente eram enfileirados hĂ¡ 1.500 anos para guiar as renas atĂ© os arqueiros.

Mas os arqueĂ³logos correm contra o tempo, pois muitos objetos estĂ£o se perdendo em meio Ă  Ă¡gua do degelo. "HĂ¡ muitas manchas de gelo. SĂ³ podemos cobrir algumas", disse Piloe.

Descongelada, a madeira apodrece em poucos anos. Mas materiais ainda mais raros, como penas (usadas nas flechas), a lĂ£ ou o couro, viram pĂ³ em questĂ£o de dias se nĂ£o forem levados a um laboratĂ³rio e guardados num congelador.

Jotunheimen Ă© excepcional porque muitas descobertas estĂ£o aparecendo ao mesmo tempo - 600 artefatos sĂ³ em Juvfonna.

Outras descobertas ocorreram tambĂ©m em geleiras ou no "permafrost" do Alasca Ă  SibĂ©ria. O "Otzi", homem morto por uma flecha hĂ¡ 5.000 anos, foi achado em 1991 numa geleira dos Alpes italianos. "MĂºmias do Gelo" jĂ¡ foram descobertas nos Andes.

Patrick Hunt, da Universidade Stanford (CalifĂ³rnia), que estĂ¡ tentando descobrir por onde o general cartaginĂªs AnĂ­bal invadiu a ItĂ¡lia com elefantes no ano 218 a.C., disse que hĂ¡ uma "alarmante taxa" de degelo nos Alpes.

"Este Ă© o primeiro verĂ£o desde 1994, quando começamos as nossas escavações alpinas de campo acima de 8.000 pĂ©s (2.438 metros), que nĂ£o fomos inundados por nem um sĂ³ dia de chuva, granizo ou neve", disse ele.

O recuo das geleiras dos Andes aos Alpes Ă© provavelmente um efeito colateral da mudança climĂ¡tica global provocada por emissões humanas de gases do efeito estufa, segundo cientistas da ONU.

Na Noruega, "alguns campos de gelo estĂ£o no seu mĂ­nimo em pelo menos 3.000 anos", disse Rune Strand Oedegaard, especialista em geleiras e "permafrost" na Universidade Gjoevik, da Noruega.

A parte da frente do Jovfunna recuou 18 metros no Ăºltimo ano, expondo uma faixa de artefatos provavelmente da Idade do Ferro, 1.500 anos atrĂ¡s, segundo datações de radiocarbono. Outros podem ser da Ă©poca dos vikings, hĂ¡ 1.000 anos.


Plano de "preservaĂ§Ă£o" do Cerrado mantĂ©m crĂ©dito para desmatador


Marta Salomon/AE

A criaĂ§Ă£o de novas Ă¡reas de preservaĂ§Ă£o ambiental em tamanho equivalente a 17 vezes a cidade de SĂ£o Paulo, no perĂ­odo de dez anos, Ă© a principal medida do plano de combate ao desmatamento do Cerrado, anunciado nesta quarta-feira, em BrasĂ­lia, com a presença do presidente Luiz InĂ¡cio Lula da Silva.

O plano, que visa reduzir em 40% o ritmo de corte da vegetaĂ§Ă£o nativa no bioma atĂ© 2020, prevĂª investimentos pĂºblicos de R$ 339,5 milhões atĂ© o ano que vem.

O corte de crĂ©dito a produtores que nĂ£o respeitam a legislaĂ§Ă£o ambiental, defendido pela ministra Izabella Teixeira (Meio Ambiente), nĂ£o integrou o pacote, por pressões do MinistĂ©rio da Agricultura e de proprietĂ¡rios de terra da regiĂ£o, entendida como a principal fronteira agrĂ­cola do PaĂ­s.

"Restrições ao crĂ©dito vĂ£o depender de uma resoluĂ§Ă£o do Conselho MonetĂ¡rio Nacional e ainda estĂ£o em debate no governo", disse Mauro Pires, diretor do departamento de polĂ­ticas para o combate ao desmatamento. O corte de crĂ©dito foi adotado em plano semelhante editado para a AmazĂ´nia no inĂ­cio de 2008.

