terça-feira, 31 de julho de 2012

Candidatos devem fazer prestaĂ§Ă£o de conta parcial atĂ© quinta


Os candidatos que disputarĂ£o as eleições municipais de outubro devem apresentar a primeira prestaĂ§Ă£o de contas parcial de campanha atĂ© esta quinta-feira (2). Esta Ă© a primeira de duas prestações que devem ser apresentadas antes do pleito. No final do prĂ³ximo mĂªs, os candidatos devem apresentar a segunda prestaĂ§Ă£o de contas parcial. O prazo de entrega vai de 28 de agosto a 2 de setembro.
Os relatĂ³rios das prestações parciais devem discriminar as doações em dinheiro recebidas para o financiamento da campanha eleitoral e os gastos realizados. Mas a divulgaĂ§Ă£o de nomes e valores das doações sĂ³ Ă© exigida na prestaĂ§Ă£o final, que deve ser feita atĂ© 6 de novembro.
Faltando apenas dois dias para acabar o prazo para a primeira prestaĂ§Ă£o, o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) afirma ter recebido apenas 7% do total de contas.
Ainda sĂ£o esperados 450 mil balanços contĂ¡beis desta eleiĂ§Ă£o. Com o baixo Ă­ndice de prestações recebidas atĂ© agora, o tribunal alerta para o possĂ­vel congestionamento da rede e indisponibilidade do sistema com o excesso de dados que devem ser enviados ao mesmo tempo.
Para candidatos a prefeito que irĂ£o disputar o segundo turno, a prestaĂ§Ă£o de contas final pode ser apresentada atĂ© 27 de novembro.
A prestaĂ§Ă£o de contas Ă© enviada pela internet. As informações serĂ£o analisadas pelo TSE e pela Receita Federal. (Uol)

Com apoio de Lula, Toffoli, que deveria se considerar impedido, irĂ¡ julgar mensalĂ£o


O julgamento do mensalĂ£o, que começa na prĂ³xima quinta-feira, 2, e deve durar um mĂªs, contarĂ¡ com a participaĂ§Ă£o do ministro do Supremo Tribunal Federal JosĂ© Antonio Dias Toffoli. De acordo com o ministro, a pressĂ£o que ele sofreu para ficar de fora do caso o estimulou a aceitar atuar no julgamento.
Toffoli Ă© amigo do ex-presidente Lula e do ex-ministro da Casa Civil, JosĂ© Dirceu, considerado pelo MinistĂ©rio PĂºblico como o lĂ­der da “quadrilha” do mensalĂ£o. O ministro do STF jĂ¡ foi advogado do partido, assessor jurĂ­dico da Casa Civil na gestĂ£o de Dirceu e advogado-geral da UniĂ£o no governo Lula.
Toffoli tambĂ©m trabalhou como advogado pessoal de Dirceu, e atĂ© 2009, era sĂ³cio no escritĂ³rio da advogada Roberta Maria Rangel, sua atual namorada, que defendeu outros acusados de envolvimento no mensalĂ£o, como os deputados Professor Luizinho (PT-SP), entĂ£o lĂ­der do governo, e Paulo Rocha (PT-PA).
Cogitado para assumir a presidĂªncia do Tribunal Superior Eleitoral em 2014, o ministro afirma estar descontente com as dĂºvidas sobre sua imparcialidade no julgamento. Advogados ligados ao PT desqualificaram a pressĂ£o sobre Toffoli, alegando que a atuaĂ§Ă£o de outros ministros no caso, como Gilmar Mendes, indicado ao Supremo pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, tambĂ©m deveria ser contestada, jĂ¡ que o ministro conversou com Lula sobre o mensalĂ£o. De acordo com Mendes, o ex-presidente Lula teria o pressionado para adiar o julgamento. (AE)

Assentados do ParĂ¡ relatam medo e evitam sair de casa


O lavrador Manoel Santos Silva parou ontem sua canoa na lagoa em frente Ă  casa do agricultor JosĂ© Martins, no assentamento agroextrativista de Nova Ipixuna (sudoeste do ParĂ¡) onde trĂªs pessoas foram assassinadas em menos de uma semana.

