Os tucanos quase dobraram o volume de prefeituras em relação a 2008, quando haviam conquistado 42 municípios. Apesar da liderança no ranking, o PSDB ficou de fora como cabeça de chapa nas maiores cidades do estado, inclusive em Curitiba, onde apoiava Luciano Ducci (PSB).
A presença do PSDB no interior passa ter papel importante no quadro para a disputa ao governo do estado em 2014, segundo os analistas. Com a não vitória do apoio na capital, a tendência é que o governador Beto Richa, embora com a sua imagem muito forte na capital, reforce sua presença no interior visando a reeleição, inclusive em cidades nas quais o PSDB faz parte da coligação que disputará o segundo turno. É o caso de Londrina, onde o governador apoia Marcelo Belinati (PP), sobrinho do ex- prefeito Antonio Belinati, que vai concorrer com Alexandre Kireeff (PSD).
O PSDB está presente ainda na base de apoio a Edgar Bueno (PDT), que vai enfrentar Professor Lemos (PT) no segundo turno em Cascavel, e em Ponta Grossa, com Marcelo Rangel (PPS) contra Péricles (PT). Em Maringá, o candidato apoiado Beto Richa, Pupin (PP), vai concorrer com Ênio Verri (PT).
Perda de fôlego
O encolhimento do PMDB, por sua vez, tem razões na própria falta de uma estrutura organizada em nível nacional ou regional, o que acabou por fazer a legenda perder fôlego em 2012. “E sem a figura de Roberto Requião no governo e que tinha grande presença no interior, o partido perdeu força”, diz Cenci.
As eleições de 2012 também mostram uma maior pulverização das prefeituras entre os partidos, com a ascensão de legendas como o PSD e PSB, que virou destaque nacional e conquistou 14 prefeituras no Paraná, inclusive a de Foz do Iguaçu, onde Reni Pereira venceu.
Mas essa mudança, porém, não significa uma alteração mais radical na escolha dos eleitores, na avaliação do professor de ciência política da PUC-PR, Mario Sergio Lepre. “Não há uma identidade partidária. Alguns partidos surgem mas acomodam figuras políticas já conhecidas do eleitorado”, diz.
O resultado das principais cidades do interior obedece muito mais questões de ordem conjuntural do que partidária, afirma Lepre. “Não há um descolamento do que vimos no passado porque há uma base de coligação muito grande entre os partidos”, afirma.
Idade fez diferença
Ser 18 anos mais velho que o principal rival na disputa pela prefeitura de Balsa Nova (Grande Curitiba) fez diferença para Luiz Costa (PMDB). O candidato teve 3.869 votos, exatamente o mesmo número que Marcos Zanetti (PDT). De acordo com a legislação eleitoral, neste tipo de situação o mais velho fica com o cargo. (GP)