O Cerrado registra o mais acelerado ritmo de desmatamento entre os biomas brasileiros. Dados oficiais apontam que a regiĂ£o jĂ¡ perdeu quase metade da vegetaĂ§Ă£o nativa e um novo levantamento deve ser divulgado no mĂªs que vem.

Os proprietĂ¡rios de terras no bioma estĂ£o obrigados a preservar 20% dessa vegetaĂ§Ă£o (contra 80% de reserva legal na floresta amazĂ´nica), mas o plano lançado hoje, com base nas metas do clima, prevĂª que o ritmo de devastaĂ§Ă£o caia "pelo menos" para 8.700 quilĂ´metros quadrados ao ano em dez anos (cerca de seis vezes a cidade de SĂ£o Paulo).

"NĂ£o dĂ¡ para usar a mesma estratĂ©gia da AmazĂ´nia no Cerrado, porque a exigĂªncia de reserva legal Ă© menor e a maior parte da Ă¡rea Ă© propriedade privada", destacou o diretor.

Sem aval para conter imediatamente o crĂ©dito a produtores que desmatam irregularmente, o plano estĂ¡ baseado na criaĂ§Ă£o de 25 mil quilĂ´metros quadrados de novas unidades de conservaĂ§Ă£o, nĂºmero insuficiente para atender Ă s metas do clima.

Policiais flagraram o ex-governador do AmapĂ¡ escondido no armĂ¡rio


AlĂ©m de tirar de circulaĂ§Ă£o uma sĂ©rie de criminosos que faziam uso de mandatos polĂ­ticos e cargos para desviar dinheiro pĂºblico e fraudar licitações no AmapĂ¡, a “OperaĂ§Ă£o MĂ£os Limpas”, da PolĂ­cia Federal, descobriu a inusitada capacidade de contorcionismo do ex-governador Waldez GĂ³es e da sua mulher, a delegada de polĂ­cia licenciada MarĂ­lia GĂ³es.

No momento em que entraram na residĂªncia do casal, os policiais federais de chofre imaginaram que os procurados se valeram de informações privilegiadas e acabaram fugindo. Antes de deixar o local, o contingente policial resolveu vascular a casa e acabou encontrando MarĂ­lia e Waldez GĂ³es escondidos no armĂ¡rio de um dos quartos da casa. A dupla, que foi presa e transferida para BrasĂ­lia, estava covarde e vergonhosamente acocorada. Uma cena deprimente, segundo os policiais que participaram da operaĂ§Ă£o.

Novos ricos: Festa de 15 anos da neta do Lula custou mais de 100.000 reais

No dia 18 de junho o presidente Luiz InĂ¡cio da Silva desembarcou na capital catarinense para participar da festa de quinze anos sua neta Maria Beatriz da Silva Sato, filha de Lurian Lula da Silva e Marcelo Sato. O rega-bofe organizado pela filha do presidente Lula, em SĂ£o JosĂ©, cidade ao lado de FlorianĂ³polis, reuniu nada menos que 400 convidados, todos nababesca e confortavelmente recebidos no salĂ£o de um hotel Ă  beira da BR-101.

Envergando um caro e bem cortado terno Armani o "cumpanheru" Lula dançou a valsa com a sua neta. O salĂ£o ostentava nas paredes imagens que remetiam aos balĂ©s que fizeram a alegria dos tzares da RĂºssia.

A festa esbanjou detalhes tĂ­picos de ostentaĂ§Ă£o financeira. Consultada uma das mais respeitadas e requisitadas profissionais de eventos sociais da cidade de SĂ£o Paulo, com mais de dois mil casamentos realizados e acostumada a atender presidentes de bancos e empresĂ¡rios poderosos,a profissional analisando as informações repassadas, estimou que a festa de Maria Beatriz, a primeira-neta, nĂ£o saiu por mais de R$ 100 mil. Com direito a apresentaĂ§Ă£o de balĂ© da prĂ³pria debutante, o evento contou, inclusive, com equipe dedicada ao cerimonial, mestre de cerimĂ´nia, cenĂ³grafo e coreĂ³grafo. AlĂ©m de outras sandices.

