sábado, 7 de maio de 2011

A invasão do Iraque e do Afeganistão: centenas de milhares de mortes, milhões de refugiados, trilhões em gastos militares, morre bin Laden....

-Os 15 anos de guerra no Afeganistão já haviam deixado um saldo de 2 milhões de mortos e 6 milhões de refugiados.

-Uma pesquisa da Opinion Research Business (ORB), conduzida entre 12 e 19 de Agosto de 2007, estimou 1.220.580 mortes violentas devidas à guerra no Iraque (entre 733.158 e 1.446.063). De uma amostra nacional de 1499 iraquianos adultos, 22% tinham um ou mais membros da sua família mortos devido à guerra (margem de erro de aproximadamente +/-2,4%). A ORB afirmou que 48% tinham morrido devido a ferimento provocado por um disparo de uma arma de fogo, 20% por carros bomba, 6% em resultado de um acidente e 6% devido a outro tipo de explosão ou atentado. É a estimativa mais elevada dada até agora para o número de vítimas civis no Iraque e é consistente com as pesquisas de baixas do Estudo da revista The Lancet.

Há mais de 3,9 milhões de refugiados iraquianos, quase 16% da população. Dois milhões abandonaram o Iraque enquanto que 1,9 milhões estão deslocados internamente]. O Alto Comissário das Nações Unidas para os refugiados destimou a 21 de Junho de 2007 que 2,2 milhões de iraquianos tinham fugido para países vizinhos e 2 milhões estavam deslocados internamente, com cerca de 100.000 iraquianos a fugirem para a Síria e a Jordânia todos os meses.


“Depois de dez anos, duas guerras, 919.967 mortes e 1,188 trilhão de dólares, os EEUU conseguem matar uma pessoa" (Michael Moore)

Mulher mata homem que estuprou sua filha de 4 anos



Uma mulher de 21 anos foi presa na noite desta quinta-feira (5) em Apucarana logo após matar Juvenal da Silva, de 56 anos. De acordo com a detida, o homem havia abusado sexualmente de sua filha de quatro anos de idade, após atraí-la para sua residência. O crime aconteceu por volta das 20h na rua Zulmira, no bairro Vila Reis.

Segundo a Polícia Militar, a mãe da criança foi detida no momento em que saia da residência do acusado de estupro por uma equipe da PM que chegava ao local para apurar uma denuncia anônima de estupro de menor de idade. A mulher apenas disse aos policiais que havia acabado de matar um "pedófilo".

O suposto agressor foi encontrado caído de bruços na sala, ensanguentado e com um corte de faca na altura do peito. O Corpo de Bombeiros foi acionado, mas quando a viatura chegou ao local a vítima já estava morta.

A arma foi localizada na residência e encaminhada juntamente com a mãe da criança à delegacia. O corpo foi encaminhado ao Instituto Médico Legal. (Bonde)

Armas de fogo são responsáveis por 72% das mortes no PR


72% das mortes no Paraná são provocados por armas de fogo. O dado foi divulgado ontem pela Confederação Nacional dos Municípios. Segundo o levantamento a taxa de homicídios mais que dobrou no Estado, entre os anos de 2000 e 2009. Em 2000, a taxa era de 11,3 para cada grupo de 100 mil habitantes. Em 2009, pulou para 24,8. Hoje o Ministério da Justiça lançou a nova campanha de desarmamento. O objetivo da campanha é fazer com que a população entregue as armas em troca uma indenização que varia entre 100 e 300 reais de acordo com o calibre. O agente da polícia federal e chefe do Sistema Nacional de Armas no Paraná, Fernando Vicentini, explica que quem quer entregar a arma para a polícia deve retirar um guia na internet.

Ele explicou que manter arma em casa sem registro é crime.

A delegada da delegacia de homicídios, Maritza Haise, também não aconselha que as pessoas a manterem armas em casa. Entre os municípios com mais de 10 mil habitantes, que possuem as maiores taxas de homicídios por arma de fogo no País, estão vários da Grande Curitiba: Campina Grande do Sul, com 81,5; Almirante Tamandaré, com 81; Fazenda Rio Grande, com 80,4. Na lista dos 100 municípios com as maiores taxas, aparecem ainda Pinhais, Rio Branco do Sul, Colombo e Araucária. Para dar entrada no processo de entrega da arma basta acessar o site dpf.gov.br (blog da Joice)

Com 23 anos de atraso, Defensoria vai a votação


Próximo de ser aprovado pela Assembleia Legislativa, o projeto de implantação da Defensoria Pública vem para corrigir um erro de 23 anos. Paraná e Santa Catarina são os únicos estados brasileiros que não contam com um órgão efetivamente estruturado, contrariando uma exigência da Cons­tituição de 1988. Apesar da demora, a perspectiva é otimista: o projeto de autoria do governo é considerado inovador por diversas entidades e deve democratizar o acesso da população à Justiça.

