sábado, 28 de julho de 2012

Lula vai à guerra para defender legado


Um ano e meio após descer a rampa do Palácio do Planalto, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ainda tem uma obsessão: provar que o mensalão foi "uma farsa" montada para apeá-lo do poder. Até agora, não conseguiu. Mesmo depois de eleger a desconhecida Dilma Rousseff como sucessora, Lula trava uma guerra para defender seu legado. Sem nunca dizer quem o traiu, ele comprou brigas e perdeu batalhas. Nos últimos meses, seus movimentos foram criticados nos bastidores até por réus do PT no processo, que temem uma resposta dura do Supremo Tribunal Federal (STF) às pressões políticas.



"A CPI foi uma burrada", afirmou o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, em recente conversa com amigos. Antes defensor da estratégia traçada por Lula para estimular a criação da CPI do Cachoeira, e fulminar adversários, o mais conhecido réu do mensalão já admite que o plano deu errado por criar um clima de hostilidade prejudicial ao julgamento do Supremo.
Lula, porém, não compartilha da mesma opinião. Em reunião com petistas, na semana passada, o ex-presidente avaliou que, apesar dos percalços, a CPI conseguiu reunir munição contra rivais e apontar a ligação do contraventor Carlos Cachoeira com o PSDB do governador de Goiás, Marconi Perillo.
O plano do PT, no entanto, era muito mais ambicioso. Na tentativa de desconstruir a denúncia de corrupção produzida pelo Ministério Público e desqualificar seus algozes, petistas tinham como alvos preferenciais na CPI o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, o ministro Gilmar Mendes, do STF, e setores da imprensa.
Em abril, Lula foi ao encontro de Mendes no escritório do advogado Nelson Jobim, ex-ministro da Defesa, em Brasília. Segundo o juiz, o ex-presidente queria adiar o julgamento do mensalão - definido como "inconveniente", às vésperas das eleições - e, em troca do "favor", ofereceu proteção a ele na CPI. Na conversa, Lula teria citado uma viagem a Berlim, na qual Mendes se encontrou com Demóstenes Torres, cassado depois pelo Senado por envolvimento com Cachoeira.
"Fiquei perplexo com o comportamento e as insinuações despropositadas do presidente Lula", disse o ministro do Supremo. "Foi um papelão o que Gilmar Mendes fez", retrucou o ex-presidente, negando que tenha tentado manipular a CPI para salvar os réus do PT. "Meu sentimento é de indignação."
A avaliação dominante no partido é que Lula caiu numa "armadilha" e acabou contribuindo para acirrar os ânimos perto do julgamento do mensalão. Antes da polêmica reunião, ele mantinha bom relacionamento com Mendes, que foi advogado-geral da União no governo de Fernando Henrique Cardoso e é muito próximo de José Serra, candidato do PSDB à Prefeitura de São Paulo.
Erros. Quando era presidente, Lula convidou Mendes, algumas vezes, para jantar no Palácio da Alvorada. Guiomar, mulher do ministro do STF, ficou amiga da primeira dama Marisa Letícia. O voto dele a favor de Dirceu era considerado "provável" por petistas. Hoje, ninguém no PT se arrisca nessa direção.
Lula costuma socializar os erros, como fez recentemente, após aparecer ao lado do deputado Paulo Maluf (PP-SP), novo aliado do candidato do PT à Prefeitura de São Paulo, Fernando Haddad. "Nós já fizemos aquela c... da foto com Maluf", desabafou ele, de acordo com relato de dois interlocutores. No caso do empurrão dado para a abertura da CPI, no entanto, Lula não teme o efeito bumerangue, embora a comissão tenha sido instalada contra a vontade de Dilma. Após o tratamento de cinco meses para combater um câncer na laringe, o ex-presidente patrocinou várias outras articulações para livrar o PT e seu governo do carimbo da corrupção.
"Nunca houve campanha mais infame contra um partido como a que foi feita contra o PT em 2005", insiste ele. "Eu não fiquei com raiva nem ódio de ninguém, mas quero ser julgado pelo que fiz, e não pelo que não fiz. O que queriam naquela época era o impeachment do Lula", disse Delúbio Soares, o ex-tesoureiro do PT saudado por militantes aos gritos de "Delúbio, guerreiro do povo brasileiro", na última terça-feira.
Único expulso do PT após o escândalo - e reintegrado no ano passado -, Delúbio sempre foi o homem da confiança do ex-presidente. Dirigente da Central Única dos Trabalhadores (CUT) antes de cuidar do caixa petista, ele entrou na Executiva Nacional do partido puxado por Lula, nos anos 1990. Em 2002, deixou de disputar uma vaga na Câmara dos Deputados porque o então candidato não quis liberá-lo da tarefa de arrecadar recursos para a campanha. Até hoje os dois são amigos.
O PT soube manter um discurso afinado para blindar Lula na maior crise enfrentada pelo partido e pelo governo. "A questão é que o Lula não era identificado como responsável pelo mensalão", diz o cientista político Vitor Marchetti, da Universidade Federal do ABC. "Habilidoso, ele conseguiu se distanciar do escândalo, afastando a percepção de que tenha participado desse esquema."
Na prática, Lula saiu ainda mais forte da crise do mensalão. Além de se reeleger em 2006 com quase 61% dos votos, conseguiu fazer Dilma sua sucessora, embora ela nunca tivesse sido candidata antes. O ex-presidente terminou o segundo mandato com 87% de aprovação pessoal, segundo levantamento da Confederação Nacional dos Transportes (CNT), em parceria com o Instituto Sensus. (AE)