Considerando que a mĂ£e, Lurian Lula da Silva, e o pai, Marcelo Sato, sĂ£o assalariados, nĂ£o hĂ¡ calculadora capaz de fechar a conta de uma festa que, no paĂ­s de todos, apenas uma minoria Ă© capaz de realizar. Por outro lado, como a histĂ³ria recente do presidente-metalĂºrgico Ă© ponteada por benevolentes pagadores de contas alheias – Ă© o caso de Paulo Okamotto e Jorge Lorenzetti –, aloprados que financiam dossiĂªs (Freud Godoy Ă© um deles) e ocultistas que escondem dinheiro na cueca, nĂ³s, do ucho.info, sentimo-nos na obrigaĂ§Ă£o de ressuscitar a teoria popular que, desde tempos pretĂ©ritos, diz que Ă  mulher de CĂ©sar nĂ£o basta ser honesta, mas parecer honesta.

NĂ£o se trata de duvidar da idoneidade dos Lula da Silva e de todos os penduricalhos familiares que carregam, mas nessa histĂ³ria ainda Ă© preciso descobrir quem fez o papel de Grigori Rasputin da corte “luliana”, pois sĂ³ um charlatĂ£o como o milagreiro oficial da dinastia Romanov seria capaz de desvendar o mistĂ©rio dessa empreitada festiva dos mais importantes “da Silva” de nossa amada BotocĂºndia. Mas a concorrida e rica festa pode nĂ£o ter custado coisa alguma. O que configura um escandaloso trĂ¡fico de influĂªncia.

Em AraucĂ¡ria mais de 5.000 pessoas no comĂ­cio do Beto

Beto Richa foi recebido com festa por mais de cinco mil pessoas no Jardim Planalto, em AraucĂ¡ria, na noite desta terça-feira (14). Em um grande comĂ­cio, Beto Richa afirmou que os paranaenses terĂ£o um novo ParanĂ¡ a partir do dia 1º de janeiro. “Nesta reta final, estou recebendo apoio e solidariedade de todos os irmĂ£os paranaenses, que junto comigo irĂ£o governar o Estado. Juntos vamos construir um Novo ParanĂ¡”, disse Beto.

No encontro, Beto destacou que vai trabalhar para aumentar o nĂºmero de obras feitas em parceria entre as prefeituras e o Governo do Estado. Beto lembrou que quando era prefeito da capital paranaense fez parcerias com diversos municĂ­pios da RegiĂ£o Metropolitana, levando programas como o ArmazĂ©m da FamĂ­lia e o Bom NegĂ³cio. “Sei que os municĂ­pios nĂ£o conseguem fazer sozinhos todas as obras necessĂ¡rias. Vou atender a cada prefeitura, sem restrições, independente de que partido seja o prefeito. Vou governar para todos os paranaenses”, disse.

O prefeito de AraucĂ¡ria, Albanor JosĂ© Ferreira Gomes, o ZezĂ©, disse que a cidade sempre buscou recursos estaduais e federais nas Ă¡reas de educaĂ§Ă£o, pavimentaĂ§Ă£o e saĂºde, mas nĂ£o foi atendida. “Agora nossos adversĂ¡rios estĂ£o espalhando mentiras dizendo que cuidaram de AraucĂ¡ria. É mentira”, afirmou “Somente com Beto Richa AraucĂ¡ria serĂ¡ atendida e voltarĂ¡ a ter recursos para mais investimentos”, disse.

Para a dona de casa Ana Silveira, Beto Richa Ă© o Ăºnico candidato que se preocupa com AraucĂ¡ria e os municĂ­pios da RegiĂ£o Metropolitana. “Quando foi prefeito de Curitiba, Beto Richa esteve aqui e ajudou a implantar o ArmazĂ©m da FamĂ­lia. JĂ¡ posso imaginar o que ele vai fazer quando for o governador do Estado”, disse ela.

