sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Despedida do mestre Taura: Amanhã os discípulos, amigos e parentes irão se reunir entre as 13 e as 14 horas na capela mortuária do Cem. Municipal

- A despedida será amanhã (29), entre as 13 e 14 horas, no cemitério municipal São FRANCISCO DE PAULA: PRAÇA PADRE JOÃO SOTTO MAIOR, 0 - SÃO FRANCISCO - CURITIBA - PARANÁ

Embora a cerimônia de cremação já tenha ocorrido pela vinda de parentes, discípulos e amigos do Japão, como de várias partes do Brasil, que não puderam chegar a tempo para a despedida ficou resolvido ocorrer uma nova cerimônia para que todos possam unidos proferir as últimas palavras em saudação ao mestre Taura!


Faleceu o amigo Hiroshi Taura, mestre de Karatê e grande seguidor dos ensinamentos de Sidarta Gautama.

Ele foi ontem pela última vez homenageado pelos seus milhares de alunos e discípulos. O corpo foi velado na capela 1 do Cemitério Municipal. Atendendo a seu pedido o corpo foi cremado.

Taura, fiel seguidor do Budo e do budismo, neste espírito contribuiu fortemente na formação moral e espiritual de seus alunos.

Em 1986 o mestre Taura foi justamente homenageado pela nossa capital com o Prêmio Cidade de Curitiba, honraria concedida pela proposição do, na época vereador, José Maria Correia, seu fiel e leal discípulo.

O senhorTaura foi um grande mestre de Karatê, e um dos maiores incentivadores e divulgadores desta arte marcial. Grande parte dos melhores mestres de Karatê hoje atuando em nosso estado foram forjados pelas mãos deste notável ser humano.

O mestre Taura foi forjado por outro grande mestre, o Hironori Otsuka, que foi o terceiro em todo mundo a receber 10º dan pela Federação Internacional de Artes Marciais.


O mestre Otsuka, por sua importância no desenvolvimento das Artes Marciais no Japão, foi condecorado pelo governo japonês com a a honrosa condecoração Quinta Ordem do Mérito. A razão de tal homenagem foi pelo mestre Otsuka ter criado o seu próprio estilo de Karatê. Este mestre fundou as bases do Wado-ryu, considerado primeiro estilo verdadeiramente japonês desta modalidade. Foi com está tradição que o mestre Taura nos honrou ao aqui repassar os profundos conhecimentos nesta Arte, que não é somente uma luta e sim uma escola filosófica, onde é ética e moralmente formado o caráter.

AO MESTRE COM CARINHO

por José Maria Correia

Quando ainda menino e lá por 1960 fui ao Cine Santa Maria assistir o clássico do diretor Akira Kurosawa, Os Sete Samurais, não podia imaginar que dentro de alguns poucos anos, um personagem como aqueles heróis destemidos e exímios em artes marciais iria também fazer parte de toda minha vida.

Pois aconteceu mesmo, ao visitar pela primeira vez a Academia do mestre de Karatê Hiroshi Taura, logo em minha sempre fértil imaginação o identifiquei com os personagens dos filmes épicos que descreviam a epopéia dos primeiros guerreiros japoneses que professavam rigorosos códigos de ética O HAGAKURÊ e O BUSHIDÔ.

Taura ainda muito jovem tinha concluído sua formação na Universidade de WASEDA e decidira vir para o Brasil aqui apaixonado pelas artes marciais como faixa preta e campeão de sua categoria, logo foi convocado para transmitir a arte que dominava como poucos.

Ainda não falava português, mas com gestos decididos, comandos verbais na língua de sua terra natal e acima de tudo expressões faciais sabia transmitir todas as técnicas.

Foi na antiga academia da Sociedade Polonesa da Rua Ébano Pereira que me tornei seu discípulo com a faixa branca até atingir anos depois a faixa preta em Karatê e Judô como primeiro paranaense a obter a graduação nas duas modalidades muito diversas uma da outra.

Eram tempos duros da ditadura militar onde tudo era visto com desconfiança e suspeição até mesmo o fato de jovens universitários reunirem-se semanalmente para aprender a lutar.

Não posso deixar de admitir que na realidade as aulas do mestre Taura foram fundamentais para nós, jovens rebeldes nos enfrentamentos de rua com a repressão nas passeatas promovidas pela UPE e pela UNE então postas na clandestinidade.

Aprendemos a desviar dos cassetetes e com facilidade colocávamos no chão com alguns golpes os militares que com truculência nos encaravam.

Taura era um pacifista e só admitia que nos defendêssemos, sua fama correu o meio universitário e foi chamado para ensinar também na Casa do Estudante e em vários cursos da Universidade Federal.

Quando venci os jogos de calouros e depois os jogos universitários ele estava ao meu lado incentivando exatamente como fazia o técnico no filme Karatê Kid.

Depois as coisas foram acalmando e as forças armadas já sem confronto convocaram também o Taura como instrutor e lá fui eu como seu auxiliar direto para a tropa de elite da Marinha na Ilha do Governador, no Rio de Janeiro, o Batalhão Riachuelo de fuzileiros navais.

Ficávamos hospedados no camarote dos oficiais e o treino começava às cinco horas da manhã na praia, a luta era contra baionetas caladas, envolvia risco e éramos desafiados o tempo todo a provar a eficácia dos movimentos o que o Taura fazia com facilidade.

Participavam do treinamento oficiais superiores e até almirantes e todos batiam continência e reverenciavam com absoluto respeito o mestre Taura que sabia se impuser e comandar como ninguém, eu era o seu sparing, o que me rendeu muitos hematomas e algumas pequenas fraturas, nada de mais sério e que não fosse comum.

Estávamos sempre juntos e ele gostava de ir ouvir as aulas na Faculdade de Direito da Federal para aprender português e passava o tempo fazendo anotações.

