quinta-feira, 16 de junho de 2011

JosĂ© Rainha hĂ¡ muito foi expulso do MST

Uma das principais lideranças do MST na dĂ©cada de 90, Rainha foi expulso do movimento em meados da dĂ©cada passada por adotar, em suas ações, linha polĂ­tica e mĂ©todos divergentes dos propostos pela organizaĂ§Ă£o. Em abril de 2007, a direĂ§Ă£o do movimento publicou uma carta na qual afirmou que Rainha nĂ£o fazia parte de qualquer instĂ¢ncia do MST.

Entre as divergĂªncias apontadas estĂ£o o mĂ©todo utilizado por Rainha envolvimento do sem-terra em um projeto de biodiesel financiado por empresĂ¡rios e pela Petrobras e porte ilegal de arma de fogo. Mesmo expulso, Rainha e seus aliados continuaram por algum tempo utilizando a imagem do MST para dar projeĂ§Ă£o Ă s suas ações, segundo o movimento.

Outros crimes

JosĂ© Rainha jĂ¡ foi condenado por outros crimes. Em março deste ano, a Justiça de Teodoro Sampaio (SP) o condenou a quatro anos e um mĂªs de prisĂ£o em regime semi-aberto por furto ocorrido durante a ocupaĂ§Ă£o de uma fazenda. Em junho de 2010, Rainha foi condenado a dois anos de prisĂ£o por ter se apropriado indevidamente de R$ 1.400 de um assentado.

O lĂ­der sem-terra Ă© acusado tambĂ©m por porte ilegal de arma, formaĂ§Ă£o de quadrilha, furto qualificado e incĂªndio criminoso. Rainha chegou a ficar detido em Presidente Venceslau, mas passou a responder aos processos em liberdade.

Carvalho: prisĂ£o de Rainha tumultua processo de reforma agrĂ¡ria

O ministro-chefe da Secretaria-Geral da PresidĂªncia, Gilberto Carvalho, responsĂ¡vel no governo Dilma Rousseff pela interlocuĂ§Ă£o com os movimentos sociais, ficou "muito triste" e "lamentou" a prisĂ£o efetuada pela PolĂ­cia Federal (PF) do lĂ­der sem-terra JosĂ© Rainha JĂºnior, ocorrida na manhĂ£ de hoje, em SĂ£o Paulo. Ele Ă© acusado pela PF de desvio de dinheiro pĂºblico destinado a programas de reforma agrĂ¡ria. Segundo Carvalho, a prisĂ£o dele "tumultua o processo de reforma agrĂ¡ria" e "a relaĂ§Ă£o com os movimentos". "Por isso estamos extremamente preocupados", afirmou.

Embora reconheça que a prisĂ£o foi decretada depois de dez meses de investigaĂ§Ă£o pela PF, Carvalho foi cauteloso ao comentar o assunto, justificando que "ele estĂ¡ sendo acusado de um crime, mas nĂ³s preferimos tentar entender o que estĂ¡ acontecendo de fato". O ministro comentou ainda que pediu informações ao MinistĂ©rio da Justiça sobre o que, de fato, aconteceu, mas ressaltou que os advogados do Rainha ainda nĂ£o tiveram acesso aos autos. "Portanto, ainda Ă© cedo pra qualquer palavra que incrimine ou nĂ£o ele. Vamos aguardar", observou.

O ministro Carvalho afirmou que ficou "muito triste" com o ocorrido e estĂ¡ "extremamente preocupado" com isso. "Ficamos muito tristes com isso, muito preocupados, mas com prudĂªncia para sabermos, de fato, todo o processo que aconteceu", comentou Gilberto. Sobre a prisĂ£o decretada pelos agentes da PF de SĂ£o Paulo e de Presidente Prudente do superintendente do Incra em SĂ£o Paulo, Raimundo Pires da Silva, e de pelo menos dois coordenadores regionais do Ă³rgĂ£o, Carvalho foi direto: "As medidas que tivermos de tomar em relaĂ§Ă£o ao Incra o faremos imediatamente, como o eventual afastamento das pessoas que estĂ£o envolvidas, a depender das informações que tivermos ainda durante o dia de hoje. Tomaremos medidas para afastar as pessoas que estiverem efetivamente envolvidas em algum desmando ou malfeito".

Prefeituras recorrem a associações por falta de técnicos

Sem poder contar com um quadro tĂ©cnico estruturado, prefeituras do interior do ParanĂ¡ recorrem a associações de municĂ­pios para elaborar projetos e buscar recursos perante os aos governos estadual e federal. Segundo levantamento do Departamento Intersindical de EstatĂ­stica e Estudos Socio­­econĂ´micos (Dieese), quase metade dos municĂ­pios do estado – 182 dos 399 – nĂ£o possui nem um engenheiro contratado para fiscalizar obras, planejar o desenvolvimento das cidades e coordenar serviços de infraestrutura. O presidente da AssociaĂ§Ă£o dos MunicĂ­pios do ParanĂ¡ (AMP) e prefeito de Castro, Moacyr Elias Fadel JĂºnior, estima que 70% dos municĂ­pios do estado nĂ£o tĂªm condições financeiras de contratar engenheiros, seja por meio de concursos ou cargos comissionados. Para Fadel, a situaĂ§Ă£o se agrava com a baixa remuneraĂ§Ă£o oferecida aos profissionais – o salĂ¡rio no setor pĂºblico normalmente nĂ£o passa de R$ 2,5 mil, enquanto o setor privado chega a oferecer R$ 5 mil para um engenheiro iniciante.