Para o comerciante Leonil Ramos, Beto Ă© um candidato que tem propostas excelentes para o ParanĂ¡. “A gente vĂª que os programas de Beto na televisĂ£o apresentam propostas concretas e viĂ¡veis para colocar o nosso Estado nos trilhos novamente”, disse ele.

Professores

Antes de ir ao comĂ­cio no Jardim Planalto, Beto Richa participou de um encontro com mais de 600 professores e profissionais da EducaĂ§Ă£o de AraucĂ¡ria. No encontro, Beto recebeu um pedido da dona de casa Celina do Carmo Wotcoski, mĂ£e de aluno e vice-presidente da AssociaĂ§Ă£o de Pais da Escola Estadual Fazenda Velha: É preciso reformar a escola urgentemente. Celina contou ao Beto que a escola estadual estĂ¡ abandonada hĂ¡ oito anos, sem receber sequer manutenĂ§Ă£o. “Parte da nossa escola jĂ¡ foi interditada e teve que ser demolida. Para assistir as aulas os alunos estudam em um salĂ£o de uma igreja vizinha”, disse ela.

Sensibilizado com o problema, que atinge 900 estudantes, Beto se comprometeu a reformar e ampliar a escola. “A educaĂ§Ă£o Ă© prioridade da nossa administraĂ§Ă£o. Em Curitiba, ampliamos diversas escolas e construĂ­mos vĂ¡rias outras, em um novo padrĂ£o, com conforto para professores e profissionais da educaĂ§Ă£o, acessibilidade para as pessoas, laboratĂ³rios de ciĂªncias, informĂ¡tica e salas para atividades especiais. Aumentamos em mais de 22 mil o nĂºmero de vagas na EducaĂ§Ă£o Infantil e Ensino Fundamental”, disse.

O "general" José Dirceu

Deu no ZĂ© Beto

Do Goela de Ouro:

JosĂ© Dirceu, ex-ministro-chefe da Casa Civil e eminĂªncia parda do governo Lula, foi visto dias atrĂ¡s em companhia do filho Zeca Dirceu, candidato a deputado federal, na Casa Del Tabaco, charutaria do Hotel Bourbon de Curitiba. Conversava sobre as eleições, a campanha no ParanĂ¡, a disputa presidencial entre Dilma Rousseff e JosĂ© Serra, o destino do Brasil com o novo governante, etc. A certa altura, apĂ³s algumas doses generosas de Courvoisier (Le Cognac de Napoleon) e baforadas no “habano” Cohiba, ZĂ© Dirceu disparou o petardo: ”Que Lula, que Dilma, que nada! Quem manda nessa p… sou eu!”

DenĂºncias estĂ£o perto de Lula, diz Marina

AE

A candidata do PV Ă  PresidĂªncia, Marina Silva, defendeu ontem apuraĂ§Ă£o rigorosa e urgente das denĂºncias de trĂ¡fico de influĂªncia envolvendo a ministra da Casa Civil, Erenice Guerra. "É um caso para ser investigado com rigor e urgĂªncia, pois se trata da pessoa mais prĂ³xima do presidente da RepĂºblica."

De acordo com as denĂºncias, Israel Guerra, filho da ministra, teria feito lobby para empresas aĂ©reas com interesse na obtenĂ§Ă£o de contratos com os Correios e uma irmĂ£ de Erenice teria autorizado o governo a contratar, sem licitaĂ§Ă£o, o escritĂ³rio do prĂ³prio irmĂ£o delas.

No debate entre os candidatos Ă  PresidĂªncia realizado pela Rede TV no domingo, o assunto foi um dos que mais renderam perguntas. O outro tema "quente" do encontro foi a quebra de sigilo na Receita Federal de pessoas ligadas ao PSDB.