Uma vez fomos a Paranaguá participar de um torneio e voltamos de carona com um amigo, o carro colidiu com um caminhão e explodiu na serra, eu fui expelido do banco de trás e retornei em estado de choque em meio a um grande incêndio para retirar o Taura e mais três colegas dos destroços, Taura estava com lesões gravíssimas, o fêmur exposto e o quadril destroçado.

Foi operado pelo Dr. Aramis que o reconstituiu, porém ele ficou de muletas por muitos meses, mesmo assim ia dar suas aulas apesar da dor, das limitações e do sofrimento.

Depois quando ingressei na Policia Civil como delegado fui convocado com o Taura para uma demonstração de defesa pessoal na cerimônia de inauguração da nova Escola de formação de policiais, o governador era Jayme Canet que fez questão de abraçar o Taura e o convidou para o corpo docente da Academia.

Não havia quem não o admirasse e respeitasse por sua técnica, mas acima de tudo por sua formação ética e pelas lições de vida e os conselhos que distribuía a todos que o procuravam.

Absolutamente despojado de bens materiais era um verdadeiro monge na sua prática, gostava de andar a pé por toda a cidade carregando apenas o seu quimono e visitando as academias e ajudando naquilo que podia e sempre foi muito.

Quando ingressei no antigo MDB lá por 1978 Taura rompeu com uma antiga tradição da colônia nipônica, a de apoiar sempre o governo e a situação e veio somar conosco na luta pela anistia e pela retomada do estado de direito.

Todos os intelectuais o conheciam e ele esteve sempre presente em todas as reuniões públicas e comícios de José Richa, o primeiro governador eleito depois de dezoito anos de arbítrio em 1982.

Taura era amigo do Professor Oto Bracarense um grande humanista que o prestigiava comparecendo a todas as festividades da seita budista Soka Gakai da qual Taura era um dos principais líderes..

Aliás, foi com Taura que tive o privilégio de conhecer o budismo como filosofia elevada e aprendi a recitar os mantras sagrados e o DAIMOKU e conduzir meu cérebro ao estado Alfa de tranqüilidade, o que me ajudou por toda a vida a manter a paz e a tranqüilidade e compreender o sentido de muitas adversidades próprias da primitiva e cruel espécie humana.

Com o passar do tempo o mestre Taura já muito amadurecido e elevado espiritualmente passou a conjugar a prática das artes marciais com o exercício do budismo de NITIREN DAISHÔNIN e suas aulas ganharam uma vertente até então quase desconhecida no Brasil e que podia remeter-se aos monges que em seus monastérios adotavam as artes marciais para conhecer e superar os próprios limites.

Aprendi com o mestre que o grande adversário somos nós mesmos e o desafio maior está em nosso interior como contido no GOSHO.

Aproximei o mestre de outros amigos e governantes, os Prefeito Mauricio Fruet, e depois Requião que o levou para treinar a Guarda Municipal que criei como vereador de Curitiba.

Taura era incansável nas suas iniciativas e foi o responsável junto com o professor Araújo também seu discípulo pela efetivação do convênio entre a grande Universidade de Soka e a nossa Federal o que possibilitou que centenas de acadêmicos participassem do intercâmbio viajando ao Japão e vice-versa.

Lembro que no meu mandato de Vereador eu o homenageei com o Prêmio Cidade de Curitiba, ele e o gênio Paulo Leminski também judoca, terminada a cerimônia fomos todos jantar e naquela noite Taura levado pelo poeta exagerou um pouco no sakê e cantou com a alma canções nostálgicas de sua terra natal, seguido na segunda voz pelo Paulo que conhecia muito de japonês pelas obras de Matsuo Bashô dos Hai- Kais, de Yukio Mishima e de outros tantos que líamos durante horas na biblioteca pública.

Reunir esses dois mestres numa tertúlia até a madrugada foi inesquecível e agora só pode se repetir em outro plano, o do desconhecido.

Quando fomos ao Japão em 1992 em uma missão governamental Taura seguiu junto já como interprete da delegação e foi responsável pela organização de eventos muito significativos com o apoio local dos membros da poderosa SOKA GAKAI.

Eu era o Chefe da Policia Civil e tentei sem sucesso através de nossa Embaixada e dos meios diplomáticos visitar a sede da Policia Federal de Tókio.

Os japoneses são muito rigorosos com a segurança e o protocolo e todas as tentativas foram inúteis até que Taura entrou no circuito e com alguns telefonemas para seus contatos conseguiu que eu fosse recebido sem reservas em todos os departamentos que desejava visitar com honras e prerrogativas.

Fui com Taura visitar a milenar Academia Imperial de Policia e lá participamos de treinamentos extenuantes, mas, Taura como era mais graduado e já tinha o grau de SHIHAN, mestre dos mestres, assumiu o comando e recebeu a reverência cerimonial de todos aos alunos e professores.

Taura foi o interlocutor responsável pela outorga ao Governador Requião do titulo de Doutro Honoris-Causa da Universidade de Soka em um auditório no campus com mais de cinco mil cadeiras, o triplo do nosso teatro Guaira.

No pórtico do auditório estão duas estátuas gigantes de Leon Tolstoi e de Victor Hugo mostrando a consideração que os japoneses dedicam aos expoentes da literatura em todos os países.

Taura não parou por aí, com a sua simplicidade e empenho foi fundamental para a vinda da exposição Tesouros do Japão, uma das mais ricas e visitadas do planeta para o nosso museu Oscar Niemeyer, tarefa das mais delicadas pelo valor das relíquias e do acervo.

Em 2003 quando assumi a Prefeitura de Matinhos o levei como diretor de esportes e ele rápidamente montou um circuito de treinamento para os guardas municipais do litoral e outro diferenciado para as crianças carentes no contra-turno das escolas municipais com ênfase na educação para a vida como parte da pedagogia da superação.

