domingo, 29 de janeiro de 2012

O DIREITO HISTĂ“RICO DE A UPES MANTER SUA SEDE PRĂ“PRIA

O atual acampamento em, defesa da sede da UPES

O acampamento de 107 dias de resistĂªncia realizado em 2009, no meio dos escombros da antiga sede que foi derrubada

NinguĂ©m pode negar a importĂ¢ncia histĂ³rica da UniĂ£o Paranaense dos Estudantes Secundaristas tem e teve para o conjunto da juventude de nosso Estado em sua busca por direitos.

Por ela, que tĂ£o importantes lutas travou em defesa da educaĂ§Ă£o pĂºblica e gratuita de boa qualidade para todos, como em defesa da democracia nos terrĂ­veis anos da ditadura, passaram, e se formaram, importantes quadros que atĂ© hoje contribuem para a construĂ§Ă£o do processo democrĂ¡tico paranaense e brasileiro. Entre os seus ex-dirigentes podemos citar seu ex-presidente Valmor Stedile, importante quadro do PDT, como o ex-presidente Fernando Luiz Fernando Esteche e a ministra Gleisi Hoffmann, que dirigiu a UMESC, UniĂ£o Metropolitana dos Estudantes Secundaristas de Curitiba, entidade filiada a UPES. Poderia citar dezenas de outros que militaram no MDB jovem contra a ditadura, que nas fileiras da UPES se formaram e lutaram, tais qual o JĂºlio Manso, Clovis, Ezequias, Vermelho, Jussara, e atĂ© eu mesmo, entre tantos outros.

Para entender o que atualmente ocorre com o terreno pertencente Ă  UPES, jĂ¡ que a sua antiga sede foi imoralmente demolida, temos de voltar ao passado.

Em 1970 a gestĂ£o da UPES, com grandes sacrifĂ­cios por parte da massa estudantil para viabiliza os recursos, conseguiu comprou o terreno localizado Ă  Rua Marechal Mallet, nº250 – JuvevĂª – Curitiba, onde com mais sacrifĂ­cios ainda viabilizou a construĂ§Ă£o de uma modesta sede estadual para o Movimento Estudantil Secundarista em 1972. Ela alĂ©m das reuniões da entidade e deter a sua estrutura administrativa ali instalada tambĂ©m serviu de abrigo para os dirigentes estaduais, em sua maior parte estudantes de origem humilde, enquanto dirigiam a entidade instalada na capital.

Em uma tĂ£o rica trajetĂ³ria histĂ³rica eventualmente surgem percalços e entre outros um teve maior gravidade. Alguns crĂ¡pulas que momentaneamente encabeçaram uma gestĂ£o totalmente irregular na direĂ§Ă£o da UPES, ilegalmente venderam o terreno da entidade, e de forma suspeita por um preço absurdamente baixo. Isto ocorreu Ă  revelia do Movimento Estudantil, pois os que fizeram a venda nĂ£o contavam com o aval e a legitimidade da aprovaĂ§Ă£o de todos os fĂ³runs legĂ­timos da entidade, que representa entidades de cunho micro-regionais e centenas de GrĂªmios Estudantis, mas na criminosa venda nenhuma destas representações de base foram consultadas. Os absurdos cometidos por aqueles falsos dirigentes foram tantos que aquela gestĂ£o nĂ£o era reconhecida pela UniĂ£o Brasileira dos Estudantes Secundaristas e pela Justiça, jĂ¡ que chegaram ao poder por um processo totalmente irregular.

Em 1994 houve a primeira derrubada do prĂ©dio da UPES, a gestĂ£o da Ă©poca resistiu e logo construiu outra sede, mostrando assim o poder de mobilizaĂ§Ă£o social e de lideranças dos estudantes do Estado. Em 2009 a Incorporadora Curitibana, que se diz proprietĂ¡ria do terreno, derrubou mais uma vez a sede e os estudantes em massa se levantaram em defesa do que Ă© patrimĂ´nio de todos os estudantes secundarista paranaenses. Foram 107 dias de luta por parte de centenas de estudantes, que em repĂºdio ao que ocorria acamparam resistindo no terreno, que representa muito mais do que uma mera propriedade.