“No setor pĂºblico, hoje o engenheiro Ă© tĂ£o escasso quanto o mĂ©dico”, avalia. “O problema Ă© que hĂ¡ uma demanda muito grande por parte das prefeituras, jĂ¡ que, sem projetos, nĂ£o se captam recursos. As associações de municĂ­pios tĂªm mais estrutura e montam corpos tĂ©cnicos justamente para prestar assessoria Ă s cidades menores.”

É o caso, por exemplo, de Man­­da­­guaçu, municĂ­pio com 17,7 mil habitantes vizinho a MaringĂ¡, que, hĂ¡ 33 anos, conta somente com um engenheiro civil para elaborar projetos e acompanhar o andamento de obras. Parte da demanda da cidade Ă© atendida pela Asso­­ciaĂ§Ă£o dos MunicĂ­pios do Seten­­triĂ£o Paranaense (Amu­­sep), que integra 30 prefeituras e possui dois engenheiros, dois arquitetos e dois desenhistas para prestar apoio a toda a regiĂ£o. A contrapartida ocorre com o pagamento de uma contribuiĂ§Ă£o mensal Ă  associaĂ§Ă£o, proporcional ao nĂºmero de habitantes do municĂ­pio.

“A maioria das prefeituras nĂ£o tem engenheiros nos seus quadros. É possĂ­vel afirmar que 90% dos recursos que vĂªm dos governos estadual e federal para estas cidades sĂ£o conseguidos com projetos feitos pela Amusep”, relata o presidente da associaĂ§Ă£o e prefeito de Santa FĂ©, Fernando Brambilla.

DeficiĂªncias

Santa FĂ© Ă© um dos 182 municĂ­pios do ParanĂ¡ que nĂ£o tĂªm engenheiro contratado formalmente para atuar nas prefeituras, segundo o levantamento do Dieese. A falta de profissionais afeta tambĂ©m Ă³rgĂ£os e secretarias estaduais. A CoordenaĂ§Ă£o da RegiĂ£o Metro­­politana de Curitiba (Comec), responsĂ¡vel por formular e implantar polĂ­ticas pĂºblicas integradas de desenvolvimento para os 26 municĂ­pios da regiĂ£o metropolitana, tem cinco engenheiros civis, dois geĂ³logos e dois arquitetos. JĂ¡ o Depar­­tamento de Estradas de Rodagem possui 108 engenheiros civis responsĂ¡veis por projetar e acompanhar intervenções em 11,8 mil quilĂ´metros de estradas no.

Mesmo com a deficiĂªncia, nĂ£o hĂ¡ previsĂ£o de novos concursos para a contrataĂ§Ă£o de engenheiros no governo estadual. A Secre­­taria de Estado da Adminis­­traĂ§Ă£o e da PrevidĂªncia afirma que 30 engenheiros foram convocados neste ano para atuar em secretariais e Ă³rgĂ£os estaduais.


O deputado Elton Welter (PT) anunciou que vai requerer os dados oficiais sobre precatĂ³rios, os crĂ©ditos de ICMS e as antecipações d pagamentos feitas em 2010 pelo governo Orlando Pessuti (PMDB). Ele afirmou isto apĂ³s o secretĂ¡rio de estado da Fazenda deputado Luiz Carlos Hauly (PSDB) ter demonstrado o mal uso destes mecanismos financeiros, que beneficiando empresĂ¡rios prejudicaram o estado do ParanĂ¡.

SĂ³ 4% dos autos de infraĂ§Ă£o do IAP resultaram em multa


Dos 5.889 autos de infraĂ§Ă£o lavrados pelo Instituto Am­­biental do ParanĂ¡ (IAP) nos Ăºltimos dois anos, 5.528 (94%) ainda estĂ£o em processo de julgamento. A lentidĂ£o na anĂ¡lise dos processos continua ocorrendo mesmo apĂ³s o Ă³rgĂ£o ter adotado em 2009 um novo sistema para acelerar a anĂ¡lise das multas am­­bientais. Segundo o IAP, a demora Ă© natural e resulta dos recursos a que pessoas e instituições denunciadas tĂªm direito. Espe­­cialistas ouvidos pela Gaze­­ta do Povo apontam, porĂ©m, o nĂºmero reduzido de funcionĂ¡rios e a estrutura deficitĂ¡ria do instituto como as principais causas. AlĂ©m da morosidade, outro problema Ă© o baixo nĂºmero de autos que efetivamente se convertem em dinheiro para os cofres pĂºblicos. Segundo Luiz Bolicenha, chefe de gabinete no instituto, o IAP consegue receber apenas 10% das multas aplicadas. Entre os autos emitidos no ParanĂ¡ em 2009 e 2010, porĂ©m, sĂ³ 211 jĂ¡ resultaram na aplicaĂ§Ă£o de multas e 137 em termos de ajustamento de conduta – o IAP nĂ£o informa os valores efetivamente recolhidos. Parece pouco, mas essa taxa de pagamento Ă© considerada alta quando comparada com a do Ibama (Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais RenovĂ¡veis), que nĂ£o chega a arrecadar nem 1% dos valores cobrados. Outros 348 processos resultaram em absolviĂ§Ă£o.

processo de julgamento dos autos previsto em lei demora atĂ© um ano e meio, conforme Bolicenha. Ele explica que, aplicado o auto de infraĂ§Ă£o, o infrator tem 20 dias para apresentar a defesa. Depois, cabe recurso na Secretaria de Estado do Meio Ambiente e, em Ăºltima instĂ¢ncia, na Procuradoria-Geral do Estado. AlĂ©m da multa, a puniĂ§Ă£o pode gerar um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), em que o infrator tem de seis meses a um ano para recuperar os danos ambientais causados. “Por isso, o processo administrativo acaba levando esse tempo para ser concluĂ­do”, explica.

