quarta-feira, 31 de março de 2010

Gaia e a entropia humana geradora da destruição do meio


Com o advento da civilização o ser humano rompeu com ciclo natural da vida. Ao criar a parte o seu próprio meio este o afastou do conjunto da criação.
A natureza passou a ser vista como a seu dispor, como objeto de exploração como se não fizesse mais parte e sua exsitência não extivesse subordinada ao meio natural e os recursos orinundos deste não fossem finitos.

Isto se agrava com o advento da civilização judaico/cristã, pois com o conceito do ser humano "ser o filho de Deus feito a sua imagem e semelhança" rompemos em definitivo com a visão religiosa anímica, onde Deus estava em tudo e nós éramos parte do todo, visã oreligiosa está que servia como um freio a nossa capacidade destrutiva, e passamos a ver o "resto" com se tivesse sido criado para apenas nos servirmos.

Assim deixamos de estar a serviço da vida e de respeitar a mesma como parte de um todo, do qual a existência depende a nossa sobrevivência.

De predador do meio para a relevância do papel de predador da própria espécie é só um passo e para que isto ocorra como justificativa "toda guerra se torna santa" e o "demônio é o Deus que protege o meu inimigo".

Tal qual ocorreu nas cruzadas, onde o papa conclamava o povo para participar da "santa cruzada" contra os demônios infiéis hoje, mas que na realidade era uma guerra econômica imperialista, os pastores norte americanos "abençoam" os soldados para irem lutar contra os "demônios mulçumanos" a serviço do Islam.

Com advento da descoberta da penicilina e de outros produtos farmacêuticos o controle biológico natural é interrompido e a população mundial cresce de forma assustadora e com ela a necessidade de suprir as infinitas necessidades da espécie em um meio natural finito. Este também é outro grande fator para o aumento da agressividade pela geração de uma maior disputa entre os humanos em sua busca pela sobrevivência individual, o que gera o "darwinismo social" em uma sociedade burguesa contaminada pelos conceitos injustos da meritocracia em uma sociedade desigual, o que não passa da legitimação do "direito do mais capaz" sobre os demais. A violência no meio dos mais pobres é apenas a reprodução do modelo violento de sociedade imposto pelos mais "ricos e cultos", pelos mais "capazes".

Se somarmos estes fatores ao modelo de desenvolvimento calcado nas necessidades individuais, nos sonhos egoístas de consumo impostos pelo mercado, sendo que este foi construído em cima da exploração dos extremamente poluidores hidrocarbonetos, que são usados desde para a produção de energia a confecção dos objetos de consumo, temos um quadro ainda mais caótico nos apontando para a destruição total do meio ambiente e o fim deste modelo de desenvolvimento pelo caos total que se aproxima.

Se continuarmos neste caminho, que considero quase que irreversível e como espécie estamos fadados ao fracasso e com a destruição do meio ambiente pelos nossos atos ao destruirmos os nichos ecológicos também impomos a mesma condenação a outras espécies de vida.

Os povos da floresta, que vivem em equilíbrio com o meio, hoje quase extintos em suas culturas animistas, por se negarem a se sujeitarem ao nosso modelo “cristão ocidental” de desenvolvimento são vistos como “selvagens e vagabundos”, como “um empecilho ao progresso” e por isto são destruídos.

Gaia, a Terra, um dia reconstruirá a vida, mas não na forma como se manifesta hoje, pois grande parte das formas como ela existia ou existe pela nossa ação predadora já estão extintas ou a caminho da extinção.

O fim progressivo das outras formas de vida é o anúncio de como ocorrerá o nosso próprio fim.

Carlos Molina

terça-feira, 30 de março de 2010

Netuno

Sonho de mãe negra


Mãe negra
Embala o seu filho
E na sua cabeça negra
Coberta de cabelos negros
Ela guarda sonhos maravilhosos.

Mãe negra
Embala o seu filho
E esquece
Que o milho, já a terra secou
Que o amendoim, ontem acabou

Ela sonha mundos maravilhosos
Onde o seu filho iria à escola
À escola onde estudam os homens

Mãe negra
Embala o seu filho
E esquece
Os seus irmãos construindo vilas e cidades
Cimentando-as com o seu sangue

Ela sonha mundos maravihosos
Onde o seu filho correria na estrada
Na estrada onde passam os homens

Mãe negra
Embala o seu filho
E escutando
A voz que vem de longe
Trazida pelos ventos
Ela sonha mundos maravilhosos
Mundos maravilhosos
Onde o seu filho poderá viver.

Marcelino dos Santos

Negros correm mais riscos do que brancos


Pouco beneficiados pelas recentes ações de combate à violência, os jovens negros são 130% mais alvo dos assassinatos cometidos no País

O trabalho também mostra que o risco de um jovem negro ser vítima de homicídio no País é 130% maior do que o de um jovem branco. A desigualdade entre as duas populações, que já era expressiva, aumentou de forma assustadora em cinco anos. Em 2002, morriam 1,7 negros entre 15 a 24 anos para cada jovem branco da mesma faixa etária. Em 2007, essa proporção é de 2,6 para 1.

O abismo entre taxas de homicídios é resultado de duas tendências opostas.

Nos últimos cinco anos, o número de mortes por assassinato entre a população jovem branca apresentou uma redução significativa: 31,6%. Entre negros, o movimento foi outro, um aumento de 5,3% das mortes no período. "Brancos foram os principais beneficiados pelas ações realizadas de combate à violência. Temos uma grave anomalia que precisa ser reparada", diz Jacobo.

Veja também:

Índices de homicídio no País não se alteram entre 97 e 2007

O trabalho revela que em alguns Estados as diferenças de risco entre as populações são ainda mais acentuadas. Na Paraíba, por exemplo, o número de vítimas de homicídio entre negros é 12 vezes maior do que o de brancos. Em 2007, a cada 100 mil brancos, eram registrados 2,5 assassinatos. Entre a população negra, no mesmo ano, as taxas foram de 31,9 homicídios para cada 100 mil.

"As diferenças sempre foram históricas no Estado. Mas as mudanças nesses últimos cinco anos foram muito violentas", avalia Jacobo. Paraíba seguiu a tendência nacional: foi registrada a redução do número de vítimas entre brancos e um aumento do número de assassinatos entre negros.

Pernambuco vem em segundo lugar: ali morrem 826,4% mais negros do que brancos. Rio de Janeiro ocupa a 13ª posição, com percentual de mortes entre negros 138,7 % maior do que entre brancos. São Paulo vem em 21º lugar. No Estado, morrem 47% mais negros do que brancos.

O Paraná é o único Estado do País onde a população branca apresenta maior risco de ser vítima de homicídio. Ali, proporcionalmente morrem 36,8% mais brancos do que negros.

A esmagadora maioria dos assassinatos no País ocorre entre a população masculina. Em 2007, 92,1% dos homicídios foram cometidos contra homens. Na população de jovens, essa proporção foi um pouco maior: 93,9%. Espírito Santo foi o Estado que apresentou maior taxa de homicídios entre mulheres: 10,3 por 100 mil, seguida de Roraima, com 9,6. O Maranhão foi o Estado com o menor indicador. Foram registradas 1,9 mortes a cada 100 mil mulheres.

O estudo conclui ainda que não é a pobreza absoluta, mas as grandes diferenças de renda que forçam para cima os índices de homicídio no Brasil,. O trabalho fez uma comparação entre índices de violência de vários países com indicadores de desenvolvimento humano e de concentração de renda. "Claro que as dificuldades econômicas contam. Mas o principal são os contrastes, a pobreza convivendo com a riqueza", afirma Jacobo.

Busca por morto no Araguaia faz irmã vender apartamento


Folha Online

Na noite do último dia 13, a comerciante Maria Mercês de Castro, 49, uma cearense radicada em Curitiba, resolveu que pernoitaria, mesmo sozinha, no meio de uma fazenda de Brejo Grande do Araguaia (PA), em plena Amazônia. Tinha pavor de que alguém roubasse os pequenos pedaços de ossos e dentes que um ajudante havia encontrado num buraco cheio de lama, aberto por R$ 30.

Agora, esses ossinhos podem se tornar valiosas peças para elucidar onde estão os cerca de 60 comunistas que desapareceram durante a guerrilha do Araguaia, na década de 70.

A descoberta das ossadas por Maria Mercês, que desde 1980 procura os restos mortais do irmão Antônio Teodoro de Castro, o guerrilheiro Raul, só foi possível depois que ela vendeu um apartamento de R$ 100 mil --para custear a viagem e informantes-- e insistiu em ouvir uma dica que, segunda ela, foi desprezada três vezes pelo Grupo de Trabalho Tocantins.

O grupo, composto de civis e militares, é a maior e mais bem equipada missão governamental já feita para resgatar possíveis ossadas na região. No ano passado, vasculhou, sem sucesso, área a 30 metros de onde a comerciante achou vestígios.

Ao acompanhar uma expedição, em 2009, Maria Mercês conseguiu o telefone do ex-colaborador do Exército que viria a confirmar a localização das covas. Imediatamente, segundo contou à Folha, levou a informação à ouvidoria do grupo.

"Por duas vezes perderam o papel em que estava escrito o número. Outra vez me disseram que tinham conversado, mas era 'confidencial'", conta.

A pesquisadora Myrian Alves, uma das ouvidoras do grupo, disse desconhecer a situação e que a área seria alvo do GTT, que deve voltar a atuar em abril. Os restos mortais foram entregues à Procuradoria. O IML do Pará fará a perícia.

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Ossadas que podem ser da guerrilha do Araguaia são encontradas no Pará

da BBC Brasil

Restos humanos que podem ser de um guerrilheiro do Araguaia foram encontrados nesta semana na região conhecida como Tabocão, no Brejo Grande do Araguaia, a 90 km de Marabá (PA).

A descoberta da ossada foi feita por parentes do guerrilheiro Antônio Teodoro de Castro (que usava o codinome Raul na guerrilha) após um informante, que prefere não se identificar, indicar vários locais onde poderiam estar sepultados guerrilheiros.

Com base nas informações, os parentes iniciaram as buscas em um dos pontos no último sábado. Durante as escavações, foram encontrados restos humanos --pedaços de crânio, dentes, tecidos.

Os familiares entraram em contato com o Ministério Público Federal, que solicitou o apoio da Polícia Federal, do Instituto de Perícias Científicas do Pará e do Instituto Médico Legal de Marabá.