Desde o ano passado a Incorporadora mais uma vez vem tentando uma liminar para tomar o terreno dos estudantes, j[Ă¡ que desde 2008, quando o processo foi reaberto, o Juiz responsĂ¡vel nĂ£o deu nenhum encaminhamento, nenhuma sentença. Por esse motivo, na espera da decisĂ£o judicial que resgate os direitos da entidade, os estudantes este ano voltaram Ă  acampar para resistir e garantir que a sede, que desde 1972 Ă© a sede representativa dos estudantes paranaenses, nĂ£o seja mais uma vez derrubada pela incorporadora.

No objetivo de preservar o que Ă© patrimĂ´nio histĂ³rico de todos os estudantes secundaristas no dia 08 de Janeiro de 2012 diversos estudantes de Curitiba e de diversas regiões do ParanĂ¡ iniciaram uma grande jornada de resistĂªncia Ă  especulaĂ§Ă£o imobiliĂ¡ria que pretende dar inĂ­cio Ă  um processo de reintegraĂ§Ă£o de posse da sede. Segundo a ImobiliĂ¡ria Menezes, principal articuladora de todo o processo de tentativa de tomada do terreno, a sede da UPES Ă© de propriedade deles, jĂ¡ para as centenas de milhares de estudantes de todo estado isto nĂ£o legal Ă©tica e moralmente verdadeiro.


Rita Lee Ă© presa apĂ³s o Ăºltimo show de sua carreira

A cantora Rita Lee, 67, foi presa apĂ³s um show com 20.000 pessoas em cidade prĂ³xima a Aracaju (SE). A cantora afirmou ter visto membros de seu fĂ£ clube, que viaja atrĂ¡s dela pelo Brasil, sendo agredidos pelos policiais. Ao avistar policiais na plateia, declarou que nĂ£o os queria em sua apresentaĂ§Ă£o.

Mas os policiais se aproximaram ainda mais do palco, formando um paredĂ£o humano. Mais exaltada, a cantora os chamou de "cavalo", "cachorro" e "filho da puta". Passado esse momento, seguiu com o show atĂ© o final, quando foi levada Ă  delegacia.

Ela se apresentava no Festival VerĂ£o Sergipe e declarou que aquele seria seu Ăºltimo show.

No Twitter, Rita Lee escreveu sobre o caso: “PolĂ­cia dando trabalho p/ mim, quer me prender, embasamento legal ñ hĂ¡, ñ retiro uma palavra do q disse, o show era meu!”. “TĂ´ indo p/ a delegacia…a polĂ­cia d Aju ñ gosta d mim mas Sergipe gosta, estou dentro do carro, eles estaaoentravv”.

Na delegacia, Rita Lee assinou boletim de ocorrĂªncia por desacato e foi liberada. A ex-senadora HeloĂ­sa Helena, que assistiu ao show, testemunhou a favor da cantora.

Desfile do bloco Garibaldis e Sacis - 2012


E AS PROMESSAS PARA O HAITI?

*Omar Ribeiro Thomaz, antropĂ³logo, Ă© professor do IFCH/Unicamp e SebastiĂ£o Nascimento, sociĂ³logo, Ă© pesquisador da Flensburg-Universität (Alemanha)

O governo brasileiro celebrou o segundo aniversĂ¡rio do devastador terremoto haitiano com o anĂºncio de medidas ainda mais severas para coibir a jĂ¡ difĂ­cil entrada de haitianos no PaĂ­s. Criando um perverso precedente, Ă© a primeira vez, desde a 2ª Guerra, que se impede a uma nacionalidade especĂ­fica solicitar a proteĂ§Ă£o do refĂºgio. Canais oficiais e semioficiais de divulgaĂ§Ă£o foram mobilizados para reempacotar medidas que vinham sendo preparadas para reforçar a seletividade migratĂ³ria no Brasil como se fossem uma resposta imediata Ă  vexatĂ³ria cobertura da imprensa internacional sobre a situaĂ§Ă£o calamitosa dos haitianos impedidos de deixar a regiĂ£o fronteiriça. Dentro ou fora do PaĂ­s, poucos acreditaram na narrativa oficial que apresentava restrições arbitrĂ¡rias como se de concessões generosas se tratasse.