Em mais de quarenta anos nunca nos separamos e nunca deixei de ser seu mais fiel discípulo e amigo.

Não há como descrever o conteúdo e a qualidade desse convívio que foi também usufruído por milhares de outros alunos formados por todo o Brasil desde o extremo norte até o Rio Grande do Sul e onde havia academias de Karatê ou reuniões de budistas.

Muitos governadores, ministros, políticos, desembargadores, médicos e profissionais de todas as atividades passaram pelas aulas do mestre Taura e sempre externaram o reconhecimento pela dedicação e exemplo do grande professor.

Com o Taura aprendi também a praticar o KIME, uma postura onde todos os músculos do corpo enrijecem instantaneamente a partir do abdômen, travam e formam uma couraça de proteção aos órgãos vitais por mais forte que seja o choque e aprendi também a manter a consciência e os estado de alerta mesmo com traumas profundos.

Assim foi neste mês de Julho quando retornava dirigindo do litoral meu roteiro de todos os finais de semana, o carro subitamente aquaplanou debaixo de um temporal e no momento da capotagem instintivamente e por reflexo condicionado entrei na postura do KIME, a destruição do carro foi total, ficou como uma lata de sardinha amassada, o teto desceu esmagando a minha coluna e sofri cinco fraturas graves que me mantiveram no hospital por 30 dias depois de uma cirurgia muito delicada com o implante de mais de dez parafusos e placas.

Graças aos treinos do mestre sobrevivi defendendo meus órgãos vitais, o que foi considerado um verdadeiro milagre pelos médicos e nessa ocasião apesar dos muitos traumas me mantive consciente o tempo todo.

Taura retribuiu a vez em que o retirei dos escombros na Serra do Mar.

Do hospital liguei para o Taura assim que pude, pois precisava dele ao meu lado, para minha surpresa ele atendeu falando com muita dificuldade me dizendo que havia sofrido um derrame cerebral, um AVC, estava impossibilitado de caminhar, mas lutava para se recuperar.

Liguei outras vezes e aí os telefonemas já foram atendidos pela cuidadora que ia me informando que infelizmente não havia progresso na recuperação.

Quando tive alta, assim que pude caminhar novamente e ainda com muita dor na coluna fui visitar o mestre que estava então internado no Hospital Cajuru, fui levado pelo Haziel Pereira que apesar de marxista também vinha estudando o budismo.

Encontramos um quadro desolador, o guerreiro antes tão vigoroso e enérgico estava combalido e devastado pela doença, o AVC agravara e ele teve grande parte da perna amputada.

Taura pareceu não me reconhecer, o Haziel, como bom baiano emocionou-se muito e não conseguiu conter as lágrimas.

Deixamos o hospital arrasados, Taura estava morrendo.

Nos últimos dias o Samurai recuperou parte da consciência, mas tinha também alucinações, se imaginava no DOJO em pleno combate com alunos e adversários em torneios acirrados.

Pedia o quimono, o KARATEGUI para as enfermeiras, queria a sua faixa vermelha e branca de SHIHAN, mestre dos mestres, gesticulava e quando perdia novamente a lucidez já havia uma dezena de adversários submetidos como sempre aconteceu na vida real.

Nesta quarta feira pela meia noite toca o telefone em minha casa, o horário prenuncia más notícias, era o filho Ricardo, com a elegância e a cortesia nipônica anunciou , “temo ter que lhe transmitir más noticias , perdemos papai”

Fiquei sem palavras, disse alguma coisa e me retirei para um canto da casa em silêncio ensimesmado, outra perda irreparável e meu mundo vai se estreitando cada vez mais.

Que fazer?

Resta o consolo de saber que o mestre tinha profunda convicção na vida eterna e na reencarnação conforme os dogmas budistas.

Tinha apenas 71 anos, com certeza gastou sua vida dedicando-se aos outros com tanta intensidade que um dia a chama extinguiu-se no corpo terreno agora transformado em LUZ IRRADIANTE.

Ele havia atingido o estado de BODHISATTVA, o de compaixão pelos semelhantes como escrito na SUTRA DE LOTUS de infinitos significados.

Diz frei Leonardo Boff que a morte é o passo necessário para a plenitude da vida e que com a morte corporal caem todas as barreiras interpostas pelo espaço e pelo tempo, pelo corpo e pela matéria.

Que assim seja também para o Taura meu amado mestre e de muitos outros nesta existência.

DOUMO ARIGATOU-GOZAIMASU SHIHAN.

Dívida estudantil cresce e preocupa Estados Unidos

Os estudantes universitários dos EUA enfrentam o revés duplo da disparada de suas dívidas e da elevada taxa de desemprego, o que vem aumentando as preocupações de que uma potencial crise de inadimplência possa se transferir para a economia como um todo. O endividamento dos estudantes aumentou quase sete vezes, de US$ 80 bilhões em 1999 para US$ 550 bilhões no fim de junho deste ano, segundo o Federal Reserve Bank de Nova York. Outras estimativas do Departamento de Educação colocam as dívidas pendentes em até US$ 805 bilhões. Mas a taxa de desemprego para os jovens de 20 a 24 anos está em quase 15% - maior que a taxa geral de 9,1% -, o que vem comprometendo a capacidade dos diplomados de pagar suas dívidas crescentes. A inadimplência nos empréstimos estudantis aumentou de 6,5% em 2003 para 11,2% em junho, uma taxa quase tão alta quanto a dos cartões de crédito (12,2%).

''As perspectivas de longo prazo para os empréstimos estudantis e para as tomadores desses empréstimos continuam preocupantes", disse a empresa de avaliação de risco Moody's em um relatório recente. ''Ao contrário de outros segmentos da economia de crédito ao consumidor, os empréstimos estudantis não têm demonstrado muita melhoria no desempenho, apesar de uma certa melhoria na economia como um todo."