Uma equipe de especialistas se deslocou para Brejo Grande na terça-feira. Todo o material recolhido foi encaminhado ao Instituto Médico Legal em Marabá, onde o será analisado.

"Como estávamos a agir diante de fato urgente e imprevisível, as ações da equipe tiveram o objetivo de adotar as providências preliminares e emergenciais para garantir o resgate dos restos e a integridade do local", explicou o procurador Tiago Modesto Rabelo.

Registros

Além de trabalhar no resgate da ossada, outros especialistas ainda registraram depoimentos de moradores da região que possam ajudar na investigação sobre os restos mortais encontrados em Tabocão.

Os agentes e peritos da Polícia estão preparando um relatório e dossiê fotográfico sobre o material recolhido para encaminhar o documento à Brasília, onde poderá passar pelo processo de identificação.

Segundo o informante da família, o local que foi escavado poderia conter os restos dos guerrilheiros Pedro Carretel (Carretel), Rodolfo de Carvalho Troiano (Manoel do A), Gilberto Olímpio Maria (Pedro) ou Maurício Grabois (Mário).

O Tabocão sempre foi apontado como possível área de enterros de guerrilheiros mortos durante os combates da década de 70 e chegou a ser escavado em outubro do ano passado pelo Grupo de Trabalho Tocantins, formado pelo Ministério da Defesa para procurar as ossadas desaparecidas, sem que tenham sido encontrados restos.

Moradores de Brejo Grande prestaram depoimentos ao MPF informando que as escavações do ano passado teriam sido feitas em pontos incorretos.

"Toda a população de Brejo Grande e redondezas comentou que as escavações realizadas no Tabocão foram feitas em local errado", disse uma moradora em depoimento à Procuradoria.

O local onde foram encontradas as ossadas nessa semana fica a cerca de 30 metros do local escavado em 2009.

O Ministério Público está trabalhando para organizar uma equipe multidisciplinar que deve ficar de prontidão para continuar as buscas com base nas novas informações que estão surgindo a partir da descoberta da nova ossada.

A Guerrilha do Araguia foi um movimento guerrilheiro que atuou entre fins da década de 60 e meados de 70 e pretendia derrubar o governo militar a partir da criação de uma base rural. O grupo era composto por cerca de oitenta guerrilheiros, dos quais menos de 20 sobreviveram após os combates com o Exército.

Do blog do Zé Beto:

segunda-feira, 29 de março de 2010

Saturno

Poema em linha reta


Nunca conheci quem tivesse levado porrada.
Todos os meus conhecidos têm sido campeões em tudo.

E eu, tantas vezes reles, tantas vezes porco, tantas vezes vil,
Eu tantas vezes irrespondivelmente parasita,
Indesculpavelmente sujo,
Eu, que tantas vezes não tenho tido paciência para tomar banho,
Eu que tantas vezes tenho sido ridículo, absurdo,
Que tenho enrolado os pés publicamente nos tapetes das etiquetas,
Que tenho sido grotesco, mesquinho, submisso e arrogante,
Que tenho sofrido enxovalhos e calado,
Que quando não tenho calado, tenho sido mais ridículo ainda;
Eu, que tenho sido cómico criadas de hotel,
Eu, que tenho sentido o piscar de olhos dos moços de fretes,
Eu que tenho feito vergonhas financeiras, pedido emprestado sem pagar,
Eu, que, quando a hora do soco surgiu, me tenho agachado,
Para fora da possiblidade do soco;
Eu que tenho sofrido a angústia das pequenas coisas ridículas,
Eu que verifico que não tenho par nisto neste mundo.

Toda a gente que eu conheço e que fala comigo,
Nunca teve um acto ridículo, nunca sofreu um enxovalho,
Nunca foi senão - princípe - todos eles princípes - na vida...

Quem me dera ouvir de alguém a voz humana,
Quem confessasse não um pecado, mas uma infâmia;
Não, são todos o Ideal, se os oiço e me falam.
Quem há neste largo mundo que me confesse que uma vez foi vil?
Ó princípes, meus irmãos,

Arre, estou farto de semideuses!
Onde há gente no mundo?

Então só eu que é vil e erróneo nesta terra?

Poderão as mulheres não os terem amado,
Podem ter sido traídos - mas ridículos nunca!
E eu, que tenho sido ridículo sem ter sido traído,
Como posso eu falar com os meus superiores sem titubear?
Eu, que tenho sido vil, literalmente vil,
Vil no sentido mesquinho e infame da vileza.

Álvaro de Campos

Entrevista dada pelo Paulo Bernardo ao "O Diário do Norte do Paraná"


O Diário – O que o senhor vai fazer a partir de janeiro de 2011?

PAULO BERNARDO – Procurar emprego. Na verdade não sei. O presidente Lula me pediu para continuar no governo e, portanto, imagino que esteja contratado até 31 de dezembro deste ano. Depois vou ver. Talvez vire marido de senadora.

O Diário – Em caso de vitória da candidata do PT, Dilma Rousselff, há algum compromisso para o senhor continuar no governo?

PAULO BERNARDO – Não. Se ela ganhar deve formar o governo dela. Não tem pré-compromisso algum, com ninguém.

O Diário – Porque o senhor abriu mão de disputar uma vaga na Câmara Federal?

PAULO BERNARDO – Eu estou satisfeito com o trabalho feito e não tenho necessidade de ser candidato. Fui deputado por três vezes. Não sinto a necessidade de me manter em cargos.

O Diário – Como o senhor avalia as acusações do governador Roberto Requião?

PAULO BERNARDO – Foi uma cafajestada dele. Mais uma. Na minha opinião, o Requião está com muito medo de perder a eleição para o Senado e do futuro político dele e, por isso, briga com todo mundo. Depois desse episódio recebi muitos relatos de prefeitos que foram humilhados, de muita gente que foi maltratada por ele. Acho que é desespero mesmo.

O Diário – Ele anunciou que segunda-feira vai apresentar provas concretas sobre o episódio…

PAULO BERNARDO – É desespero, não dá para dar muita atenção. Eu entrei na Justiça. Ingressei com uma ação cível e com uma representação no Ministério Público, pedindo a apuração de algumas coisas que ele falou. Depois do dia três de abril, vou entrar com uma ação criminal. Vou esperar ele deixar o cargo e perder o foro privilegiado, assim ele não vai poder se esconder atrás da condição de governador.

O Diário – O PT participou do governo até agora. O que motivou este racha?

PAULO BERNARDO – O PT participou e nós ajudamos muito. Se olhar as políticas sociais do governo Requião, vai observar que invariavelmente são financiadas pelo governo Federal. Políticas para área de Agricultura, de Ciência e Tecnologia, de Assistência, de Educação. O programa de educação técnica é quase totalmente financiado pelo governo Federal. Nós não temos problema algum em mostrar isso e nem vamos parar de financiar essas políticas. O povo do Paraná não pode ser culpado pelas maluquices do governador. Isso é responsabilidade dele. Nós não podemos parar de ajudar o Estado porque aí quem paga é o povo e não ele.

O Diário – Foi uma questão pessoal entre o senhor e o Requião ou há interesses eleitorais específicos por trás?

PAULO BERNARDO – Não tem questão pessoal. Nunca fui amigo dele. Nunca frequentei a casa dele. Acho que o problema é eleitoral. Ele está com medo. Sabe que vai perder e cria fatos para que falem dele, para tentar se manter em evidência.

O Diário – A ida do PT para a candidatura Osmar Dias pode ser a causa?

PAULO BERNARDO – Nós não temos problema com isso. É uma questão de momento. Eu, por exemplo, não tenho problema com o Pessuti. Já falei para ele que vamos continuar ajudando o Paraná. O problema do Pessuti é que ninguém acredita que o PMDB vai fazer a campanha dele para valer. Então, porque nós do PT temos que acreditar na candidatura dele?

O Diário – Mas essa parceria com o PMDB foi boa até aqui e como fica daqui para frente?

PAULO BERNARDO – Muito boa. O Requião pode até não concordar com isso, mas ele foi eleito pelo Lula nas duas vezes em que foi candidato. Em 2006, ele saiu todo arranhado porque venceu por uma diferença de 10 mil votos. Mas não vamos reclamar. Os absurdos que ele falou, as acusações pessoais, vou responder na Justiça. O resto veremos no futuro.

O Diário – Isso leva, invariavelmente, ao PDT de Osmar Dias?

PAULO BERNARDO – Eu diria que essa é a principal opção do momento. Evidente que o PDT e o Osmar Dias têm que se manifestar. Temos conversado e acho que depende dele formalizar e puxar uma aliança.

O Diário – Mudando de assunto, o Banco Central tem sinalizado com um índice de inflação acima do projeto. Por quê?

PAULO BERNARDO – A inflação aumentou um pouco. Temos uma meta de 4,5% e ela está na casa dos 5% ao ano, no acumulado de 12 meses. Isso se deve a alguns fatores. Primeiro, a economia cresce rapidamente. Isso reflete na demanda e provoca aumento de preços. Além disso, no começo do ano tivemos alguns problemas, como o excesso de chuva que prejudicou a produção de alimentos. Janeiro e fevereiro foram meses de inflação alta. Março já acalmou. A tendência é diminuir e fechar o ano um pouco acima da meta de 4,5%.

O Diário – Não há aí um aumento de gastos do governo, crescimento da dívida pública, até por conta do ano eleitoral?

PAULO BERNARDO – Não. Os gastos do governo estão sob controle. Nós temos sido rigorosos. Se pegar os seis primeiros anos do Governo Lula nós tivemos os melhores resultados fiscais dos últimos 40 anos. Em 2009, fizemos uma mudança, diminuímos o rigor fiscal para acudir a economia, então a dívida pública oscilou. Quando assumimos estava em 56% do Produto Interno Bruto (PIB). Em 2008, fechou em 38% do PIB. Ano passado aumentou para 43% por conta das mudanças feitas na economia. Este ano vai cair novamente, devendo fechar abaixo dos 40%. Isso está sob controle e não sobre influência de eleição. Nossa previsão de crescimento da economia é da ordem de 5% nos próximos quatro anos.

O Diário – Governos geralmente terminam em baixa e o governo Lula está em alta, qual é o segredo?

