Pelo menos três pessoas foram presas no Paraná na manhã desta quinta-feira (28) durante aOperação DirtyNet da Polícia Federal (PF), que tem como objetivo desarticular uma quadrilha que compartilhava material de pornografia infantil na internet. Duas pessoas foram presas emCuritiba, uma delas em flagrante porque foram encontradas imagens de abuso a crianças na casa do suspeito. A terceira prisão aconteceu em Foz do Iguaçu, na região Oeste. Na casa de um homem de 39 anos foram encontradas “mídias digitais com os conteúdos de cunho pornográfico infantil”. Além dessas duas cidades, foram efetuadas buscas em residências nos municípios deGuaíra e Maringá.
Até perto das 12 horas desta quinta, um total de 18 pessoas haviam sido presas. O Rio Grande do Sul é a base da operação e responsável pela maior parte da investigação do caso. Um balanço completo das prisões e mandados de prisões realizados ao longo da manhã deve ser divulgado no início da tarde.
Ao todo, devem ser cumpridos 50 mandados de busca e apreensão e 15 mandados de prisão nos estados do Rio Grande do Sul, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Espírito Santo, Bahia, Ceará, Pernambuco, Maranhão, Rio Grande do Norte e no Distrito Federal.
Rio
No Rio, duas pessoas foram presas em flagrante em cumprimento dos mandados, segundo a PF. Os mandados foram cumpridos em São Gonçalo, sendo um mandado de busca e apreensão, e em Nova Iguaçu onde uma pessoa foi presa e um mandado de busca e apreensão foi cumprido.
Espírito Santo
Foi cumprido um mandado de busca e apreensão no município da Serra, no Espírito Santo, que resultou na prisão do estudante R.S.H, de 19 anos. Segundo a PF, em seu computador foram encontrados vários arquivos de fotos e vídeos, envolvendo exploração sexual de criança. O estudante durante a busca acabou confessando que tinha acesso a rede privada, onde obteve os arquivos criminosos. De acordo com a PF, o jovem pagou fiança e responderá ao processo criminal em liberdade.
DirtyNet
Há seis meses a Policia Federal monitora redes privadas de compartilhamento de arquivos na internet, onde foram detectadas intensas trocas de material de cunho sexual envolvendo crianças e adolescentes. Os suspeitos, integrantes de um mesmo grupo, valendo-se da suposta condição de anonimato na rede, trocavam milhares de arquivos contendo cenas degradantes de adolescentes, crianças e até bebês em contexto de abuso sexual.
Além da troca de arquivos foram identificados ainda relatos de outros crimes praticados pelos envolvidos contra crianças, inclusive com menção a estupro cometido contra os próprios filhos, sequestros, assassinatos e atos de canibalismo.
Os alvos brasileiros compartilhavam material de pornografia infantil ainda com outros usuários da internet em mais 34 países - Alemanha, Arábia Saudita, Argentina, Austrália, Áustria, Bélgica, Bósnia, Canadá, Chile, Colômbia, Croácia, Emirados Árabes Unidos, Equador, Estados Unidos, Filipinas, Finlândia, França, Grécia, Indonésia, Iran, Holanda, Macedônia, México, Noruega, Peru, Polônia, Portugal, Reino Unido, República Tcheca, Rússia, Sérvia, Suécia, Tailândia e Venezuela. A Polícia Federal já comunicou através da Interpol os países envolvidos para que os seja dado prosseguimento às investigações a fim de identificar todos os envolvidos.
As ordens judiciais estão sendo cumpridas nas cidades de Porto Alegre, Esteio e Santa Maria (RS), Belo Horizonte, Montes Claros, Uberaba, Uberlândia, Varginha e Divinópolis (MG), Curitiba, Foz do Iguaçu, Maringá e Guaíra (PR); Fortaleza (CE); Natal (RN); Rio de Janeiro, Niterói e Nova Iguaçu (RJ); São Paulo, Santos, São José dos Campos e Piracicaba (SP); Recife (PE); Salvador (BA); São Luís do Maranhão (MA); Vitória (ES) e Brasília (DF). (GP/AE)