Reivindicação antiga da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e de movimentos sociais, o tema voltou aos holofotes do mundo político em outubro do ano passado, quando o então governador Orlando Pessuti (PMDB) apresentou na Assembleia um projeto para implementar a Defensoria. O projeto, no entanto, acabou voltando ao Executivo por decisão do governador Beto Richa (PSDB), que tomou posse em janeiro. No dia 28 de abril, o governo devolveu o projeto à Assembleia. Após passar pelas comissões, ele deverá, enfim, ser votado nesta segunda-feira. A expectativa é que, depois de aprovado, o texto seja sancionado em 19 de maio – Dia Nacional do Defensor Público.


De acordo com a secretária de Justiça e Cidadania do Paraná (Seju), Maria Tereza Uille Gomes, o projeto foi reformulado. Entre alguns avanços, estão a distribuição da Defensoria por todas as comarcas do estado (algo que inicialmente não era previsto) e a eleição direta, entre os defensores, para o cargo de defensor-geral. “Nacio­nal­mente, é tido como um dos projetos mais avançados”, afirma a secretária.

Além disso, o texto em trâmite na Assembleia prevê a contratação, ao longo dos próximos anos, de 333 defensores públicos, além de outros 426 cargos em outras áreas, inclu­indo sociólogos, psicólogos e técnicos administrativos para auxiliar o trabalho da instituição. De acordo com o projeto, 210 defensores já estarão trabalhando em 2012.

Segundo o deputado estadual Tadeu Veneri (PT), as alterações na proposta feitas pelo Executivo foram positivas, mas não era necessária a retirada da matéria do Legislativo. “O projeto em si é o mesmo. Acho que a retirada foi uma decisão de foro particular do governo, e as alterações poderiam ser feitas por emendas substitutivas.”

Entidade autônoma

Para a Associação Nacional dos Defensores Públicos (Anadep), o projeto está de acordo com a legislação e prevê que a entidade tenha autonomia e independência. “Se for efetivado da forma como está previsto, será um exemplo até para outros países da América Latina”, comenta André Luís Machado de Castro, presidente da Anadep.

A principal preocupação dos movimentos e instituições que reivindicam a instalação da Defensoria é se o governo terá verba suficiente para que o plano seja seguido. Além do projeto, é necessário que haja uma dotação orçamentária compatível com a ideia. Segundo a professora de Direito Priscilla Placha Sá, do movimento Defensoria Já!, a estimativa é de que, só em 2012, sejam necessários cerca de R$ 47 milhões para custear os salários e custos operacionais. “Pior que não tê-la é tê-la apenas no papel”, diz a professora.

Segundo Maria Tereza Uille Gomes, a Seju já dialogou com as outras secretarias e fez os cálculos para que haja verba suficiente prevista em orçamento para a implantação. De acordo com ela, os primeiros concursos já devem ser realizados neste ano, como previsto em lei.

Curitiba, a maior inflação do país


Os moradores de Curitiba e região metropolitana são os que mais estão sentindo o peso da inflação no bolso. Na comparação com outras dez regiões do país, a capital paranaense registra a maior alta do índice no acumulado dos últimos 12 meses até abril – 8,48% –, pouco mais de 30% acima da média nacional, que fechou em 6,51% no mesmo período. Divulgado ontem pelo IBGE, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) fechou o mês passado com um resultado simbólico: pela primeira vez desde julho de 2005, a inflação superou o teto da meta estipulada pelo governo, de 6,5%.

A alta em Curitiba e região também é a maior do país para os quatro primeiros meses de 2011, acumulando 4,03% – a única região com inflação acima dos 4% no ano. O aumento dos preços está sendo puxado principalmente pelo transporte público, pelos combustíveis, pelos cursos e pelo item aluguel e taxas – todos com peso significativo na composição do índice. Três dos quatro itens, com exceção dos cursos, fazem parte do grupo de serviços e produtos com preços sob controle ou vigilância do governo. Em Curitiba e região, os reajustes feitos pelo poder público são os maiores culpados pelo resultado acima da média nacional. O item aluguel e taxas, por exemplo, inclui a tarifa de água e esgoto, reajustada em 16% no Paraná em março, mas que só passou a ser cobrada na conta no início de abril. A cidade também sente o impacto do aumento da tarifa de ônibus. Apenas em abril, na comparação com março, o valor do ônibus intermunicipal teve alta de 4,12%.

