domingo, 24 de fevereiro de 2013

RECEBI A POUCO A INFORMAÇÃO DE QUE EDGAR YAMAGAMI NÃO ESTÁ MAIS ENTRE NÓS. GRANDE PERDA!


Escreva no céu e me deixe nas nuvens!

Beijos terenos!


Grande perda para todos. Bom amigo, grande poeta e jornalista. Ele sempre soube fazer a diferença. 

Conheci o Edgar em 1979, na CEU, e desde então sempre admirei a sua empatia com a vida e sua capacidade de criar, de deixar o mundo mais bonito! 

Sinto muito!



Um pouco sobre o Edgar e sua poesia:

Nasceu em 1956, em Apucarana, norte do Paraná, Brasil. Descendente de japoneses de classe média, é o segundo de quatro irmãos.
Aos 17 anos, deixa a família e segue para Curitiba, onde ingressa no curso de Jornalismo da UFPR. Com poucos recursos financeiros, mora na Casa do Estudante Universitário (CEU) por quatro anos.
Durante a faculdade, fez estágio na Fundação Cultural de Curitiba e nos jornais Correio de Notícias e Diário do Paraná. Fez um ano de curso de formação de atores no Teatro Guaíra. Ajudou na produção do filme Aleluia Gretchen, de Sílvio Back, e participou de duas coletâneas em livros de poetas paranaenses - todos na faixa dos 20 a 25 anos. Teve o incentivo de Paulo Leminski, Alice Ruiz, Reinaldo Jardim e Manoel Carlos Karam.  
O primeiro trabalho profissional foi em 1979, quando atuou como repórter na TV Paranaense - Rede Globo. Dois anos depois, até o ano 2000, foi editor na mesma emissora.
Juntamente com o trabalho na televisão, foi repórter e editor no governo do Paraná, onde atua como jornalista até hoje. 
Aprecia música, literatura, cinema, televisão, internet, artes plásticas. Faz pequenos poemas, postados na Facebook:

https://www.facebook.com/edgar.yamagami







INVENÇÃO BRASILEIRA, RÁDIO COMEMOROU NESTE MÊS SEU DIA


13 DE FEVEREIRO DE 2013 ÀS 09:28

Atribuída comumente ao italiano Guglielmo Marconi, a paternidade do rádio - cujo dia mundial é comemorado hoje (13) - é motivo de polêmica. A exemplo do que ocorreu com outras grandes invenções, ela foi fruto de uma sucessão de descobertas e tentativas que, na época, nem sempre alcançaram a devida repercussão. Esse foi o caso do padre gaúcho Roberto Landell de Moura (1861-1928), um pioneiro que o Brasil hoje começa a reconhecer e que antecedeu em dois anos a experimentação de Marconi, datada de 1895.  
Alguns anos antes, em 1873, o físico britânico James Maxwell havia constatado a existência de ondas eletromagnéticas que se propagavam pelo espaço. Em 1887, o físico alemão Heinrich Hertz, a partir da hipótese de Maxwell, conseguiu fazer a transmissão e a recepção de ondas eletromagnéticas, ainda que com equipamentos colocados a poucos metros de distância um do outro.
Landell de Moura fez suas experiências pioneiras de transmissão da voz humana em 1892 e 1893, em Campinas e em São Paulo, cobrindo uma distância de 8 quilômetros. Ele também foi inventor do telégrafo sem fio que, a exemplo do rádio, por ele chamado de “transmissor de ondas”, conseguiu patentear, tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos.