PAULO BERNARDO – Além do carisma do presidente, o governo combinou políticas macro muito austera, com controle da inflação e da dívida, redução de juros – quando o Lula assumiu a taxa de juros Selic era 25% agora está em 8,5% – com políticas micro que atenderam todos os setores. Aumentamos o crédito e o poder aquisitivo dos trabalhadores, combinado com políticas sociais que acho ajudaram a dar uma melhorada muito grande na distribuição de renda no Brasil. Juntando tudo isso resultou em um governo bem sucedido. Além disso, nós não temos cor partidária na hora de fazer parcerias com Estados e municípios. Nós temos grandes parcerias com municípios administrados pelo DEM, pelo PSDB (é o caso de Curitiba), do PP, como aqui em Maringá. Não temos aquela coisa de ajudar só os amigos. O governo não trata com partidos, mas com administradores públicos e olhamos os interesses do cidadão. Acho que tudo isso é reconhecido pela população.

O Diário – Algumas obras do PAC estão sob suspeita. Há risco de o governo suspender o repasse de recursos?

PAULO BERNARDO – A Controladoria Geral da União (CGU) fez uma apuração rigorosa e apontou várias irregularidades. A maioria exige correções e adequações. Se há condições de sanar os problemas, o município é chamado e tem que resolver. Parar apenas se houver alguma irregularidade muito grave. Interromper o repasse só se o órgão de fiscalização mandar. A gente segue a recomendação.

O Diário – Qual a posição do governo em relação à emenda Ibsen e à rediscussão do pacto federativo?

PAULO BERNARDO – Nossa posição é não mexer nos royalties dos poços de petróleo que já operam. Seria uma violência contra estes Estados. Agora, os novos poços têm que ter um critério diferente. A Constituição exige que uma parcela fique com os Estados produtores. A emenda Ibsen comete um erro que é não deixar nada especifico para os Estados produtores. Acho razoável que os outros Estados e municípios recebam uma parte dos royalties do pré-sal. Tem que fazer um acordo mantendo os direitos dos Estados produtores e dividindo uma fatia com os demais. Acho possível este acordo.

O Diário – O Paraná ainda sofre retenção de recursos por causa da dívida do extinto banco Banestado. Qual a opinião do senhor a respeito?

PAULO BERNARDO – Nós cumprimos a legislação. Tem força de lei nesse aspecto. Faltou disposição de negociar uma saída. Lamentavelmente, essas coisas não podem ser resolvidas com xingamento. Tem que ser na base do diálogo. Um projeto do senador Osmar Dias tramita no Congresso e, se aprovado, soluciona o problema. Agora, tem que conversar.

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Requião denuncia Paulo Bernardo ao MPF


Governador Requião pede que MPF investigue o ministro Paulo Bernardo e o diretor da
ANTT

O governador Roberto Requião solicitou nesta segunda-feira (29) que o Ministério Público Federal investigue a proposta de construção superfaturada de um ramal ferroviário no Paraná que o ministro do Planejamento Paulo Bernardo e então assessor da Casa Civil, Bernardo Figueiredo, apresentaram em 2007 ao Governo Estadual.

Bernardo e Figueiredo foram à residência oficial do governador para apresentar um projeto de construção do trecho Guarapuava-Ipiranga, de 110 quilômetros, por R$ 540 milhões. Segundo o governador, a proposta apresentava preços acima dos normais e implicaria em usar recursos públicos para a construção de uma ferrovia que, ao fim, seria privada e com pedágio. A proposta incluía a empresa América Latina Logística S/A (ALL).

Os documentos apresentados ao Ministério Público pelo governador mostram que o próprio Ministério do Planejamento havia avaliado a obra em R$ 220 milhões, mas cerca de um ano depois o trecho foi orçado por R$ 540 milhões, para inclusão no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). “Queremos descobrir por que uma obra, em tão pouco tempo, subiu tanto de preço”, explicou o advogado do governador, Leônidas Chaves Filho.

O orçamento da obra, de R$ 220 milhões, estava na página na internet do Ministério do Planejamento, mas o documento foi retirado posteriormente. Outro documento, também apresentado ao MPF, mostra que a empresa ALL também havia avaliado a obra em R$ 220 milhões, em sua declaração à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) de 31 de dezembro de 2008. “Ao receber a proposta, o governador estranhou os preços”, explicou Chaves.

PAGAMENTO - Requião ainda se surpreendeu com a forma apresentada por Paulo Bernardo para o pagamento da ferrovia. Segundo o ministro teria explicado, caso o acordo fosse fechado, a ALL deixaria de pagar o aluguel pelo uso da RFFSA - Rede Ferroviária Federal, um valor anual de cerca de R$ 52 milhões. Dessa forma, sobraria dinheiro para o pagamento do financiamento que a empresa contrairia do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

Ao final da construção, o trecho Guarapuava-Ipiranga seria administrado por uma Sociedade de Propósito Específico (SPE), que cobraria um pedágio ferroviário estimado em US$ 6 por tonelada.

Caso aceitasse a proposta do ministro, além de aumentar os custos da produção na região com o pedágio, o governador iria contra a avaliação de engenheiros que haviam alertado, em 2005, que a construção era tecnicamente imprópria e com custos elevados. Diante disso, Requião já havia encaminhado uma carta com os argumentos aos Ministérios do Planejamento e do Transporte.

O governador pede também que o MPF investigue a atuação de Bernardo Figueiredo no caso. Hoje diretor-geral da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), Figueiredo era na época assessor da Casa Civil, mas teve participação em diversas empresas privadas do setor. “Ele é uma pessoa que transita entre o setor público e privado e participou da privatização de ferrovias em todo Brasil. Fizemos um histórico dele para apresentar ao ministério público”, relatou o advogado Leônidas.

Carlos Lessa diz:


“Não há melhor negócio no mundo que trazer dólares para o Brasil e ganhar as altas taxas de juros. Fico horrorizado com esta política econômica ...

...Quem manda no Brasil é o Banco Central e que este órgão hoje é independente do povo, do governo e do país e submetido aos interesses do sistema financeiro internacional....

...A crise corroeu o receituário neoliberal, que sempre era mostrado como única alternativa, e que agora há uma enorme janela ideológica no mundo. A economia não é ciência exata. Nela não existe receita única como o sistema financeiro, que impõem a recomendação de política econômica seguindo ao seu determinado interesse, quer demonstrar. A história vai mostrar o que deu certo e o que não deu certo e com certeza será a de que o BC ao paceitar as imposições do sistema financeiro agiu de forma antinacional" ...

Minha opinião:

A explosão da dívida interna decorre de uma má gestão das políticas monetária e fiscal, com altas taxas de juros, livre movimentação de capitais e isenção tributária para investidores estrangeiros, que com todos estes atrativos trazem seus dólares em massa ao país. O governo compra estes dólares pagando com títulos da dívida interna – cujos juros são altíssimos – e aplica tais dólares em títulos do Tesouro norte-americano, que rendem juros negativos.

A participação de estrangeiros na dívida pública interna subiu ao equivalente a R$ 114,45 bilhões, ou 8,74% do total em janeiro deste ano, um nível recorde. Houve alta de cerca de 4,3% sobre a posição de R$ 109,7 bilhões (8,11% do total) vista em dezembro de 2009. A dívida pública mobiliária federal interna fechou o mês de janeiro/2010 em R$ 1,355 trilhão.

O motivo claro é a rentabilidade paga pelo Tesouro brasileiro, com juros entre os mais elevados em todo o mundo. Em tempos de taxas quase zero por causa da crise em outros países, os papéis brasileiros acabam atraindo a procura volátil especulativa do grande capital internacional, pois não é um dinheiro investido a longo prazo na produção, o que para eles financeiramente é muito bom, mas para nós nenhum pouco desenvolvimentista produtivo.

Quem diz o mesmo que a oposição é o Zé Dirceu: O BC continua esquizofrênico


Publicado em 27-Mar-2010

A última reunião do Copom causou polêmica no ... A última reunião do Copom causou polêmica no mercado e não é para menos. No item 26 da ata da reunião do Comitê, divulgado na quinta-feira, está escrito: "À luz dessas considerações (discussões durante a reunião), houve consenso entre os membros do Comitê (Copom) quanto à necessidade de se programar um ajuste na taxa básica de juros, de forma a conter o descompasso entre o ritmo de expansão da demanda doméstica e a capacidade produtiva da economia". Uma péssima notícia para o país e para a economia.

Primeiro, porque o BC continua esquizofrênico. Morre de medo da influência política em suas decisões, como se em todos os países do mundo não houvesse uma política de desenvolvimento e econômica e como se não houvesse conseqüências dessas medidas na política monetária e fiscal. Ora, o governo tucano de FHC não impôs ao país a taxa fixa de câmbio, como aconteceu na Argentina, até os dois países quebrarem?

Está evidente que o principal perigo do BC não é a política e o rumo do governo e sim as pressões dos setores que dominam a mídia e o mercado, os interesses do sistema financeiro e dos rentistas, que não têm a transparência da política do governo e de suas decisões, orientações ou demandas sobre o BC. Já que são legítimas e públicas, derivam de sua política econômica aprovada nas urnas e pelo parlamento, Lei de Diretrizes Orçamentárias e Orçamento Geral da União.

Grave é a decisão de aumentar os juros para conter (um eufemismo) a demanda e compatibilizar o crescimento com nossa capacidade de produção, o maldito PIB potencial que só existe no papel e na cabeça de membros do BC. Uma previsão e avaliação que mais parece um palpite que uma realidade de nosso sistema produtivo, uma vez que sua medição não leva em conta as decisões dos empresários e do governo e não tem como avaliar a situação internacional e mesmo o aumento de produtividade de nossa economia.

Na verdade querem é manter uma taxa de juros de equilíbrio que garanta o retorno aos rentistas e especuladores. Ou seja, manter o ainda pernicioso controle, exercido por pressões a partir das acusações de uso político do BC e de suas decisões.

domingo, 28 de março de 2010

Nada de golpe baixo?

Não estamos fazendo campanha

A Dilma que espere ....

A Marina versão partido verde

A candidatura perfeita para o PT

sexta-feira, 26 de março de 2010

Do blog do Zé Beto:

Sonda descobre depósitos de gelo no polo norte da Lua

Divulgação/NASA
A sonda lunar indiana Chadrayaan-1, equipada com um radar americano, identificou depósitos de gelo em mais de 40 crateras no polo norte da lua, informou a Nasa durante uma conferência de ciência planetária no Texas, Estados Unidos.


Crateras lunares contendo gelo têm diâmetro entre 2 km e 15 km

Outros compostos, como hidrocarbonetos, estão misturados ao gelo lunar, segundo os resultados de uma missão da Nasa ao satélite chamada LCROSS.