No primeiro semestre deste ano, os empréstimos estudantis foram a única categoria de empréstimo em que a taxa de inadimplência aumentou. Como os cortes no orçamento federal estão levando muitas universidades públicas americanas a aumentar as mensalidades, os estudantes estão arcando com uma parcela maior de suas despesas com a educação.

Alberto Gutierrez, um doutorando de 38 anos da Universidade da Califórnia, em Los Angeles, teve que pegar mais dinheiro emprestado e conseguir um emprego de meio período para cobrir suas despesas, que incluem prestações mensais de US$ 3.000 para saldar um empréstimo imobiliário. Ele recebe uma certa ajuda financeira, mas não tanto quanta gostaria. "Trata-se de uma universidade pública e portanto os cortes têm sido grandes. Os recursos estão muito escassos", diz ele.

Para prosseguir os estudos, Gutierrez tomou emprestados outros US$ 10 mil. ''Terei uma dívida de cerca de US$ 25 mil quando terrninar. Nunca devi tanto dinheiro."

Alguns observadores vêm comparando o potencial impacto de um grande aumento das inadimplências no crédito estudantil à crise dos empréstimos subprime no mercado imobiliário residencial, em que um aumento dos calotes contaminou a economia americana inteira. Os critérios para os empréstimos estudantis garantidos pelo governo não são tão rígidos quanto para outros tipos de endividamento, e muitos empréstimos têm sido securitizados e vendidos para investidores. A expansão do setor de ensino universitário com fins lucrativos, onde na última década as matrículas cresceram dez vezes mais do que nas universidades públicas e sem fins lucrativos, está provocando uma preocupação especial: as taxas de calote entre os estudantes das faculdades com fins lucrativos estão significativamente maiores. Um relatório divulgado no ano passado pelo Departamento de Contabilidade do governo dos EUA constatou que algumas escolas com fins lucrativos "encorajaram práticas fraudulentas" ao aconselhar estudantes a solicitar ajuda financeira federal.

Mas embora o endividamento total pendente dos estudantes esteja projetado para alcançar US$ 1 trilhão no futuro próximo, segundo o Departamento da Educação, ele ainda é consideravelmente menor que os US$ 2,5 trilhões estimados para os arriscados empréstimos subprime.

Enquanto os donos de residências podem dar calote em suas dívidas, os estudantes não podem fugir de seus empréstimos. Os salários dos tomadores de empréstimos estudantis podem ser embargados e suas dívidas não podem ser incluídas em uma declaração de falência, exceto em casos de problemas muito graves. "Não acho que uma crise subprime esteja sendo criada", diz Mark Zandi, economista-chefe da Moody's Analytcs. Mas ele acrescenta que haverá uma inadimplência e taxas de perdas maiores sobre os empréstimos, uma vez que os diplomados enfrentam um cenário econômico difícil. "Os empréstimos estudantis historicamente sempre exibiram problemas de crédito e isso vai piorar."

Ativistas como o site liberal Moveon.org vêm conclamando governo e bancos a perdoarem as dívidas dos estudantes. A proposta é conseguir o apoio dos manifestantes do movimento Ocupem Wall Street, que estão protestando contra os excessos do setor financeiro. Ani Monteleone, que se formou pelo Oregon College of Art and Craft em 2006, carregava em uma manifestação realizada em Wall Street em 5 de outubro, um cartaz pedindo perdão às dívidas estudantis. Ela disse que as prestações mensais dos empréstimos são um fardo para os diplomados que já têm problemas para pagar suas contas e conseguir emprego. "Eles socorreram os bancos. Porque não podem socorrer as pessoas?"

Para alguns analistas, um plano desses seria socorrer as pessoas erradas."Não se trata de criar uma distribuição de renda mais justa", diz Justin Wolfers, da Wharton Business School da Universidade de Pensilvânia "Na verdade os alunos que abandonam o ensino médio é que estão se saindo mal, não necessariamente os formados pelas universidades."

O ônus do aumento dos empréstimos educacionais vem caindo de uma maneira desproporcional sobre os estudantes mais pobres, que estão pagando mais para estudar mesmo com os custos médios caindo no último ano, afirma a Sallie Mae, agência que concede empréstimos estudantis. Enquanto as famílias americanas pagaram em média 9% menos com a faculdade dos filhos em 2010-11, em comparação ao período anterior, o volume pago pelos lares com renda anual inferior a US$ 35 mil cresceu 14%. Para atender o aumento das demandas, os pais de rendas mais baixas contribuíram com mais renda e contraindo mais empréstimos.

Os alunos estão recebendo mais subvenções e bolsas, mas a maior parte desse crescimento foi para as famílias das classes média e alta. 0 nível de subvenções e bolsas de estudo para os estudantes de famílias de baixa renda permaneceu estável em relação ao ao ano anterior.

Produção industrial cresce

A produção industrial dos EUA cresceu 0,2% em setembro, depois de ficar estável em agosto, informou ontem o Federal Reserve (o BC americano). O dado reduz o risco de a economia americana entrar numa nova recessão.

A taxa de utilização da capacidade instalada passou de 77,3% em agosto para 77,4% em setembro, mas continuou abaixo da media registrada entre 1972 e 2010. Os resultados confirmaram as estimativas de economistas, que eram de aumento de 0,2% do produto e utilização da capacidade a 77,5%.

A produção da indústria de transformação subiu 0,4% em setembro do ano passado, a produção industrial geral avançou 3,2%. "Não se pode temer que os EUA estejam entrando em recessão neste momento", disse o estrategista-chefe de mercado do JPMorgan Funds em Nova York, David Kelly. (Valor Econômico)

Plano Nacional de Educação deverá fixar meta de investimento no setor em 8,3% do PIB

Após meses de um intenso trabalho de análise e negociações, o relatório do Plano Nacional de Educação (PNE) está em fase final de elaboração e deve ser apresentado na próxima semana na Câmara. O projeto de lei definirá 20 metas educacionais que o país deverá atingir até a próxima década. Versão preliminar do relatório obtida pela Agência Brasil estabelece que o país deverá aumentar o investimento público em educação dos atuais 5% do Produto Interno Bruto (PIB) para 8,29% nos próximos dez anos.

