domingo, 21 de novembro de 2010

Apagão nos aeroportos: Anac teme crise aérea no fim de ano e convoca reunião urgente com empresas


Glauber Gonçalves e Irany Tereza/AE

RIO - A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) convocou para segunda-feira uma reunião, em regime de urgência, com os presidentes das principais companhias aéreas, além de representantes da Infraero, Polícia Federal, Receita Federal e Departamento de Controle do Espaço Aéreo (Decea).

A agência está preocupada com o risco de problemas nos aeroportos em dezembro, durante as festas de fim de ano. Os executivos que comandam Gol, TAM, Webjet e Avianca confirmaram presença, e a Azul deve enviar seu diretor de operações.

O receio desta vez não é a repetição do caos no controle de voo, como ocorreu em 2006, no rastro do desastre do Boeing da Gol.

O risco vem da combinação de três fatores: a afluência em massa de passageiros estreantes, vindos da nova classe média; a venda de passagens além da capacidade das companhias, e o despreparo dos aeroportos em receber usuários que desconhecem os procedimentos de embarque.

Segundo o Estado apurou, a prática de venda de passagens para voos extras ainda não autorizados está preocupando a diretoria da Anac. Apenas uma grande companhia teria vendido cerca de 10 mil passagens acima da capacidade dos voos programados para o período.

Num evento da Câmara de Comércio França-Brasil realizado na noite de sexta-feira no Rio, o ministro da Defesa, Nelson Jobim, confirmou que a venda excessiva de passagens está entre os assuntos a serem tratados no encontro marcado para amanhã.

"(Vamos) estabelecer uma programação, como a gente fez no ano passado, para ter tranquilidade em relação a horários, atrasos, evitar venda de passagens excessivas, como eles faziam, evitar overbooking, todas essas coisas. Ou seja, vamos estabelecer regras neste sentido", disse o ministro.

"Historicamente, no fim de ano, as empresas vendem entre 10% e 15% de bilhetes acima da quantidade de assentos dos aviões. Também não é raro o pedido de voos extras e a venda de passagens para esses voos antes da autorização formal", disse uma fonte do setor.

Primeira vez

"Calculamos que pelo menos 1,5 milhão de pessoas vão viajar de avião pela primeira vez em janeiro e fevereiro", disse Renato Meirelles, sócio-diretor do instituto Data Popular, especializado em pesquisas de consumo das classes C, D e E. De acordo com projeção do instituto, de julho deste ano a julho de 2011, 8,7 milhões de pessoas farão sua primeira viagem aérea. "É mais do que o dobro do movimento de passageiros registrado na África do Sul durante a Copa", comparou.

Para atender o aumento de demanda no período de alta temporada, as companhias aéreas estão colocando voos extras, o que pode trazer uma sobrecarga ao já tumultuado sistema de aeroportos do País. "Vemos que está aumentando o número de voos. Isso pode acarretar em congestionamento", afirmou o presidente do sindicato dos controladores de voo, Jorge Botelho.

A probabilidade de atrasos em cascata é grande, avaliou Botelho. "Na medida em que se coloca um maior número de voos, tem-se um menor espaçamento de tempo de ocupação da pista de pouso. Se acontece um imprevisto, há atrasos, e isso vai refletir em outra localidade, porque as empresas estão com suas malhas amarradas."

Aos voos regulares e adicionais colocados para atender a demanda pontual, somam-se os fretamentos para operadores de viagens. Só a CVC, líder no segmento, fretará 2.660 voos para a alta temporada, um acréscimo de 25% ante igual período de 2009.

Vigilância

A diretora do Sindicato Nacional dos Aeronautas Graziella Baggio cobra vigilância da Anac sobre os voos fretados. "Há quatro anos a TAM teve um problemão. A CVC solicitou uma série de aeronaves para milhares de passageiros. Como a empresa não podia deixar de fazer os voos da operadora, porque haveria multa, acabou abandonando os voos normais." Em 2006, a prática de overbooking pela empresa gerou caos às vésperas do Natal.

O diretor de Comunicação da Gol, Hélio Muniz, afirmou que os fretamentos tiveram um crescimento "grande" este ano, sem mencionar números. Ele disse que a empresa ainda não solicitou voos extras à Anac, mas não descarta fazê-lo. "Não temos previsão ainda, mas sempre há a possibilidade de abrir voos nessa época. Esse processo é rápido."

O planejamento da Azul para o fim do ano inclui a contratação de cem agentes de aeroporto e reforço na equipe de call center. O presidente da companhia, Pedro Janot, afirmou que os esforços estão sendo feitos não apenas para responder à demanda de alta temporada, mas para acompanhar o crescimento da frota da empresa, que sai de 15 aeronaves em julho para 26 até o fim do ano.