As crateras contendo gelo têm diâmetro entre 2 km e 15 km, mas a quantidade de gelo em cada uma delas varia.

A Nasa, no entanto, afirma que as camadas de gelo devem ter pelo menos dois metros de espessura para terem sido identificadas pelo radar Mini-Sar, da agência americana, a bordo da sonda indiana.

O cientista Paul Spudis, do Instituto Lunar e Planetário de Houston, estimou que haja pelo menos 600 milhões de toneladas de gelo nessas crateras.

Na sombra

Em comum, as crateras têm grandes áreas onde a luz do sol nunca chega. Em algumas delas, a temperatura pode chegar a 25 Kelvin (248ºC negativos) - mais frio do que a superfície de Plutão - permitindo que o gelo permaneça estável.

"Na sua maioria, é puro gelo", disse Spudis, que "pode estar sob alguns centímetros de regolito (camada de material solto que cobrem a superfície) lunar seco".

Esta camada protetora de solo poderia evitar que blocos de puro gelo evaporassem, mesmo em áreas expostas à luz do sol, explicou ele.

Em fevereiro, o presidente americano Barack Obama cancelou o programa criado para levar os americanos de volta à Lua até 2020.

Mas, segundo Spudis, "agora podemos dizer com alguma confiança que uma presença humana sustentável na Lua é possível. É possível usando os recursos que encontramos lá".

"Os resultados dessas missões, que vimos nos últimos meses, estão revolucionando totalmente nossa visão da Lua."

Possível nova ancestral humana é encontrada em caverna na Sibéria

REUTERS
Cientistas alemães identificaram o que pode ser um novo ancestral do homem a partir da análise genética de ossos encontrados em uma caverna na Sibéria, segundo um estudo publicado na edição desta quarta-feira da revista científica Nature

O fóssil, encontrado na caverna Denisova, nas montanhas Altai, em 2008, seria de um dedo da mão de um hominídeo de cerca de seis anos que viveu na Ásia Central entre 30 mil e 48 mil anos atrás.

Os cientistas do Instituto Max Planck de Antropologia Evolucionária de Leipzig, na Alamenha, fizeram uma análise do DNA mitocondrial do fóssil e compararam com o código genético de humanos modernos e do homem de Neandertal.

Os resultados sugerem que o material corresponde a uma migração procedente da África desconhecida até agora e distinta das protagonizadas a partir do continente africano pelos antepassados do homem de Neandertal e dos humanos modernos.

X-Woman

O DNA não é o mesmo dos seres humanos ou neandertais, duas espécies que viveram na área na mesma época. Testes sugerem que o DNA do fóssil siberiano pertence a uma nova espécie, não sendo igual ao de outros hominídeos conhecidos.

O material genético encontrado no fóssil seria muito novo para ser descendente do Homo erectus, que partiu da África em direção à Ásia há cerca de 2 milhões de anos ou muito antigo para descender do Homo heidelbergensis, que teria se originado há cerca de 650 mil anos.

"Quem quer que tenha carregado esse genoma mitochondrial para fora da África há cerca de um milhão de anos é alguma criatura nova que ainda não havia aparecido no nosso radar", disse o professor Svante Paabo, co-autor do estudo, ao lado do cientista Johannes Krause.

A pesquisa contribui para um cenário mais complexo da humanidade durante o final do período Pleistoceno, quando os humanos modernos deixaram a África para colonizar o restante do mundo.

Já é conhecido que os humanos podem ter vivido simultaneamente com os Neandertais na Europa, aparentemente por mais de 10 mil anos. Mas em 2004, pesquisadores descobriram que uma espécie anã dos humanos, conhecida como "Hobbit", viveu na ilha das Flores, na Indonésia, até 12 mil anos atrás - muito tempo depois de os humanos modernos terem colonizado a área.

Convivência

A pesquisa contribui para um cenário mais complexo do período Pleistoceno, quando os humanos modernos saíram da África para colonizar o restante do mundo.

O professor Clive Finlayson, diretor do Museu Gibraltar, já disse que havia "uma série de populações humanas espalhadas por partes da África, Eurásia e Oceania".

"Alguns teriam sido geneticamente relacionados, se comportando como subespécies, enquanto outras populações mais extremas podem ter se comportado como espécies com nenhum ou pouco cruzamento híbrido", disse.

Neandertais aparentemente viveram na caverna Okladnikov, nas montanhas Altai, há cerca de 40 mil anos. Uma equipe de pesquisadores liderada pelo professor Anatoli Derevianko, da Academia Russa de Ciências, também encontrou provas da presença de humanos modernos que viveram na região no mesmo período.

"Outra questão intrigante é se pode ter havido convivência e interação não apenas entre Neandertais e humanos modernos na Ásia, mas também, agora, entre essas linhagens e a recém descoberta", afirmou o professor Chris Stringer, pesquisador de origens humanas do Museu de História Natural de Londres.

"A distinção entre os padrões do DNA mitocondrial sugere, até agora, que houve pouco ou nenhum cruzamento entre espécies, mas serão necessárias mais dados de outras partes do genoma dos fósseis para que se chegue a conclusões definitivas", afirmou.

Segundo ele, o estudo é "um desenvolvimento instigante".

_______________________________________________________________________________BBC
Material genético retirado de um osso de dedo mindinho achado em uma caverna siberiana mostra que um tipo de pré-humano até agora desconhecido viveu junto com humanos modernos e Neandertais, relataram cientistas na quarta-feira, 24. A criatura, apelidada por enquanto de "Mulher X", poderia ter vivido há meros 30 mil anos, e aparentemente guarda parentesco apenas remoto com os humanos modernos e os Neandertais, segundo os pesquisadores.

"Realmente pareceu algo que nunca vimos antes", disse por telefone Johannes Krause, do Instituto Max Planck de Antropologia Evolutiva, em Leipzig, na Alemanha. "Era uma sequência (de DNA) que parecia como a de humanos, mas realmente bem diferente."

Em artigo na revista Nature, Krause e seus colegas disseram que conseguiram sequenciar o DNA da mitocôndria, parte da célula que é transmitida praticamente intacta de mãe para filha. Eles compararam ao DNA de humanos, Neandertais e macacos.

A sequência indica que esse hominídeo divergiu há cerca de 1 milhão de anos da linhagem que deu origem a humanos e Neandertais, a qual por sua vez se dividiu há cerca de 500 mil anos. Dessa forma, a "Mulher X" é mais jovem que o "Homo erectus", pré-humano que deixou a África para colonizar boa parte do mundo há cerca de 1,9 milhão de anos. "É alguma nova criatura que não estava no nosso radar até agora", disse Svaante Paabo, colega de Krause e especialista em análise de DNA antigo.

Além disso, esse humanídeo teria vivido perto de humanos modernos e de Neandertais. "Havia pelo menos três... diferentes formas de humanos nesta área há 40 mil anos", disse Paabo.

Os dois pesquisadores tiveram o cuidado de ainda não conferir um novo nome à espécie. Eles estão trabalhando para sequenciar o DNA nuclear -- aquele que compõe a maior parte do código genético, e que poderá nos contar mais sobre a "Mulher X".

O sequenciamento genético pouco revela aos cientistas sobre a aparência da criatura ou sua interação com outros humanos que viviam nas montanhas Altai, na Sibéria, onde o dedo mindinho foi achado.

Os cientistas ainda esperam encontrar mais ossos, que permitam eventualmente reconstituir o esqueleto desses hominídeos. As condições secas e frias dos montes Altai preservam o DNA.

Paabo e Krause disseram que teoricamente é possível que a criatura esteja relacionada a outra possível terceira espécie humana -- o "Homo floresiensis", apelidado de "hobbit", que viveu em uma ilha da atual Indonésia há cerca de 17 mil anos.

A equipe tentou sem sucesso obter DNA de ossos dos "hobbits". A maior parte dos esqueletos de pré-humanos foi achada em lugares quentes e úmidos, como a África, que não são propícios à preservação do material genético.

Fernando Sarney tem US$ 13 milhões bloqueados em conta na Suíça


AE
O Ministério da Justiça confirmou ontem que o governo suíço localizou e bloqueou uma conta com US$ 13 milhões do empresário Fernando Sarney, filho do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP).

A fonte do Ministério da Justiça que confirmou a informação disse também que os indícios sobre a existência de contas da família Sarney no exterior, administradas por offshores, em paraísos fiscais, apareceram em investigações da Polícia Federal.

"O governo suíço comunicou oficialmente o governo brasileiro e, logo em seguida, foi acionado o Ministério Público do Maranhão", disse a fonte. Segundo reportagem do jornal Folha de S. Paulo, que revelou a descoberta da conta e seu bloqueio, o dinheiro rastreado a pedido da Justiça brasileira não está declarado à Receita Federal.

No início do mês, o mesmo jornal informara que o governo brasileiro obteve documentos comprovando que o dinheiro não foi declarado à Receita. Uma conta na China teria sido usada para receber remessa de US$ 1 milhão.

Silêncio. Eduardo Ferrão, advogado do empresário, disse ontem ao Estado que não iria tratar do assunto. No fim da tarde, em contato telefônico com a reportagem, disse apenas: "Como o inquérito está sob sigilo, não vou me manifestar".

Segundo o jornal Folha de S. Paulo, a conta na suíça está em nome da empresa Lithia. Nos registros bancários, o empresário seria o único autorizado a movimentar a conta. O bloqueio teria acontecido quando Fernando Sarney tentava, de acordo com informações do jornal, transferir recursos da Suíça para o principado do Liechtenstein, paraíso fiscal entre a Áustria e a Suíça.

O Ministério da Justiça confirma que as autoridades suíças fizeram um bloqueio administrativo da conta do filho mais velho do presidente do Senado, que é quem dirige as empresas da família. Esse procedimento antecede o bloqueio de caráter criminal, se o governo brasileiro provar perante as autoridades da Suíça que o dinheiro não declarado à Receita também é proveniente de operações financeiras envolvendo corrupção ou fraudes.

Boi Barrica. Alvo da Operação Boi Barrica (rebatizada de Faktor) da Polícia Federal, o empresário foi indiciado por formação de quadrilha, tráfico de influência, lavagem de dinheiro, falsidade ideológica, entre outros crimes.