Marina classificou de "gravĂ­ssimas" a denĂºncia contra Erenice Guerra. Segundo ela, a decisĂ£o de afastar ou nĂ£o a ministra para a apuraĂ§Ă£o dos fatos cabe ao presidente. "É uma decisĂ£o do gestor pĂºblico e espero que o desfecho seja aquele que a sociedade brasileira quer."

Em visita Ă  ONG Lua Nova, que atende mĂ£es e gestantes em situaĂ§Ă£o de risco, em Araçoiaba da Serra, regiĂ£o de Sorocaba, Marina lamentou que as denĂºncias estejam contaminando o debate eleitoral. "É tĂ£o grave o que estĂ¡ acontecendo que tem de ter um movimento para alĂ©m dos partidos e alĂ©m das eleições para que tudo seja apurado."

A candidata do PV lembrou o caso da quebra do sigilo na Receita e criticou Lula. "''Depois de um ministro dizer que a quebra de sigilo era coisa corriqueira, o prĂ³prio presidente da RepĂºblica, que imaginei que fosse dar um basta nessa histĂ³ria, veio a pĂºblico apenas para defender a sua candidata", lamentou.

Na opiniĂ£o dela, o caso agora envolve trĂ¡fico de influĂªncia dentro do PalĂ¡cio do Planalto. "Do jeito que estĂ¡, mesmo sem conhecer os contornos todos, sĂ³ posso dizer que Ă© muito grave."

Em terceiro lugar nas pesquisas de intenĂ§Ă£o de voto e praticamente fora de um eventual segundo turno, Marina classificou de "vale-tudo eleitoral" as denĂºncias entre os dois principais rivais. "Tudo isso que estĂ¡ acontecendo nos dĂ¡ a convicĂ§Ă£o de que Ă© preciso um segundo turno para discutir melhor as questões que interessam ao PaĂ­s."


O mensaleiro JosĂ© Dirceu combate a liberdade de expressĂ£o, defende a censura.

AE

Em palestra para sindicalistas do setor petroleiro da Bahia, na noite de anteontem, em Salvador, o ex-ministro da Casa Civil e ex-deputado pelo PT José Dirceu criticou o que chamou de "excesso de liberdade" da imprensa:

"O problema do Brasil Ă© o monopĂ³lio das grandes mĂ­dias, o excesso de liberdade e do direito de expressĂ£o e da imprensa."

FamĂ­lia da Erenice Guerra: nepotismo e corrupĂ§Ă£o


De FILIPE COUTINHO e ANDREZA MATAIS na Folha de S. Paulo

O irmĂ£o da ministra Erenice Guerra, da Casa Civil, JosĂ© EuricĂ©lio Alves de Carvalho Ă© apontado por auditoria do governo como responsĂ¡vel pelo desvio de R$ 5,8 milhões da editora da UnB em contratos fantasmas, o que incluiu pagamentos a ele prĂ³prio e a Israel Guerra, filho da ministra que atua como lobista.
A folha de pagamentos suspeitos da editora traz pelo menos R$ 134 mil destinados a JosĂ© EuricĂ©lio e a Israel Guerra entre os anos de 2005 e 2008, perĂ­odo em que Erenice ocupava a Secretaria Executiva da Casa Civil e era subordinada Ă  entĂ£o ministra Dilma Rousseff.
JosĂ© EuricĂ©lio era da direĂ§Ă£o da editora da UnB e coordenador-executivo dos programas que, segundo relatĂ³rio da CGU (Controladoria-Geral da UniĂ£o), tiveram R$ 5,8 milhões desviados para 529 pessoas. Essas pessoas receberam sem a comprovaĂ§Ă£o de que o serviço foi feito.
Na prĂ¡tica, a Controladoria e o MinistĂ©rio PĂºblico descobriram um esquema de terceirizaĂ§Ă£o dos serviços na universidade sem a comprovaĂ§Ă£o de que eles foram efetivamente realizados.
A editora da UnB (Universidade de BrasĂ­lia) foi usada para captar dinheiro de fundações e distribuir o montante a pessoas ligadas Ă  cĂºpula da diretoria.