Esse era um dos pontos mais polêmicos do plano e alvo de boa parte das quase 3 mil emendas que o projeto recebeu. A proposta inicial do governo era de que esse patamar fosse de 7%, mas houve grande pressão dos movimentos sociais para que se ampliasse o percentual para 10%. O relatório do deputado Angelo Vanhoni (PT-PR) encontrou uma solução intermediária para a questão: determina o aumento dos investimentos para 7% do PIB até o quinto ano de vigência do PNE e para 8,29% no décimo ano de vigência do plano.

Durante a tramitação na comissão especial criada para avaliar o PNE, diversos estudos apresentados por entidades e pesquisadores indicavam que 7% seriam insuficientes para atingir todas as metas de melhoria do acesso e da qualidade da educação previstas no plano. Para a deputada Dorinha Rezende (DEM-TO), que faz parte da comissão do PNE, o valor que deve ser estipulado no relatório (8,29%) ainda é pequeno. Os deputados terão direito a apresentar novas emenda ao relatório e ela acredita que o tema será novamente debatido.

“Esse continua sendo o ponto em que no discurso todo mundo é a favor [de mais dinheiro], mas na prática não se efetiva. É preciso entender que os 5% de hoje não estão dando conta de garantir a qualidade, precisamos de um esforço a mais para garantir um bom padrão para todos. Hoje você tem professor ganhando R$ 4 mil e outros que não recebem nem o piso nacional [R$ 1.187]”, defende a deputada.

Na avaliação de Dorinha, o relatório irá tentar conciliar as diversas propostas, mas, para ela, o momento é ideal para estabelecer um pacto por um maior esforço. Ela aponta que, além de aumentar o patamar de investimento, o PNE deve determinar uma maior participação da União nessa conta, que hoje fica em grande parte com estados e municípios. “Isso não quer dizer que daqui a dez anos a gente não possa rever essa meta. Se houver melhoria no sistema poderemos avaliar e entender que os 10% do PIB não são mais necessários. O aluno que repete todo ano, por exemplo, é um dinheiro que a rede de ensino joga fora e se eu consigo melhorar o sistema diminuo os gastos”, pondera.

Além da meta que define o patamar de investimento, outras também sofreram alteração em relação ao projeto enviado ao Congresso pelo Executivo. A de número 11 falava, no texto original, em duplicar as matrículas da educação profissional. O relatório deve trazer a proposta de triplicar o número de estudantes nesta etapa. Já a meta 12 determinava o aumento da taxa de matrícula no ensino superior para 33% na população de 18 a 24 anos. Na nova versão a meta é mantida, mas com uma ressalva: 40% das matrículas devem estar nas universidades públicas. Hoje o setor privado é o responsável pela maioria (75%) dos estudantes do ensino superior.

Boa parte das emendas apresentadas ao PNE foi formulada pela Campanha Nacional pelo Direito à Educação, que participou dos processos de negociação para elaboração da nova versão do projeto. Para o presidente da entidade, Daniel Cara, o relator foi muito aberto ao debate com a sociedade e ao mesmo tempo cumpriu seu papel de negociador dentro do governo. Caso se confirme o percentual de investimento de 8,3% do PIB, Cara avalia que é uma conquista e representa um viés de alta.

“A vantagem é que se estabelece um novo piso de negociação. Não vamos aceitar nada menos do que os 8,3%”, diz. Ele ressalta, entretanto, que a entidade continuará lutando pelos 10% do PIB. Após a apresentação do relatório, os deputados da comissão terão novo prazo de apresentação das emendas. Só depois de aprovado o texto segue para o Senado que só deve iniciar a tramitação do novo PNE em 2012. (AB)

Manifestantes deixam canteiro de obras de Belo Monte

Os manifestantes que ocupavam o canteiro de obras da Usina Hidrelétrica de Belo Monte, no Rio Xingu (PA), já deixaram o local. Uma decisão da 4ª Vara de Justiça do Pará determinou que eles saíssem do canteiro e encerrassem o protesto que começou na madrugada de ontem (27).

O oficial de Justiça chegou ao local juntamente com policiais para auxiliar a retirada dos índios e dos pescadores que protestavam contra a construção da usina. Não houve danos ao local.

De acordo com o Conselho Indigenista Missionário (Cimi), pelo menos 600 pessoas, entre indígenas, ribeirinhos e pescadores participaram da ocupação. Os manifestantes querem que o governo paralise imediatamente as obras. Um trecho da BR-230, a Rodovia Transamazônica, foi interditado na altura da entrada do canteiro de obras da hidrelétrica.

A Norte Energia, empresa responsável pela usina afirma que a maior parte dos manifestantes veio de fora da região de influência da usina. A empresa ainda declara que o projeto tem aval do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e da Fundação Nacional do Índio (Funai), e está sendo conduzido “com a plena concordância da população local e dos povos indígenas da região”. (AB)

Defensoria Pública recomenda que Inep anule questões ou cancele prova do Enem

A Defensoria Pública da União (DPU) vai recomendar ao Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) que anule 14 questões do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Alunos de uma escola particular do Ceará tiveram acesso antecipado a esses itens.

Para o defensor público Ricardo Salviano, autor da recomendação que será encaminhada na tarde de hoje (28), a anulação das perguntas e respostas para os cerca de 4 milhões de estudantes que realizaram a prova em todo o país é uma das duas formas de garantir que ninguém seja prejudicado ou beneficiado por realizar as provas em condições desiguais. A outra forma de preservar o princípio da isonomia entre os candidatos é o Inep anular toda a prova, nacionalmente, conforme sugere o defensor.