Ele desceu do barco para comprar a farinha fabricada pelo vizinho, mas nĂ£o encontrou ninguĂ©m lĂ¡. Martins correu antes para se esconder no meio da floresta.
Ameaçado de morte por grileiros que incendiaram sua casa, o colono deixou para trĂ¡s panela no fogĂ£o de lenha e mandiocas descascadas no chĂ£o de terra batida.

"Ele estĂ¡ assombrado, como todo mundo no assentamento", disse Silva, referindo-se ao medo que tomou conta do lugar apĂ³s a morte dos lĂ­deres extrativistas JosĂ© ClĂ¡udio Ribeiro da Silva e Maria do EspĂ­rito Santo da Silva, e do agricultor Eremilton Pereira dos Santos.

No local, 366 famĂ­lias vivem espalhadas em 22 mil hectares. As glebas sĂ£o intercaladas por pastagens, lagoas e manchas da floresta amazĂ´nica. O acesso pela estrada de terra esburacada que corta a regiĂ£o Ă© difĂ­cil.

Os assentados estĂ£o quase enclausurados. Os poucos bares estĂ£o fechados e muitas crianças deixaram de ir Ă  aula. VĂ¡rias famĂ­lias abandonaram as casas.
"Existe um clima de incerteza", disse Claudelice Silva dos Santos, 29, irmĂ£ de JosĂ© ClĂ¡udio. "Diante disso, nossas famĂ­lias acharam por bem sair." Quem ficou tenta reforçar a segurança.

AlĂ©m de criar rotas de fuga na floresta, muitos juntaram os parentes em uma sĂ³ moradia, como o casal de trabalhadores rurais Francisco dos Santos da Silva, 31, e Adriana Almeida Santos, 25, e os quatro filhos.

A famĂ­lia mora a cerca de 300 metros do local onde Eremilton foi assassinado. ApĂ³s a morte do colono, todos foram para a casa da mĂ£e de Francisco. "A gente nĂ£o sai", disse Adriana.

Picapes da PolĂ­cia Federal circulam pelo assentamento e helicĂ³pteros sobrevoam a regiĂ£o. Fiscais do Ibama rondam as glebas em busca de madeireiros e carvoeiros.

Para Luiz dos Santos Monteiro, um dos cunhados do lĂ­der extrativista morto, o clima de terror sĂ³ vai terminar quando os mandantes dos crimes forem presos. (Uol)