Janot acredita que a companhia não terá grande dificuldade de lidar com um número maior de passageiros, pois já opera com taxas elevadas de ocupação, próximas a 85%. Ele avalia, no entanto, que outras empresas poderão ser mais impactadas.

"Não seria um transtorno operacional para a gente. Já as companhias que operam com ocupação de 62%, 63% podem chegar a 85% nesta temporada. Aí realmente o impacto é maior nos aviões da Gol e da TAM, por exemplo, que são de porte superior", comentou.

As duas maiores companhias aéreas do País também informaram ter planos de contingência. A Gol terá dois aviões de reserva e tripulações extras para assumir os voos. Na TAM, são cinco aeronaves de prontidão e houve reforço do pessoal de aeroporto. No total, a empresa fecha o ano com uma frota de 151 aviões, 19 a mais que no fim de 2009.

Caixa perdeu mais de R$ 320 milhões no Panamericano

Leandro Modé/AE

SÃO PAULO - Quando a Caixa Econômica Federal comprou 35,5% do Panamericano por R$ 740 milhões, em novembro de 2009, o banco de Silvio Santos valia R$ 2,1 bilhões na Bolsa de Valores de São Paulo. Na última quinta-feira, o chamado valor de mercado havia desabado para R$ 1,2 bilhão. Ou seja, só nesse item, a instituição controlada pelo governo federal perdeu mais de R$ 320 milhões – diferença entre a participação de 35,5% em relação a R$ 2,1 bilhões e a R$ 1,2 bilhão.

Uma das várias questões que intrigam o mercado no caso Panamericano é o fato de o banco ter conseguido dois grandes aportes de capital quando aparentemente já enfrentava problemas. Segundo o Banco Central (BC), há indícios de que as fraudes contábeis começaram há cerca de quatro anos, ou seja, em 2006. Mas não é só isso. Rumores sobre a solidez do banco eram correntes há alguns anos.

Ainda assim, o Panamericano conseguiu levantar quase R$ 800 milhões em uma abertura de capital (IPO, na sigla em inglês) realizada em novembro de 2007. Somando a compra pela Caixa e o IPO, está se falando de R$ 1,5 bilhão.

A abertura de capital foi coordenada por três instituições bastante ativas no mercado de capitais brasileiro: UBS Pactual (hoje BTG Pactual), Bradesco BBI e Itaú BBA. Antes de efetuar a compra de parte do Panamericano, a Caixa foi assessorada pelo Banco Fator e pela KPMG. "Como tanta gente qualificada não conseguiu ver nada?", indaga uma fonte que pediu para não ser identificada.

O Estado procurou todos os envolvidos. Com exceção do Fator, que designou um porta-voz para explicar a assessoria para a Caixa, os outros se pronunciaram por meio de notas.

Principal coordenador do IPO, o BTG Pactual diz que "seguiu os mesmos procedimentos adotados nos demais processos de abertura de capital". O Itaú BBA afirma "que se serve de informações públicas e auditadas como base para todos os negócios que assessora". Completa o Bradesco BBI: "Faz parte dos processos de IPO um relatório de empresa de auditoria especializada, o que ocorreu no caso em questão (foi a Deloitte)".

A KPMG diz que "os limites do trabalho executado, bem como das informações disponibilizadas no data room (um banco de dados com informações do Panamericano), não permitiriam a detecção dos fatos ora noticiados pela imprensa como irregularidades".

O diretor do banco de investimentos do Fator, Venilton Tadini, afirma que a instituição se baseou nas informações fornecidas pelo Panamericano. Segundo ele, o "escopo" do trabalho era fazer a chamada due diligence (análise e avaliação detalhada de dados e documentos de uma empresa) a partir de "informações primárias apresentadas pelo Panamericano". Como tais informações se têm revelado falsas, Tadini afirma que o Fator estuda processar o Panamericano.

Crise de 2008

O interesse da Caixa pelo Panamericano surgiu após a eclosão da crise internacional, em setembro de 2008. Na ocasião, os bancos médios brasileiros sofreram com falta de liquidez. Para evitar uma quebradeira em série, o governo (principalmente via Banco Central) adotou uma série de medidas. Uma delas, de 22 de outubro de 2008, autorizava o Banco do Brasil (BB) e a Caixa a comprar instituições em dificuldades.

O BB foi rápido. Em janeiro do ano seguinte, adquiriu metade do Banco Votorantim. A instituição da família Ermírio de Moraes sofria uma crise de confiança. O mercado não sabia o prejuízo que havia apurado com as operações que ficaram conhecidas como derivativos tóxicos (empresas que apostaram na alta do real ante o dólar e foram pegas no contrapé com a disparada da moeda americana). Uma dessas companhias era a VCP, braço do grupo na área de papel e celulose.