A advogada Karen Kassmayer, professora de Direito Ambiental da Universidade Federal do ParanĂ¡, afirma que, mesmo com os recursos cabĂ­veis no processo, a maior causa da demora no julgamento dos processos do IAP Ă© a falta de funcionĂ¡rios. “O Ă³rgĂ£o estĂ¡ sucateado. O Instituto tem vĂ¡rias funções, uma demanda cada vez maior, e um nĂºmero de funcionĂ¡rios que corresponde a um terço do que tinha dez anos atrĂ¡s”, afirma. O IAP tem hoje 582 funcionĂ¡rios em todo o estado, trabalhando na fiscalizaĂ§Ă£o e na administraĂ§Ă£o do Ă³rgĂ£o. Segundo Karen, em estados como Minas Gerais e SĂ£o Paulo, os julgamentos de multas sĂ£o feitos com rapidez muito maior que no ParanĂ¡.

Para o procurador Saint Clair Santos, coordenador das Promotorias de Meio Ambiente do MinistĂ©rio PĂºblico do ParanĂ¡, o processo administrativo que tramita no IAP poderia ser concluĂ­do em no mĂ¡ximo cinco meses. “A infraĂ§Ă£o deve passar tambĂ©m pelo conhecimento do MinistĂ©rio PĂºblico para ser analisada criminalmente. AĂ­ sim [na esfera criminal] pode levar quatro anos na primeira instĂ¢ncia. Se tiver recurso, vai para o Tribunal de Justiça e pode levar mais quatro anos”, explica.

A falta de funcionĂ¡rios para atender Ă  demanda do IAP Ă© um problema crĂ´nico. De acordo com o presidente do Conselho Municipal do Ambiente de Londrina, Fernando JoĂ£o Rodrigues de Barros, o Ă³rgĂ£o nĂ£o realiza concurso hĂ¡ mais de 20 anos. “Os funcionĂ¡rios estĂ£o se aposentando e nĂ£o estĂ£o sendo substituĂ­dos. A demanda Ă© cada vez maior e essa demora prejudica o meio ambiente porque favorece a impunidade”, afirma.

Sistema criado para agilizar processos ainda nĂ£o funciona

Em julho de 2009, o Instituto Ambiental do ParanĂ¡ (IAP) implantou um novo sistema de julgamento dos processos de multa. O objetivo foi desburocratizar os procedimentos, aumentando a transparĂªncia e a eficĂ¡cia no cumprimento dos autos de infraĂ§Ă£o ambiental e melhorando a agilidade das anĂ¡lises.

O novo processo parte de uma descriĂ§Ă£o detalhada dos fatos que possam caracterizar dano ambiental. Essa descriĂ§Ă£o Ă© avaliada por um colegiado, que julga os processos administrativos, as infrações ambientais e os pedidos de conversĂ£o de multas. “O IAP nĂ£o aplica o valor da multa de imediato. SĂ³ depois de julgado o processo administrativo”, explica o advogado Camillo Kemmer Vianna, especialista em Direito Ambiental.

O infrator tem 20 dias para apresentar sua defesa e, a partir daĂ­, o colegiado define a obrigaĂ§Ă£o de recuperaĂ§Ă£o do dano e, se for o caso, aplica multa. TambĂ©m Ă© avaliada a possibilidade de converter parte do valor em projetos de recuperaĂ§Ă£o ambiental.

Para Vianna, o Ă­ndice de infrações julgadas pelo IAP Ă© muito pequeno perto do nĂºmero de autos. Na opiniĂ£o dele, o novo modelo adotado pelo instituto Ă© adequado, mas ainda nĂ£o foi colocado efetivamente em prĂ¡tica. “Eu tenho defesas que fiz hĂ¡ trĂªs anos e ainda estĂ£o paradas. Ainda nĂ£o soube de um Ăºnico processo julgado no novo sistema”, revela. “Os processos, em tese, tĂªm todas as condições para serem concluĂ­dos, nĂ£o existem empecilhos jurĂ­dicos.” (GP)

MP Eleitoral entra com 336 ações contra doadores ilegais no PR

O MinistĂ©rio PĂºblico Eleitoral (MPE) entrou com 336 ações na Justiça contra pessoas e empresas que fizeram doações ilegais nas eleições do ano passado no ParanĂ¡. Segundo as denĂºncias, essas pessoas fĂ­sicas e jurĂ­dicas doaram dinheiro acima do limite estipulado pela Lei Eleitoral e, agora, estĂ£o sujeitas a pagar multa com valor entre cinco a dez vezes a quantia doada em excesso.

De acordo com a legislaĂ§Ă£o, cada pessoa pode doar no mĂ¡ximo atĂ© 10% dos rendimentos brutos do ano anterior a eleiĂ§Ă£o, no caso 2009. JĂ¡ o limite para as empresas Ă© de 2% do faturamento bruto referente ao ano anterior Ă  disputa eleitoral.