Lei das cotas serĂ¡ votada amanhĂ£ pelo Senado


A partir de amanhĂ£ o Senado começa a discutir a aprovaĂ§Ă£o da lei que reserva 50% do total de vagas das universidades e institutos tecnolĂ³gicos federais para cotistas. Se a norma for aprovada, o aumento das vagas para cotistas no ParanĂ¡ serĂ¡ de apenas 9%, contra 134% em todo o paĂ­s. Ou seja, as 7.926 vagas jĂ¡ oferecidas hoje para afrodescendentes e alunos de escolas pĂºblicas passarĂ£o para 9.423, enquanto no Brasil o nĂºmero vai saltar de 52.190 para 122.132.
A pequena diferença ocorre porque das cinco instituições federais do estado, trĂªs jĂ¡ adotam cotas e uma delas, o Instituto Federal do ParanĂ¡ (IFPR), tem 70% das vagas nos cursos tĂ©cnicos reservadas para cotistas.
DivisĂ£o
TrĂªs das cinco instituições federais do ParanĂ¡ tĂªm cotas, duas aumentam nota do Enem
Das cinco instituições federais de ensino do ParanĂ¡ – quatro universidades e um instituto tecnolĂ³gico – trĂªs jĂ¡ adotam cotas e outras duas dĂ£o uma bonificaĂ§Ă£o em cima da nota do Exame Nacional do Ensino MĂ©dio para estudantes oriundos de escola pĂºblica.
Na UFPR, 20% do total de vagas do processo seletivo normal sĂ£o para cotistas sociais e outros 20% para raciais.
No IFPR, sĂ£o 70% de cotas no ensino tĂ©cnico (40% para social, 20% para racial, 5% para indĂ­gena e 5% para deficientes) e 50% no ensino superior.
Sem cotas
Na UFFS e na Unila nĂ£o hĂ¡ cotas, mas apenas um aumento gradual na nota do Enem – que Ă© a forma de ingresso nas instituições – conforme o tempo de estudo do aluno do ensino mĂ©dio em escola pĂºblica. Na primeira Ă© 10% a mais na nota por cada ano cursado. Na Unila Ă© 5% para um ano, 10% para dois e 20% para trĂªs.
Metade das vagas das instituições pĂºblicas seriam destinadas aos alunos que cursaram todo ensino mĂ©dio em escola pĂºblica, caso o Projeto de Lei seja aprovado. Metade dessas vagas seria destinada a alunos carentes. As cotas raciais passariam a contar dentro dos 50%, e variariam segundo a divisĂ£o de etnia de cada estado.
“Hoje metade dos nossos alunos aprovados jĂ¡ Ă© de escola pĂºblica, portanto nĂ£o muda muito, apenas torna um pouco mais difĂ­cil para a concorrĂªncia geral.”
Zaki Akel Sobrinho, reitor da Universidade Federal do ParanĂ¡ (UFPR).
AvaliaĂ§Ă£o
VocĂª acha que ampliar as cotas Ă© uma medida socialmente justa?
As cartas selecionadas serĂ£o publicadas na Coluna do Leitor.
Para o reitor da Uni­ver­sidade Federal do ParanĂ¡ (UFPR), Zaki Akel Sobrinho, a reserva de vagas faz parte da polĂ­tica de inclusĂ£o adotada pela universidade e a lei nĂ£o deve alterar o perfil do corpo acadĂªmico. “Hoje metade dos nossos alunos aprovados jĂ¡ Ă© de escola pĂºblica, portanto nĂ£o muda muito, apenas torna um pouco mais difĂ­cil para a concorrĂªncia geral”. No vestibular tradicional, a UFPR destina 20% das vagas para alunos de escolas pĂºblicas e outros 20% para afrodescendentes.
Quanto Ă s vagas ofertadas pelo Sistema de SeleĂ§Ă£o Unificada (Sisu), que sĂ£o 10% do total e dentro das quais 40% sĂ£o para cotistas, Akel diz que, se a lei for aprovada pelo governo, o Conselho UniversitĂ¡rio vai avaliar o que farĂ¡ com elas.
JĂ¡ na Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), com sede em ChapecĂ³ (SC), que nĂ£o usa o sistema de cotas, os 50% podem fazer com que o nĂºmero de vagas ociosas aumente. “Hoje o sistema de bonificaĂ§Ă£o que usamos Ă© suficiente para incluir todo mundo. Se a lei for aprovada poderemos ter um problema com sobras de vagas porque estamos em uma regiĂ£o que ainda nĂ£o tem alunos suficientes para o ensino superior”, explica o vice-reitor AntĂ´nio InĂ¡cio Andrioli.
No Instituto Federal do ParanĂ¡ (IFPR) o cenĂ¡rio permanecerĂ¡ o mesmo, pois ele jĂ¡ destina 50% das suas vagas de graduaĂ§Ă£o e 70% das vagas do ensino tĂ©cnico para cotas. “Mesmo que o governo aprove, nĂ£o pretendemos reduzir nem mesmo o porcentual maior”, diz o reitor, Irineo Colombo.
Para os estudantes cotistas, o aumento do nĂºmero de vagas nĂ£o significa necessariamente que haverĂ¡ maior chance de ingresso. O vestibulando de Medicina Gustavo Seessen Abanki, que tenta uma vaga por cota social pela segunda vez, conta que nĂ£o conseguiu passar nem da primeira fase do vestibular da UFPR. “Acho que precisa mesmo Ă© melhorar a educaĂ§Ă£o pĂºblica porque o aumento do nĂºmero de vagas para cotistas nĂ£o nos ajuda, jĂ¡ que a primeira etapa da UFPR Ă© igual para todos”.
A Universidade Federal da IntegraĂ§Ă£o Latino-Americana (Unila) nĂ£o respondeu ao contato da reportagem e a assessoria da Universidade TecnolĂ³gica Federal do ParanĂ¡ (UTFPR) informou que o reitor ainda nĂ£o tem posiĂ§Ă£o sobre o assunto.
Proposta
O projeto de lei, que tramita hĂ¡ 13 anos no Congresso, estabelece que metade das vagas das instituições pĂºblicas seja destinadas a alunos que fizeram ensino mĂ©dio em escola pĂºblica. Desses 50%, 25% seriam para estudantes carentes com renda familiar de atĂ© R$ 933 por pessoa. As cotas raciais passariam a contar dentro dos 50%, e variariam segundo a divisĂ£o de etnia de cada estado, segundos dados do Ăºltimo censo do Instituto Brasileiro de Geografia e EstatĂ­stica (IBGE).
A proposta foi aprovada pela ComissĂ£o de Direitos Humanos do Senado Federal e pela ComissĂ£o de ConstituiĂ§Ă£o e Justiça. Falta ainda ser analisada pela ComissĂ£o de EducaĂ§Ă£o, Cultura e Esporte.