A Caixa demorou um pouco mais para agir. Negociou durante meses com o Panamericano, até divulgar publicamente a compra de metade do capital votante do banco de Silvio Santos. Foi a primeira aquisição realizada na história da Caixa.

Um ex-presidente do BC avalia que a falta de experiência nesse tipo de negócio prejudicou a Caixa. Segundo ele, a diretoria do BB é mais acostumada com aquisições. Portanto, ele argumenta que a chance de entrar em uma roubada é, ao menos em tese, menor que a da Caixa.

Se a Caixa pecou pela falta de experiência ou não, só o tempo vai dizer. Mas uma coisa já é certa: a oposição quer explicações sobre o caso e vai tentar usá-lo para que o governo Dilma Rousseff comece sob fogo cerrado. A Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania do Senado convidou o BC, a Caixa, a Deloitte (auditoria do Panamericano) e a KPMG para uma audiência pública na próxima quarta-feira.

Em um discurso inflamado na semana passada, um dos líderes oposicionistas, o senador Antonio Carlos Júnior (DEM-BA), fez pesadas críticas à compra do Panamericano pela Caixa. "Quem tem culpa nisso? (A Caixa) pagou por ativos que não existiam e também pelas receitas decorrentes de ativos que não existiam", afirmou. Procurada, a Caixa não se pronunciou.

Brasil planeja frota nuclear

Roberto Godoy/AE

A Marinha do Brasil está planejando uma formidável frota de seis submarinos nucleares e mais 20 convencionais, 15 novos e cinco revitalizados. Com seus torpedos e mísseis, será a mais poderosa força dissuasória do continente nos termos do Paemb, o Plano de Articulação e Equipamento da Marinha. A meta é de longo prazo, só será atingida em 2047. O custo estimado de cada navio de propulsão atômica é de € 550 milhões. O primeiro deles, incluído no ProSub, o Programa de Desenvolvimento de Submarinos, já em andamento, sairá por € 2 bilhões, valor composto pelos custos de transferência de tecnologia e outras capacidades (como a de projetar os navios) por parte do estaleiro francês DCNS. As outras unidades estão cotadas apenas pelo preço de construção, no novo estaleiro de Itaguaí, no litoral sul do Rio. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva visita as obras em dezembro.

O núcleo industrial será instalado ao lado da nova base da Força de Submarinos. Os dois projetos estão sendo executados pelo grupo Odebrecht. A empresa também vai produzir os submarinos.

Os modelos convencionais estão divididos em lotes. Um, formado por 15 novos S-Br. Os primeiros quatro são versões do tipo Scorpéne, porém cerca de 100 toneladas mais pesados e cinco metros mais longos, para dar mais conforto à tripulação e aumentar a autonomia. O outro grupo é integrado pelos navios que a Marinha usa atualmente. Todos são leves e vão ser modernizados: quatro da classe Tupi, de tecnologia alemã, e um Tikuna, a evolução dessa série que recebeu aperfeiçoamentos originais criados por engenheiros da Marinha.

Concretamente, o que está em execução é o ProSub, envolvendo os quatro submarinos Scorpéne comprados em 2008. O primeiro desse lote será entregue no segundo semestre de 2016. Os outros três sairão de Itaguaí até 2021. O recebimento do modelo nuclear ocorre entre dezembro de 2021 e janeiro de 2022. O contrato total vale € 6.790 bilhões, abrangendo fornecimento amplo de tecnologia, incluindo o casco e sistemas não-atômicos do navio de propulsão nuclear. O documento principal foi assinado em dezembro de 2008. A negociação dos contratos adicionais consumiu nove meses, saiu em setembro de 2009. O adiantamento inicial de R$ 100 milhões foi formalizado há pouco mais de um ano.

O cronograma das obras civis estende-se até 2015. Está no estágio básico, o movimento de terras às margens da BR-101, onde começam a surgir as fundações da Unidade de Fabricação de Estruturas Metálicas, Ufem.

A fatura da infraestrutura é de € 1.868.200.00 a favor da Construtora Norberto Odebrecht, majoritária no CBS, Consórcio Baía de Sepetiba, formado pela DCNS da França e pela Marinha do Brasil, que detém o direito de veto. As áreas envolvidas somam 980 mil metros quadrados, dos quais 750 mil m² na água. O acesso ao conjunto se dará por um túnel escavado em rocha de 850 metros de comprimento e uma estrada exclusiva de 1,5 quilômetro. Haverá 2 píeres de 150 metros cada um e três docas secas (duas cobertas) de 170 metros. No total, serão 27 edifícios. A dragagem passa de 6 milhões de metros cúbicos. O plano da obra prevê a geração de 700 empregos diretos. Pronta, a instalação poderá dar apoio técnico a uma frota de 10 a 20 submarinos, e terá capacidade para construir duas unidades novas simultaneamente. Um dos prédios, destinado ao procedimento de troca do reator do navio nuclear ou do combustível, será alto, equivalente a 16 andares. Os submarinos vão circular, por meios próprios no local, movimentando-se por uma zona molhada com 340 mil m².