Além disso, o combustível já subiu 11,2% de janeiro a abril na capital paranaense. De acordo com o presidente do Instituto Paranaense de Desenvolvimento Social (Ipardes), Gilmar Lourenço, o etanol está pressionando o preço nas bombas. Segundo o Ipardes, o produto acumula alta de 40% na capital e região metropolitana nos últimos 12 meses.

Ao contrário da média nacional, que teve uma leve desaceleração entre os meses de março e abril – de 0,79% para 0,77% –, em Curitiba e região o movimento foi de alta. Em março, o IPCA da capital paranaense foi de 1,14% e, em abril, de 1,23%. O presidente do Ipardes, porém, afirma que a tendência para os próximos meses é de recuo, seguindo o movimento da inflação nacional. Entretanto, enquanto o IPCA nacional deve fechar o ano em 6%, na opinião de Lourenço, Curitiba deve entrar em 2012 com alta acumulada entre 7% e 7,5%. “Estamos notando uma desaceleração da alta, o que é bom porque deixa de deteriorar a renda do trabalhador. Mas podemos afirmar que não haverá deflação em Curitiba, só em setores pontuais. O que acontecerá nos próximos meses é uma desaceleração da alta”, salienta. (GP)

Nível do mar pode aumentar mais de um metro e meio até 2100

O nível mundial do mar pode aumentar mais de um metro e meio antes do ano 2100, com graves consequências para populações costeiras. O alerta consta no novo informe do Programa de Monitoramento e Avaliação do Ártico (Amap, na sigla em inglês), que analisa os efeitos da mudança climática.

Publicado no último dia três, o documento será apresentado a chanceleres de oito países árticos – Canadá, Dinamarca / Groenlândia, Finlândia, Islândia, Noruega, Rússia, Suécia e Estados Unidos.

Se os coeficientes de emissão de gases que causam o efeito estufa se mantiverem, o nível do mar poderá aumentar entre 0,9m e 1,6m na região ártica. A previsão do informe está bem acima dos 59 centímetros de aumento estimados para este século pelo Grupo de Especialistas das Nações Unidas sobre a evolução do clima.

Os cientistas ressaltam que as temperaturas encontradas no Ártico nos últimos seis anos são as mais altas desde 1880, quando começaram a ser medidas. O alcance e a duração da cobertura de neve e do gelo marinho diminuíram, e isso aconteceu mais rapidamente nos últimos dez anos do que na década de 1990.

A mudança pode causar o derretimento das calotas polares e geleiras do Ártico e da Groenlândia – para este território, o informe prevê, na melhor das hipóteses, um aumento de 0,9m no nível do mar. O fenômeno acarretaria sérios efeitos em países costeiros como Estados Unidos, China, Bangladesh e Vietnã.

De acordo com o informe, o cenário influencia a biosfera, provocando mudanças no ecossistema e talvez até perda de habitats inteiros. Haverá impactos para as comunidades locais e os modos de vida tradicionais, com mudanças nas formas de transporte e no acesso a recursos, por exemplo.

Os pesquisadores sublinham que há muitas incertezas sobre a velocidade com que a biosfera ártica vai se transformar e qual o impacto final das mudanças. Eles ressaltam ser quase certo que o Ártico não terá mais gelo em 2030 ou até mesmo em 2020.

"As mudanças observadas no gelo marinho no Oceano Ártico, na massa de gelo da Groenlândia e nas calotas polares do Ártico e geleiras nos últimos dez anos são dramáticas e representam um novo ponto de partida para os padrões de comportamento a longo prazo”, conclui o relatório.

Entre 2003 e 2008, segundo os cientistas, as geleiras árticas e as capas de gelo da Groenlândia contribuíram com mais de 40% para a subida mundial do nível do mar, cerca de três milímetros por ano.

Debate sobre Código Florestal não pode ser monopolizado por “atrasados”, diz Marina Silva

A ex-ministra do Meio Ambiente Marina Silva disse hoje (7) que o país tem condições políticas suficientes para ampliar o conjunto de leis e normas que defendem o desenvolvimento sustentável e a agricultura familiar. Marina criticou o fato de existir hoje um debate centrado no texto do novo Código Florestal, apresentado pelo deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP).