Gustavo "Wally" Fruet e seus 'compromissos de campanha', que o impediram de estar com o Lupi, e agora de se reunir com o Lula ....



Onde estava Gustavo Fruet na visita de Lupi?

20 De abril de 2012

O pedetista Gustavo Fruet nĂ£o apareceu de forma alguma ao lado de Carlos Lupi, presidente nacional do PDT, durante sua visita no dia 19 de abril em Curitiba. SĂ³ que faltou combinar a justificativa da ausiĂªncia. Lupi disse que Fruet estava em BrasĂ­lia. JĂ¡ Wilson Picler, presidente do PDT de Curitiba, disse que Fruet estava gravando o programa eleitoral pedetista. (Boca Maldita)

Na semana do MensalĂ£o, Fruet foge de Lula
 
terça-feira, 31/07/2012

Photoshop - Ex-algoz do PT e hoje apoiado pela legenda Ă  Prefeitura de Curitiba, Gustavo Fruet (PDT) nĂ£o compareceu ao encontro com Lula. Petistas alegam que o ex-sub-relator da CPI dos Correios havia confirmado presença, mas evitou cruzar com expoentes da legenda dias antes do julgamento. 

 
Dois pesos... - Fruet afirma que foi chamado na sexta-feira e nĂ£o garantiu que iria por conta de compromissos de campanha. Ele diz que na primeira oportunidade se encontrarĂ¡ Lula e rebate a pecha de incoerente dada pelos adversĂ¡rios Luciano Ducci (PSB) e Ratinho JR (PSC). (Coluna Painel da Folha de S. Paulo)

ObservatĂ³rio do MensalĂ£o convida Gustavo Fruet (PDT) para Tribuna Livre na Boca Maldita


Uma das maiores polĂªmicas do julgamento do maior caso de corrupĂ§Ă£o jĂ¡ ocorrido neste paĂ­s, Ă© a posiĂ§Ă£o atual do ex-tucano, relator da CPI
Gustavo Fruet, que atacou implacavelmente o governo de Lula, pela farra do pagamento de propinas a deputados e senadores, agora estĂ¡ abraçado com o PT para tentar chegar ao cargo de prefeito de Curitiba.  E hoje, qual serĂ¡ a posiĂ§Ă£o de Fruet sobre o julgamento do mensalĂ£o? NinguĂ©m sabe ao certo. O ex-tucano Ă© a favor da puniĂ§Ă£o dos culpados? Ou para obedecer seus tutores petistas, vai pregar a absolviĂ§Ă£o geral?