O tumulto pela entrada de pouco mais que 3.500 haitianos no PaĂ­s ao longo dos Ăºltimos dois anos Ă©, no mĂ­nimo, caricatural, tendo em vista nĂ£o somente o volume dezenas de vezes maior de imigrantes europeus no mesmo perĂ­odo, mas tambĂ©m a dimensĂ£o centenas de vezes mais ampla da diĂ¡spora haitiana em outros paĂ­ses da AmĂ©rica Latina. O Brasil nunca foi e segue nĂ£o sendo destino preferencial de uma migraĂ§Ă£o cuja dinĂ¢mica o Itamaraty e outros ministĂ©rios insistem em ignorar. HĂ¡ por volta de 3 milhões e meio de haitianos espalhados por dezenas de paĂ­ses em trĂªs continentes, todos abrigando comunidades consideravelmente maiores e infinitamente mais bem acolhidas que no Brasil.

Logo apĂ³s o terremoto, apoiando-se numa opiniĂ£o pĂºblica francamente solidĂ¡ria, o governo brasileiro havia anunciado projetos ambiciosos de intercĂ¢mbio e formaĂ§Ă£o de quadros haitianos em Ă¡reas estratĂ©gicas como a saĂºde e a educaĂ§Ă£o, para os quais dotações orçamentĂ¡rias foram rapidamente aprovadas, mas cuja execuĂ§Ă£o nunca aconteceu.

Em fevereiro de 2010, com grande fanfarra se anunciou que o Brasil ofereceria pelo menos 500 bolsas a estudantes da rede universitĂ¡ria haitiana, atingida de modo particularmente devastador pelo terremoto. Por todo o Brasil, universidades se ofereceram para recebĂª-los. Era crucial que viessem rapidamente, pois suas faculdades estavam em ruĂ­nas, seus estudos paralisados e a continuidade de sua formaĂ§Ă£o seria decisiva para a reconstruĂ§Ă£o. Numa irĂ´nica coincidĂªncia, foram tambĂ©m cerca de 3.500 os estudantes que se candidataram, no que teria sido o maior programa de intercĂ¢mbio internacional da histĂ³ria da educaĂ§Ă£o brasileira. Somente mais de um ano e meio apĂ³s a tragĂ©dia Ă© que, a duras penas, foi possĂ­vel trazer, dos 500 anunciados, nĂ£o mais que 80 estudantes, alguns dos quais jĂ¡ tiveram sua bolsa cancelada ou limitada, sem que o MinistĂ©rio da EducaĂ§Ă£o tenha sido capaz de oferecer quaisquer garantias de continuidade do programa.

TambĂ©m na Ă¡rea da saĂºde, havia sido anunciada a construĂ§Ă£o de dez Unidades de Pronto Atendimento em Porto PrĂ­ncipe, dotadas de anexos para a formaĂ§Ă£o de agentes comunitĂ¡rios. Deveriam entrar em funcionamento ainda em 2010. Nenhuma sequer foi construĂ­da e apenas uma equipe haitiana formada por um mĂ©dico e duas enfermeiras esforça-se por atuar sem sede definida.

Iniciativas como essas se viram transformadas - nĂ£o no Haiti, mas em BrasĂ­lia - em esquĂ¡lidos arremedos dos projetos iniciais, que nĂ£o obstante serviram para dar imensa visibilidade ao governo brasileiro. Sempre que se questionam as razões desse fracasso, a saĂ­da invariĂ¡vel dos responsĂ¡veis Ă© culpar os prĂ³prios haitianos.

Nas fronteiras brasileiras nĂ£o Ă© diferente: nas vĂ­timas de assaltos e estupros se veem potenciais criminosos e, nos que sucumbem a endemias amazĂ´nicas, possĂ­veis vetores de "doenças haitianas". A missĂ£o sanitĂ¡ria enviada hĂ¡ pouco Ă  fronteira chegou com dois anos de atraso, tarde demais para Carmelite Baptiste, de 30 anos, que morreu de dengue, doença inexistente no Haiti.