FANTASMAS
O filho da ministra-chefe da Casa Civil Israel Guerra aparece na folha de pagamento a fantasmas da editora da UnB. Foram ao menos trĂªs pagamentos de R$ 5.000, entre setembro de 2007 e janeiro de 2008 -todos foram solicitados pelo irmĂ£o da ministra.
A funĂ§Ă£o de Israel era a de auxiliar o coordenador dos projetos, ou seja, seu tio JosĂ© EuricĂ©lio.
“Os documentos que deram suporte a esses pagamentos nĂ£o sĂ£o suficientes para comprovar a efetiva prestaĂ§Ă£o de serviço”, afirma o relatĂ³rio da CGU sobre os projetos tocados pelo irmĂ£o da ministra.
“NĂ£o hĂ¡ elementos que indiquem como essas pessoas foram selecionadas, quais critĂ©rios foram adotados, que tipo de qualificaĂ§Ă£o tĂ©cnica ou acadĂªmica possuĂ­am para exercer as funções”, continua o documento da Controladoria-Geral.

OUTRO LADO
JosĂ© EuricĂ©lio nĂ£o foi encontrado ontem para comentar os contratos da UnB.
A Folha procurou ainda Israel Guerra e seu advogado, que disse Ă  reportagem que nĂ£o comentaria enquanto nĂ£o falasse sobre o caso com o seu cliente.
O irmĂ£o da ministra JosĂ© EuricĂ©lio recebeu a maior parte dos R$ 134 mil.
Foram R$ 119 mil para “promover ações relacionadas a atenĂ§Ă£o Ă  saĂºde dos povos indĂ­genas” nas comunidades xavante, em Mato Grosso do Sul, e ianomĂ¢mi, em Roraima. Esse valor corresponde a apenas um dos projeto ligados a JosĂ© EuricĂ©lio e Ă© considerado suspeito pela prĂ³pria UnB.
“Esses contratos sĂ£o suspeitos e sĂ£o investigados pelo MinistĂ©rio PĂºblico e pela Controladoria-Geral da UniĂ£o, com o apoio da UnB, para fazer a correiĂ§Ă£o das irregularidades”, afirmou o reitor da universidade, JosĂ© Geraldo de Sousa Junior, que encomendou a auditoria da CGU e disponibilizou o documento Ă  Folha.
No documento, a CGU conclui que a editora da UnB foi utilizada para fins pessoais dos membros da diretoria, com prejuĂ­zo total de mais de R$ 10 milhões, nos quais estĂ£o incluĂ­dos os R$ 5,8 milhões sob responsabilidade de JosĂ© EuricĂ©lio.
“Pode-se concluir pela mĂ¡ utilizaĂ§Ă£o dos recursos pĂºblicos ocasionando prejuĂ­zo no montante apurado de R$ 10.025.884,55. Observa-se de maneira geral que a gestĂ£o era pautada no atendimento aos interesses particulares”, conclui o relatĂ³rio.

DOIS EMPREGOS
Os contratos da editora da UnB eram feitos com pessoas fĂ­sicas e, por isso, nĂ£o havia necessidade de licitaĂ§Ă£o.
Ao mesmo tempo em que prestava serviço para a editora da universidade, o irmĂ£o de Erenice tambĂ©m ocupava um cargo comissionado no MinistĂ©rio das Cidades.
O procurador do TCU (Tribunal de Contas da UniĂ£o) Marinus Marsico disse Ă  reportagem da Folha que o acĂºmulo nĂ£o Ă© usual.
“Ter dois empregos pĂºblicos sem precisar de concurso Ă© como ganhar na loteria duas vezes. Tem que ter muita influĂªncia”, disse Marsico.