AlĂ©m disso, o MPE pede que seja declarada a inelegibilidade por oito anos dos doadores ilegais. A sanĂ§Ă£o Ă© prevista pela Lei da Ficha Limpa n.º 135/2010.

As empresas podem ser impedidas de participar de licitações pĂºblicas e de fechar contrato com Ă³rgĂ£os pĂºblicos por cinco anos. O nome dos envolvidos nas 336 ações nĂ£o foram divulgados por causa do sigilo fiscal.

Levantamento

Em maio, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) divulgou um levantamento mostrando que 15.921 pessoas fizeram doações aparentemente ilegais para campanhas polĂ­ticas no ano passado em todo o paĂ­s. Por meio do cruzamento de dados das contas eleitorais e de informações fiscais dos doadores, o TSE detectou que essas pessoas doaram acima do que permite a lei – atĂ© 10% dos rendimentos brutos no ano anterior.

Ao todo, as doações supostamente ilegais feitas por essas pessoas totalizaram R$ 72,1 milhões. Elas contribuĂ­ram legalmente com outros R$ 40,2 milhões. O tribunal nĂ£o divulgou a identidade dos doadores nem as campanhas beneficiadas pelo dinheiro.

De acordo com informações do TSE, o controle sobre as doações foi intensificado nos Ăºltimos tempos, inclusive com a anĂ¡lise das doações feitas por dependentes de declarantes do Imposto de Renda (IR) e das unidades familiares, que incluem, alĂ©m dos filhos, a mulher e demais parentes que convivem juntos. Segundo o tribunal, os dependentes foram responsĂ¡veis por R$ 406 mil em doações acima do teto. Ao analisar as unidades familiares, foram descobertos R$ 380,6 mil excedentes em doações.

Também foram feitas apurações no grupo de pessoas físicas supostamente isentas de declarar IR. Conforme o TSE, as doações suspeitas totalizaram nesse segmento R$ 32,8 milhões. (GM)

Nem amor nem revoluĂ§Ă£o

Urariano Mota *

Eu havia prometido nĂ£o escrever nada sobre a telenovela “Amor e RevoluĂ§Ă£o” enquanto o poeta e ex-preso polĂ­tico AlĂ­pio Freire nĂ£o me antecedesse. Isso porque ele foi um dos primeiros a perceber em que o folhetim do SBT ia dar. Mas nĂ£o pude mais me conter, depois de ler isto na Folha de SĂ£o Paulo:

“Silvio Santos reclama de ibope baixo e novela troca drama por humor

O dono do SBT, Silvio Santos, reclamou do baixo desempenho da novela ‘Amor e RevoluĂ§Ă£o’ em reuniĂ£o nesta terça-feira, no Complexo Anhanguera. Silvio fez a queixa diretamente ao autor da novela, Tiago Santiago, que se prontificou a efetuar vĂ¡rias mudanças.

A despeito da repercussĂ£o e polĂªmica que a novela desencadeou na internet, ‘Amor e RevoluĂ§Ă£o’nĂ£o passa de cinco pontos de mĂ©dia na Grande SĂ£o Paulo. Cada ponto equivale a 58 mil domicĂ­lios assistindo Ă  histĂ³ria, que se passa na ditadura militar.

Dentro de duas semanas a novela sofrerĂ¡ uma guinada de 180 graus. DiĂ¡logos sobre polĂ­tica, personagens discursando para criar contextualizaĂ§Ă£o histĂ³rica, assuntos referentes a militares serĂ£o praticamente abolidos da histĂ³ria. Em seu lugar haverĂ¡ mais cenas de humor, amor e outros relacionamentos.

Procurado pela reportagem nesta tarde, Santiago nĂ£o quis comentar sobre a ‘bronca’ de Silvio Santos, mas confirmou que a novela terĂ¡ algumas mudanças de rumo. ‘NĂ³s de fato vimos vĂ¡rias pesquisas, e as pessoas Ă  noite querem rir, se emocionar. Vamos acabar com o tema polĂ­tico mesmo’, admitiu Santiago, que acrescentou: ‘Nunca mais vou fazer novela sobre polĂ­tica’ ".

Comento rĂ¡pido: talvez SĂ­lvio Santos nĂ£o tenha percebido, mas hĂ¡ muito “Amor e RevoluĂ§Ă£o” faz humor involuntĂ¡rio. De militares que andam de farda na intimidade de suas casas, passando por presos torturados que metem bronca nos torturadores, sempre com uma lĂ­ngua fluente que nem toma conhecimento dos choques elĂ©tricos que levou, a novela tem mostrado na televisĂ£o uma ignorĂ¢ncia de tempo, lugar e vidas de tal maneira, que atĂ© parece galhofa.

Escrever em folhetim de televisĂ£o sobre a histĂ³ria tem sido um fiasco, desde a minissĂ©rie JK na TV Globo. Se em JK os laços que prendiam Juscelino Kubitschek Ă  realidade eram laços de fita, de chapĂ©us, cenĂ¡rios e mĂºsicas de Ă©poca, em “Amor e RevoluĂ§Ă£o” a realidade sĂ£o guerrilheiros e militares caricatos, que falam frases de cartilha, didĂ¡ticas. Como as de um personagem que explicou num capĂ­tulo, por exemplo: “Dops. Dops Ă© o nome com que Ă© conhecido o Departamento de Ordem PolĂ­tica e Social. D-O-P-S: DĂ³pis”...