CRONOLOGIA

Junho de 2009
Denúncia
Estado revela a existência de mais de 300 atos secretos para criar cargos e nomear parentes de políticos para o Senado

16 de julho
Escutas
A Operação Boi Barrica esbarrou em provas contra o grupo do empresário Fernando Sarney, filho de José Sarney. A PF divulgou provas de que o grupo usava o poder do sobrenome Sarney para ter acesso a ministérios e estatais. Fernando Sarney foi interrogado na PF do Maranhão

31 de julho
Censura
O desembargador Dácio Vieira, do Tribunal de Justiça do Distrito Federal, informa o Estado da proibição de publicar informações sobre a Operação Boi Barrica, envolvendo Fernando Sarney

5 de agosto
Recurso
O advogado Manuel Alceu Affonso Ferreira pede que o desembargador que censurou o Estado imediatamente se declare suspeito para tomar decisões no processo. A exceção de suspeição é protocolada no próprio Tribunal de Justiça do DF

13 de agosto
Censura mantida
O desembargador Waldir Leôncio Cordeiro, da 2.ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça, mantém censura ao jornal ao não acolher pedido de liminar no mandado de segurança. Cordeiro deixa para deliberar após receber dados de Vieira e da Procuradoria

15 de setembro
Afastamento
O TJ-DF declara Vieira suspeito para decidir sobre o pedido de censura. A decisão afasta o desembargador do caso. No mesmo dia foi indicado o novo relator, Lecir Manoel da Luz

13 de outubro
Liminar
Os desembargadores do Conselho Especial do TJ-DF rejeitam recurso do Estado contestando a liminar e jornal continua sob censura

17 de novembro
Reclamação
Estado entra com recurso denominado reclamação pedindo a "pronta suspensão" da censura no STF

18 de dezembro
Efeito midiático
Fernando Sarney apresenta à Justiça pedido de desistência da ação contra o Estado, mas a censura ao jornal permanece em vigor. Diretoria do Grupo Estado considera iniciativa uma ação de "efeito midiático"

7 de janeiro de 2010
Mérito
Termina o recesso do Judiciário e Estado aguarda ser intimado a decidir se concorda com a extinção ou prefere que a Justiça aprecie o mérito

29 de janeiro
Ação continua
O advogado Manuel Alceu Affonso Ferreira apresentou manifestação em que sustenta a preferência do jornal pelo prosseguimento da ação, para que o STF julgue a inconstitucionalidade da censura

Menos de 1% de fazendas seguem leis trabalhistas


Investigação da CNA (Confederação Nacional da Agricultura) em 1.020 fazendas aponta que nem 1% cumpre as leis trabalhistas no campo, informa a coluna de Mônica Bergamo, publicada nesta sexta-feira pela Folha.

Entre as falhas encontradas, estão trabalhadores sem carteira assinada, alojamentos inadequados e empregados que costumam almoçar no campo, e não em refeitórios apropriados, o que é considerado "degradante" pelo Ministério do Trabalho.

O relatório, assinado por professores da Universidade Federal de Minas Gerais e da FGV-SP, será divulgado na próxima semana. Os profissionais da CNA visitaram estabelecimentos rurais em sete estados --Alagoas, Tocantins, Maranhão, Bahia, Mato Grosso do Sul, Goiás e Pará.

Os técnicos da CNA orientaram os fazendeiros e retornaram aos estabelecimentos rurais depois de quase dois meses. Em 18% dos casos, os proprietários tomaram providências para melhorar a situação, o que, na opinião da entidade, mostra que, quando informados, os ruralistas procuram se adequar. Só no Maranhão as coisas continuaram praticamente iguais.

Vítimas de abusos exigem que papa divulgue arquivos de pedófilos


Quatro líderes da Rede de Sobreviventes dos Abusados por Padres (Snap) ergueram fotos deles mesmos quando crianças e cartazes dizendo "Acabem com o Sigilo Agora"

Reuters

Vítimas de abusos sexuais cometidos por padres fizeram uma manifestação no Vaticano nesta quinta-feira, exigindo que o papa Bento 16 libere a divulgação dos arquivos sobre clérigos católicos pedófilos em todo o mundo e destitua todos os "padres predadores" de suas funções sacerdotais, imediatamente.

A manifestação acontece no momento em que um cardeal destacado denunciava o que descreveu como uma "conspiração" para desacreditar a Igreja Católica e disse que pode entender porque alguns bispos impediram a divulgação de casos de pedofilia, para não prejudicar o bom nome da Igreja.

Quatro líderes da Rede de Sobreviventes dos Abusados por Padres (Snap), dos EUA, todos os quais foram sexualmente abusados por padres, incluindo terem sido estuprados e sodomizados, ergueram fotos deles mesmos quando crianças e cartazes dizendo "Acabem com o Sigilo Agora".

"Eu pediria ao papa que por favor abrisse os arquivos da Congregação da Doutrina da Fé e entregasse todas as informações à polícia", disse Barbara Blaine, presidente da Snap.

Ela se referia ao departamento no passado chefiado pelo papa na época em que ele era cardeal e que julga casos de abuso sexual.

"Eu também pediria a ele que enviasse uma ordem pública a bispos em todo o mundo no sentido de que todos os padres predadores devem ser afastados de seus cargos imediatamente", disse ela, minutos antes de a polícia apreender os passaportes dos líderes da Snap e levar os líderes embora para interrogatório.

Um escândalo sobre os alegados acobertamentos de abusos sexuais de crianças por parte de padres vem convulsionando a Igreja Católica da Europa com intensidade ainda maior que o escândalo semelhante que atingiu os Estados Unidos oito anos atrás.

Desta vez, porém, o escândalo vem chegando perigosamente perto do próprio papa, na medida em que os grupos de vítimas disseram que querem saber como ele tratou desses casos antes de sua eleição a papa, em 2005.

Foram feitas alegações de acobertamentos de abusos sexuais em Munique na época em que o papa foi arcebispo da cidade, entre 1977 e 1981. Grupos de vítimas pedem informações sobre as decisões tomadas pelo papa na época em que dirigiu o departamento doutrinal do Vaticano, entre 1981 e 2005.

New York Times diz que Papa encobriu pedofilia


Abusos cometidos por um padre contra 200 menores surdos teriam sido abafados por Joseph Ratzinger muito antes dele assumir o pontificado.

Em reportagem publicada nesta quinta-feira, 25, o New York Times diz que os crimes foram cometidos pelo padre Lawrence Murphy entre 1950 e 1974, quando o religioso trabalhou em uma renomada escola para jovens surdos no estado norte-americano de Wisconsin.

O caso, entretanto, só começou a ser investigado em 1993. Mas um julgamento secreto do Vaticano que poderia ter levado à expulsão de Murphy foi interrompido após o acusado ter enviado uma carta a Ratzinger, então responsável por tratar das questões disciplinares na Igreja Católica, dizendo que estava arrependido e doente.

quinta-feira, 25 de março de 2010

Eclipse


O reflexo da lua na água turva
Aos olhos do poeta obscurece,
Pois quando à água suja a lua desce
Perante a lua nova ele se curva.

Perante a lua, novo, ele pranteia
E sabe que ele mesmo é quem ofusca
O brilho do ornamento que ele busca,
E a luz do pensamento em lua cheia.

Coberta pelo breu a lua míngua,
E assim sucumbe o brilho do poeta:
A sombra de si mesmo ele projeta
Na lua, antes que ela se extinga.

Só dentro do poeta ela é crescente:
Seu brilho à água turva sobrepuja,
Fazendo com que seja apenas suja
Nos olhos do poeta reticente...

Do reflexo da lua se apropria,
E o eclipse total o desconcerta...
É turva a água ou o olho do poeta?
É escura a lua ou sua vã filosofia?

Fábio Paradela & Ederson Peka

Operação Corcel Negro


O Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) realiza desde a segunda-feira a Operação Corcel Negro, com o objetivo de combater a produção, o transporte e o consumo ilegal de carvão no País. Os alvos da Corcel Negro, entre eles empresas-fantasma, se espalham por 14 Estados: Pará, Espírito Santo, Rio de Janeiro, Goiás, Distrito Federal, Tocantins, Piauí, Maranhão, Bahia, Minas Gerais, Paraná, Santa Catarina, São Paulo e Mato Grosso do Sul.

No primeiro dia de operação foram fiscalizadas 21 carvoarias e lavrados 25 autos de infração, no valor de R$ 1,48 milhão. Dos 52 caminhões fiscalizados, dez foram apreendidos. De acordo com o Ibama, os cerca de 200 agentes federais já impediram que cerca de 5 mil hectares de mata nativa amazônica fossem destruídas para a transformação em carvão só no Estado do Pará. A partir de hoje, estão sendo vistoriadas as siderúrgicas.

Nas primeiras 48 horas, os agentes do Ibama já confirmaram fraudes no Sistema de Comercialização e Transporte de Produtos Florestais do Pará (Sisflora) em 14 empresas. Juntas, elas incluíram mais de 600 mil m³ de carvão em créditos falsos no sistema de controle estadual.

O maior fraude até o momento, segundo o Ibama, ficou por conta de uma carvoaria em Murumuru, em Marabá, no sudeste do Pará. Na cidade existe um polo siderúrgico, onde há grande consumo de carvão vegetal. A empresa de fachada havia incluído no Sisflora saldo de 1,3 mil toneladas de matéria prima para produção de carvão. Mas durante a vistoria da Corcel Negro na sede da empresa, o Ibama encontrou um volume irrisório, inferior a 200 quilos.

Os agentes ainda apreenderam quatro caminhões carregados com cerca de 240 m³ de carvão ilegal em Paragominas e no Distrito Industrial de Marabá. As empresas foram multadas em aproximadamente R$ 300 mil por transportar produto perigoso (o carvão é inflamável) e sem licença ambiental e por fazer o transporte em desacordo com a Guia Florestal, que acompanha a mercadoria.

Todo o carvão apreendido, além dos caminhões, será doado à Eletronorte. A empresa, após a conclusão do processo de doação, vai utilizar o produto na produção de energia elétrica para famílias de baixa renda no sudeste do Estado.(AE)

No Paraná

No estado, a operação abrange os municípios de Santa Terezinha do Itaipu, Cascavel, Lindoeste, Foz do Iguaçu e Guairá. A região é a principal porta de entrada de carvão irregular do Paraguai e do Mato Grosso do Sul. O produto de origem ilícita abastece vários estados brasileiros, entre eles, Minas Gerais, que concentra grande número de siderurgias, grandes consumidores de carvão como fonte de energia.

De acordo com o coordenador da operação da Região Sul, Paulo Roberto Mattoso Dittert, no Paraná e em Santa Catarina, estão sendo montadas barreiras em postos da Polícia Rodoviária Federal e Estadual. Além disso, os fiscais do Ibama estão fazendo uma varredura nos pátios das empresas carvoeiras da região oeste paranaense, que é responsável por grande parte da comercialização do produto no estado.