O ProSub implica a integração de diversos cronogramas. Um deles, o do domínio completo do ciclo de enriquecimento do urânio usado no reator dos modelos nucleares, está concluído. A fábrica de gás de urânio está pronta e realizando ensaios de operação. Fica em Iperó, a 130 km de São Paulo. no Centro Aramar, da Marinha. A produção de 40 toneladas por ano pode ser ativada a partir de dezembro. O presidente Lula quer inaugurar as instalações. No mesmo local o pavilhão do LabGene, para abrigar o reator do Sn-Br - já pronto e desmontado, avaliado em US$ 130 milhões - segue em ritmo acelerado.

A Lei Rouanet de Incentivo à Cultura ainda não sensibiliza o empresariado



Por Luiz Augusto Juk:

Dois bilhões e seiscentos milhões de reais: esse é o valor que estava pronto para ser destinado à cultura no Brasil em 2009, mas não foi. Dinheiro que, além de incentivar e divulgar a música, teatro, dança, cinema e todas as expressões artísticas do país, teria também gerado milhares de postos de trabalho. Tudo isso sem contar a oportunidade que pequenas, médias e grandes empresas perderam de se destacar no mercado.

A cada ano, o mesmo cenário se repete. De 2005 a 2009, R$9,6 bilhões deixaram de ser investidos em projetos culturais em todo o Brasil. Só no Paraná, foram R$ 389 milhões.

A Lei Rouanet de Incentivo à Cultura permite que as empresas direcionem para produções culturais 4% daquilo que devem pagar como Imposto de Renda. No ano passado, a Receita Federal arrecadou pouco mais de R$346 bilhões de reais nos estados brasileiros com pessoa jurídica. Isso significa que, deste montante, R$ 13,8 bilhões poderiam ter sido aplicados em cultura. No entanto, apenas pouco mais de 30% disso foi realmente investido no setor: R$ 4,2 bilhões. É um grande potencial que está sendo desperdiçado. No Paraná, R$ 2,8 bilhões foram arrecadados em 2009. Disso, R$ 114,9 milhões poderiam ter ido para produções, mas apenas 16% disso foi usado: R$ 19,2 milhões.

TUDO JÓIA: 'O inquilino muito louco'

Eduardo Schneider/horaHNews:


O governador Orlando Pessuti e seu companheiro de tertúlias na Escolinha, Roberto Requião, tiveram oito anos para pintar e bordar no Paraná. E foi o que fizeram a maior parte do tempo. O que não dá para entender é que quando faltam 40 dias para encerrar esse longo ciclo, Pessuti seja tomado por um frenesi para realizar tudo o que deixou de fazer como governador e vice durante quase uma década.
Lembra um inquilino que, quando está prestes a ter de deixar o imóvel que ocupou durante muito tempo, decidisse promover uma reforma completa na propriedade. Pintar a casa, derrubar paredes, construir novos cômodos, trocar o piso, mudar o telhado, derrubar a garagem, construir uma piscina e instalar uma Jacuzzi. Com o agravante que toda a conta para essa reforma - não solicitada nem desejada - ficará para o futuro locatário. Uma loucura.

Festa louca

Os custos dessa espécie de festa muito louca com recursos públicos no apagar das luzes está produzindo estragos monumentais nas finanças do Estado. O balanço de parte das medidas que estão sendo tomadas por Pessuti, como benefícios fiscais, antecipações de receita e licitações, podem comprometer a receita do Estado em até R$ 700 milhões em 2011.

As conseqüências dessas loucuras já começam a aparecer Pessuti decidiu cancelar R$149.631.000,00 em despesas previstas pelo Estado, entre elas R$ 14 milhões para gestão do sistema de saúde e R$ 13 milhões para perícias e pesquisas médico-legais. O objetivo: gerar recursos para "despesas mais urgentes". A principal delas é o pagamento do funcionalismo. São R$ 85,6 milhões para pagar aposentados e pensionistas.

Ensaio do coral do HSBC será aberto ao público neste domingo


Acontece neste domingo (21), às 20 horas, na Rua XV, em frente do Palácio Avenida, em Curitiba, o ensaio geral do Coral HSBC. Tradicionalmente, a organização do evento não permitia participação do público antes da estreia.

Dessa vez, o grupo vai gravar um DVD e precisa testar a interatividade entre os 160 cantores e a platéia. A média de participantes nas apresentações – que começam na próxima quinta-feira, às 20h30 – é de 20 mil pessoas dia. A expectativa para este domingo à noite é reunir um grupo pequeno, para testes das inovações. A atriz Isabela Garcia, mestre de cerimônias, participa do ensaio.

 
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