Salvava a novela atĂ© entĂ£o, como uma cereja em um bolo amargo, os depoimentos. Depois das palhaçadas grosseiras do Ratinho antes, depois de penar a ver cenas, diĂ¡logos que os circos da periferia fazem com melhor arte, vinham os depoimentos reais, verdadeiros, de militantes que sobreviveram Ă  tortura. AtĂ© entĂ£o, podia-se dizer: pulem a novela, vejam o depoimento. De fato, houve alguns deles que se aproximaram do sublime. Assim era. Mas a ressalva nĂ£o durou muito.

Todo o prometido pela produĂ§Ă£o da telenovela, de que “para dar credibilidade Ă  histĂ³ria e acontecimentos narrados na novela, seria exibido no fim de cada capĂ­tulo um depoimento de um guerrilheiro, artista, familia de desaparecidos que participou desse momento tĂ£o importante para a democracia no Brasil”, veio por Ă¡gua abaixo com os depoimentos de torturadores, de militares criminosos ainda sem julgamento no Brasil, mais adiante.

Dizer o que mais agora?

“O autor decidiu ainda que as personagens de Luciana Vendramini e Gisele Tigre (Marcela e Mariana) terminarĂ£o juntas -- talvez com direito a casamento -- e que haverĂ¡ mais cenas ‘lĂ©sbico-erĂ³ticas’ entre elas”, completa a notĂ­cia.

Aquela ilusĂ£o de que “Amor e RevoluĂ§Ă£o” retomasse a histĂ³ria que nĂ£o foi conhecida, porque ao povo seria dada a oportunidade de saber o drama e valor de uma geraĂ§Ă£o violentada, cai por terra. Quem tiver dĂºvida, anote a Ăºltima: nos bastidores do SBT, a novela ganhou o apelido de "SessĂ£o PrivĂª", ou de sexo na tevĂª. Quem leu os prĂ³ximos capĂ­tulos fala que virĂ£o cenas fortes e apelativas. Ou seja, nem amor nem revoluĂ§Ă£o, ao fim.

Em PneumotĂ³rax, Manuel Bandeira escreveu que, para um tuberculoso no começo do sĂ©culo vinte, o melhor a fazer era tocar um tango argentino. Para nĂ³s, que acreditamos no poder da arte, em 2011 podemos concluir: o melhor a fazer Ă© voltar Ă  liberdade da literatura. Ela saberĂ¡ dizer o que as telenovelas nĂ£o podem, por limitaĂ§Ă£o de gĂªnero, veĂ­culo, ibope e grana.


Empréstimos da VC lesaram 1.057 pessoas

O MinistĂ©rio PĂºblico (MP) informou ontem que pelo menos 1.057 pessoas foram lesadas pela VC Consultoria. A empresa foi fechada no dia 11 maio, na OperaĂ§Ă£o Consignado, desencadeada pela PolĂ­cia Civil depois de denĂºncias de fraudes em emprĂ©stimos de aposentados e pensionistas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Cerca de 700 vĂ­timas jĂ¡ foram ressarcidas. Os prejudicados pelos emprĂ©stimos indevidos estĂ£o sendo pagos pelo Banco BMG, do qual a VC era correspondente. Cerca de 60% das vĂ­timas sĂ£o de Curitiba. Segundo o MP, ainda nĂ£o Ă© possĂ­vel contabilizar o valor total que o golpe teria rendido. Cinco pessoas foram indiciadas por estelionato e formaĂ§Ă£o de quadrilha.

IAP emite licença para retomada das obras na Estrada Boiadeira

O Instituto Ambiental do ParanĂ¡ (IAP) emitiu, nesta quarta–feira (15), a licença ambiental que permite o reinĂ­cio das obras de pavimentaĂ§Ă£o da BR-487, conhecida como Estrada Boiadeira, na regiĂ£o Noroeste do estado. Com a liberaĂ§Ă£o da licença, a expectativa do Departamento Nacional de Infra-estrutura de Transportes (Dnit) Ă© de que os trabalhos sejam retomados, em um dos lotes, a partir do mĂªs que vem.

Segundo a assessoria de comunicaĂ§Ă£o do IAP, a renovaĂ§Ă£o da licença de instalaĂ§Ă£o tem validade de quatro anos e Ă© referente ao trecho que liga os municĂ­pios de Campo MourĂ£o e Cruzeiro do Oeste. Para a liberaĂ§Ă£o, o Dnit teve de obedecer algumas condicionantes colocadas pelo IAP, como a apresentaĂ§Ă£o de um plano de controle ambiental para uma Ă¡rea com cerca de 30 quilĂ´metros.

A assessoria de imprensa do Ă³rgĂ£o informou que um dos lotes da rodovia (o trecho de quase 19 quilĂ´metros entre o entroncamento da PR-323, emCruzeiro do Oeste , e Tuneiras do Oeste) jĂ¡ foi licitado e estĂ¡ em condições para receber a ordem de inĂ­cio dos serviços.

A reportagem tentou contato com o superintendente do Dnit no ParanĂ¡, JosĂ© da Silva Tiago, mas ele nĂ£o foi localizado.

Uma obra que jĂ¡ dura 25 anos

A BR-487 ligaria a regiĂ£o a Porto Camargo, no Mato Grosso do Sul, servindo de alternativa para o transporte de produtos agropecuĂ¡­­rios do estado vizinho para as in­­­dĂºstrias do ParanĂ¡ ou para o Porto de ParanaguĂ¡. Por enquanto, Ă© apenas um sonho antigo.