Aqui, o governo tenta repetir o que tem sido sua estratĂ©gia de maior sucesso no Haiti: blindar a opiniĂ£o pĂºblica brasileira de informações fiĂ¡veis e negar aos haitianos a possibilidade de falarem por si. Se nĂ£o tivessem sido impedidos de deixar o isolamento nas fronteiras amazĂ´nicas, jĂ¡ poderiam ter demonstrado como possuem sĂ³lida formaĂ§Ă£o educacional, com curso secundĂ¡rio, tĂ©cnico ou mesmo superior, dispostos a dar o melhor de si para enviar recursos a suas famĂ­lias no Haiti. PorĂ©m, acabaram por se transformar em personagens involuntĂ¡rios da farsesca tradiĂ§Ă£o brasileira no trato dos estrangeiros: instituições e profissionais despreparados que recorrem Ă  mitologia de um povo supostamente simpĂ¡tico e gentil aos que vĂªm de fora.

Ora, a antropofagia pode ser agradĂ¡vel para quem devora, mas nĂ£o para quem deve pagar o preço da assimilaĂ§Ă£o. Assim, o universo institucional revive uma tradiĂ§Ă£o nacional tĂ£o vetusta quanto infame: a do favorecimento da imigraĂ§Ă£o, sim, mas com alta seletividade, ao longo de uma histĂ³ria em que aos negros estrangeiros sĂ³ se abririam as portas enquanto chegassem pelos porões do cativeiro.

JosĂ© Saramago: Os filhos sĂ£o do mundo

Os filhos sĂ£o do mundo

(José Saramago)


Devemos criar os filhos para o mundo.
TornĂ¡-los autĂ´nomos, libertos, atĂ© de nossas ordens.
A partir de certa idade, sĂ³ valem conselhos.
Especialistas ensinaram-nos a acreditar que sĂ³ esta postura torna adulto
aquele bebĂª que um dia levamos na barriga. E a maioria de nĂ³s pais
acredita e tenta fazer isso. O que nĂ£o nos impede de sofrer quando fazem
escolhas diferentes daquelas que gostarĂ­amos ou quando eles prĂ³prios
sofrem pelas escolhas que recomendamos.

EntĂ£o, filho Ă© um ser que nos emprestaram para um curso intensivo de
como amar alguĂ©m alĂ©m de nĂ³s mesmos
, de como mudar nossos piores
defeitos para darmos os melhores exemplos e de aprendermos a ter
coragem. Isto mesmo!
Ser pai ou mĂ£e Ă© o maior ato de coragem que alguĂ©m pode ter,
porque Ă© se expor a todo tipo de dor, principalmente da
incerteza de estar agindo corretamente e do medo de perder algo tĂ£o amado.

Perder? Como? NĂ£o Ă© nosso, recordam-se?
Foi apenas um empréstimo!
EntĂ£o, de quem sĂ£o nossos filhos?
Eu acredito que sĂ£o de Deus,
mas com respeito aos ateus digamos que sĂ£o deles prĂ³prios,
donos de suas vidas, porĂ©m, um tempo precisaram ser dependentes dos pais para crescerem, biolĂ³gica, sociolĂ³gica, psicolĂ³gica e emocionalmente.

E o meu sentimento, a minha dedicaĂ§Ă£o, o meu investimento?
NĂ£o deveriam retornar em sorrisos, orgulho, netos e amparo na velhice?

Pensar assim Ă© entender os filhos como nossos… e eles,
nĂ£o se esqueçam, sĂ£o do mundo!

Volto para casa ao fim do plantĂ£o, inĂ­cio de fĂ©rias, mais tempo para os
filhos, olho meus pequenos pimpolhos e penso como seria bom se nĂ£o
fossem apenas empréstimo!
Mas Ă©. Eles sĂ£o do mundo.
O problema Ă© que meu coraĂ§Ă£o jĂ¡ Ă© deles.

E as creches da Dilma? Governo fecha ano sem concluir nenhuma creche


Para cumprir uma promessa de campanha feita pela presidente Dilma Rousseff, o MinistĂ©rio da EducaĂ§Ă£o terĂ¡ que inaugurar pelo menos 178 creches por mĂªs, ou cinco por dia, atĂ© o fim de 2014. Na disputa presidencial de 2010, Dilma afirmou que iria construir 6.427 creches atĂ© o fim de seu mandato, mas a promessa estĂ¡ longe de se concretizar.