Após a confirmação de que o Colégio Christus, de Fortaleza (CE), distribuiu aos seus alunos do ensino médio uma apostila com 14 das questões usadas na prova do Enem, realizada no último final de semana, o Ministério da Educação (MEC) decidiu anular as provas dos 639 estudantes da escola, que terão que refazê-la nos dias 28 e 29 de novembro, quando serão aplicadas as provas à população carcerária.

Para Salviano, contudo, como o Enem é um concurso nacional, a solução não pode se restringir apenas ao Ceará. O defensor dará um prazo de dez dias para que o Inep, a partir do momento que receber a recomendação, se manifeste. Caso o instituto não adote nenhuma das duas providências sugeridas, a defensoria poderá ajuizar uma ação civil pública na Justiça Federal.

Uma ação civil pedindo a anulação integral da prova ou das 14 questões já foi ajuizada na Justiça Federal pelo Ministério Público Federal no Ceará (MPF-CE). O procurador da República Oscar Costa Filho também menciona a manutenção do princípio da isonomia para justificar a ação impetrada ontem (27). (AB)

III SEMINÁRIO SAÚDE E SEGURANÇA NO TRABALHO

Local: SESI/SENAI

Endereço: Rua Senador Accioly Filho, 250 - Cidade Industrial de Curitiba/Pr.
Acesso pela Rua General Potiguara Leal, 201

Data: De 24 a 26 de Novembro de 2011

Abertura: 24/11 as 14;00 horas

Programação: clicar na imagem


Na USP em vez da revolta da chibata ocorreu a revolta da chibaba


Dezenas de estudantes invadiram, no final da noite de quinta-feira, o prédio da administração da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH), na Universidade de São Paulo (USP), na zona oeste da capital.

Alegam que foi uma demonstração de repúdio à ação da Polícia Militar, que, horas antes, abordou três alunos que portavam maconha, gerando com isso um quebra-quebra e confronto entre cerca de 300 universitários e PMs. Uma viatura policial foi danificada.

Conselho de Ética da Assembleia Legislativa paulista enterra apuração ao decidir não ouvir mais testemunhas

O Conselho de Ética da Assembleia Legislativa de São Paulo decidiu nesta quinta-feira, 27, por cinco votos a dois, interromper as investigações das acusações de venda de emendas parlamentares e enviar ao Ministério Público um relatório com o material colhido até agora pela comissão. O documento sequer começou a ser elaborado, mas o conselho não tomará mais nenhum depoimento nem colherá novas provas. A comissão foi prorrogada por 15 dias apenas para que o relatório final seja votado. Na prática, a decisão significa o enterro da investigação do caso.

Com a manobra, a base governista espera pôr fim ao noticiário negativo diário que envolve a Assembleia. Com o caso sendo investigado exclusivamente pelo Ministério Público, a base espera que sejam mais esparsas as reportagens sobre a suposta venda de emendas na Casa.

Todo o material de que a comissão dispõe para enviar ao Ministério Público são as cartas enviadas ao conselho por Barbiere e pelo secretário de Meio Ambiente, Bruno Covas (PSDB), nas quais nenhum dos dois cita nenhum nome, além do depoimento do deputado Major Olímpio (PDT), único a depor pessoalmente.

Dos 17 requerimentos de convocações e pedidos de informação apresentados desde o início dos trabalhos, apenas três foram aprovados. Os deputados governistas operaram para impedir até convites aos secretários de Estado citados no caso - por não se tratar de convocações, eles nem seriam obrigados a comparecer à comissão.

Questionado sobre o teor do relatório que será enviado ao MP, o deputado Campos Machado, autor do requerimento que na prática enterrou as investigações, respondeu: "O que existe! O que tem nos autos. Você tem que verificar. Se não tem, não tem nada, é outro problema".

Marco Aurélio Souza rebateu: "Como é que vamos explicar para a imprensa que estamos aprovando o envio ao Ministério Público de um documento que nem existe? É como se disséssemos: ‘Ah, o que quer que tenha a gente manda’". (AE)

Protesto contra imposto na China gera confrontos

Um protesto reunindo milhares de pessoas em uma cidade da China resultou em confrontos com a polícia, levando o regime comunista a bloquear hoje as notícias sobre os distúrbios. O quadro é mais um sinal de tensões econômicas na segunda economia do mundo.

Carros foram atacados e várias pessoas ficaram feridas nos distúrbios, que duraram mais de um dia e envolveram milhares, disseram autoridades locais no site da província de Zhejiang, onde ocorreu o problema. Autoridades rapidamente impediram que os usuários das populares redes sociais do país vissem notícias sobre o caso.

As buscas por Zhili, nome da cidade onde ocorreram os protestos, eram bloqueadas, bem como as pesquisas por "imposto" e "protesto". Os distúrbios começaram na quarta-feira e seguiram pela quinta-feira, sendo os maiores ocorridos na China nos últimos meses.

Um site do governo local afirmou que 28 pessoas foram presas por envolvimento nos distúrbios e a polícia teve de usar medidas "duras" para contê-los.

Na quinta-feira, autoridades determinaram que as pessoas não deveriam sair de casa, para controlar a situação. O protesto reuniu donos de pequenos negócios e trabalhadores em Zhili, cidade 130 quilômetros a oeste de Xangai.

Em um texto sobre o caso em seu site, o jornal estatal Global Times informa que o protesto ocorreu contra o aumento de um imposto anual, de 300 yuans (R$ 80) para 600 yuans. Segundo o site local Zhejiang, o dono de uma fábrica recusou-se a pagar o imposto, o que estimulou outros a se insurgirem contra a regra e irem às ruas para protestar.

O jornal afirma que o incidente "indica uma tendência perigosa de que alguns conflitos podem resultar em violência". "Essa tendência deve terminar", defende o diário estatal, sugerindo punições "rápidas e, se necessário, muito duras".