Os trabalhos de pavimentaĂ§Ă£o da Estrada Boiadeira jĂ¡ duram quase 25 anos. O asfaltamento da rodovia foi iniciado em 1986 e desde entĂ£o, passou por vĂ¡rias interrupções.

Em 2003 o Tribunal de Contas da UniĂ£o (TCU)determinou a suspensĂ£o da obra devido a suspeitas de fraude na licitaĂ§Ă£o. Desde entĂ£o, seis anos se passaram atĂ© que as obras fossem retomadas peloGoverno Federal.

As obras foram reiniciadas mais uma vez em março de 2009, no trecho entre Tuneiras do Oeste e Cruzeiro do Oeste. No entanto, o TCU identificou uma alteraĂ§Ă£o indevida no contrato das obras, e, seis meses depois da retomada, dos trabalhos, as obras na Boiadeira foram mais uma vez interrompidas.

Somente 30 quilĂ´metros entre Campo MourĂ£o e o distrito de Nova BrasĂ­lia (em Araruna), estĂ£o prontos. Falta asfaltar 40 quilĂ´metros de Nova BrasĂ­lia a Cruzeiro do Oeste e todo restante do trecho, cerca de 75 quilĂ´metros atĂ© o Mato Grosso do Sul.

Lei do sigilo eterno se volta contra o PalĂ¡cio do Planalto

Uma pauta programada para entrar na agenda positiva da presidente Dilma Rousseff começa a se transformar em um novo problema polĂ­tico. O recuo do governo na proposta que acaba com o sigilo eterno de documentos gerou reações da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e de entidades de imprensa como a AssociaĂ§Ă£o Nacional de Jornais (ANJ). AtĂ© a bancada petista no Senado jĂ¡ se manifestou contra o novo posicionamento do PalĂ¡cio do Planalto.

A polĂªmica transcende o jogo entre situaĂ§Ă£o e oposiĂ§Ă£o no Congresso Nacional e envolve interesses diretos de dois ex-presidentes da RepĂºblica, os senadores Fernando Collor (PTB-AL) JosĂ© Sarney (PMDB-AP). Ambos querem mais restrições Ă  liberaĂ§Ă£o do sigilo. Presidente da ComissĂ£o de Relações Ex­­teriores do Senado, Collor tem sido o principal responsĂ¡vel pelo retardamento da votaĂ§Ă£o em plenĂ¡rio.

A controvĂ©rsia gira em torno de um ponto do projeto que trata dos documentos considerados ultrassecretos (dados que envolvam risco Ă  segurança nacional ou Ă  estabilidade econĂ´mica e financeira do paĂ­s). Atualmente, esses papĂ©is ficam inacessĂ­veis por 30 anos, prazo que pode ser prorrogado indefinidamente. Em 2009, penĂºltimo ano da gestĂ£o Lula, o governo mandou uma proposta ao Congresso diminuindo o prazo para 25 anos, mas mantendo a possibilidade de prorrogaĂ§Ă£o infinita.

A CĂ¢mara dos Deputados, que aprovou a proposta no ano passado, fez uma mudança que permite a prorrogaĂ§Ă£o por apenas uma vez. Com a alteraĂ§Ă£o, o sigilo mĂ¡ximo de qualquer documento fica restrito a um prazo de 50 anos. O principal temor do Itamaraty, encampado por Sarney, Ă© que isso possa gerar constrangimentos sobre a definiĂ§Ă£o das fronteiras brasileiras.

“NĂ£o podemos fazer Wiki­­leaks da histĂ³ria do Brasil”, justificou anteontem o presidente do Senado. Para ele, nĂ£o hĂ¡ problemas com a divulgaĂ§Ă£o de documentos recentes, incluindo os que abrangem seu governo (1985-1989). JĂ¡ Collor teria restrições aos papĂ©is de sua gestĂ£o (1990-1992).

Os apelos da dupla convenceram a nova ministra de Relações Institucionais, Ideli Salvatti. Ontem, ela voltou a defender a versĂ£o original da proposta enviada por Lula – mas evitou reconhecer que o texto mantĂ©m o bloqueio a determinadas informações. “NĂ£o hĂ¡ sigilo eterno. Tem apenas trĂªs assuntos, a questĂ£o da integridade do territĂ³rio, segurança nacional e relações internacionais, que Ă© possĂ­vel pedir a renovaĂ§Ă£o do sigilo por mais 25 anos.” Ontem tambĂ©m, Sarney defendeu o projeto apresentado pelo ex-presidente Lula.

O prĂ³prio governo, contudo, jĂ¡ havia costurado um acordo para que a proposiĂ§Ă£o fosse aprovada em 3 de maio, Dia Internacional da Liberdade de Imprensa. A votaĂ§Ă£o sĂ³ nĂ£o ocorreu porque Collor reteve a matĂ©ria na ComissĂ£o de Relações Internacionais. Quinze dias depois, a base governista apoiou a aprovaĂ§Ă£o de um requerimento de urgĂªncia para a votaĂ§Ă£o, novamente adiada por esforço do ex-presidente.

A demora provocada pela falta de acordo em um ponto da proposta evita que todo o restante entre em vigor. O acesso Ă s informações pĂºblicas Ă© um direito fundamental previsto no artigo 5.º da ConstituiĂ§Ă£o, mas que nĂ£o possui regras claras. A Lei 11.111/2005 trata do assunto, mas serve mais como uma cartilha de quais dados nĂ£o podem ser divulgados.