Com a palavra, Gustavo Fruet. Nosso ObservatĂ³rio do MensalĂ£o instala nesta quinta-feira (2), ao meio-dia, na Boca Maldita, uma Tribuna Livre para acompanhar os debates no STF – Supremo Tribunal Federal. O convidado especial Ă© Gustavo Fruet, para tornar pĂºblica sua atual posiĂ§Ă£o. NĂ£o tem como fugir dessa Fruet, venha se explicar para o povo de Curitiba e do Brasil. 

Gustavo afirmou na reportagem da Gazeta do Povo:

“nĂ£o me arrependo de nada. Estou fazendo uma aliança comandada hoje pela Gleisi (PT), que nĂ£o tem relaĂ§Ă£o nenhuma com o mensalĂ£o, nĂ£o tem participaĂ§Ă£o nenhuma do PT de Curitiba com o mensalĂ£o. Eu estou em paz”

Um importante membro do PT/ParanĂ¡ esteve atĂ© o pescoço envolvido no escĂ¢ndalo do mensalĂ£o:

Henrique Pizzolato

Militante do PT hĂ¡ mais de 20 anos, Pizzolato foi presidente do Sindicato dos BancĂ¡rios em Toledo e da CUT no ParanĂ¡. Concorreu a cargos eletivos como vice-governador do ParanĂ¡ (1994) e vice-prefeito de Toledo (1996), sem sucesso.
Foi alçado a diretor de Seguridade da Previ em 1998, eleito pelos funcionĂ¡rios do Banco do Brasil, deixou o cargo em maio de 2002 para trabalhar na eleiĂ§Ă£o do presidente Lula, administrando os recursos da campanha junto com o ex-tesoureiro DelĂºbio. 
Ocupou o cargo de diretor de marketing do Banco do Brasil e antecipou sua aposentadoria apĂ³s denĂºncias de envolvimento no caso do mensalĂ£o. Ajudou tambĂ©m amigos a terem aposentadoria antecipada.
AcusaĂ§Ă£o: De acordo com a Procuradoria, recebeu R$ 336 mil do valerioduto e autorizou um adiantamento de R$ 73 milhões do fundo Visanet para a DNA, a agĂªncia de Marcos ValĂ©rio que tinha contrato de publicidade com o BB.



MensalĂ£o: Serraglio, Gustavo Fruet e Rui FalcĂ£o


Relator da CPI mista dos Correios, que investigou o mensalĂ£o, o deputado federal Osmar Serraglio (PMDB) foi perseguido por um pavor durante a investigaĂ§Ă£o. “Tinha medo de dormir no meio de uma sessĂ£o com o paĂ­s inteiro assistindo”, revela o parlamentar, que descobriu ser vĂ­tima de apneia do sono no decorrer dos trabalhos, entre 2005 e 2006. Hoje, ao contrĂ¡rio, o que o incomoda Ă© o desfecho de um dos maiores escĂ¢ndalos da polĂ­tica brasileira no Supremo Tribunal Federal (STF).

