quarta-feira, 21 de março de 2012

Avanços em neurociências representam dilemas éticos para militares

Os avanços na investigação do cérebro e a neurociência na última década atraíram o interesse dos militares e representam dilemas éticos sobre o futuro da guerra, diz um artigo publicado pela Public Library of Sciences.

As agências de inteligência e de defesa financiam e apoiam muitos estudos na área da neurociência - Denis Balibouse/Reuters
Denis Balibouse/Reuters
As agências de inteligência e de defesa financiam e apoiam muitos estudos na área da neurociência

"Temos em mãos uma história futurista que ocorre no presente, diz Jonathan D. Moreno, do Centro de Biotética, do departamento de História, Sociologia da Ciência da Universidade da Pensilvania, coautor do artigo com Michael Tennison, da Universidade Wake Forest, na Carolina do Norte.

"Tudo o que aprendemos na última década e continuamos aprendendo a um ritmo acelerado sobre o cérebro é de interesse para quem planeja guerras", acrescentou Moreno. "As agências de inteligência e de defesa financiam e apoiam muitos dos estudos nessa área".

Segundo o artigo, tanto os relatórios do Conselho Nacional de Investigação como a destinação de fundos do Pentágono "revelam o interesse da segurança nacional na neurociência e indicam que os militares estão ansiosos para ver o que podem aproveitar dessa ciência emergente".

Na área da investigação da neurociência cognitiva, a Agência de Projetos de Investigação Avançada do Pentágono (DARPA, na sigla em inglês) recebeu cerca de 240 milhões de dólares no período fiscal 2011, o Exército recebeu 55 milhões, a Marinha 34 milhões e a Força Aérea, 24 milhões.

"O interesse das Forças Armadas no conhecimento, desenvolvimento e aproveitamento da neurociência gera uma tensão na sua relação com a ciência", acrescenta o artigo. "Pode haver um conflito entre as metas de segurança nacional e as metas da ciência", dizem.

Uma das áreas de pesquisa que interessam aos militares, segundo Moreno, é o estímulo das funções cerebrais, tanto para a aprendizagem acelerada dos sistemas e equipamentos, como para a resistência a operações prolongadas sem repouso.

Moreno, autor do livro "Mind Works" (A mente trabalha, em tradução livre), colocou como exemplo "as experiências sobre a interface entre cérebro e máquinas.

"Do ponto de vista da ciência, a investigação e as experiências nos dizem muito sobre o cérebro, mas não têm mostrado muito sobre a comunicação eficaz com os aparelhos", acrescenta.

"A verdade ´q eu dedos, mãos e voz continuam sendo mais eficazes para nos comunicar com os aparelhos dos que o cérebro", diz Moreno. Os operadores dos aviões não tripulados ou robóticos ('drones', em inglês) "continuam usando dedos, mãos, manivelas e botões de controles remotos", disse.

"Talvez algum dia seja possível controlar aparelhos com o pensamento. Mas quando isso for possível, muda a natureza do combate.

Moreno assinalou que tanto "aqueles que trabalham em neurociência como militares são agora mais conscientes do que há cinco anos sobre o rápido avanço da área".

"Para os cientistas esse é um debate ético que remonta ao desenvolvimento de armas nucleares", disse. "é o debate sobre a responsabilidade dos cientistas, mas eles nem sempre podem antecipar qual será o uso da ciência",

"Entre os militares há um debate similar. Alguns consideram uma desonra uso dos 'drones'", conclui. (Efe)

O Minotauro da dívida

*Léo Lince


A dívida pública federal, segundo anúncio feito pelas autoridades que administram o Tesouro, deverá atingir no curso deste ano um novo patamar histórico. Noves fora pontos e vírgulas, são necessários quinze caracteres para escrever a espantosa quantia, que ultrapassa o montante bestial de dois trilhões de reais.