AlĂ©m de garantir acesso Ă s informações e criar normas mais claras de sigilo, o projeto em discussĂ£o no Senado acaba com a necessidade de o interessado apresentar justificativas e estabelece prazo mĂ¡ximo de 30 dias para a resposta sobre dados “comuns”.

AlĂ©m disso, a proposta tambĂ©m prevĂª punições ao agente pĂºblico que negar-se a entregar as informações. O texto estipula punições administrativas (no mĂ­nimo, de suspensĂ£o, podendo chegar Ă  demissĂ£o ou desligamento do cargo) e judiciais (como processo por crime de improbidade administrativa).

No caso de as informações nĂ£o serem prestadas, o cidadĂ£o deve recorrer ao superior do agente pĂºblico. Caso o pedido nĂ£o tenha efeito, cada instituiĂ§Ă£o deve ter um Ă³rgĂ£o recursal – o Ăºnico definido na lei Ă© a Controladoria-Geral da UniĂ£o (CGU), que serĂ¡ a instĂ¢ncia mĂ¡xima para recurso de informações do governo federal.

Polícia Federal prende José Rainha por desvio de verba

Em operaĂ§Ă£o iniciada nesta quinta-feira, 16, a PolĂ­cia Federal prendeu o lĂ­der do Movimento dos Sem-Terra (MST), JosĂ© Rainha JĂºnior, no Pontal do Paranapanema. Ele Ă© acusado de desvio de dinheiro pĂºblico destinado a programas de reforma agrĂ¡ria. Agentes da PolĂ­cia Federal de SĂ£o Paulo e de Presidente Prudente cumpriam mandados de prisĂ£o tambĂ©m contra dirigentes do Instituto de ColonizaĂ§Ă£o e Reforma AgrĂ¡ria (Incra) no Estado de SĂ£o Paulo.

Ainda no inĂ­cio desta manhĂ£, foi detido o superintendente do Incra em SĂ£o Paulo, Raimundo Pires da Silva, e pelo menos dois coordenadores regionais do Ă³rgĂ£o. As ordens de prisĂ£o foram expedidas pela Justiça Federal de Presidente Prudente em processo que apura o desvio de recursos da reforma agrĂ¡ria.

Em abril, a Justiça Federal aceitou denĂºncia oferecida pelo MinistĂ©rio PĂºblico contra JosĂ© Rainha, por desvio de recursos voltados a assentamentos no Pontal do Paranapanema. Outras oito pessoas foram acusadas do mesmo crime.

A OperaĂ§Ă£o Desfalque da PF cumpre ao todo dez mandados de prisĂ£o temporĂ¡ria, sete mandados de conduĂ§Ă£o coercitiva e treze mandados de busca e apreensĂ£o nas cidades paulistas de Andradina, Araçatuba, Euclides da Cunha Paulista, Presidente Bernardes, Presidente EpitĂ¡cio, Presidente Prudente, Sandovalina, SĂ£o Paulo e Teodoro Sampaio.

A investigaĂ§Ă£o iniciada hĂ¡ dez meses foi desenvolvida com acompanhamento do MinistĂ©rio PĂºblico Federal. Em nota, a PF afirmou que o grupo acusado usava associações civis, cooperativas e institutos para se apropriar de recursos pĂºblicos destinados Ă  manutenĂ§Ă£o de assentados em Ă¡reas desapropriadas para reforma agrĂ¡ria. AE

Edmundo Ă© levado para cela de delegacia

Edmundo foi preso nesta madrugada dentro de um flat no Itaim Bibi, na zona sul, por agentes do Setor de Investigações Gerais (SIG) da 3ª Delegacia Seccional Oeste. Ele estava sozinho no momento da abordagem e nĂ£o ofereceu resistĂªncia.

De acordo com o delegado-titular da SIG, Eduardo Castanheira, o ex-jogador foi pego de surpresa. "Chegamos no local, o porteiro nos confirmou que ele [Edmundo] estava no apartamento 402 e nos deixou entrar. Batemos na porta e o prĂ³prio Edmundo nos atendeu. Parecia que ele tinha acabado de acordar. Estava meio dormindo ainda e nĂ£o resistiu Ă  prisĂ£o. Esperamos, entĂ£o, ele tomar banho. Ele ligou para o advogado e depois o trouxemos para cĂ¡", disse.

A polĂ­cia realizou a prisĂ£o apĂ³s receber uma denĂºncia anĂ´nima por volta das 23 horas de ontem. Depois de ser preso, o ex-jogador foi levado por volta das 5h20 para fazer o exame de corpo de delito no Instituto MĂ©dico-Legal (IML).

Edmundo era considerado foragido da Justiça. Agentes da PolĂ­cia Civil do Rio percorreram na quarta-feira cinco endereços registrados em nome do ex-atleta, que nĂ£o foi localizado. Seus telefones celulares tambĂ©m ficaram desligados.

O ex-atleta aguarda a chegada de policiais civis do Rio para ser transferido ainda hoje. Procurada, a PolĂ­cia Civil do Rio nĂ£o soube informar de que forma a transferĂªncia serĂ¡ feita.

Edmundo foi preso apĂ³s a expediĂ§Ă£o de um mandado de prisĂ£o emitido pela Justiça fluminense. Ele foi condenado em 1999 a quatro anos e seis meses de prisĂ£o, em regime semiaberto, pelos homicĂ­dios culposos de trĂªs pessoas e lesões corporais de outras trĂªs em um acidente de carro. O acidente aconteceu na madrugada do dia 2 de dezembro de 1995, depois dele sair de uma boate na Lagoa, bairro da zona sul carioca.