Conforme o chefe substituto da Divisão de Controle e Fiscalização do Ibama no Paraná, Michel Kawashita, a cadeia de produção do carvão é de mão-de-obra barata e pouco qualificada. Porém, envolve empresas que se relacionam de maneira muito organizada. Ele explica alguns empresários compram o produto oriundo de madeira nativa nacional, sem procedência lícita, e o “legalizam” com documentos de importação, como se esse produto tivesse origem no país vizinho. “É importante observar que esses créditos ‘legalizados’ contribuem enormemente para a degradação do pouco que resta de Mata Atlântica”, alerta.

A operação também vai fiscalizar a importação e o estoque de créditos de carvão dos fornecedores, além de averiguar possíveis empresas fantasmas. As atividades da Operação Corcel Negro na Região Sul estão concatenadas com as atividades em outras partes do Brasil.(RPC)

TC indica nomes para a comissão de sindicância na Assembléia


O Tribunal de Contas do Estado do Paraná informa:

TCE designa servidores para compor comissão de sindicância na Assembleia

Dois funcionários da Diretoria de Contas Estaduais do Tribunal vão auxiliar nos trabalhos. Nomes foram divulgados na sessão do Pleno, na tarde desta quinta-feira (25 de março)

O diretor de Contas Estaduais, Mauro Munhoz, e o analista de controle da unidade, Joacir Geraldo Vieira de Lima, são os dois servidores do Tribunal de Contas do Estado do Paraná (TCE-PR) designados para integrar os trabalhos da comissão de sindicância na Assembleia Legislativa. O anúncio foi feito pelo presidente do TCE, conselheiro Hermas Brandão, na tarde desta quinta-feira (25 de março), durante sessão do Pleno do Tribunal .

Os dois servidores do Tribunal compõem o grupo encarregado de apurar as denúncias contra o Legislativo paranaense noticiadas pela imprensa. Os técnicos da Diretoria de Contas Estaduais, unidade do TCE que instrui a análise das contas do Executivo e Legislativo estaduais paranaenses, trabalharão na sindicância ao lado de representantes do Ministério Público do Estado e da Assembleia.

Faroeste eleitoral


Mal entramos em um novo ano de faroeste eleitoral e as "balas perdidas" cruzam com as "balas achadas" e estas com seus certeiros estampidos muitas vezes escondem o "fogo amigo", mas o que não pode em uma guerra é deixar de atirar.

Começa o momento do lusco fusco, o que em um duelo é um perigo, já que a semi penumbra camufla os movimentos e as suas intenções e qualquer passo em falso pode ser o último, pois o atento inimigo não perdoa, mata!

Neste tiroteio no escuro entre tropas mercenárias é difícil detectar quem é o amigo ou o inimigo, já que a guerra não é santa e a profissão de fé se dá em cima de interesses específicos, na maioria das vezes pessoais ou de grupos, e não vinculados a um projeto estratégico em benefício da sociedade.

quarta-feira, 24 de março de 2010

Prêmio Objetivos de Desenvolvimento do Milênio


Eleonora Fruet, secretária de Educação de Curitiba, recebeu do presidente Lula em Brasília o prêmio ODM (Objetivos de Desenvolvimento do Milênio), pela implantação da Rede de Bibliotecas Escolares. Rodrigo da Rocha Loures, presidente da Fiep, que é parceira neste projeto, também esteve prestigiando o evento ocorrido no Centro de Convenções Ulysses Guimarães. Ele é secretário executivo do Movimento Nacional pela Cidadania e Solidariedade, criado em 2004 para conscientizar e mobilizar a sociedade civil e os governos para o alcance, até 2015, dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM), estabelecidos pela ONU.

O Paraná, se destacando Curitiba, foi o primeiro estado brasileiro a atingir os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM). A mobilização em prol dos ODM no Paraná tem sido maior que nos outros estados e isso é uma vantagem competitiva para o Paraná. A afirmação foi o ministro-chefe da Secretaria Geral da Presidência da República, Luiz Dulci.

A vida secreta das plantas


A mente oculta das plantas
A ciência descobre o surpreendente domínio da consciência vegetal

Por José Tadeu Arantes
jtadeu@edglobo.com.br


Foto Kirlian de uma folha. Após décadas de pesquisas, os cientistas ainda não chegaram a uma explicação convincente para o halo luminoso que aparece em volta dos objetos
As plantas são capazes de perceber agressões à vida praticadas do outro lado da parede. E parecem ter consciência até mesmo de intenções ocultas na mente humana. Essa fantástica revelação — que foi tema do livro A Vida Secreta das Plantas, de Peter Tompkins e Christopher Bird, e inspirou o álbum de mesmo nome do compositor e cantor Steve Wonder — vem sendo confirmada por pesquisas científicas realizadas no Brasil. Ela faz parte de um conjunto de descobertas que deverá revolucionar a visão de mundo do próximo século e apontam para um relacionamento mais harmonioso entre o homem e a natureza.

Os xamãs — homens de conhecimento das comunidades pré-históricas — já sabiam que, por trás de seu aparente torpor, as plantas possuem uma vida secreta, cheia de percepções e atividades. Esse mundo oculto foi contactado, desde então, por visionários de diferentes épocas e lugares, como o místico alemão Jacob Boehme (1575-1624), que dizia ser capaz de penetrar a consciência das plantas.

A ciência materialista, porém, preferiu descartar esse tema, que desafiava sua limitada descrição da realidade. Ele co ntinuaria provavelmente ignorado se, em 1966, uma descoberta casual não tivesse rompido essa conspiração de silêncio. Naquele ano, Cleve Backster, então o maior especialista americano em detecção de mentiras, teve a estranha idéia de fixar os eletrodos de um de seus detectores numa folha de dracena, espécie tropical utilizada como planta ornamental.

Ele foi movido pela simples curiosidade, mas o que encontrou abalaria os fundamentos da visão de mundo dominante. Backster suspeitava que a planta reagisse a agressões reais à sua integridade física. Mas não podia imaginar que a simples idéia dessas agressões provocasse saltos violentos nos gráficos traçados pelo aparelho. Pois foi exatamente o que aconteceu quando ele pensou em queimar uma das folhas da dracena.

E voltou a acontecer quando se aproximou dela com uma caixa de fósforos, disposto a levar sua intenção à prática. A planta parecia ler o seu pensamento e sabia distinguir as ameaças reais da mera simulação.

Sem querer, Backster abrira a porta que dava entrada a uma realidade totalmente inesperada — e desconcertante.

A grande novidade do experimento foi ter propiciado um acesso direto às percepções das plantas sem a intermediação de sensitivos humanos: não era preciso ser paranormal para contactar o mundo da consciência vegetal. Esse ponto de vista foi reforçado, em julho último, por uma pesquisa feita na Universidade de Gant, na Bélgica.

Valendo-se de imagens em infravermelho, o pesquisador Dominique van der Straeten e sua equipe descobriram que as folhas de tabaco têm a capacidade de reagir com uma espécie de febre quando infectadas por certos tipos de vírus. Como relatado no jornal Nature Biotechnology, as folhas sofreram um aumento de temperatura de até 0,4 grau Celsius, oito horas antes dos efeitos dos vírus se manifestarem, num processo "fisiológico" semelhante ao do corpo humano.

Percepção básica
Atento a tais descobertas, um brasileiro resolveu fazer uma investigação parecida. Trata-se do engenheiro Arlindo Tondin, mestre em eletrônica pela Universidade de Nova York e um dos fundadores da Faculdade de Engenharia Industrial, de São Bernardo do Campo, SP.

O engenheiro Arlindo Tondin fixa eletrodos numa planta. A foto foi realizada no Laboratório de Metrologia Elétrica da FEI, em São Bernardo do Campo, SP. O local é blindado eletricamente para eliminar a influência dos ruídos externos

Tondin fixou eletrodos próximo à raiz e num dos galhos de um limoeiro. "Verifiquei que havia, entre os dois pontos, uma diferença de potencial elétrico da ordem de microvolts", informa. "Eu já desconfiava que a ascensão da seiva estivesse associada a um fenômeno elétrico e, para confirmar isso, liguei aos eletrodos uma pilha de 1,5 volt, de modo a intensificar a corrente na região. Resultado: os frutos do galho onde estava o eletrodo ficaram maiores e amadureceram mais rápido que os demais."

Estava provada a tese da seiva. O próximo passo era averiguar como as agressões externas afetavam a corrente elétrica que circula na planta. Para isso, o engenheiro utilizou um osciloscópio de raios catódicos de alta sensibilidade. "Conectei o osciloscópio aos eletrodos e, com uma vela, comecei a queimar algumas folhas. A resposta foi quase imediata: a imagem da tela do osciloscópio, que estava estacionária, passou a apresentar intensas variações." Tondin espantou-se com a reação provocada por seu ato. "Comecei a questionar até que ponto eu tinha o direito de agredir o vegetal e a natureza. E resolvi interromper a pesquisa."

O engenheiro convenceu-se da seriedade dos experimentos descritos em A Vida Secreta das Plantas. Num deles, também realizado por Backster, três plantas reagem à matança de camarões, cometida numa outra sala. Essa investigação foi conduzida com os cuida dos que caracterizam as melhores pesquisas científicas:

1. foram escolhidos, como vítimas, animais de grande vitalidade, pois já tinha sido notado que seres doentes ou a caminho da morte não eram capazes de estimular as plantas a distância;
2. para evitar que a subjetividade dos pesquisadores influísse nos resultados, os camarões eram despejados numa vasilha de água fervente por um mecanismo automático, longe das vistas de qualquer ser humano;
3. eliminaram-se as possibilidades de que o próprio funcionamento do mecanismo ou eventuais perturbações eletromagnéticas afetassem a forma dos gráficos;
4. as plantas, monitoradas por detectores, foram colocadas em três salas diferentes, submetidas às mesmas condições de temperatura e iluminação.

A análise dos gráficos mostrou que as plantas reagiam intensa e sincronizadamente à morte dos camarões — numa proporção que excluía qualquer hipótese de uma flutuação puramente casual das variáveis elétricas. Backster sentiu-se respaldado para formular a tese de que os vegetais, como todo organismo vivo, dispõem de uma percepção primária que lhes permite detectar, a distância, qualquer agressão à vida.