Caminhoneiros fazem 10 bloqueios em rodovias no PR


No quarto dia de greve dos caminhoneiros mais de dez pontos em rodovias que cortam o Paraná estão bloqueados. As informações são da Polícia Rodoviária Estadual (PRE) e da Polícia Rodoviária Federal (PRF). Nos bloqueios os caminhoneiros pedem para que colega adotem à paralisação. Veículos  de cargas não podiam seguir viagem.
Na BR-277 são dois pontos de interdição, o primeiro no quilômetro 338, em Guarapuava, e no quilômetro 168, em Palmeiras. Um outro bloqueio acontece na BR-376, na altura do quilômetro 231, em Apucarana.
Outras rodovias como a PR-218 (em Arapongas), PR-182 (em Realeza), PRC-280 (em Marmeleiro) e PR-151 (em Castro). (Joice)

Índios X pastores neopentecostais

Paraná lidera mortes de jovens no trânsito


Se o Paraná fosse um país, seria o campeão mundial em mortes de crianças e adolescentes no trânsito. A taxa estadual de óbitos de pessoas com até 19 anos é maior do que a brasileira e superior aos índices de países que têm o tráfego considerado violento, como Venezuela, Equador e Estados Unidos. A posição paranaense é puxada pelos registros trágicos que colocam sete cidades do estado entre as 20 com maior proporção de crianças e jovens que perderam a vida no trânsito. Francisco Beltrão, Cianorte, Paranavaí, Toledo, Campo Mourão, Arapongas e Umuarama têm características comuns: municípios de porte médio, com população entre 70 mil e 120 mil habitantes, são polos que concentram as opções de lazer e também os hospitais que atendem os acidentados.
Os dados são do Mapa da Violência 2012, que traz informações de 2010, as mais recentes disponíveis. Responsável pelo estudo, Julio Jacobo destaca que o aumento da frota de motocicletas teve um impacto enorme na quantidade de mortes de crianças e adolescentes no trânsito. Na faixa entre 15 e 19 anos, por exemplo, as motos estão presentes na maior parte dos acidentes fatais. Jacobo reforça que, há três décadas, a probabilidade maior era de que uma mãe chorasse a morte do filho em consequência de problemas ligados à saúde. Agora, as causas externas, com assassinatos e acidentes, ameaçam mais os jovens.
O mapa é resultado da análise de registros médicos e certidões de óbito. Por causa disso, localidades que concentram hospitais de referência no atendimento de acidentados têm os indicadores municipais inflados. Foi o que aconteceu com Francisco Beltrão, no Sudoeste, que tem um hospital regional. A cidade ficou em segundo lugar no Brasil com mais mortes de crianças e adolescentes em relação à população. Dos 12 casos em 2010, três aconteceram efetivamente na cidade – dois no perímetro urbano e um na rodovia que corta o município.
Para o secretário municipal de Governo, Arilson Sabadin, o índice alto pode ser reflexo das más condições das rodovias na região. O capitão Rogério Pitz, da Polícia Militar, por sua vez, diz que a quantidade de mortes pode ser um indicador de problema regional. Ele relata que até 2008 havia uma grande quantidade de acidentes com jovens que pegavam o carro dos pais, mas que, de lá para cá, a partir de uma campanha de conscientização, nenhuma morte nessas condições aconteceu na cidade.
A terceira no ranking nacional foi Cianorte. Segundo o comandante local da Polícia Militar, capitão Gilberto Baronseli, a maior parte dos acidentes envolvendo mortes no município ocorreu na PR-323, uma das principais ligações entre o Mato Grosso do Sul e o Norte do Paraná. “Essa estrada é uma das mais violentas do estado e isso acaba aumentando a estatística [de mortos] de Cianorte. Na área urbana não temos muitos casos, embora aconteçam alguns acidentes envolvendo a morte de adolescentes”, explica. Para o policial, a alta taxa de mortos também pode ser explicada pelo fato de o município ser um pólo regional, atraindo muitos visitantes, inclusive para festas e shows. “Cianorte costuma sediar eventos de grande porte, o que naturalmente atrai muita gente da região, podendo ocasionar mais óbitos”, salienta.