O Fundo Nacional de Desenvolvimento da EducaĂ§Ă£o (FNDE), responsĂ¡vel pelo ProInfĂ¢ncia - que cuida da construĂ§Ă£o dessas creches - pagou atĂ© agora R$ 383 milhões dos R$ 2,3 bilhões empenhados. No primeiro ano de governo, a execuĂ§Ă£o do ProInfĂ¢ncia ficou em 16%. Nenhuma obra foi concluĂ­da.

Principal aposta do PT nas eleições de 2012, o ex-ministro da EducaĂ§Ă£o Fernando Haddad deixou o ministĂ©rio para se candidatar Ă  Prefeitura de SĂ£o Paulo sem entregar nenhuma das creches prometidas pela presidente. Nas Ăºltimas campanhas em SĂ£o Paulo, as creches tĂªm sido destaque. Seu sucessor, Aloizio Mercadante, tomou posse na Ăºltima terça-feira prometendo atender Ă  promessa de Dilma. "Vamos cumprir a meta de criar mais de 6 mil creches e dar Ă s crianças brasileiras em fase prĂ©-escolar acolhimento afetivo, nutriĂ§Ă£o adequada e material didĂ¡tico que as preparem para a alfabetizaĂ§Ă£o", disse o ministro.

Na campanha, Dilma chegou a fixar a meta de construir 1,5 mil unidades de ensino por ano. Reforçou a promessa no programa de rĂ¡dio da PresidĂªncia: "A creche Ă© tambĂ©m muito importante para as mĂ£es, para que possam sair para trabalhar tranquilas, sabendo que seus filhos estĂ£o recebendo atenĂ§Ă£o e cuidados," disse na Ăºltima segunda-feira.

DĂ©ficit. O dĂ©ficit do PaĂ­s hoje Ă© de 19,7 mil creches. Para se alcançar uma das metas do Plano Nacional de EducaĂ§Ă£o Ă© preciso triplicar o nĂºmero de matrĂ­culas nessas unidades. O plano propõe aumentar a oferta de educaĂ§Ă£o infantil para que 50% da populaĂ§Ă£o atĂ© trĂªs anos esteja em creches atĂ© 2020. Atualmente, esse Ă­ndice estĂ¡ em 16,6%.

Norte e Nordeste tĂªm os menores porcentuais de matrĂ­culas nessa faixa etĂ¡ria, segundo o Movimento Todos pela EducaĂ§Ă£o. A pior situaĂ§Ă£o Ă© a do AmapĂ¡, que tem menos de 4% das crianças matriculadas. Em SĂ£o Paulo, a taxa de matrĂ­culas Ă© de 26,7%. (AE)


Monsanto - Empresa da Morte - DocumentĂ¡rio Proibido

TV, Internet, etc. e o fim do relacionamento direto. É o epicentro do fim da tribo pela falta de afetividade causando a desumanizaĂ§Ă£o nas relações?


O que podia-mos fazer, mas nĂ£o fazemos como seria devido, Ă© manter o diĂ¡logo sincero para que as prĂ³ximas gerações errassem menos, mas o diĂ¡logo familiar estĂ¡ perto do fim. Cada vez mais nos prendemos cada um dentro do prĂ³prio universo pessoal!!!

Ninguém mais conversa face a face!!!

Primeiro a TV e agora a Internet, estĂ¡ embora interativa, serviram para acabar com os relacionamentos inter pessoais ao vivo e a cores, e com o fim deste a diluiĂ§Ă£o do relacionamento afetivo (olhar, tato, etc.).

No Natal fui com as minhas filhas em um cinema, bar e restaurante de um amigo, lĂ¡ no interior de S. Paulo e o que vi em algumas das mesas ao lado, ocupadas por adolescentes, me assustou. Todos pendurados no celular dialogando com o mundo ou jogando, mas nĂ£o com quem estava sentado ao lado. Eles estavam e nĂ£o estavam ali!!!

Em um outro episĂ³dio, pelo que vejo nĂ£o Ă© um fato isolado e se torna uma constante nĂ£o sĂ³ naquela casa, visitando um amigo e observando os seus filhos vi um irmĂ£o se comunicando pela internet com a irmĂ£ estando debaixo do mesmo teto, O guri estava sentado no sofĂ¡ ao meu lado com o micro no colo, ficaram conversando e se ofendendo por mais de meia hora. Que saudades dos arranca rabos domĂ©sticos entre adolescentes, dos que eram teatrais e sonoros.