Organismos complexos


Apesar de sua aparência simples, as plantas são organismos altamente complexos. Uma planta pequena, como o pé de centeio, possui nada menos que 13 milhões de radículas em sua raiz. Estas são formadas, por sua vez, de 14 bilhões de filamentos, que, se fossem enfileirados um após o outro, cobririam uma extensão de 11 mil quilômetros, quase a distância de um pólo a outro.

Toda planta é dotada de uma malha elétrica em equilíbrio. Nas árvores, a corrente elétrica sobe pelo anel externo e desce pelo anel central. Como demonstrou a pesquisa do brasileiro Arlindo Tondin, essa corrente está associada ao fluxo da seiva.

Os corpos sutis

Jaqueira tratada com acupuntura: frutificação exuberante
Se, no homem, essa percepção básica nem sempre parece ocorrer, isso se deve ao filtro dos cinco sentidos, à força do pensamento racional, que obscurece as demais funções psíquicas, e a todo um condicionamento cultural, que determina o que deve ou não deve ser percebido. Como provaram outros experimentos, essa percepção a distância não é bloqueada por dispositivos de blindagem elétrica, como a gaiola de Faraday, nem por paredes de chumbo.

E Backster chegou a cogitar que ela não se limitaria aos organismos complexos, mas poderia descer aos níveis celular, molecular, atômico e até mesmo subatômico, perpassando toda a existência. Essa opinião ousada apresenta fortes afinidades com a hipótese da ressonância mórfica, do biólogo inglês Rupert Sheldrake, e com as revolucionárias descobertas sobre a consciência do psiquiatra checo Stanislav Grof (leia as reportagens "Ressonância mórfica: a teoria do centésimo macaco" e "Consciência sem limites", em Galileu, números 91 e 94, respectivamente).

Em outras palavras, cada planta — para não dizer cada ente material — estaria associada a um invisível e impalpável campo de consciência. Tal idéia, que vem ganhando adeptos entre os cientistas de vanguarda, converge com a visão de todas as grandes tradições espirituais da humanidade. Estas são unânimes em considerar a consciência como um dado primário da existência e afirmam que, além de seus corpos físicos, os entes materiais são constituídos por uma série de "corpos sutis", encaixados uns dentro dos outros como bonecas russas.

As percepções descobertas por Backster e seus sucessores configurariam um esboço ou embrião daquilo que algumas tradições chamam de "corpo mental". Entre esse nível mais alto e o físico, as plantas, como todos os seres vivos, possuiriam um corpo intermediário, constituído pela rede de canais por onde flui a chamada "energia vital" (que corresponde ao prana dos indianos e ao qi dos chineses). Esse "corpo vital" é o objeto de práticas médicas como a acupuntura, que se destinam a desobstruir os canais e regularizar o fluxo da energia.

Vantagem econômica
A acupuntura em plantas vem sendo praticada com sucesso pelo médico Evaldo Martins Leite, presidente da Associação Brasileira de Acupuntura. Ele orientou, há cinco anos, uma pesquisa científica rigorosa, realizada pelo biólogo Alexandre Eustáquio de Sena, na Pontifícia Universidade Católica de Belo Horizonte, MG. Sena dividiu uma plantação de feijão em duas partes iguais, tratando uma com acupuntura e mantendo a outra como grupo de controle. As plantas submetidas à acupuntura desenvolveram maior número de vagens, maior quantidade de grãos em cada vagem e maior peso por grão.

"Como ocorre nos homens e animais, os problemas de saúde que afetam os vegetais decorrem de um perturbação na circulação e distribuição do qi, a energia vital", explica Evaldo Martins Leite. "Isso resulta de um desequilíbrio dos princípios yang e yin (masculino e feminino)." O acupunturista ensina que as áreas de ramificação das plantas — isto é, onde os galhos saem dos troncos ou os ramos saem dos galhos — são regiões de concentração de qi.

Os ângulos externos formados nesses lugares são yang e os internos, yin. "A energia yang é responsável pelo crescimento da planta. A yin, pela produção de flores, frutos e sementes. A introdução de pregos, agulhas ou a simples raspagem das áreas correspondentes estimula um ou outro princípio e promove a função regida por ele", informa o acupunturista. Não é possível ativar as duas funções ao mesmo tempo.

A energia é uma só: se ela for desviada para o crescimento, a produção de frutos cairá, e vice-versa. Mas as vantagens — inclusive econômicas — oferecidas pela acupuntura em vegetais são importantes demais para serem tratadas como simples curiosidade.

Na Bahia, está em curso uma pesquisa visando aumentar a produção de látex nas seringueiras e o enraizamento dos toletes de cana-de-açúcar destinados ao plantio. Reconhecendo as dimensões sutis do mundo vegetal, o homem poderá estabelecer com ele um novo tipo de relacionamento, vantajoso para ambos.

http://www.4shared.com/file/89594899/6335ead3/Avida_secretadasPlantas-Livrocompleto.html

terça-feira, 23 de março de 2010

Biocombustíveis

Queima de canavial

Não sou contra a existência de um projeto de biocombústivel para o país, o que acredito ser uma necessidade estratégica, mas não da forma que está sendo encaminhado, que só atende aos interesses socialmente excludentes do grande capital internacional e da oligarquia agrária local.

Sou totalmente a favor dos projetos que beneficiem a agricultura familiar, única forma de manter o homem no campo e impedir que aumente ainda mais o caos causado pela superpopulação nos grandes centros, pena que não é a prioridade. O que é destinado ao micros, pequenos e médios agricultores, principais responsáveis pela geração de empregos no campo e pela nossa segurança alimentar, neste projeto dos bios é quase nada perto do que os grande agro negócios nacional e internacional já vem recebendo do BNDES.

O que também apavora são as imensas áreas de terras, propriedades com mais de 50.000 hectares, que os grandes grupos financeiros internacionais estão adquirindo para produzirem insumos para a agroindústria dos biocombustíveis, que levam adiante o projeto neoliberal de desnacionalização da nossa economia.

Outro fato a ser analisado é o de que a expansão da cana-de-açúcar no Brasil tem incomodado regiões com tradição na cultura de grãos e no manejo da pecuária no Brasil e pela atual legislação não tem como zonear as produções, como diz Luiz Cotta Custódio Martins, presidente do Sindicato das Indústrias de Açúcar e Álcool de Minas Gerais (Siamig) assumindo a situação e advogando em causa própria:

"Alguns municípios mineiros tentaram impor restrições ao avanço dos canaviais sobre áreas ocupadas com grãos. Mas qualquer medida neste sentido é inconstitucional".

Estas propriedades neste modelo que está sendo implantado:

- Serão altamente mecanizadas, o que é clara a tendência já demonstrada por SP, que é o maior centro nacional da produção de cana, pois lá a mecanização já corresponde a 41% da produção, sendo que em um futuro próximo a colheita de cana-de-açúcar deverá estar mais de 80% mecanizada, quase a totalidade das áreas menos os grotões com terrenos muito irregulares, o que deixará 159,3 mil desempregados.

- Enfraquecerão a terra com as atividades de monocultura e com a compactação com o uso intensivo de maquinários;

- Farão aumentar ainda mais a concentração da propriedade da terra;

- Expulsarão mais brasileiros do campo. De 1970 até 2000 perto de 10.000.000 de brasileiros foram forçados a deixarem o campo rumo às periferias insalubres dos grandes centros, êxodo que continua em andamento, assim formando os bolsões de violência e miséria;

- Contaminarão o nosso lençol freático com o uso abusivo de agrotóxicos;

- Ampliarão os desmatamentos;

- Contribuirão para a diminuição da biodiversidade pelo forte impacto causado pela intervenção ambientalmente predatória;

- Contarão com linhas de financiamento do BNDES, enquanto a nossa agricultura familiar continua abandonada;

- Irão remeter a produção para o mercado internacional, não priorizando a estratégica prioridade do abastecimento interno;

- Uma grande parte delas está localizada em regiões de fronteira, etc..

- Diminuirá a nossa segurança alimentar pela diminuição da diversidade nas lavouras e na diminuição das áreas de pastagens, assim encarecendo o preço final dos alimentos na nossa mesa.

- Estes projetos mecanizados são responsáveis indiretos pela super exploração da mão de obra nos canaviais.
Na década de 70 um trabalhador rural tinha de cortar de 4 a 6 toneladas de cana dia, hoje para conseguir garantir o emprego o trabalhador tem de cortar de 10 a 15 toneladas dia, pois é a única forma do produtor que mantém o corte manual conseguir sobreviver neste novo mercado é explorando o máximo a mão de obra.

Este projeto como está sendo concretizado não atende aos propósitos nacionais e populares, tem de ser repensado!

A expansão da cana-de-açúcar no Brasil tem incomodado regiões com tradição na cultura de grãos no país, como para a produção de alimentos para as nossas mesas.
"Alguns municípios mineiros tentaram impor restrições ao avanço dos canaviais sobre áreas ocupadas com grãos. Mas qualquer medida neste sentido é inconstitucional", diz Luiz Cotta Custódio Martins, presidente do Sindicato das Indústrias de Açúcar e Álcool de Minas Gerais (Siamig).

Minas Gerais, sobretudo a região do Triângulo Mineiro, é um dos Estados que mais crescem nos últimos anos em cana no país. Em quatro anos, os canaviais avançaram mais de 70%, como reflexo da boa demanda, sobretudo pelo álcool nos mercados interno e externo.
Levantamento do Siamig mostra que a área com cana no Estado saltou de 234 mil hectares em 2002 para 400 mil hectares neste ano. Essa expansão avançou sobre os grãos, sobretudo soja, afirma Cotta. Segundo ele, os produtores de soja que tiveram as áreas "invadidas" pela cana avançaram sobre as áreas de pastagens.
"A expectativa é de que atinja 900 mil hectares em 2012, com 15 novos projetos já em implementação no Estado", diz Cotta. Dos novos projetos, 50% dos canaviais que serão ocupados são sobre a soja. "O restante ocupará as áreas de pastagens e outros grãos, como milho", diz.

A expectativa é de que os canaviais cresçam 50% nos próximos cinco anos no país, dos atuais 6 milhões de hectares para 9 milhões até 2012, segundo a União da Agroindústria Canavieira de São Paulo (Unica). Esse avanço reflete o "boom" de novos projetos de usinas sucroalcooleiras no país, cerca de 50 já em execução.