“Ele era um sacerdote, uma pessoa recatada, e talvez por isso foi posto de escanteio, à margem desse processo, enquanto o Marconi, um europeu, um acadêmico, conseguiu repercussão para o seu invento e ficou na história como o criador do rádio”, diz o radialista Cristiano Menezes, gerente-geral das rádios EBC(Empresa Brasil de Comunicação) no Rio de Janeiro. Juntamente com o veterano radioator e apresentador Gerdal dos Santos e o jornalista Luiz Augusto Gollo, Cristiano Menezes participa do programa especial sobre o Dia Mundial do Rádio que as emissoras da EBC veiculam nesta quarta-feira (13).
Como meio de comunicação, o rádio chega ao Brasil em 1922, pelas mãos do cientista e educador Edgard Roquette Pinto. Ele faz a primeira transmissão no dia 7 de setembro daquele ano, durante a inauguração da exposição internacional comemorativa do Centenário da Independência. Menos de um ano depois, em 20 de abril de 1923, entrava no ar a primeira emissora, a Rádio Sociedade do Rio de Janeiro, hoje Rádio MEC, uma das emissoras da EBC.
Mais de um século após sua invenção, o rádio mostra capacidade de renovação e adaptação às novas tecnologias, como destaca a professora Sonia Virginia Moreira, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), autora de livros sobre a história do veículo. Para ela, o rádio é sempre aberto, democrático e sensível a todas as transformações.
“É um meio que consegue se adaptar a situações muito distintas. Quando surgiu a televisão, o rádio viveu seu maior momento de crise, mas conseguiu se superar em pouco tempo, renovando a linguagem, como meio de comunicação prestador de serviços e canal de entreternimento. Mais recentemente, o rádio integrado à internet vem comprovar essa maleabilidade do meio”, diz a professora.
Para Cristiano Menezes, o rádio digital é o futuro, em matéria de tecnologia, mas a linguagem característica do veículo se manterá, por mais que surjam diferentes plataformas. “Há um novo ouvinte, que já procura o novo rádio, pela internet, os vários meios de comunicação hoje se complementam, há toda uma convergência de mídias, a digitalização já se anuncia, é o futuro, mas o veículo será sempre rádio”.  (247)

MORADORES DE FAVELA CONSOMEM R$ 56 BI POR ANO


Os moradores das favelas brasileiras consomem cerca de R$ 56 bilhões por ano, o que equivale ao Produto Interno Bruto (PIB) da vizinha Bolívia. A constatação é de pesquisa realizada pelo instituto Data Popular, em parceria com a Central Única de Favelas (Cufa) divulgada nesta quarta-feira 20.
De acordo com o estudo, feito a partir de entrevistas e do cruzamento de dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) com os da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF), o consumo popular triplicou nos últimos dez anos.
No entanto, apesar do enorme potencial de consumo de uma população de cerca de 12 milhões de habitantes, esse nicho de mercado ainda é pouco explorado devido ao preconceito, segundo o diretor do Data Popular, Renato Meirelles.
"O morador de favela não quer sair da favela, ele quer capitalizar isso nas marcas que ele usa. Esse era um mercado invisível, pois estava debaixo dos nossos narizes, mas as pessoas só enxergavam a favela pela ótica da violência e do tráfico", disse Meirelles. Segundo ele, dois terços dos moradores de favelas do país pertencem à metade mais rica do mundo.
A pesquisa revela que a classe C cresceu muito mais nas comunidades das metrópoles do que no interior do país, com alta de quase 50% na última década (de 45% para 66%), assim como a média de escolaridade, que subiu de quatro para seis anos no mesmo período.
O dono da empresa Vai Voando, Tomas Rabe, é um dos empresários que apostaram no consumidor de baixa renda e hoje não se arrepende. Com cerca de 70 lojas de vendas de passagens áreas somente em favelas, sobretudo do Rio e São Paulo, a empresa, criada há pouco mais de dois anos, tem planos de abrir mais 50 lojas este ano, apenas no Rio de Janeiro.
"Este mercado é invisível para quem não está atento", disse o empresário. Segundo ele, menos de três anos depois, a empresa está embarcando uma média de 3 mil passageiros por mês, com 43 mil passageiros embarcados até hoje.
Rabe explicou que, uma vez rompido o preconceito, é importante entender esse público e se adequar aos hábitos de consumo e à realidade dessa população. "A maioria não usa cartão de crédito e muitos não têm nem conta em banco. Então, nossa forma de pagamento é por boleto pré-pago", explicou ele.
Segundo o estudo, 69% dessas populações utilizam dinheiro como forma de pagamento, 9% usam cartão de crédito de terceiros e 10%, cartão de crédito próprio. Além disso, cerca de 69% dos moradores de comunidades vão ao shopping toda a semana e 50% comem fora semanalmente. Nos próximos 12 meses, 49% pretendem comprar móveis; 36%, querem um novo eletrodoméstico; e 24% pretendem contratar serviços de TV por assinatura.
O empresário Elias Targilene é outro exemplo de sucesso entre os que investiram nas classes C, D e E. Com cinco shoppings populares construídos em um período de três anos, ele pretende lançar daqui a três meses o primeiro shopping do Brasil dentro de uma favela, no Complexo do Alemão, zona norte do Rio.
"Não podemos mais falar que ser popular é ser feio, sujo, fedido e desorganizado. Hoje, somos uma nação rica e ser pop hoje significa ter serviço, ser bonito, atender bem", declarou o empresário. (AB)