Um dono de uma empresa local disse por telefone que a situação estava calma nesta sexta-feira, mas havia muitos policiais na cidade e os moradores receberam ordens para seguir em suas casas.

Os protestos ocorrem no momento em que pequenas empresas privadas, muitas das quais concentradas na área próxima a Xangai, sentem-se pressionadas pelos esforços do governo para puxar um pouco o freio no crescimento econômico a fim de controlar a inflação.

Esses esforços limitaram o crédito para algumas pequenas firmas, o que levou o governo este mês a anunciar medidas para ajudar pequenas e médias empresas. (Dow Jones)

TPI afirma estar em contato 'indireto' com filho de Kadafi

O Tribunal Penal Internacional (TPI) anunciou que já está em contato indireto com Saif al-Islam, filho do ex-ditador Muamar Kadafi, e prometeu que, caso o líbio aceite se entregar, a Corte promoverá um "processo justo" de julgamento.

As informações são de Luis Moreno Ocampo, procurador-chefe do Tribunal, com sede em Haia, em nota divulgada nesta sexta-feira, 28, pelo TPI. Segundo ele, as negociações estão ocorrendo através de intermediários, que não podem ser identificados.

Ocampo garante ainda que não sabe do paradeiro do filho de Kadafi, mas acredita que "mercenários não identificados" estariam garantindo sua proteção. Segundo ele, essas pessoas poderiam ser sul-africanas.

"Sabemos que ele (Saif al-Islam) tem uma alternativa porque aparentemente há um grupo de mercenários tentando levá-lo para outro país", disse Ocampo. O juiz argentino mencionou o Zimbábue como uma provável opção.

Refúgio

Segundo a AP, Ocampo disse que os tais mercenários teriam oferecido ajuda para buscar refúgio ao líbio em um "país africano que não coopera com o TPI". Ainda segundo a agência de notícias, o TPI estaria em contato com outros países para evitar a fuga de Saif al-Islam, ao negar permissão de voo a qualquer aeronave que possa estar levando o filho de Kadafi.

Saif al-Islam "disse que é inocente e que provará sua inocência", relatou Ocampo.

O filho de Kadafi já foi indiciado em junho por crimes de guerra ao lado de seu pai e do chefe da Inteligênia da Líbia, que hoje estaria no Níger. (AP)

O tupaense Tiago Camilo derruba cubano, é ouro e celebra o tri no judô

Em apenas 1min45s, o brasileiro e tupaense Tiago Camilo aplicou um ippon e derrubou o cubano Asley Gonzalez nesta quinta-feira e deu mais um ouro para o Brasil no judô do Pan-Americano de Guadalajara, na categoria para judocas de até 90 kg. O atleta levou o tri na competição, uma vez que já havia levado dois primeiros lugares no pódio nos Jogos de Santo Domingo, em 2003, e Rio de Janeiro, 2007.
O atleta derrotou o tradicional rival cubano em quase dois minutos de luta, após aplicar um belo ippon. O ouro veio logo após a conquista de Leandro Guilheiro, que havia derrubado o portorriquenho Gadiel Miranda minutos antes. "Acima de tudo quero vencer, mas vencer com ippon é muito bom", desabafou o brasileiro após o combate.

Em seu caminho até o ouro, o brasileiro derrotou, antes de chegar à decisão, o canadense Alexandre Emond, nas quartas de final, e o mexicano Isao Alfonso Cardenas, na semifinal. O campeão mundial de 2007 havia levado o ouro no Pan de Santo Domingo na categoria até 73 kg, enquanto triunfou na de até 90 kg nos Jogos do Rio de Janeiro.

Agora o foco de Camilo, prata em Sydney 2000 e bronze em Pequim 2008, está em garantir vaga nos Jogos Olímpicos de Londres. O rival na disputa na equipe brasileira na categoria até 90 kg é Hugo Pessanha. (Terra)

Site:

http://www.tiagocamilo.com.br/

Pelo direito a natureza e pela soberania dos povos indígenas

Manejo correto do lixo depende de vigilância

A Política Nacional de Resíduos Sólidos, sancionada em agosto do ano passado, prevê que a partir de 2014 mais nenhum lixo, inclusive o hospitalar, poderá ser despejado a céu aberto no país. Apesar de considerada um avanço, a nova política não necessariamente deve garantir o tratamento e a destinação correta dos resíduos de saúde, opinam especialistas. Isso porque desde 2004 uma resolução da Agência Nacional de Vigilância (Anvisa) já proíbe o descarte desse tipo de material em lixões.

Para o coordenador de resíduos especiais da Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe), Odair Luiz Segantini, a garantia do manejo adequado do lixo hospitalar passa principalmente pelo reforço na fiscalização, aliado a uma legislação mais objetiva e fácil de ser observada na prática. “A Anvisa cria normas, mas jamais fiscaliza os procedimentos, deixando isso a cargo dos municípios. É um disparate. As vigilâncias sanitárias municipais e estaduais não têm condições de fazer a fiscalização de grandes hospitais e de todos os serviços de saúde”, opina Segantini.

Conforme a legislação, a fiscalização do gerenciamento dos resíduos dentro das unidades de saúde é de responsabilidade das vigilâncias sanitárias estaduais e municipais. Já a destinação final do lixo deve ser observada pelos órgãos ambientais. O acompanhamento de todo o processo, porém, é feito principalmente com base nos planos de gerenciamento e relatórios apresentados anualmente pelas unidades de saúde, e não in loco.

Mesmo assim, o chefe do Departamento de Vigilância Sanitária da Secretaria de Estado da Saúde do Paraná, Paulo Costa Santana, defende que casos de destinação ou tratamento inadequado do lixo hospitalar são raros no estado. “Já observamos essa situação no projeto arquitetônico da unidade de saúde. Não a deixamos funcionar se não tiver um abrigo especial para resíduos, por exemplo”, afirma.