EleiĂ§Ă£o 2006: Osmar Dias no comĂ­cio do Alckmin em MaringĂ¡

EleiĂ§Ă£o 2006: Debate entre Osmar Dias e o RequiĂ£o

EleiĂ§Ă£o 2006: Entrevista de RequiĂ£o Ă  RPC

O carrinho dos ricos

Popular na Europa, o smart Ă© pequeno em estatura, mas grande na economia. No Brasil, o preço nĂ£o Ă© dos menores - no lançamento, a versĂ£o mais barata do carro, o smart fortwo coupĂ©, custava R$ 57.900, o mesmo que sedĂ£s mĂ©dios como o Ford Focus e Fiat Linea. O smart fortwo (nĂ£o Ă© erro de grafia - a fĂ¡brica o batizou usando iniciais minĂºsculas) justifica ao menos parcialmente seu preço por oferecer uma sĂ©rie de controles eletrĂ´nicos e itens de segurança como quatro airbags.


O smart foi criado por Nicolas Hayek, o mesmo homem que inventou os relĂ³gios de pulso Swatch. Ele queria fazer um carro pequeno que fosse econĂ´mico, responsĂ¡vel ambientalmente e fĂ¡cil de estacionar em espaços pequenos. A Swatch Company colaborou com a Daimler-Benz (depois de um empreendimento fracassado com a Volkswagen) para criar o primeiro City Coupe (cupĂª urbano) com o nome da empresa Micro Compact Car (MCC). O desenvolvimento começou em 1994, e o primeiro carro foi apresentado no SalĂ£o do AutomĂ³vel de Frankfurt de 1997. O MCC foi vendido no ano seguinte, mas Hayek ficou desapontado com o uso de um motor convencional (ele queria um carro hĂ­brido ou um motor elĂ©trico puro) e com o preço do carro, que ficou mais alto do que o esperado. Quando as vendas iniciais se mostraram lentas, a Swatch se retirou da sociedade, deixando a Daimler-Benz como proprietĂ¡ria exclusiva da divisĂ£o smart. Hoje, a smart faz parte do grupo Mercedes, e a DaimlerChrysler agora Ă© Daimler AG, apĂ³s a venda do Grupo Chrysler para a Cerberus americana.

Quando vocĂª vĂª o smart, a primeira coisa que nota Ă© seu tamanho. O fortwo tem somente 2,7 m de comprimento, 1,56 m de largura e 1,54 m de altura. É um metro menor que carros como o Fiat Mille e o Ford Ka.

Essas dimensões fazem parte da aparĂªncia exclusiva do smart, que parece quase um cubo sobre rodas - mas com a frente inclinada. Essa relaĂ§Ă£o comprimento-largura ajuda o smart a fazer curvas fechadas com um grau de estabilidade maior. Os projetistas do Smart tambĂ©m o dotaram de motor de trĂªs cilindros, com turbo, que fornece potĂªncia (84 cv) suficiente porque o carro pesa apenas 750 kg. Ele Ă© de longe um dos veĂ­culos de quatro rodas mais leves hoje.

DaĂ­ o Smart - micro, para dois lugares, bagageiro pequeno, mas, de fato, surpreendentemente confortĂ¡vel para duas pessoas. O desenho aproveita bem o espaço, de modo que ele parece maior quando vocĂª estĂ¡ dentro do que vendo de fora. Ou seja, vale mais a sensaĂ§Ă£o interna do que a exibiĂ§Ă£o externa.

E o preço? Sabem quanto? US$ 12 mil, assim: US$ 1.500 de entrada e 60 prestações mensais de US$ 220. No site do carro (www.smartusa.com) hĂ¡ uma oferta de leasing por US$ 179, vĂ¡lida atĂ© 30 de setembro.

JĂ¡ aqui, no Brasil, Ă© carro de rico. Sabem por quanto sai o modelo 2010? Nada menos que R$ 65 mil, ou cerca de US$ 37 mil (com cĂ¢mbio de R$ 1,75 por dĂ³lar). EstĂ¡ certo que o real estĂ¡ valorizado, mas, para que o preço equivalente aqui fosse de US$ 12 mil, a moeda americana deveria estar valendo R$ 5,40 - cotaĂ§Ă£o claramente impensĂ¡vel.

 
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