Menos bactérias, mais doenças. Análise de 7500 anos mostra queda da flora bucal


"A mudança alimentar permitiu a dominação por cepas de causadores de cáries. Nossa boca vive em estado de doença permanente "

Estudo publicado na revista Nature Genetics, esta semana, comprova que, após 7500 anos de evolução, o ser humano tem uma menor diversidade de bactérias na boca. A descoberta aponta o número reduzido de bactérias como a causa do aparecimento de doenças orais crônicas no período pós-industrial.
No estudo, foi analisado o DNA de bactérias calcificadas no tártaro preservado de 34 esqueletos pré-históricos encontrados no norte da Europa. Segundo os investigadores, foi possível avaliar o efeito que a evolução da dieta teve na flora microbiana oral.
A partir destas bactérias foi possível traçar uma linha do tempo com as transformações observadas desde que o ser humano passou de caçador a agricultor da Idade do Bronze e os tempos medievais e, mais tarde, com o processamento dos alimentos, a partir da revolução industrial.
A equipe internacional liderada por pesquisadores do Australian Centre for Ancient DNA (ACAD), da Universidade de Adelaide, teve a participação de pesquisadores do Departamento de Arqueologia da Universidade de Aberdeen (Escócia) e do Wellcome Trust Sanger Institute, em Cambridge (Reino Unido).
"Este é o primeiro registro de como a nossa evolução ao longo dos últimos 7500 anos tem impactado as bactérias que carregamos conosco e as consequências importantes para a saúde", diz o líder do estudo, o professor Alan Cooper, diretor do ACAD.
"A composição de bactérias orais mudou consideravelmente com a introdução da agricultura e, novamente, cerca de 150 anos atrás. Nesta época, com a introdução do açúcar processado e farinha na Revolução Industrial, podemos ver uma drástica diminuição na diversidade de nossas bactérias orais, permitindo a dominação por cepas de causadores de cáries. A boca moderna vive em um estado de doença permanente ".
A placa dentária representa a única fonte facilmente acessível bactérias preservadas em humanos", afirma a pesquisadora Christina Adler. "A análise genética da placa pode criar um registro novo e poderoso dos impactos dietéticos, mudanças de saúde e evolução genômica orais."
Os estudos, agora, estão sendo expandidos através do tempo e, em todo o mundo, incluindo outras espécies, como os neandertais.

Acordo UE-EUA não é bom negócio, diz sociólogo


O anúncio de que os Estados Unidos e a União Europeia (UE) planejam fechar um acordo de livre-comércio causou impacto. Logo surgiram análises de que a parceria comercial pode ser uma tragédia para o Mercosul. Esta não é, no entanto, a opinião do sociólogo Carlos Eduardo Martins que, em entrevista ao Portal Vermelho, avalia que o acordo não terá efeitos econômicos relevantes: “unir-se à economia estadunidense não é um bom negócio”, diz.

Por Vanessa Silva, do Portal Vermelho


Para o ministro de Relações Exteriores, Antonio Patriota, ainda é cedo para avaliar as consequências de tal acordo, mas observa que os países envolvidos terão dificuldade para chegar a um consenso sobre alguns pontos, como o que trata das tarifas praticadas em alguns setores. 

As diferenças tarifárias são um grande entrave na opinião de Martins, mas ele pontua também a questão política: o acordo aproxima os governos europeus dos Estados Unidos. “Caso esta proposta avance e impulsione as assimetrias e as frustrações sociais, como as que se desenvolveram na União Europeia lastreada pelo euro, poderá provocar uma forte oposição interna cujos efeitos políticos certamente terão impacto significativo na geopolítica mundial do século 21”, avalia o Coordenador do laboratório de Estudos sobre Hegemonia e Contra-hegemonia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (LEHC-UFRJ).