A notícia, tão preocupante e ameaçadora, não mereceu manchete na primeira página e tampouco ensejou editoriais de alerta. Ao contrário. No espaço diminuto dos cadernos de economia, o tema é tratado com a ligeireza de uma rotina contábil. Mas há um fato sintomático: ele aparece sempre acolchoado por comentários tranqüilizadores. Tipo: “temos reservas volumosas”, “o perfil da dívida deve melhorar ainda mais”, “ela está sendo muito bem administrada”... Em suma, fiquem tranqüilos.


A razão para tal tratamento é simples. O Brasil, já faz tempo, é o paraíso dos especuladores. Os magnatas do capital financeiro têm o governo e a mídia grande a seu serviço. E, no regime que eles inventaram, o crescimento vertiginoso da dívida é o impulso que acelera a roleta do cassino. Daí o tabu. Todos são instados a aceitar com absoluta naturalidade a bola de neve do endividamento brutal.


O movimento da “Auditoria Cidadã da Dívida”, que acompanha de maneira qualificada a evolução da escalada vertiginosa, é um depositário de dados espantosos sobre esta questão crucial da política brasileira. Há, no sítio do movimento, um gráfico em forma de torta que é a mais completa explicação do descalabro. É de chorar.


Nas fatias da torta que expressam a execução do orçamento federal em 2011, praticamente a metade se refere aos gastos em: saúde, educação, segurança, defesa nacional, previdência, transportes, investimentos, custeio geral de todos os ministérios, enfim, tudo o que se possa imaginar de gastos públicos. A outra metade do orçamento, que quase empata com os demais gastos somados, foi consumida em juros e amortizações da dívida. Tem sido assim nos últimos anos e, projeção oficial, vai piorar em 2012. Um absurdo sem tamanho.


É doloroso, mas inevitável constatar. O Brasil, ao longo do tempo e cada vez mais, está sendo governado pela dívida. Basta ver a relação dela com os grandes desacertos da nossa agenda política. Entra governo e sai governo (Dilma, Lula, os dois Fernandos) e o grosso dos recursos orçamentários evapora na fornalha dos juros compostos. Apesar do enorme sacrifício regular e recorrente, o volume do que falta pagar só faz aumentar.


Para rolar a dívida e pagar os seus serviços, o governo corta gastos em saúde, educação, segurança. Entrega o patrimônio público nas privatizações. Sacrifica os direitos sociais dos trabalhadores. Confisca os aposentados, desmantela a seguridade social. Com a parte do leão do orçamento confiscada pela roleta do cassino financeiro, o poder público se amesquinha e trata a dívida como se ela estivesse acima da vida dos brasileiros.


Além de impagável, a dívida é injusta e ilegítima. O principal (a quantia originária emprestada não se sabe em que condições) já foi pago várias vezes. Na forma de juros compostos, ela continua crescendo como um saco sem fundos. Papéis sobre papéis, juros sobre juros, uma avalanche que só beneficia a usura dos banqueiros e a irresponsabilidade dos especuladores.


A dívida, no ponto a que chegou, não é mais um problema de mero cálculo econômico, ou de regras contratuais. Virou um problema político crucial e como tal deve ser tratado. Não é um problema técnico, mas expressão concentrada de tudo o que existe de pior no mundo de hoje. Da tirania do capital financeiro. Do domínio absolutista do privado sobre o público. Da soberania do mercado sobre a ordem social. Do desequilíbrio das contas públicas e do agravamento das desigualdades entre pessoas, nações e classes sociais.


Exigir uma auditoria e contra-restar a voracidade do sistema financeiro é a maneira de quebrar o círculo vicioso que pode nos arrastar para a tragédia grega. A crise geral do capitalismo, que espalha malefícios nos quatro cantos do mundo, deve nos servir de alerta. Só teremos desenvolvimento de verdade - sustentável, soberano e solidário - quando nos livrarmos do Minotauro da dívida.



