Ă“rgĂ£o estĂ¡ mapeando as mil maiores empresas do Estado, que representam 90% da arrecadaĂ§Ă£o
Sob nova direĂ§Ă£o. É assim que o SecretĂ¡rio da Fazenda do ParanĂ¡, Luiz Carlos Hauly, refere-se ao conceito que o novo governo do Estado, comandado pelo governador Beto Richa, quer imprimir daqui para frente. E este conceito, conforme Hauly, começa a ser notado principalmente no que se refere a Secretaria da Fazenda.
E o reflexo jĂ¡ começou. A Procuradoria do Estado estĂ¡ indo para cima dos maiores sonegadores do Estado. Uma grande rede de supermercados do ParanĂ¡, por exemplo, foi chamada a se explicar. Deve perto de R$ 40 milhões em impostos. ”As negociações com os devedores estĂ£o avançando. Todos que devem serĂ£o cobrados”, reforça Hauly.
”NĂ³s produzimos 5,9% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro. Mas arrecadamos 5,3% dos impostos do PaĂs. HĂ¡ uma diferença de 0,6% que traduzindo em dinheiro dĂ¡ R$ 1,6 bilhĂ£o. Porque isto ocorre?”, questiona o secretĂ¡rio. Segundo ele, uma ”tropa de elite” da Secretaria da Fazenda estĂ¡ mapeando as mil maiores empresas do ParanĂ¡ que representam 90% da arrecadaĂ§Ă£o do Estado. O objetivo Ă© ter controle total de toda a circulaĂ§Ă£o de mercadorias que gerem o ICMS e ter um parĂ¢metro claro de tudo o que Ă© produzido e consumido no ParanĂ¡. ”Temos que saber onde estĂ¡ o gargalo. Porque hĂ¡ esta defasagem entre o nosso PIB e a arrecadaĂ§Ă£o. Se Ă© na sonegaĂ§Ă£o, a substituiĂ§Ă£o tributĂ¡ria entre estados ou a tributaĂ§Ă£o da energia elĂ©trica na ponta e nĂ£o na origem como defendemos. O planejamento do Estado e das ações de governo dependem muito do que se arrecada”, diz ele.
O SecretĂ¡rio informa tambĂ©m que estĂ¡ em estudo a implantaĂ§Ă£o do Simples estadual. Segundo ele uma equipe estĂ¡ fazendo um estudo das leis que regem o Simples nos principais estados brasileiros. Com base neste estudo serĂ¡ elaborado o projeto para o ParanĂ¡. A idĂ©ia, conforme Hauly, Ă© pegar o que hĂ¡ de melhor em cada um deles e criar um ambiente favorĂ¡vel econĂ´mico para as empresas.
O presidente do Sescap-Ldr, Marcelo Odetto Esquiante, diz que a notĂcia Ă© muito boa e que vem de encontro Ă s reivindicações das empresas no ParanĂ¡. Ele tambĂ©m concorda que ninguĂ©m gosta de pagar impostos, mas afirma que nĂ£o dĂ¡ para admitir a sonegaĂ§Ă£o fiscal, pois alĂ©m de ser ilegal ainda prejudica as empresas que pagam seus impostos em dia e perdem competitividade em relaĂ§Ă£o Ă s sonegadoras. Segundo Esquiante, apesar dos recordes de arrecadaĂ§Ă£o apontados pelo governo, hoje o problema nĂ£o Ă© quanto se arrecada, mas sim o tamanho da carga tributĂ¡ria a que o brasileiro estĂ¡ submetido.
Um exemplo da aĂ§Ă£o da Fazenda:
Um exemplo da aĂ§Ă£o da Fazenda Estadual:
Estado faz arresto em grupo supermercadista
A Procuradoria Geral do Estado (PGE) realizou ontem Ă tarde um arresto de bens, no valor de R$ 600 mil, em um dos depĂ³sitos da Companha Sulamericana de DistribuiĂ§Ă£o (CSD) de MaringĂ¡. A empresa Ă© resultado da fusĂ£o das redes de supermercados SĂ£o Francisco e Cidade CanĂ§Ă£o. O arresto, determinado pelo Tribunal de Justiça do ParanĂ¡, Ă© resultado de uma aĂ§Ă£o de execuĂ§Ă£o fiscal movida pela Fazenda PĂºblica do Estado do ParanĂ¡.
A Fazenda PĂºblica havia solicitado uma garantia para o pagamento da dĂvida. A CSD ofereceu precatĂ³rios que foram aceitos em um primeiro momento. Depois, a procuradoria disse que os precatĂ³rios, que sĂ£o tĂtulos do prĂ³prio governo, nĂ£o serviam como garantia. AĂ, para nossa surpresa, o juiz concedeu a penhora e o arresto do estoque.
A aĂ§Ă£o da PGE foi comandada pelo procurador Joaquim Mariano Paes de Carvalho Neto, no final da tarde. Por meio de um funcionĂ¡rio da Receita Estadual, o procurador comunicou O DiĂ¡rio que nĂ£o iria falar com a imprensa.
A justficativa para nĂ£o se pronunciar era o fato de ele estar em diligĂªncia, cumprindo a decisĂ£o judicial. Segundo o recado de Carvalho Neto, outras informações poderĂ£o ser obtidas a partir de segunda-feira na prĂ³pria PGE. NĂ£o hĂ¡ informações sobre o tipo de mercadorias arrestadas, nem o local para onde foram levadas.
O grupo
A CSD Ă© o terceiro maior grupo supermercadista do ParanĂ¡ (atrĂ¡s do Muffato e Condor) e um dos 25 maiores do Brasil. Foi originada da fusĂ£o, realizada ano passado, das redes Cidade CanĂ§Ă£o e SĂ£o Francisco.
A empresa possui 33 lojas e mais de 3 mil funcionĂ¡rios, no ParanĂ¡, SĂ£o Paulo e Mato Grosso do Sul. No final de 2010 a CSD se associou ao grupo inglĂªs Actis, um dos lĂderes globais em fundos de investimentos dedicados a paĂses emergentes. A negociaĂ§Ă£o entre o fundo e a rede de supermercados foi o primeiro investimento da Actis no Brasil.
Com US$ 4,8 bilhões sob sua gestĂ£o, a Actis investiu R$ 100 milhões na empresa, que tem sede em MaringĂ¡.
.