“Em pleno século 21, o que nós temos: em lugar de andarmos para a frente, nós estamos andando para trás. Há sustentabilidade política para, em lugar de ficarmos aqui discutindo reduzir os prejuízos e os riscos do relatório do deputado Aldo Rebelo, nós discutirmos a ampliação dos ganhos para a agricultura familiar, o desenvolvimento sustentável”, afirmou Marina durante o Seminário Nacional sobre o Código Florestal, organizado por mais de 20 movimentos sociais em São Paulo.

“Não se pode deixar meia dúzia de atrasados fazerem com que esse debate seja monopolizado e a gente pegue o relatório do Aldo Rebelo e diga: é em cima disso que dá para fazer”, acrescentou.

Marina ressaltou que quem está tentando aprovar o novo Código Florestal é uma parcela do setor do agronegócio que não concorda com os avanços da Constituição de 1988.

“A Constituição estabeleceu a função social da terra e um ambiente saudável como direito de todos os brasileiros. Eles não concordam com isso e, em todas as oportunidades que têm, querem revogar a Constituição”, disse.

A ex-ministra considerou uma vitória o adiamento da votação do novo código para a próxima terça-feira (10). De acordo com Marina, a sociedade civil vai apresentar as propostas de alteração do texto do código para a Casa Civil. (Agência Brasil)

Osama e Obama

Frei Betto

Estranho que a CIA, ao declarar que assassinou Osama Bin Laden, não tenha exibido o corpo, como fez à sobeja com outro "troféu de caça”: Ernesto Che Guevara.

Bin Laden saiu da vida para entrar na história. Até aí, nada de novo. A história, da qual poucos têm memória, está repleta de bandidos e terroristas, cujos nomes e feitos quase ninguém lembra. Os mais conhecidos são o rei Herodes; Torquemada, o grande inquisidor; a rainha Vitória, a maior traficante de drogas de todos os tempos, que promoveu, na China, a Guerra do Ópio; Hitler; o presidente Truman, que atirou bombas atômicas sobre as populações de Hiroshima e Nagasaki; e Stálin.

O perigo é que Osama passe da história ao mito e, de mito, a mártir. Sua morte não deveria merecer mais do que uma nota nas páginas interiores dos jornais. No entanto, como os EUA são um país necrófilo, que se nutre de vítimas de suas guerras, Obama transforma Osama num ícone do mal, atiçando o imaginário de todos aqueles que, por alguma razão, odeiam o imperialismo estadunidense.

Saddam Hussein, marionete da Casa Branca manipulada contra a revolução islâmica do Irã, demonstrou que o feitiço se volta contra o feiticeiro.

Desde 1979, Osama Bin Laden tornou-se o braço armado da CIA contra a ocupação soviética no Afeganistão. A CIA ensinou-o a fabricar explosivos e realizar ataques terroristas, movimentar sua fortuna através de empresas-fantasmas e paraísos fiscais, operar códigos secretos e infiltrar agentes e comandos.

"Bin Laden é produto dos serviços americanos”, afirmou o escritor suíço Richard Labévière. Derrubado o Muro de Berlim, desde 1990 Bin Laden passou a apontar seu arsenal terrorista para o coração de Tio Sam.

O terrorismo é execrável, ainda que praticado pela esquerda, pois todo terrorismo só beneficia um lado: a extrema direita. Na vida se colhe o que se planta. Isso vale para as dimensões pessoal e social. Se os EUA são hoje atacados de forma tão violenta é porque, de alguma forma, eles se valeram do seu poder para humilhar povos e etnias. Há décadas abusam de seu poder, como é o caso da ocupação de Porto Rico; a base naval de Guantánamo encravada em Cuba; as guerras ao Iraque e Afeganistão e, agora, à Líbia; a participação nas guerras da Europa Central; a omissão diante dos conflitos e das ditaduras árabes e africanas.

Já era tempo de os EUA, como mediadores, terem induzido árabes e israelenses a chegarem a um acordo de paz. Tudo isso foi sendo protelado, em nome da hegemonia de Tio Sam no planeta. De repente, o ódio irrompeu da forma brutal, mostrando que o inimigo age, também, fora de toda ética, com a única diferença de que ele não dispõe de fóruns internacionais para legitimar sua ação criminosa, como é o caso da conivência da ONU com os genocídios praticados pela Casa Branca.

Quem conhece a história da América Latina sabe muito bem como os EUA, nos últimos 100 anos, interferiram diretamente na soberania de nossos países, disseminando o terror. Maurice Bishop foi assassinado pelos boinas verdes em Granada; os sandinistas foram derrubados pelo terrorismo desencadeado por Reagan; os cubanos continuam bloqueados desde 1961, sem direito a relações normais com os demais países do mundo, e uma parte de seu território, Guantánamo, continua invadida pelo Pentágono.

