sexta-feira, 9 de agosto de 2013

Governo estuda estender regulaĂ§Ă£o da TV paga Ă  internet, diz ministro


O governo acenou para o setor de TV por assinatura que acolherĂ¡ sua demanda para estender Ă  internet a regulaĂ§Ă£o da prestaĂ§Ă£o de serviços audiovisuais (distribuiĂ§Ă£o de filmes e sĂ©ries), com taxaĂ§Ă£o e estabelecimento de cotas de programaĂ§Ă£o nacional.
O ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, se referiu a "essa concorrĂªncia que o setor regularmente estabelecido no Brasil enfrenta de empresas que oferecem o serviço diretamente pela internet" e disse que esse Ă© "um problema complexo do ponto de vista jurĂ­dico, tĂ©cnico e tributĂ¡rio", mas que "tem de ser enfrentado".
Sem citar nomes, Bernardo se referia ao modelo conhecido no mercado como OTT (over the top), de entrega de vídeo via internet, do qual a Netflix (cerca de 37 milhões de clientes em 40 países) é o maior expoente.
O ministro disse que "se uma empresa que atua aqui tem obrigaĂ§Ă£o de prestigiar a produĂ§Ă£o nacional, outra empresa que estĂ¡ oferecendo o serviço precisa fazer isso tambĂ©m" e afirmou que a "soluĂ§Ă£o Ă© buscar forma de taxar quem nĂ£o estĂ¡ pagando, porque Ă© muito ruim para o setor ter um serviço que nĂ£o paga nada, que nĂ£o tem qualquer competiĂ§Ă£o".
As declarações do titular das Comunicações foram feitas na abertura da 21ª Feira e Congresso da ABTA (AssociaĂ§Ă£o Brasileira de TV por Assinatura), nesta terça (6), em SĂ£o Paulo.
Antes dele, Manoel Rangel, presidente da Ancine (AgĂªncia Nacional do Cinema), que regula o setor de TV por assinatura, jĂ¡ havia insinuado a adoĂ§Ă£o dessas medidas.
"Estamos atentos e acreditamos que esse serviço [de TV por assinatura] conviverĂ¡ com um conjunto de novos serviços", afirmou Rangel. "TambĂ©m pensamos que esses serviços tĂªm que ser prestados a partir do paĂ­s e com obrigações de carregamento de conteĂºdo brasileiro. Estamos atentos a esse quadro de transformaĂ§Ă£o e para contribuir nesse processo", afirmou.
O pedido de estender as regras impostas pela Lei da TV paga (2011) aos concorrentes da internet foi feito pelo presidente da ABTA, Oscar Simões, na introduĂ§Ă£o do painel.
"NĂ£o nos cabe reivindicar medidas protecionistas. Mas a indĂºstria de TV por assinatura nĂ£o pode carregar um peso que nĂ£o existe para os outros formatos de entrega", afirmou.
Simões afirmou que "com o desenvolvimento da banda larga, vivemos um momento de transformaĂ§Ă£o, em que somos desafiados por novos formatos de entrega de vĂ­deo que possam ser assistidos onde e quando quisermos".
A ministra da Cultura, Marta Suplicy, tambĂ©m presente Ă  seĂ§Ă£o, prometeu dar mais "musculatura" Ă  Ancine atĂ© o final do ano, para que a agĂªncia possa desempenhar o papel de fomento ao audiovisual.
"Gostaria de fazer uma reflexĂ£o com vocĂªs. As pessoas tĂªm uma imagem. Os paĂ­ses tambĂ©m tĂªm imagem. A imagem americana foi muito feita por Hollywood. NĂ³s no Brasil tambĂ©m temos uma imagem. Nossa imagem nĂ£o foi planejada, aconteceu naturalmente de Carnaval, futebol, praia, alegria, diversidade, mais ou menos", comparou Marta.
"Estamos tentando ampliar nossa imagem. Estava lembrando disso porque tem a ver com o audiovisual. A imagem de um país é feita também do que ela produz. Precisamos incrementar tudo isso, principalmente ter mais audiovisual fabricado aqui", disse a ministra.
No painel seguinte, Alberto Pecegueiro, da Globosat, relativizou a ameaça de concorrentes como a Netflix. ApĂ³s afirmar que o serviço da empresa americana merece atenĂ§Ă£o, Pecegueiro afirmou: "Do ponto de vista de ser essa bolha assassina que nos devorarĂ¡ a todos, ainda falta muito tempo. Todos nĂ³s, programadores, estamos trabalhando em disponibilizar nossos conteĂºdos em todo lugar a todo tempo".
PROTESTO
A fala de Paulo Bernardo no congresso da ABTA foi alvo de um protesto silencioso. Enquanto o ministro discursava, um grupo abriu ao lado da sala um cartaz em que pedia ao ministro a revogaĂ§Ă£o das concessões de TV de quatro senadores --LobĂ£o filho (PMDB-MA), JosĂ© Agripino Maia (DEM- RN), Fernando Collor de Mello ( PTB-AL) e Jader Barbalho (PMDB-PA).
Ao lado da foto desses senadores, lia-se o texto: "PolĂ­tico nĂ£o pode ter TV. Esses senadores desrespeitam o artigo 54 da ConstituiĂ§Ă£o Federal. Revoga, Paulo Bernardo".
O artigo mencionado diz que deputados e senadores nĂ£o poderĂ£o, entre outras coisas, "ser proprietĂ¡rios, controladores ou diretores de empresa que goze de favor decorrente de contrato com pessoa jurĂ­dica de direito pĂºblico, ou nela exercer funĂ§Ă£o remunerada". (Folha)



Resposta do blogueiro Bertoni:

Car@s,

Nossa! o presidente mundial da TelefĂ´nica foi o primeiro a falar em fim da
neutralidade na rede ainda em meados dos anos 2000. Na Ă©poca ele
criticavaa exatamente as empresas de internet que usam banda pra caramba e
nada investem em estrutura fĂ­sica e citou vĂ¡rias vezes como exemplo o
NetFlix.

E nĂ£o Ă© que o PB usa o mesmo exemplo?

Por favor, poderia ser mais criativo.

A Agenda do ministro nĂ£o Ă© a agenda dos comunicadores populares nem da
blogosfera progressista.

Ele quer transformar a internet na mesma coisa que Ă© a TV e o RĂ¡dio. Logo,
logo, estarĂ¡ falando em concessĂ£o para internet...

Infelizmente, essa turma segue apostando em um modelo de comunicaĂ§Ă£o
vertical de cima para baixo, mesmo quando atĂ© o bispo jĂ¡ tem um fala que
eu te escuto...

Um forte abraço, Bertoni, Curitiba, 07/08/2013

 
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