Edmundo nĂ£o possui formaĂ§Ă£o superior, estudou atĂ© a 6ª sĂ©rie do Primeiro Grau, portanto, pela lei, nĂ£o teria direito a cela especial. AE

Al-Zawahiri substitui Bin Laden como novo lĂ­der da Al-Qaeda


O xeque egĂ­pcio Ayman al-Zawahiri sucederĂ¡ Osama Bin Laden no comando da rede extremista Al-Qaeda, segundo um comunicado divulgado nesta quinta-feira, 16.

A indicaĂ§Ă£o de Al-Zawahiri, braço direito de Bin Laden e mentor dos ataques em Nova York e Washington em 11 de setembro de 2011, foi confirmada pelo comando geral da organizaĂ§Ă£o em um site militante e disseminada pelo centro de mĂ­dia Al-Fajr, o braço de comunicaĂ§Ă£o da Al-Qaeda.

No comunicado, o grupo diz que continuarĂ¡ a empreender sua jihad - guerra santa - contra os Estados Unidos e Israel.

O cabeça anterior da Al Qaeda, Osama Bin Laden, foi morto por forças especiais americanas em uma operaĂ§Ă£o no PaquistĂ£o no dia 2 de maio.

HĂ¡ menos de dez dias, Al-Zawahiri fez declarações ameaçando os Estados Unidos, afirmando que Bin Laden continuarĂ¡ "aterrorizando" o governo e a sociedade americanos do tĂºmulo.

Zawahiri teria sido visto pela Ăºltima vez na cidade de Khost, no leste do AfeganistĂ£o, em outubro de 2001. Desde a invasĂ£o americana que derrubou o regime do TalebĂ£, naquele ano, passara a viver escondido.

Acreditava-se que ele estivesse escondido na regiĂ£o montanhosa perto da fronteira entre o AfeganistĂ£o e o PaquistĂ£o, com a ajuda de lĂ­deres tribais locais simpĂ¡ticos Ă  sua causa.

Mas o assassinato de Bin Laden em Abbottabad, ao norte da capital paquistanesa, Islamabad, sugere que seu local de esconderijo seja outro.

'CĂ©rebro da Al-Qaeda' Ayman al-Zawahiri nasceu no Cairo em 1951. CirurgiĂ£o oftalmologista de formaĂ§Ă£o, ele ajudou a fundar o grupo militante Jihad IslĂ¢mica EgĂ­pcia e foi o ideĂ³logo-chefe da Al Qaeda.

Alguns especialistas acreditavam que ele tenha sido o "cĂ©rebro operacional" por trĂ¡s dos atentados de setembro de 2001.

Dentro da Al Qaeda, ele vinha ocupando a posiĂ§Ă£o de nĂºmero dois, atrĂ¡s somente de Bin Laden. Era tambĂ©m o segundo na lista de "terroristas mais procurados" pelo governo americano, que continha 22 nomes.

Os Estados Unidos oferecem um prĂªmio de US$ 25 milhões por sua captura.

Ele tambĂ©m foi indiciado pelos Estados Unidos por seu papel nos ataques a bomba a embaixadas americanas no QuĂªnia e na TanzĂ¢nia em 1998, e foi condenado Ă  morte a revelia no Egito por suas atividades com a Jihad IslĂ¢mica nos anos 1990.

A mulher e os filhos de Zawahiri teriam sido mortos em um ataque aéreo americano no fim de 2001.

CrĂ­ticas a Obama AlĂ©m disso, Zawahiri tem sido o mais proeminente porta-voz da Al-Qaeda, aparecendo em 40 vĂ­deos e gravações de Ă¡udio da organizaĂ§Ă£o desde 2003.

Em uma dessas mensagens atribuída a ele, divulgada em novembro de 2008, Zawahiri criticou o presidente dos Estados Unidos, Barak Obama, dizendo que ele havia traído suas raízes negras e muçulmanas.

Na mensagem, Zawahiri diz que Obama "representa o oposto de negros americanos honrados como Malik Shabazz, conhecido também como Malcolm X" e se refere ao presidente com um "escravo da casa".

"VocĂª nasceu de um pai muçulmano, mas decidiu ficar do lado dos inimigos do IslĂ£ e rezar como um judeu, embora diga ser um cristĂ£o, para que pudesse subir a escada da liderança dos Estados Unidos. VocĂª subiu com o apoio de Israel."

"NĂ£o Ă© estranho que Malcolm X tenha sido morto enquanto vocĂª galgava a escada para liderar as mais criminosas forças na histĂ³ria e liderar a mais violenta campanha contra os muçulmanos. A declaraĂ§Ă£o de Malcolm X sobre escravos da casa se aplica a vocĂª, (ao ex- secretĂ¡rio de Estado americano) Colin Powell, (Ă  secretĂ¡ria de Estado, Condoleezza) Rice e outros parecidos", diz Zawahiri na gravaĂ§Ă£o.

Malcolm X, o ativista muçulmano que defendeu os direitos dos negros americanos na dĂ©cada de 50 e 60, usou a expressĂ£o "negro da casa" para se referir a afro-americanos que havia traĂ­do suas raĂ­zes, em uma conotaĂ§Ă£o de que essas pessoas seriam serviçais dos brancos. BBC

 
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