Tento, e muitas das vezes até consigo impedir que isto ocorra dentro da minha casa, pois conversamos, rimos, gargalhamos e até brigamos, mas tudo ocorrendo em reuniões familiares, as vezes na mesa, na sala ou nos quartos. Adoro a casa barulhenta e cheia de vida!

A minha geraĂ§Ă£o tristemente presencia o fim do clĂ£, primeiro pela dispersĂ£o causada pela migraĂ§Ă£o atrĂ¡s de melhores oportunidades, e agora observamos o fim do relacionamento dos pequenos nĂºcleos familiares pela globalizaĂ§Ă£o da informaĂ§Ă£o. O trabalho nos engole no dia a dia e no pouco tempo que resta para o relacionamento afetivo dentro dos lares nĂ£o tem mais estĂ¡ funĂ§Ă£o. Os jovens vivem dentro dos seus quartos com a TV, o CD ou computador ligados, sendo que as vezes os trĂªs ligados ao mesmo tempo.

Isto Ă© viver em sociedade?

Frei Betto: A blogueira Yoani e suas contradições

"Yoani SĂ¡nchez tem todo o direito de criticar Cuba e o governo do seu paĂ­s. Mas sĂ³ os ingĂªnuos acreditam que se trata de uma simples blogueira. Nem sequer Ă© vĂ­tima da segurança ou da Justiça cubanas. Por isso, inventou a histĂ³ria das agressões. Insiste para que suas mentiras se tornem realidades", escreve Frei Betto,* sobre a incrĂ­vel cubana que consegue manter sozinha um blog disponĂ­vel em 18 idiomas.


O mundo soube que, a 7 de novembro Ăºltimo, a blogueira cubana Yoani SĂ¡nchez teria sido golpeada nas ruas de Havana. Segundo relato dela, "jogaram-me dentro de um carro... arranquei um papel que um deles levava e o levei Ă  boca. Fui golpeada para devolver o documento. Dentro do carro estava Orlando (marido dela), imobilizado por uma chave de karatĂª... Golpearam-me nos rins e na cabeça para que eu devolvesse o papel... Nos largaram na rua... Uma mulher se aproximou: "O que aconteceu?" "Um sequestro", respondi. (www.desdecuba.com/generaciony) TrĂªs dias depois do ocorrido nas ruas da Havana, Yoani SĂ¡nchez recebeu em sua casa a imprensa estrangeira. Fernando Ravsberg, da BBC, notou que, apesar de todas as torturas descritas por ela, "nĂ£o havia hematomas, marcas ou cicatrizes" (BBC Mundo, 9/11/2009). O que foi confirmado pelas imagens da CNN. A France Press divulgou que ela "nĂ£o foi ferida."

Na entrevista Ă  BBC, Yoani SĂ¡nchez declarou que as marcas e hematomas haviam desaparecido (em apenas 48 horas), exceto as das nĂ¡degas, "que lamentavelmente nĂ£o posso mostrar". Ora, por que, no mesmo dia do suposto sequestro, nĂ£o mostrou por seu blog, repleto de fotos, as que afirmou ter em outras partes do corpo?

Havia divulgado que a agressĂ£o ocorreu Ă  luz do dia, diante de um ponto de Ă´nibus "cheio de gente." Os correspondentes estrangeiros em Cuba nĂ£o encontraram atĂ© hoje uma Ăºnica testemunha. E o marido dela se recusou a falar Ă  imprensa.

O suposto ataque Ă  blogueira cubana mereceu mais destaque na mĂ­dia que uma centena de assassinatos, desaparecimentos e atos de violĂªncia da ditadura hondurenha de Roberto Micheletti, desde 27 de junho.

Yoani SĂ¡nchez nasceu em 1975, formou-se em filologia em 2000 e, dois anos depois, "diante do desencanto e a asfixia econĂ´mica em Cuba", como registra no blog, mudou-se para a Suíça em companhia do filho TĂ©o. Ali trabalhou em editoras e deu aulas de espanhol.