Nas décadas de 1960 e 70, ditaduras foram instauradas no Brasil, na Argentina, no Chile, no Uruguai, na Bolívia, na Guatemala e em El Salvador, com o patrocínio da CIA e sob a orientação de Henry Kissinger.

Violência atrai violência, dizia dom Helder Camara. O terrorismo não leva a nada, exceto a endurecer a direita e suprimir a democracia, levando os poderosos à convicção de que o povo é incapaz de governar-se por si mesmo.

Vítimas inocentes não podem ser sacrificadas para satisfazer a ganância de governos imperiais que se julgam donos do mundo e pretendem repartir o planeta como se fossem fatias de um apetitoso bolo. Os atentados de 11 de setembro de 2001 demonstraram que não há ciência ou tecnologia capaz de proteger pessoas ou nações. Inútil os EUA gastarem trilhões de dólares em esquemas sofisticados de defesa. Melhor seria que essa fortuna fosse aplicada na paz mundial, que só irromperá no dia em que ela for filha da justiça.

A queda do Muro de Berlim pôs fim ao conflito Leste-Oeste. Resta agora derrubar a muralha da desigualdade entre Norte-Sul. Sem que o pão seja nosso, nem o Pai e nem paz serão nossos.

Documento Final do Acampamento Terra Livre 2011. Pelo Direito à Vida e à Mãe Terra!


Nós, mais de 700 lideranças, representantes de povos e organizações indígenas das distintas regiões do Brasil, reunidos em Brasília–DF, por ocasião do VIII Acampamento Terra Livre, a maior mobilização indígena nacional, considerando o atual quadro de violação dos nossos direitos que se agrava dia a dia sob o olhar omisso e a conivência do Estado brasileiro, viemos de público manifestar a nossa indignação e repúdio pela morosidade e descaso com que estão sendo tratadas as políticas públicas que tratam dos nossos interesses e aspirações.

Animados pelo exemplo e o espírito de luta e coragem dos nossos antepassados, anciãos e caciques que nos presidiram, reiteramos a nossa vontade de continuar unidos na diversidade e de lutar acima das nossas diferenças pela garantia dos nossos direitos assegurados pela Constituição Federal de 1988 e leis internacionais de proteção e promoção dos direitos indígenas como a Convenção 169 da Organização Internacional do Trabalho (OIT) e a Declaração das Nações Unidas sobre os direitos dos Povos Indígenas.

Diante do Projeto de morte da ofensiva dos interesses do agronegócio, do latifúndio, dos consórcios empresariais, das multinacionais e demais poderes econômicos e políticos sobre as nossas terras e suas riquezas (naturais, hídricas, minerais e da biodiversidade), proclamamos a nossa determinação de defender os nossos direitos, principalmente quanto à vida e à terra e, se preciso for, com a nossa própria vida.

Não admitiremos que o que até hoje preservamos milenarmente – a Mãe Terra - contribuindo para a sustentabilidade ambiental e social do território nacional e do planeta, seja arrancado mais uma vez das nossas mãos ou destruído irracionalmente, como foi há 511 anos pelos colonizadores europeus, em detrimento da vida dos nossos povos e suas futuras gerações.

Não podemos admitir continuar sendo vítimas da voracidade do capitalismo neoliberal, do modelo de desenvolvimento depredador que impera no mundo, inclusive no nosso país, de forma implacável, sob o olhar omisso, a conivência e adesão explícita do governo atual.

Em nome de todos os povos e organizações indígenas do Brasil reivindicamos que a Presidenta Dilma Roussef torne realidade o seu compromisso de garantir o respeito aos direitos humanos, a justiça social, a sustentabilidade ambiental e social proclamada por ela na sua campanha e em viagens internacionais, considerando que nós os povos indígenas, relegados secularmente pelo Estado brasileiro e tratados como empecilhos ao plano de desenvolvimento e crescimento econômico do país, enquanto cidadãos e coletividades étnica e culturalmente diferentes, temos direitos assegurados pela Constituição Federal e tratados internacionais dos quais o Brasil é signatário que devem ser devidamente respeitados.

Dessa forma reivindicamos o atendimento das seguintes demandas.