Já um acordo do Mercosul com a União Europeia segue sendo complicado, na avaliação do sociólogo. Para ele, a melhor saída está nas relações sul-sul que vêm sendo priorizadas pelo governo brasileiro, com o fortalecimento da integração latino-americana, e das relações com os Brics (grupo formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul).

Acompanhe a íntegra da entrevista concedida por e-mail:

Portal Vermelho: O acordo da União Europeia com os EUA é a grande aposta para salvar as economias em crise. Que influência este acordo terá nos países em desenvolvimento?
Carlos Eduardo Martins: Em primeiro lugar, não creio que este acordo terá efeitos econômicos importantes sobre os países desenvolvidos. As melhores estimativas falam em uma elevação em 0,5% da taxa de crescimento para a UE e 0,4% para os Estados Unidos, mas pode bem ser o contrário. 

Basta ver o caso do México, que não reduziu sua taxa de pobreza com o estabelecimento do Nafta e apresenta dinamismo econômico muito inferior ao do restante da América Latina. Se tomarmos o século 21 como referência, este país cresceu a uma taxa per capita de 1,1%, enquanto os oito principais países da América Latina o fizeram em 2,1%. Articular-se à economia estadunidense não é bom negócio. E a aproximação entre as economias estadunidense e europeia pode ser a aproximação entre duas estagnações. 

Há uma pesada herança neoliberal que contribui para isso. Trata-se de economias com várias convergências de políticas econômicas e de resultados: ambas praticaram políticas de altas taxas de juros na década de 1990 e continuam com essas práticas para empréstimos de longo prazo; apresentam alto nível de endividamento do setor público; baixas taxas de investimento; altos níveis de desemprego; aprofundamento da desigualdade e assimetrias internas. Ambas praticaram políticas de abertura comercial e financeira que, no caso europeu, se estabeleceu, sobretudo, através do euro como grande fundamento da integração europeia, com desastrosos resultados macroeconômicos e sociais de longo prazo.

Em segundo lugar, qualquer possibilidade de avançar em um acordo de livre-comércio entre Estados Unidos e União Européia terá que tocar no tema dos subsídios agrícolas e nas barreiras fito-sanitárias. A tarifa média do comércio entre as duas regiões é bastante baixa, de 4%. Mas os subsídios ao setor agrícola chegavam a 23% e 40% da renda agrária dos Estados Unidos e da União Europeia, respectivamente, entre 1998-2000. Há também as barreiras fito-sanitárias nos Estados Unidos aos produtos europeus e aos organismos geneticamente modificados estadunidenses na União Europeia. 

Um controle dos subsídios agrícolas não necessariamente impactará favoravelmente as economias em desenvolvimento. Os subsídios agrícolas dividem-se em vários tipos como subsídios à produção interna e subsídios à exportação. Pode-se perfeitamente reduzir os subsídios que impactem o comércio entre Estados Unidos e União Europeia e redirecioná-los para os outros mercados. De qualquer forma, trata-se de uma negociação muito difícil, pois a realidade dos 27 países que compõem a União Europeia é muito distinta — há casos em que a população agrícola é mais expressiva que outros — os mecanismos de combate às assimetrias são limitados e o avanço da produtividade na União Europeia nos anos 2000 foi muito inferior ao dos Estados Unidos. Os países de maior peso relativo de população agrícola são de economia mediterrânea (Grécia, Portugal, Espanha, Itália) ou do extremo norte (Irlanda e Islândia) justamente onde a crise se fez mais forte. Uma destruição do emprego agrícola nestes países pode agravar a crise social europeia.

Finalmente, há que se considerar a dimensão política presente num acordo deste tipo, que aproxima os governos dos Estados Unidos e europeus, reforçando ações do imperialismo como as que se manifestou na Líbia, no Mali, estimulando um envolvimento maior da União Europeia e da Otan em intervenções internacionais contra governos e poderes políticos da periferia e do sul, dividindo os seus custos cada vez mais difíceis de serem suportados pelo governo estadunidense. 