Mudança de postura veio após acidente
Para um jovem de 22 anos, o aprendizado veio de forma traumática, em 2010. Morador de Mandaguari, na região Noroeste, ele prefere não ser identificado, mas conta que sofreu um grave acidente na BR-376, após voltar de uma festa em Maringá. “Eram 5h da manhã, a pista estava vazia. Eu estava dirigindo bem acima da velocidade permitida. De repente um ônibus que transportava trabalhadores rurais entrou na estrada. Tentei frear e desviar, mas o carro acabou capotando.”
Apesar de o automóvel ter ficado destruído, o estudante sofreu só escoriações. O acidente mudou a forma de agir do jovem. “Sempre imaginava que isso aconteceria só com os outros, e infelizmente muitos pensam assim”, alerta.
Diferentemente do morador de Mandaguari, Danilo Mulato Gelini, 19 anos, admite que não mudou de atitude diante da direção, mesmo após quatro acidentes. Ele faz entregas de moto em Umuarama. Há um ano, teve de ficar três meses parado em função de uma grave colisão. Gelini diz que às vezes anda acima da velocidade permitida e até ultrapassa pela direita para cumprir os horários. “Tenho medo de novos acidentes, mas preciso trabalhar”.
Para o analista de trânsito Luís Riogi Miura, esse tipo de postura é cultural. “A família não dá muita importância para essas regras de segurança e isso se reflete no trânsito.” Para ele, campanhas de educação podem surtir efeito se forem constantes. (GP)

A judoca Sarah Menezes conquista primeiro ouro brasileiro em Londres


A judoca Sarah Menezes conquistou a primeira medalha de ouro do Brasil na Olimpíada de Londres. A piauiense de 22 anos, que nos Jogos de Pequim, em 2008, foi eliminada logo na primeira rodada, derrotou a romena Alina Dumitru na final da categoria ligeiro (até 48kg), neste sábado (28). Com um yuko - conquistado a 49 segundos do término do combate - e um wasari aplicado nos últimos segundos, ela garantiu a primeira grande conquista brasileira nos Jogos. 

Ela se tornou a primeira judoca brasileira a subir no alto do pódio em Jogos Olímpicos. "Muito feliz mesmo, estou muito contente. Só não estou mais feliz porque minha família toda não está aqui", disse a atleta, que também tem duas medalhas de bronze em Mundiais. Mais cedo, o judô brasileiro conquistou o primeiro pódio em Londres, com o paulistaFelipe Kitadai, que levou bronze.
"[O judô] está crescendo muito, viemos a essa Olimpíada como carro-chefe e esses nomes realmente estão levando nosso esporte para frente. Tenho certeza que todos vão ganhar medalhas", completou a piauiense, que mal conseguia esconder a alegria.
Campanha
Na estreia contra a vietnamita Ngoc Tu Van, a brasileira decidiu a luta com dois yukos. Depois, diante da francesa Laetitia Payet, a vitória veio com outro yuko, obtido a 21 segundos do fim do combate.
Nas quartas de final, a brasileira venceu a chinesa Shugen Wu. Em luta bastante disputada, Sarah saiu vitoriosa por um yuko de vantagem cedido por conta de duas punições aplicadas à chinesa por falta de combatividade.
Na semifinal, que garantia pelo menos a medalha prata, o triunfo por um yuko sobre a belgaCharline Van Snick levou a brasileira à final da categoria. (GP)

 
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