Curitiba pavimenta 597 km de asfalto novo em 950 ruas

Começou ontem pelo Boqueirão a Operação Asfalto Novo da prefeitura de Curitiba. Até o final do ano serão pavimentados 597 km
de asfalto em 950 ruas e avenidas nas nove grandes regiões: Bairro Novo, Boa Vista, Boqueirão, Cajuru, CIC, Pinheirinho, Matriz e Santa Felicidade. Os investimentos estão estimados em R$ 478 milhões. Veja o vídeo da campanha veiculada nas emissoras de TV.

Para atingir esta marca, a Prefeitura terá diferentes frentes de pavimentação: revitalização das linhas de ônibus, melhoria de ruas de bairros e antipó velho, implantação de pavimento de antigos loteamentos, recuperação de ruas de grande movimento e grandes obras estruturais. A prefeitura contratou mais equipes e também vai colocar mais duas recicladoras de asfalto para atuarem nos bairros, agilizando a pavimentação.

"É um grande mutirão de asfalto várias frentes de trabalho através de quatro programas de pavimentação da prefeitura: recuperação da malha viária, asfalto cidadão, melhoria de vias estruturantes e revitalização das ruas do transporte coletivo -- este último utilizará quatro recicladoras de asfalto", disse o prefeito Luciano Ducci.

O mutirão faz parte do da frente de trabalho e conta ainda com apoio do Governo do Estado. "Retomamos a parceria com o governo do Estado e estamos trabalhando em harmonia. Quem ganha com isso é a população que terá asfalto de qualidade nas ruas e acesso a uma moradia digna com valor mais acessível", disse Ducci.

É a primeira vez que a Prefeitura vai atingir esta marca histórica. Nos últimos dois anos, foram mais de 200 quilômetros de asfalto. "Vamos intensificar o trabalho neste ano. Para se ter uma ideia da extensão de ruas a ser pavimentadas, os 597 km equivalem praticamente a distância entre Curitiba e Foz do Iguaçu", disse Ducci.

Contra a desindustrialização, centrais e empresários definem estratégia de luta: Grito de alerta em defesa da produção e do emprego


Representantes das centrais sindicais de trabalhadores e do empresariado oficializaram em São Paulo o calendário de lutas para enfrentar o problema da desindustrialização no país. Entre março e maio, trabalhadores e patrões estarão nas ruas de alguns estados para debater com o restante da sociedade a grave situação da indústria e suas consequências para o desenvolvimento da nação. Para iniciar esse processo, as entidades decidiram também lançar um manifesto em defesa da produção e do emprego nacionais.

A manifestação serve como um grito de alerta em nome da produtividade industrial e do emprego, pois a desindustrialização está preocupando todo o setor produtivo.

Muitas cadeias produtivas sofrem com a importação de produtos mais baratos oriundos da China, EUA e da Índia, que utilizam do dumping para tornar os preços mais competitivos.

Além da paralisação, o “grito” contempla a apresentação de 22 reivindicações ao governo. Entre elas estão a redução nas taxas de juros e faixas de câmbio diferenciado. O custo Brasil é elevado demais e isso prejudica o nosso mercado interno e externo.

Manifestações semelhantes também acontecerão em Santa Catarina, no dia 28 de março, Rio Grande do Sul, no dia 29, e em São Paulo, em 4 de abril. No dia 10 de maio, o movimento chega a Brasília, quando a presidente Dilma Rousseff deve participar de um evento na sede da CNI.

Os representantes das centrais e do empresariado já definiram quatro importantes datas para se manifestarem contra a desindustrialização. Santa Catarina será o primeiro estado, em 28 de março. No dia seguinte (29/3), será a vez do Rio Grande do Sul. Em 4 de abril, São Paulo. Em 10 de maio, Brasília.

Além desse calendário (que ainda pode ser ampliado, já que outros estados podem levar a campanha às ruas), as centrais e os empresários definiram a redação final de um manifesto, chamado de “Grito de alerta em defesa da produção e do emprego brasileiros”, documento no qual reúnem sua análise sobre o atual cenário industrial brasileiros e expõem sua proposta para enfrentar essa situação.