Caso este acordo avance e impulsione as assimetrias e as frustrações sociais, como a que se desenvolveram na União Europeia lastreada pelo euro, poderá provocar uma forte oposição interna cujos efeitos políticos certamente terão impacto significativo na geopolítica mundial do século 21.

Considera que ele possa, de alguma maneira, impactar o acordo entre a UE e o Mercosul?
Há uma tentativa de a União Europeia resolver o problema da sua crise interna buscando mercados externos. Daí a busca por impulsionar acordos comerciais com outras regiões e países. Por isso retoma o acordo bi regional entre a União europeia e o Mercosul, cujas tratativas iniciadas em 1999 foram interrompidas em 2004. Há vários contenciosos na agenda que dificultam um acordo amplo entre os blocos: a vulnerabilidade e o protecionismo do mercado agrícola europeu frente às exportações do Brasil e Argentina; a vulnerabilidade do setor industrial brasileiro e do Mercosul frente à competitividade europeia; as exigências europeias de segurança na legislação sobre investimentos em confronto com a política de nacionalizações impulsionadas por Venezuela e Argentina; as exigências europeias de tratamento nacional a empresas estrangeiras no mercado de compras governamentais ou de regras de propriedade intelectual que limitem a difusão do conhecimento. 

Tudo leva a crer que os avanços possíveis diante destes contenciosos serão muito limitados. Um acordo entre Estados Unidos e União Europeia de livre-comércio poderia facilitar um acordo com o Mercosul caso encadeasse a eliminação dos subsídios agrícolas aos produtores europeus, estendendo este benefício ao Mercosul. Neste caso, poderia ser utilizado o desmonte de um dos impasses da negociação como instrumento de barganha para desmobilizar outros. Mas trata-se de um cenário muito hipotético

Os EUA firmaram o Nafta e a Aliança do Pacífico ao sul do continente, e agora este acordo com a UE em uma estratégia para fazer frente à China. Essas são também ações para golpear e fragilizar economicamente a integração latino-americana? 
Sem dúvida, trata-se de proporcionar a integração via concorrência e defesa da propriedade privada. Entretanto, as experiências históricas deste tipo de integração são de um fracasso retumbante. A União Europeia vê aumentar a pobreza, a estagnação econômica e o desemprego. Os Estados Unidos também. Ambas são economias onde o Estado perdeu grande parte de sua capacidade de ação e liderança por seu endividamento com um setor privado oligopólico e rentista, que não proporciona emprego ou melhoria da condição social dos povos. Na América Latina, o México é um grande exemplo deste fracasso econômico e social promovido por sua adesão ao Nafta: desmontou parte significativa de seu setor industrial, importa metade da gasolina que consome e não constrói, desde 1979, uma refinaria. Esta ofensiva não tem base popular no continente.

Se sim, como a América Latina poderia reagir? O estreitamento das relações sul-sul seria uma resposta ainda que estas economias fiquem de fora do centro financeiro mundial?
A América Latina está em um momento econômico bastante positivo. Beneficia-se da alta dos preços das commodities, em última instância puxada pelo mercado chinês, acumula importantes reservas internacionais, e possui a maior parte de seus governos inclinados a posições progressistas do ponto de vista social. 

Agora o continente deve aprofundar a presença de um Estado popular e democrático, capaz de organizar e direcionar o progresso de integração para a soberania financeira, científica, tecnológica, alimentar e o desenvolvimento do mercado interno. Deve impulsionar o Banco do Sul, aprofundando suas dimensões sociais e sua capacidade de eliminar o subdesenvolvimento e reduzir assimetrias. 

Esta é uma tarefa interna onde o Brasil tem um papel chave a desenvolver. Além disso, a cooperação Sul-Sul é da maior importância pela dimensão que vem tomando a ascensão das periferias na economia mundial. Ela se manifesta de forma mais imediata no Brics, e na possibilidade de organização de um Banco de Desenvolvimento capaz de promover uma alternativa monetária ao dólar, investimentos em regiões subdesenvolvidas, cooperação científica e tecnológica para quebrar das barreiras de entrada. Tudo isto são possibilidades que para serem efetivadas requerem um alto grau de organização política em torno dos processos de integração na América latina.


 
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