Nascido em Erechim (RS) e radicado em Umuarama, no Oeste do ParanĂ¡, Serraglio Ă© um dos paranaenses mais ligados Ă  apuraĂ§Ă£o do mensalĂ£o, cujo julgamento no STF começa na quinta-feira. O relatĂ³rio assinado por ele e aprovado em 2006 serviu como base para a denĂºncia elaborada em 2007 pelo entĂ£o procurador-geral da RepĂºblica, AntĂ´nio Fernando de Souza, e que desencadeou a aĂ§Ă£o penal 470 no Supremo. Ambos convergem numa tese fundamental para a possĂ­vel condenaĂ§Ă£o de parte dos 38 rĂ©us: o mensalĂ£o nĂ£o foi um simples caixa 2 de campanha do PT, como sustenta a maioria dos advogados de defesa, mas um esquema alimentado com dinheiro pĂºblico.
A questĂ£o Ă© crucial porque pode definir se os acusados sĂ£o passĂ­veis de puniĂ§Ă£o pelos crimes de peculato (apropriaĂ§Ă£o de dinheiro pĂºblico) e de corrupĂ§Ă£o ativa e passiva. A tendĂªncia Ă© que o nĂºcleo central do esquema – formado pelo ex-ministro JosĂ© Dirceu (Casa Civil), o ex-secretĂ¡rio-geral do PT SĂ­lvio Pereira e o ex-deputado federal JosĂ© Genoino, segundo definiĂ§Ă£o de AntĂ´nio Fernando – argumente que os recursos envolvidos no mensalĂ£o eram privados e foram captados apenas por iniciativa do ex-tesoureiro do PT DelĂºbio Soares. Se a teoria for assimilada, o caso pode ser reduzido Ă  ideia de que o mensalĂ£o englobava apenas recursos financeiros de campanha nĂ£o contabilizados.
“NĂ£o importa [se Ă© caixa 2 ou nĂ£o Ă©]. O que importa Ă© que foi usado dinheiro pĂºblico e que ele foi distribuĂ­do para comprar o apoio de parlamentares”, afirma Serraglio.
O relatĂ³rio do deputado e a denĂºncia de AntĂ´nio Fernando sĂ£o concordantes ao apontar que a empresa Visanet, ligada ao Banco do Brasil, seria a principal fonte do Valerioduto (suposta rede de distribuiĂ§Ă£o de dinheiro aos mensaleiros, estruturada pelo publicitĂ¡rio Marcos ValĂ©rio). Segundo eles, o esquema começava com contratos entre as empresas de ValĂ©rio e instituições ligadas ao governo (em especial, R$ 68 milhões originĂ¡rios da Visanet), o dinheiro era lavado em bancos privados, como o Rural e o BMG, atĂ© chegar aos parlamentares, que retribuĂ­am com apoio ao governo. A CPI rastreou R$ 55 milhões que passaram pelo Valerioduto.
O deputado diz que o uso de dinheiro pĂºblico no esquema Ă© um ponto que precisa nortear as reflexões sobre o julgamento. “Mais danoso que um homicĂ­dio Ă© tolerarmos desvios que levam a mortes na saĂºde pĂºblica”, avalia. Para Serraglio, “dormir no ponto” pode ser a pior consequĂªncia do desfecho do mensalĂ£o. (GP)

Fruet mantĂ©m crĂ­ticas ao mensalĂ£o e defende apoio do PT Ă  sua candidatura


O ex-deputado federal e hoje candidato Ă  prefeitura de Curitiba Gustavo Fruet (PDT) Ă© enfĂ¡tico: “nĂ£o se auditou 5% dos dados que chegaram Ă  CPI”. A complexidade do esquema, a quantidade de papĂ©is que foram enviados Ă  comissĂ£o e o desgaste da investigaĂ§Ă£o que durou quase um ano ajudam a explicar por que isso ocorreu. Sub-relator de movimentações financeiras da comissĂ£o, Fruet conta que foram encaminhados Ă  CPI mais de 30 milhões de ligações, alĂ©m de 6 milhões de registros bancĂ¡rios referentes Ă  movimentaĂ§Ă£o de quase R$ 1 trilhĂ£o.
“A CPI levou quase quatro meses para acertar o sistema da sua base de dados. Para poder entender os dados bancĂ¡rios, fiscais e telefĂ´nicos e, a partir daĂ­, estabelecer por onde circulavam as pessoas, os telefones, as ligações e a coincidĂªncia na votaĂ§Ă£o de temas importantes no Congresso”, revela.
O hoje pedetista conta que passava finais de semana no cofre [sala reservada onde ficam dados sigilosos encaminhados Ă s CPIs] analisando papĂ©is. A avaliaĂ§Ă£o dos dados feita pela relatoria de Fruet foi um dos elementos essenciais para desvendar como funcionava o valerioduto, sistema que abasteceu o mensalĂ£o. “NĂ³s começamos a apresentar relatĂ³rios parciais e a constatar todo o fluxo de recursos. Começamos a perceber os financiamentos do Banco Rural, BMG”, diz.
Novos aliados
Fruet e o atual prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PMDB), eram tucanos na Ă©poca do mensalĂ£o e ganharam fama pelo trabalho que realizaram na CPI dos Correios. Opositores ao PT na Ă©poca, os dois hoje estĂ£o do lado oposto: contam com o apoio dos petistas no pleito municipal. Apesar da mudança polĂ­tica, Fruet afirma que nada mudou em relaĂ§Ă£o a sua convicĂ§Ă£o sobre o que investigou e rebate as crĂ­ticas que tĂªm recebido por contar com o apoio do PT.
“Eu estou pagando o preço de ter brigado. Poderia ser um polĂ­tico como tantos outros. Como o Luciano [Ducci], que nĂ£o se posiciona. Como o Ratinho [Jr.], que nunca se posiciona no Congresso. Eu estou pagando por tomar posiĂ§Ă£o”, afirma, alfinetando os dois principais adversĂ¡rios nas urnas neste ano. E completa: “nĂ£o me arrependo de nada. Estou fazendo uma aliança comandada hoje pela Gleisi, que nĂ£o tem relaĂ§Ă£o nenhuma com o mensalĂ£o, nĂ£o tem participaĂ§Ă£o nenhuma do PT de Curitiba com o mensalĂ£o. Eu estou em paz”. (GP)