TERRAS: DEMARCAÇÃO E DESINTRUSÃO

Que a FUNAI crie GTs para dar continuidade aos trabalhos fundiários, voltados a regularizar as terras indígenas, com metas claras para a demarcação, revisão de limites e desintrusão imediata, incluindo o julgamento de casos parados no Supremo Tribunal Federal (STF). A paralisação dos processos demarcatórios e a morosidade nas ações da FUNAI provocam o aumento de conflitos com os invasores das terras indígenas, alongando o sofrimento dos nossos povos e comunidades em todas as regiões do país, situação agravada pelas 19 condicionantes estabelecidas pelo STF.

A FUNAI deve contratar funcionários para atender as demandas específicas de demarcação das Terras Indígenas. O órgão deve ainda tomar providências contra servidores envolvidos com fazendeiros e contrários ao direito territorial dos nossos povos como no Mato Grosso do Sul.

Que não se adote a aquisição de terras para os povos indígenas como substituição do devido procedimento legal de demarcação das terras tradicionalmente ocupadas. Só admitimos esse procedimento em casos em que não se comprove a ocupação tradicional.

É falsa a informação pomposamente divulgada com freqüência pelo governo de que 95% das terras indígenas já foram demarcadas. Ao contrário, além de não ter sido demarcada essa totalidade, a maioria das terras indígenas continuam sendo invadidas, sem que todas as fases de regularização estejam concluídas: relatório de identificação, declaração de reconhecimento, colocação de marcos, homologação, registro, desintrusão. Isso em todas as regiões do país. O Acampamento Terra Livre, por meio da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB) encaminhará ao Governo um levantamento deste mapeamento que revela a situação crítica das terras indígenas.

Reiteramos que a agilidade na conclusão das distintas fases do procedimento de regularização é necessária para diminuir a crescente judicialização que vem retardando a efetividade das demarcações concluídas pelo Executivo, vulnerabilizando as comunidades frente à violência de grupos contrários ao reconhecimento das terras indígenas e à sua proteção pela União.

Cabe, no entanto, lembrar que demarcar não é suficiente se o governo não adota medidas de proteção e sustentabilidade às terras indígenas, adotando programa especial para a fiscalização e proteção das terras indígenas nas faixas de fronteira, com a participação dos nossos povos e organizações.

EMPREENDIMENTOS QUE IMPACTAM TERRAS INDÍGENAS

Que o Governo da presidenta Dilma garanta a aplicabilidade da Convenção 169 da Organização Internacional do Trabalho (OIT) e da Constituição Federal, respeitando o direito dos nossos povos à consulta livre, prévia e informada, a respeito de empreendimentos que impactam as suas terras. É fundamental para isso que o governo regulamente e institucionalize o direito à consulta. Os povos indígenas devem ser devidamente informados quanto aos seus direitos evitando que acordos sejam firmados ou políticas de cooptação praticadas, em detrimento de seus direitos. No caso de comunidades impactadas por empreendimentos, a compensação decorrente deve ser permanente e destinada diretamente para a elas, que definirão de forma autônoma quem deverá gerenciar os recursos em questão. Não admitimos que essa gestão seja feita pela FUNAI ou qualquer outra instituição, sem se considerar este pressuposto.

Os nossos povos não podem mais ser vítimas de impactos sociais e ambientais na maioria dos casos irreversíveis provocados por estradas que cortam as terras indígenas, monocultivos (soja, cana da açúcar, bambu, eucalipto, pinos), a pecuária, o uso de agrotóxicos e outros tantos projetos e empreendimentos econômicos que impactam de forma negativa a nossa vida e cultura, e provocam a judicialização das demarcações de terras, a perseguição e a criminalização de centenas de lideranças nossas. São usinas hidrelétricas como Belo Monte, Santo Antônio e Jirau, Estreito; projetos de transposição (Rio São Francisco), rodovias, mineração, rede elétrica de alta tensão, Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs), mansões na orla marítima, assentamentos de colonização, criação de parques nacionais e áreas de preservação, portos, esgotos, usinas de álcool, pedreiras, exploração de calcário e areia, fábricas siderúrgicas, refinarias, gasodutos, termoelétricas, dentre outros. Pelo menos 434 empreendimentos atingem nossos territórios. Os programas desenvolvimentistas do governo federal, vinculados ou não ao Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), vão gerar impactos em 182 terras indígenas, em pelo menos 108 povos.

Por tudo isso, não admitimos que o governo "enfie goela abaixo” empreendimentos do Projeto de Aceleração do Crescimento (PAC) que ameaçam a continuidade e segurança física, psíquica e cultural dos nossos povos e comunidades.