Para os líderes sindicais e empresariais, é preciso trazer a sociedade civil para esse debate, de modo a convencer a população dos riscos envolvidos.

Contra a desindustrialização, centrais e empresários definem estratégia de luta: Grito de alerta em defesa da produção e do emprego

Representantes das centrais sindicais de trabalhadores e do empresariado oficializaram em São Paulo, o calendário de lutas para enfrentar o problema da desindustrialização no país. Entre março e maio, trabalhadores e patrões estarão nas ruas de alguns estados para debater com o restante da sociedade a grave situação da indústria e suas consequências para o desenvolvimento da nação. Para iniciar esse processo, as entidades decidiram também lançar um manifesto em defesa da produção e do emprego nacionais.

A manifestação serve como um grito de alerta em nome da produtividade industrial e do emprego, pois a desindustrialização está preocupando todo o setor produtivo.

Muitas cadeias produtivas sofrem com a importação de produtos mais baratos oriundos da China, EUA e da Índia, que utilizam do dumping para tornar os preços mais competitivos.

Além da paralisação, o “grito” contempla a apresentação de 22 reivindicações ao governo. Entre elas estão a redução nas taxas de juros e faixas de câmbio diferenciado. O custo Brasil é elevado demais e isso prejudica o nosso mercado interno e externo.

Manifestações semelhantes também acontecerão em Santa Catarina, no dia 28 de março, Rio Grande do Sul, no dia 29, e em São Paulo, em 4 de abril. No dia 10 de maio, o movimento chega a Brasília, quando a presidente Dilma Rousseff deve participar de um evento na sede da CNI.

Os representantes das centrais e do empresariado já definiram quatro importantes datas para se manifestarem contra a desindustrialização. Santa Catarina será o primeiro estado, em 28 de março. No dia seguinte (29/3), será a vez do Rio Grande do Sul. Em 4 de abril, São Paulo. Em 10 de maio, Brasília.

Além desse calendário (que ainda pode ser ampliado, já que outros estados podem levar a campanha às ruas), as centrais e os empresários definiram a redação final de um manifesto, chamado de “Grito de alerta em defesa da produção e do emprego brasileiros”, documento no qual reúnem sua análise sobre o atual cenário industrial brasileiros e expõem sua proposta para enfrentar essa situação.

Para os líderes sindicais e empresariais, é preciso trazer a sociedade civil para esse debate, de modo a convencer a população dos riscos envolvidos.

Mulher suspeita de participar da “Gangue das Loiras” é presa em Curitiba


Grupo fazia sequestros-relâmpagos na cidade de São Paulo. Depois dos crimes, elas seguiam para shoppings da cidade e faziam compras com os cartões das vítimas

Uma jovem curitibana foi presa pela Polícia Civil de São Paulo, em parceria com a polícia do Paraná, por suspeita de participar da “Gangue das Loiras”. O grupo é acusado de praticar sequestros-relâmpagos na capital paulista. Mulheres desacompanhadas eram os alvos da gangue, que é formada por seis mulheres (cinco loiras e uma morena) e um homem. Após os sequestros, a gangue seguia para shoppings da cidade e fazia compras com os cartões de créditos das vítimas. Saques também eram realizados.

A mulher presa em Curitiba tem 25 anos, é casada e tem uma filha de 2 anos. De acordo com a Polícia Civil de São Paulo, Carina Geremias Vendramini dizia ao marido que viajava para São Paulo para visitar a família, mas seguia para o estado vizinho para praticar crimes. A curitibana foi presa na última sexta-feira (16) e a informação foi divulgada na segunda-feira (20).

Carina negou participação nos crimes. A polícia de São Paulo informou ao jornal Folha de S. Paulo que ela já havia sido presa em 2008. Ela era suspeita de roubo à residência. A mulher foi absolvida e foi morar na Nova Zelândia.

A irmã dela também é suspeita de participar da quadrilha.

Apenas a curitibana foi presa. As outras cinco mulheres e o homem seguem foragidos e são procurados pela polícia.