A Gazeta do Povo entrou em contato com a Secretaria do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Sema) do Paraná, mas o órgão informou que somente as secretarias municipais poderiam falar a respeito. A reportagem também entrou em contato com o Ministério do Meio Ambiente, mas não obteve resposta até o fechamento desta edição.

Serviço:

Denúncias à Vigilância Sanitária podem ser feitas pelo telefone 0800-644-4414, da Ouvidoria Estadual, ou pessoalmente nas ouvidorias municipais. (GP)

Comissão da Verdade terá de vencer desafios e descrença

A Comissão da Verdade aprovada pelo Congresso Nacional terá de enfrentar vários desafios para realizar o seu trabalho. Alvo de desconfiança tanto de militares quanto de militantes de esquerda, a comissão, que deverá ser criada após a sanção da presidente Dilma Rousseff, precisará provar que tem condições de fazer o trabalho para o qual foi designada. Para o historiador Marco Antônio Villa, da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), o primeiro teste da comissão será a nomeação de seus integrantes. Pela lei aprovada na Câmara dos Deputados e no Senado, Dilma terá a atribuição de designar os sete integrantes da comissão, que ficará responsável por investigar crimes contra os direitos humanos cometidos no país entre 1946 e 1988.

“A credibilidade dos integrantes vai afetar diretamente a credibilidade da comissão”, afirma Villa. O historiador lembra que a Comissão da Verdade criada na África do Sul após o fim do apartheid (regime de segregação racial violento imposto naquele país) foi presidida pelo bispo Desmond Tutu, vencedor do Nobel da Paz de 1984. “Aqui, a figura ideal para presidir a comissão seria dom Paulo Evaristo Arns [arcebispo emérito de São Paulo]. É uma pena que a condição de saúde dele não permita”, diz.

Pesquisador do Núcleo de Estudos Estratégicos da Unicamp, o coronel Geraldo Lesbat Cavagnari afirma que a comissão não deve provocar maiores resistências dentro das Forças Armadas. Em primeiro lugar, porque poucos dos atuais quadros estavam na ativa na ditadura militar (1964-85). Em segundo lugar, porque os trabalhos, na sua opinião, não terão muita repercussão.

“O país está pacificado. A população não tem mais interesse em assuntos da ditadura militar. A economia vai bem, o pessoal quer é saber de emprego e salário”, afirma. A repercussão será ainda menor, na visão dos militares, pelo fato de a Lei da Anistia, assinada ainda durante a ditadura, impedir punições a quaisquer crimes políticos cometidos durante o regime.

Para alguns militantes de esquerda, a Lei da Anistia torna a própria existência da comissão questionável. A deputada federal Luiza Erundina (PSB) apresentou neste ano um projeto de lei para tentar revogar a legislação atual. No entanto, a Câmara dos Deputados derrubou a proposta.

“Concordo com a Erundina: a Lei da Anistia, como foi feita no Brasil, foi um grande erro”, diz a jornalista Teresa Urban, presa três vezes sob acusação de crimes políticos durante a ditadura militar. “A comissão vai servir apenas para coletar fatos, histórias”, alega. Segundo ela, o fato de os crimes da ditadura terem ficado impunes perpetuaram a ideia no Brasil de que crimes contra direitos humanos são toleráveis no país. “O que acontece nas delegacias hoje é decorrência de não termos aproveitado a chance que tivemos de mostrar que o Brasil pune atitudes como essa”, afirma. (GP)

Ex-secretário da Prefeitura de Maringá, que no passado foi condenado e preso por corrupção, é encontrado assassinado dentro do porta malas

O ex-secretário municipal de Fazenda de Maringá, Luiz Antônio Paolicchi, 48 anos, foi encontrado morto na noite desta quinta-feira (27). O corpo dele estava no porta-malas de um carro encontrado abandonado no distrito de Floriano, em Maringá. Ele foi morto com pelo menos dois tiros no rosto.

Paolicchi estava desaparecido desde a noite de quarta-feira (26), mesma data em que foi registrado um boletim de furto do Fiat Idea (placa HDQ-6182 de Maringá). O carro foi encontrado abandonado dentro de uma área de plantação após denúncias anônimas de populares.

De acordo com informações da Polícia Militar, o corpo estava encolhido, com uma fita adesiva colada no joelho direito dentro do porta-malas. Ele vestia camisa azul de mangas compridas da marca Lacoste, calça jeans clara, e sapato marrom sem meias. No pulso esquerdo ele usava relógio.

O corpo apresentava ainda sinais de agressão na boca. A polícia acredita que ela tenha sido torturado antes de ser morto. A carteira de Paolicchi foi encontrada junto ao corpo. Ela continha R$ 155 e vários cartões de crédito. Segundo a polícia, aparentemente isso seria um sinal de que o caso não se trata de latrocínio.

Na noite de quarta-feira, o companheiro de Paolicchi procurou a polícia para comunicar o desaparecimento do ex-secretário. A polícia efetuou o bloqueio do automóvel e procedeu ao registro de furto, iniciando as investigações para determinar o paradeiro de Paolicchi.

Ainda segundo a polícia, o cadáver já exalava um certo odor, o que indica que ele tenha sido assassinado entre a noite de quarta-feira e a madrugada de hoje. Os peritos do Instituto Médico Legal (IML) deverão determinar com mais precisão a hora da morte.

Carro estava estacionado no local desde a manhã

O sitiante Ademilson Oliveira Motta, 38 anos, relatou à reportagem ter visto o carro estacionado no local por volta das 6h50 desta quinta-feira. Outros moradores também confirmaram ter visto o Fiat Idea no local pela manhã, mas disseram não ter informado a polícia por acreditar que o carro pertencia a um produtor local que trabalhava no plantio. (O Diário)

 
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