CRIMINALIZAÇÃO DE LIDERANÇAS INDÍGENAS

Que as lutas dos nossos povos pelos seus direitos territoriais não sejam criminalizadas, sendo eles perseguidos e criminalizados na maioria das vezes por agentes do poder público que deveriam exercer a função de proteger e zelar pelos direitos indígenas.

Denunciamos a articulação existente entre o judiciário, órgãos de segurança e interesses privados, fazendeiros, sobretudo, para criminalizar líderes indígenas. Em alguns estados as polícias militar, civil e federal, e a força nacional ou são omissas ou são utilizadas para expulsar indígenas das terras retomadas. Os fazendeiros, como no sul da Bahia, formam milícias inclusive com a participação de membros da polícia militar e federal.

De acordo com o InfoPen/MJ, pelo menos 748 indígenas estão presos, sendo que muitos são lideranças e outras por luta são perseguidos, submetidas a atos de violência, processos judiciais e com ordem de prisão decretada. Em Pernambuco, a cabeça de uma das lideranças está anunciada por 500 reais.

Lideranças indígenas, mulheres e homens, são assassinados, e os criminosos estão soltos e não são tomadas providências. Reivindicamos que sejam julgados e punidos os mandantes e executores de crimes (assassinatos, esbulho, estupros, torturas) cometidos contra os nossos povos e comunidades.

Juízes ocupantes de terras indígenas ou que defendem interesses de fazendeiros e até de grileiros assentados em áreas demarcadas ou reivindicadas não podem julgar as ações relativas às nossas terras. Devem, portanto, serem impedidos uma vez que são partes interessadas nas ações.

Que o Ministério Público Federal não ofereça denúncia contra lideranças indígenas, uma vez que não se trata de crimes e sim de uma luta coletiva dos povos indígenas pela demarcação de seus territórios tradicionais e demais direitos coletivos constitucionalmente garantidos. O Ministério Público Federal, omisso em alguns casos, deve ao contrário assistir as comunidades e impetrar Habeas Corpus em favor das lideranças que sofrem o processo de criminalização quando em luta por seus territórios.

Que seja fortalecida a Procuradoria da FUNAI, assegurando o retorno dos Procuradores para a sede das coordenações regionais do Órgão.

Que seja assegurada a liberdade de expressão e de luta dos nossos povos pela garantia de seus direitos, especialmente territoriais.


REESTRUTURAÇÃO DA FUNAI

Queremos uma Funai que deixe de atender aos interesses econômicos e do latifúndio, e que pare de ser órgão licenciador de obras que rasgam nossas terras. Queremos uma Funai com recursos suficientes para retirar os invasores de nossos territórios e, ao mesmo tempo, ter condições de concluir os procedimentos demarcatórios de nossas terras. Chega de paralisia nas demarcações. Queremos uma Funai com condições de defender nossos direitos coletivos e individuais, especialmente de nossas lideranças que são criminalizadas. Queremos um órgão presidido por alguém que realmente tenha compromisso com os interesses e aspirações dos nossos povos e comunidades.

Com a reestruturação da FUNAI, a violação dos nossos direitos se agravou. Os processos de demarcação ficaram paralisados e as terras desprotegidas, sem a presença dos chefes de postos. Que os postos e as coordenações regionais extintos com o decreto 7056, retornem. Considerando que o governo brasileiro violou a Convenção 169 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), reivindicamos que esse decreto seja revogado, até que seja discutido e haja consenso com todos os Povos sobre como deve ser a reestruturação e que seja substituído o atual presidente, como tem reivindicado as regiões afetadas por este processo.

Legislação Indigenista

Que o presidente da Câmara dos Deputados inclua na ordem do dia o PL 2057/91 e crie a Comissão Especial para analisar o projeto em questão, a fim de permitir a discussão e apresentação de emendas, considerando as propostas dos nossos povos e organizações, visando à aprovação do novo Estatuto dos Povos Indígenas. Dessa forma, todas as questões de interesse dos nossos povos serão tratadas dentro desta proposta, evitando ser retalhadas por meio de distintas iniciativas legislativas que buscam reverter os avanços assegurados pela Constituição Federal.

Que o governo, por meio de sua bancada, assegure a tramitação e aprovação do Projeto de Lei 3.571/2008 que cria o Conselho Nacional de Política Indigenista (CNPI), instância deliberativa, normativa e articuladora de todas as políticas e ações atualmente dispersas nos distintos órgãos de Governo. Após cinco anos da existência da Comissão Nacional de Política Indigenista, está na hora da mesma ser substituída pelo Conselho, a fim de evitar maiores desgastes e dificuldades no interior de nosso movimento. Acreditamos que a CNPI já cumpriu a sua função após ter assegurado a consolidação e o encaminhamento do Projeto de Lei do Conselho, que realmente interessa aos povos e organizações indígenas.