Algumas mulheres relataram que foram agredidas pela quadrilha. Cinquenta boletins de ocorrência já foram feitos em São Paulo por vítimas da “Gangues das Loiras”.

Golpe

Segundo a polícia de São Paulo, as mulheres da “Gangue das Loiras” aproveitam-se da beleza e roupas provocantes para conseguir fazer compras, pois os vendedores não conferiam a documentação e aceitavam os cartões de crédito. A gangue gastou R$ 17,5 mil em apenas uma compra numa loja de equipamentos eletrônicos no Shopping Ibirapuera.

Enquanto as “loiras” faziam as compras, a dona do carro e do cartão - que havia sido sequestrada - circulava pela cidade com o homem que fazia parte do grupo.

As mulheres da gangue agiam sempre em dupla. Algumas praticavam os crimes pela manhã e outras à tarde.

As integrantes da gangue são mulheres de classe média e de classe alta. Elas falam outros idiomas e algumas já chegaram a morar no exterior, segundo a polícia. (GP)

Operação combate fraude em combustíveis em 17 cidades nos estados do Paraná, São Paulo e Santa Catarina

Uma operação é desencadeada em 11 cidades do Paraná, duas de São Paulo e quatro de Santa Catarina, na manhã desta quarta-feira (16), para combater a adulteração de combustíveis e a sonegação fiscal, entre outros crimes. Aproximadamente 300 servidores (da policias federal, militar, civil, da Receita Federal e da Secretaria de Estado da Fazenda) participam da “Operação Hidra”.

A ação é coordenada pela Polícia Federal de Guarapuava, Receita Federal e pelo Grupo Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público do Paraná (MP-PR).

Noventa e três mandados de busca e apreensão serão cumpridos nos três estados. No Paraná, a operação é desencadeada em Curitiba, Ponta Grossa, Imbituva, Guarapuava, Londrina, Bandeirantes, Campo Mourão, Cascavel, Assis Chateubriand, Marechal Cândido Rondon e Medianeira.

Em Santa Catarina, a ação ocorre em Balneário Camboriú, Blumenau, Lages e Ponte Alta. Mandados também devem ser cumpridos em Marília e Ourinhos.

Os servidores fazem buscas por documentos fiscais e contábeis, extratos bancários, veículos, cheques e dinheiro em espécie, além de armas e drogas.

Simultaneamente, de acordo com a PF, estão sendo executadas medidas judiciais cautelares de bloqueio de contas bancárias em nome dos principais envolvidos e das empresas suspeitas, com objetivo de identificar recursos obtidos com as práticas supostamente ilícitas.

De acordo com a PF, não há mandados de prisão para ser cumpridos, mas pode haver flagrantes.

O Gaeco de Guarapuava identificou uma quadrilha especializada em adulteração de combustíveis. As investigações foram iniciadas há dois anos. Outros crimes cometidos pelo grupo, de acordo com as investigações, são sonegação de impostos estaduais e federais, lavagem de dinheiro, ocultação de bens e direitos e evasão de divisas, formação de quadrilha, falsificação de documentos e falsidade ideológica.

Os detalhes da operação serão divulgados em coletiva de imprensa, em Guarapuava, às 10h30. A PF ainda não divulgou quantos mandados de busca e apreensão já foram cumpridos nesta manhã. (AE/GP)

MUNDO DOENTE!! Violência gerando violência e xenofobia: Cercado, suspeito de massacre em Toulouse diz que vai se entregar

A polícia francesa cercou nesta quarta-feira (21) a casa do homem suspeito de abrir fogo contra uma escola judaica em Toulouse, na França. O suposto atirador seria Mohammed Merah, um francês de origem argelina de 24 anos. Ele diz ser ligado à rede terrorista al-Qaeda e disse que vai se entregar ainda nesta quarta-feira (21), segundo o ministro do Interior francês, Claude Guéant.