Em 2004, abandonou o paraĂ­so suíço para retornar a Cuba, que qualifica de "imensa prisĂ£o com muros ideolĂ³gicos". Afirma que o fez por motivos familiares. Quem lĂª o blog fica estarrecido com o inferno cubano descrito por ela. Apesar disso, voltou.

NĂ£o poderia ter assegurado um futuro melhor ao filho na Suíça? Por que regressou contra a vontade da mĂ£e? "Minha mĂ£e se recusou a admitir que sua filha jĂ¡ nĂ£o vivia na Suíça de leite e chocolate" (blog dela, 14/08/2007).

Na verdade, o caso de Yoani SĂ¡nchez nĂ£o Ă© isolado. InĂºmeros cubanos exilados retornam ao paĂ­s apĂ³s se defrontarem com as dificuldades de adaptaĂ§Ă£o ao estrangeiro, os preconceitos contra mulatos e negros, a barreira do idioma, a falta de empregos. Sabem que, apesar das dificuldades pelas quais o paĂ­s atravessa, em Cuba haverĂ£o de ter casa, comida, educaĂ§Ă£o e atenĂ§Ă£o mĂ©dica gratuitas, e segurança, pois os Ă­ndices de criminalidade ali sĂ£o Ă­nfimos comparados ao resto da AmĂ©rica Latina.

O que Yoani SĂ¡nchez nĂ£o revela em seu blog Ă© que, na Suíça, implorou aos diplomatas cubanos o direito de retornar, pois nĂ£o encontrara trabalho estĂ¡vel. E sabe que em Cuba ela pode dedicar tempo integral ao blog, pois Ă© dos raros paĂ­ses do mundo em que desempregado nĂ£o passa fome nem mora ao relento...

O curioso Ă© que ela jamais exibiu em seu blog as crianças de rua que perambulam por Havana, os mendigos jogados nas calçadas, as famĂ­lias miserĂ¡veis debaixo dos viadutos... Nem ela nem os correspondentes estrangeiros, e nem mesmo os turistas que visitam a Ilha. Porque lĂ¡ nĂ£o existem.

Se hĂ¡ tanta falta de liberdade em Cuba, como Yoani SĂ¡nchez consegue, lĂ¡ de dentro, emitir tamanhas crĂ­ticas? NĂ£o se diz que em Cuba tudo Ă© controlado, inclusive o acesso Ă  internet?

Detalhe: o nicho GeneraciĂ³n Y de SĂ¡nchez Ă© altamente sofisticado, com entradas para Facebook e Twitter. Recebe 14 milhões de visitas por mĂªs e estĂ¡ disponĂ­vel em 18 idiomas! Nem o Departamento de Estado do EUA dispõe de tanta variedade linguĂ­stica. Quem paga os tradutores no exterior? Quem financia o alto custo do fluxo de 14 milhões de acessos?

Yoani SĂ¡nchez tem todo o direito de criticar Cuba e o governo do seu paĂ­s. Mas sĂ³ os ingĂªnuos acreditam que se trata de uma simples blogueira. Nem sequer Ă© vĂ­tima da segurança ou da Justiça cubanas. Por isso, inventou a histĂ³ria das agressões. Insiste para que suas mentiras se tornem realidades.

A resistĂªncia de Cuba ao bloqueio usamericano, Ă  queda da UniĂ£o SoviĂ©tica, ao boicote de parte da mĂ­dia ocidental, incomoda, e muito. Sobretudo quando se sabe que voluntĂ¡rios cubanos estĂ£o em mais de 70 paĂ­ses atuando, sobretudo, como mĂ©dicos e professores.

O capitalismo, que exclui 4 bilhões de seres humanos de seus benefĂ­cios bĂ¡sicos, nĂ£o Ă© mesmo capaz de suportar o fato de 11 milhões de habitantes de um paĂ­s pobre viverem com dignidade e se sentirem espelhados no saudĂ¡vel e alegre Buena Vista Social Club.

Apavorante: Uma imagem da terra feita em 1978 e outra feita em 2012 mostram a destruiĂ§Ă£o ambiental ocorrida em apenas 34 anos

1978:
2012:


CadĂª o verde sobre os EUA?





Apavarnate

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