Presidente do PT diz que denĂºncia do mensalĂ£o 'nĂ£o se sustenta'
Faltando menos de uma semana para o inĂ­cio do julgamento do mensalĂ£o no STF (Supremo Tribunal Federal), o presidente do PT, Rui FalcĂ£o, divulgou vĂ­deo nesta sexta-feira em que desqualifica a denĂºncia da Procuradoria.


O inĂ­cio do julgamento estĂ¡ marcado para o dia 2 de agosto. Entre os 38 rĂ©us da aĂ§Ă£o penal estĂ£o integrantes da cĂºpula do partido na Ă©poca, como JosĂ© Genoino (entĂ£o presidente do PT), e DelĂºbio Soares (tesoureiro), alĂ©m de JosĂ© Dirceu, que ocupava a Casa Civil.

No vĂ­deo, FalcĂ£o afirma que os crimes pelos quais os petistas sĂ£o acusados nĂ£o se sustenta. "O processo incluiu alguns militantes do PT, injustamente acusados por crimes cuja a comprovaĂ§Ă£o nĂ£o se sustenta na longa denĂºncia da procuradoria."

FalcĂ£o nega que tenha havido compra de votos no Congresso ou pagamento a parlamentares para votar com o governo. Ele reafirma a tese do partido de que o partido contraiu emprĂ©stimos para pagar dĂ­vidas eleitorais do PT e de partidos aliados e que nĂ£o foram usados recursos pĂºblicos na operaĂ§Ă£o.

"Fica claro, portanto, que nĂ£o houve o chamado mensalĂ£o", diz FalcĂ£o, que trata o termo mensalĂ£o como "apelido" dado "por um ex-deputado [o petebista Roberto Jefferson, delator do suposto esquema e tambĂ©m rĂ©u na aĂ§Ă£o] e pela mĂ­dia".

"Outro fato importante que eu quero destacar: nĂ£o houve, da parte dos petistas denunciados, qualquer utilizaĂ§Ă£o de recursos pĂºblicos, nem recursos ilĂ­citos. Foram emprĂ©stimos contraĂ­dos junto a bancos privados, que jĂ¡ foram quitados pelo partido", diz FalcĂ£o em outro trecho do vĂ­deo.

Ele conclui o vĂ­deo, de cerca de dois minutos e meio, manifestando "solidariedade" aos petistas denunciados e compara a eventual condenaĂ§Ă£o dos "companheiros" a um "linchamento moral".

Entre os petista que sĂ£o rĂ©us no processo do mensalĂ£o estĂ£o, alĂ©m de Genoino, Dirceu e DelĂºbio --que foi expulso do partido, mas readmitido no ano passado --, o deputado JoĂ£o Paulo Cunha (entĂ£o presidente da CĂ¢mara), os ex-deputados Paulo Rocha (PA), JoĂ£o Magno (MG), Luiz Carlos Rodrigues (SP), o ex-ministro Luiz Gushiken e o ex-diretor do Banco do Brasil Henrique Pizzolato. (JF)


 
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