Em São Paulo, maior Estado produtor do país, as áreas de grãos, principalmente soja e algodão, perderam terreno para cana em São Paulo. Tradicionais áreas agrícolas de grãos do Centro-Oeste, como Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, também estão cedendo espaço, lembra Celso Sturion, trader de açúcar da Multigrain. "Com os preços dos grãos em recuperando atualmente, a soja pode voltar a ocupar maior terreno."

No Mato Grosso do Sul, há nove projetos em andamento, com avanço sobre as pastagens. Em Goiás, com área atual de 200 mil hectares, o plantio poderá dobrar nos próximos anos, com os 12 projetos já em andamento.

Dá forma como está colocada a atual, falha, como a futura regulamentação da atividade d e produção dos bioscombustíveis muito pouco dele ficará aqui e mais uma vez a prioridade será o mercado externo, a nós restando os ônus sociais e ambientais dos projetos, que na forma não possuem nada de novo, pois em nada se diferencia do velho modelo que vem desde a “plantation” chegando ao das “commodities”, onde a perspectiva nacional fica em segundo plano ao continuarmos totalmente dependentes e a serviço do mercado externo.

Temos de ter prioridades:

1- Priorizar a segurança alimentar.

2- Garantia legal do consumo interno dos biocombustíveis ser a prioridade.

3- Não levar a uma concentração ainda maior da terra nas mãos de poucos.

4- Ter linhas de crédito para a construção de milhares de micro destilarias e refinadoras de forma cooperada, como de estruturas de estocagem dos biocombústiveis, o que daria alto suficiência de energia para a pequena e média propriedade rural e baratearia o custo dos transportes dos produtos pela utilização nas próprias regiões de produção.

5- Construção de dutos para a distribuição interna dos excedentes,como em direção aos portos para a exportação.

6- É imprescindível que haja um grande zoneamento das regiões de produção, pois não podemos transformar o Brasil somente em um grande canavial, temos de ter claro aonde será autorizados os plantios da cana.

7- Todo grande projeto tem de passar por estudos do impacto ambiental que causará e só ser liberado quando haja garantias de que não causará destruição.

8- Aumento da estrutura de fiscalização no setor do trabalho, pois está provado que a maior concentração de trabalho semi-escravo nas atividade rurais é localizado na produção canavieira, o que requer uma maior estrutura de fiscalização por parte do Ministério e da Justiça do Trabalho.

9- Estabelecer as políticas de integração energética com os outros países do Mercosul!

10- Temos de fazer a reforma agrária e agrícola, deslocando o eixo dos financiamentos oficiais para a pequena e média propriedade rural, que está provado que é responsável, mesmo sem o apoio oficial que deveria ter pela importância que possui, ser responsável pela maior parte da produção nacional e da geração de empregos no campo.

Etc..

Segundo os estudos do Ariovaldo Umbelino, professor da USP, do total de empregos gerados no campo brasileiro, 87,3% está nas pequenas unidades de produção, 10,2% estão nas médias e somente 2,5% estão nas grandes. Este estudo demonstrou ainda que as pequenas e médias propriedades rurais sejam responsáveis pela maior parte da produção de alimentos. “Com relação à utilização da terra, as lavouras ocupavam 50,1 milhões de hectares ou 14,1% da área total das propriedades e, nelas, as pequenas unidades ficavam com 53%, as médias com 34,5% e as grandes com 12,5%”.
A região da Zona da Mata pernambucana, a mais tradicional no cultivo da cana, tem alguns dos piores indicadores sociais e econômicos do mundo, com denúncias de trabalho infantil, assassinatos de trabalhadores rurais, e má gestão de recursos públicos. Esta situação permanece desde o período da colonização do Brasil.
Nos últimos 20 anos houve uma perda definitiva de cerca de 150 mil postos de trabalho na Zona da Mata e a expulsão de 40 mil famílias de camponeses da região. O que não difere do que acontece no interior de S.Paulo, onde na última década houve, com a mecanização, a perda de mais de 50.000 postos de trabalho nos últimos 10 anos, sendo que a previsão para os próximos 10 anos, pelos mesmos motivos, é que está perda chegue a um total de 156.000 postos de trabalho e é assim em todo o país.
A exploração destes trabalhadores itinerantes nas culturas sazonais beira ao escravagismo.

O corte mecanizado se tornou referência para a quantidade cortada pelos trabalhadores, que subiu de 5 a 6 toneladas na década de 80, para 9 a 10 toneladas por dia na década de 90 e na atual década de 12 a 16 toneladas.
O não cumprimento da meta freqüentemente significa que o trabalhador será dispensado e colocado na “lista negra” das usinas, assim ficando impedidos de retornarem ao trabalho na próxima safra.

Os trabalhadores não controlam a pesagem ou da metragem de sua produção diária, que é exercida pela usina. Muitas denúncias apontam para a manipulação e fraude desses dados pelos patrões. O Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Dobrada (SP) denunciou casos em que trabalhadores recebiam pelo corte de 10 toneladas de cana por dia, quando na realidade a quantidade média de produção por trabalhador era de 14 toneladas .

De 1995 até 2006, por volta de 18 mil pessoas escravizadas no campo ganharam a liberdade em operações de fiscalização do governo federal que foram realizadas em cerca de 1500 propriedades rurais. Os relatórios dessas operações demonstram que quem escraviza no Brasil não são proprietários desinformados, escondidos em fazendas atrasadas, ao contrário do que diz a imaginação da população. Pelo contrário, são exatamente empresários inseridos no agro negócio, muitos produzindo com alta tecnologia.

Do ponto de vista do que é nacional e popular o que importa é a distribuição de renda e mais investimentos em educação e saúde, únicas formas de obtermos a diminuição dos desníveis sociais que nos separam!

Vivemos a dura realidade de um lado vermos o corte manual que beira o escravagismo das antigas plantations e do outro o desemprego em massa no campo causado pela mecanização e o aumento da concentração da terra.

A mecanização das culturas de cana de açúcar com certeza levará mais uma vez, tal qual já aconteceu com a soja, a milhões de pessoas sem a menor qualificação migrarem para as periferias dos grandes centros, sendo que elas estarão totalmente despreparadas para os trabalhos urbanos que exigem uma maior capacitação.

O novo êxodo terá como resultado o agravamento dos problemas sociais nas periferias dos grandes centros, tais qual o desemprego, a piora na já defasada estrutura de atendimento social (saúde, habitação, educação, etc.), o aumento da violência, etc..

Uma das falhas na questão da bioenergia no Brasil é a ausência de políticas que melhorem os contratos na cadeia produtiva, desde a produção primária até o consumidor final.

Embora os biocombustíveis sejam um novo horizonte, é preciso eliminar riscos, como a degradação ambiental e a concentração de renda. É necessário, também, inserir a agricultura familiar no processo e garantir os direitos trabalhistas.
Precisamos saber quanto ganha o bóia-fria e como ele é pago para não estar toda a semana nos deparando com a morte de um trabalhador por exaustão ou com uma denúncia de trabalho infantil na nossa agricultura.

A agro energia é uma tremenda oportunidade. Mas, como toda nova oportunidade, ela traz riscos, e os governos precisam programar políticas que permitam maximizar oportunidades e minimizar os riscos.

Precisamos garantir que as áreas de preservação florestal e impróprias para o cultivo não serão invadidas pela produção de cana-de-açúcar, soja, mamona, ou de qualquer outro produto para a produção de biocombustível.

Com estamos na vanguarda do processo temos a obrigação de capitanear os países latino-americanos com maiores potenciais para as produções agrícolas voltadas para o biocombustível (cana-de-açúcar, soja, mamona, dendê, milho, etc.).
São eles: Brasil, Bolívia, Argentina, Colômbia, Paraguai e Uruguai, que, além de áreas para a produção, possuem as condições climáticas, ambientais, tecnológicas para tanto, mas não possuem o mesmo nível de desenvolvimento científico para tal. Este é um dos principais papéis que podemos ocupar junto ao Mercosul, o de comandar o processo da integração energética, tanto nas formas tradicionais (hidrocarbonetos, carvão, lenha, etc.) como nas alternativas (biocombustíveis, hidrelétricas, etc.). No que o Chávez está certo em estabelecer tal prioridade, mas que para tal a Venezuela não possui condições políticas, econômicas e geográficas para comandar, pois este papel teoricamente teria de ser nosso.

Temos de parar de correr atrás dos interesses alheios a nossa soberania nacional, que somente servem as necessidades da manutenção das políticas econômicas dos países hegemônicos do norte!

Do ponto de vista ambiental os danos que serão causados ao meio ambiente são muitos e vai desde o aumento dos novos desmatamentos na região norte, a poluição da terra e do lençol freático com os agrotóxicos e com o vinhoto usado na adubação, como com a poluição que o mesmo causa no despejo direto nas bacias hidrográficas.

A monocultura da cana de açúcar, que vai virar o sistema produtivo dominante, contribuirá muito para a redução das florestas na região norte e centro oeste, tal qual já aconteceu na Zona da Mata nordestina com a Mata Atlântica levando à extinção de inúmeras espécies, além do empobrecimento do solo.

Até 1940 um trator pesava, em média, menos que três toneladas, enquanto as máquinas trafegam atualmente pelos solos cultivados podem pesar mais que quinze como acontecem com colheitadeiras e caminhões carregados. Quando o solo encontra-se úmido, há uma tendência de os valores de densidade do solo ser cada vez maiores com o aumento do número de passadas. Além disso, o efeito se manifesta em camadas mais profundas do solo, à medida que o número aumenta.

Em culturas semiperenes, como a cana-de-açúcar, um preparo inadequado do solo pode ocasionar decréscimos na produção que serão extensivos a todo o ciclo de cultura, já que via de regra a produção das soqueiras é intimamente ligada à produção de corte anterior. O decréscimo na produção de cana-de-açúcar num campo de demonstração foi obtido por Fernandes em seu estudo.
Após o primeiro corte, um latossolo vermelho-escuro argiloso com 0,32 m3.m-3 (32%) de água foi compactado em diferentes níveis uma, duas e três passadas de um caminhão com apenas eixo traseiro e 16.000 kg de massa.

Carlos Molina

segunda-feira, 22 de março de 2010

A Terra e a Lua

Hai-kais


apaga a luz
antes de amanhecer
um vagalume

vento seco
entre os bambus
barulho d' água

tanta poesia no gesto
nenhum poema
o diria

o relógio marca
48 horas sem te ver
sei lá quantas para te esquecer

circuluar
sonho impar
acordo par

desacerto
entre nós
só etceteras


Alice Ruiz

 
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