Merah está armado dentro de casa e disse que matou os quatro judeus na escola Ozar Hatorah e outros três militares franceses nos Pirineus para "vingar a morte de crianças palestinas" e denunciar a presença do Exército francês no Afeganistão. Segundo Guéant, o atirador já era perseguido por autoridades de Paris "há muitos anos". Cinco pessoas da família do extremista foram presas, entre elas sua mãe, seu irmão e sua namorada. A mãe, que é argelina, disse à polícia ter pouca influência sobre Merah.

"Nossa maior preocupação é pegar ele dentro de condições que permitam que ele seja levado à justiça", disse o ministro do Interior Claude Guéant.

Durante as negociações em Toulouse, Merah jogou uma pistola da janela da casa em troca de um telefone, de acordo com Guéant. O suspeito ainda tem uma metralhadora Uzi, um fuzil Kalashnikov e outras pistolas. Armas ainda foram encontradas em um carro próximo ao apartamento do suspeito.

Assim que a casa foi cercada, por volta das 3h (horário local), agentes tentaram entrar no prédio do extremista, mas foram recebidos com tiros, e dois policiais ficaram feridos, um no joelho e outro nas costas. A polícia francesa desistiu de invadir o apartamento na madrugada por temer que o homem tivesse colocado explosivos dentro da casa. Mais tarde, um novo tiroteio foi escutado e um terceiro oficial se feriu. O suspeito mora em um prédio de cinco andares em uma área residencial na periferia de Toulouse, a apenas três quilômetros da escola judaica Ozar Hatorah. Segundo repórteres no local, o homem estaria no primeiro andar ou no térreo.

A polícia francesa tem certeza que o extremista está sozinho em sua residência, mas teme que ele acabe se matando por seu perfil psicológico. Por volta das 11h (horário local), o suspeito interrompeu as conversas com a polícia francesa.

Segundo a imprensa francesa, o suposto atirador é de um grupo chamado Forsane Alizza (cavalheiros de glória, em tradução livre), banido pelo Ministério do Interior francês em janeiro passado. Em entrevista à Reuters, o chefe da prisão de Kandahar, no Afeganistão, disse que Merah foi preso na cidade em 2007 e condenado a três anos de reclusão por posse de bombas. O franco-argelino, no entanto, teria fugido da prisão poucos meses depois. De acordo com o jornal espanhol "El Mundo", há indícios de que Merah tenha sido treinado em uma região tribal do Afeganistão, controlada por talibãs.

O presidente Nicolas Sarkozy, que suspendeu sua campanha pela reeleição após a tragédia em Toulouse, acompanha o cerco pelo Palácio do Eliseu. Em comunicado nesta manhã, Sarkozy parabenizou a polícia francesa e pediu a união do povo francês. Ele deve viajar para Toulouse ainda hoje.

"Nós devemos no unir. Não podemos nos entregar para a discriminação nem para a vingança", disse Sarkozy.

Além de matar três crianças e um rabino em uma escola judaica de Toulouse, na segunda-feira, autoridades francesas acreditam que Merah é o responsável por matar outros três policiais neste mês na região dos Pirineus. Além das mortes, um adolescente de 17 anos teria ficado gravemente ferido durante o tiroteio na escola, e um quarto soldado, de origem caribenha, permanece em coma.

Vítimas de escola judaica são enterradas em Jerusálem

Os corpos das três crianças e do rabino mortos na segunda-feira por um atirador em uma escola de Toulouse foram enterrados nesta quarta-feira (21) em Jerusalém. Cerca de duas mil pessoas foram ao cemitério de Givat Shaul.

O rabino Jonathan Sandler, de 30 anos,seus dois filhos Arieh e Gabriel e a Myriam Monsonego, filha do diretor da escola de 7 anos, foram mortos com tiros na cabeça pelo atirador de Toulouse. O homem, que estava em uma scooter, abriu fogo contra o colégio na manhã de ontem. O ministro do Exterior francês, Alain Juppé, acompanhou os funerais. (Agências)

 
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