Saúde Indígena

Que o Governo garanta os recursos financeiros suficientes para a implementação da Secretaria Especial de Saúde Indígena (SESAI) e a efetivação da autonomia política, financeira e administrativa dos Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEI`s), com a participação plena e o controle social efetivo dos nossos povos e organizações nos distintos âmbitos, local e nacional, evitando a reprodução de práticas de corrupção, apadrinhamentos políticos, e o agravamento da situação de abandono e desassistência em que estão muitos povos e comunidades indígenas. Garantir, ainda, concurso público diferenciado e a capacitação de quadros indígenas para assumirem responsabilidades no atendimento à saúde indígena.

A demora na transição das responsabilidades da Funasa para a SESAI, em razão de interesses políticos partidários e corporativos, está gerando caos no atendimento básico e insegurança sobre a garantia do saneamento básico nas comunidades indígenas. O Governo da presidenta Dilma deve tomar providências para que os órgãos competentes cumpram as suas responsabilidades institucionais em bem da saúde dos nossos povos.


Educação Indígena

Que o Ministério da Educação assegure a participação dos povos e organizações indígenas na implementação dos territórios etnoeducacionais e que cumpra as resoluções aprovadas pela I Conferência Nacional de Educação Indígena de 2009.


Código florestal

Repudiamos a ofensiva da bancada ruralista, empenhada na alteração do Código Florestal que, certamente, provocará danos irreparáveis às nossas terras e aos recursos naturais que elas abrigam.


Reforma Política

Reivindicamos que no processo da Reforma Política, em curso no parlamento, seja considerado o direito dos nossos povos à participação, inclusive sendo estabelecida uma quota que garanta a nossa representatividade.

Brasília-DF, 05 de maio de 2011.

A morte de Osama bin Laden: Os fins justificam os meios?


A morte do terrorista saudita Osama bin Laden foi possivelmente a melhor notícia que o tão criticado governo de Barack Obama deu à população norte-americana. Os ataques de 11 de setembro de 2001, nos quais aviões foram usados para atingir as torres gêmeas do World Trade Center e as instalações do Pentágono, abalaram o modo de vida dos norte-americanos de tal maneira, que não foi surpresa ver que uma multidão se aglomerou nos portões da Casa Branca vibrando e celebrando , gritando “USA!”, e agitando bandeiras dos Estados Unidos.

Deixando de lado discussões sobre o uso da vingança para aplacar a ira coletiva, e as inúmeras teorias conspiratórias que cercam o caso (que vão desde insinuações de que os Estados Unidos estariam por trás dos ataques de 2001, até a possibilidade de que Bin Laden não tenha morrido, já que imagens de seu cadáver não foram divulgadas), uma declaração do futuro secretário de Defesa dos Estados Unidos, Leon Panetta, confirmando que o esconderijo de Bin Laden foi descoberto graças a informações obtidas sob tortura de detidos – inclusive do mentor dos ataques de 2001, Khalid Sheikh Mohammed, que teria sido submetido em 183 ocasiões à técnica de afogamento simulado conhecida como waterboarding – reacendeu a discussão sobre o tema.

O waterboarding consiste em manter a vítima imobilizada em posição horizontal e despejar água sobre seu rosto, coberto por um pano. Embora casos de mortes por afogamento simulado sejam raros (o jornalista francês Henri Alleg, torturado por páraquedistas franceses durante a Guerra da Argélia afirma que “mortes acidentais” eram frequentes durante as sessões de tortura), a prática pode causar dor extrema, asfixia, danos aos pulmões e ao cérebro. Segundo o Dr. Allen Keller, diretor do Programa Bellevue/NYU para Sobreviventes de Tortura, que considera o waterboarding uma forma de tortura, os danos psicológicos causados às vítimas do afogamento simulado podem se estender por anos. “Enquanto o prisioneiro se debate lutando contra a ânsia de vômito e a sensação de asfixia, o terror da morte se apodera de seu corpo, com todas as respostas fisiológicas e psicológicas, incluindo uma enorme reação de estresse, manifestada pela taquicardia. Há o risco real de morte por afogamento ou ataque cardíaco. Efeitos a longo prazo incluem ataques de pânico, depressão e sintomas de estresse pós-traumático. Alguns de meus pacientes não conseguem tomar banho ou entram em pânico cada vez que chove”, declarou Keller ao Senado.

Durante a gestão de George W. Bush, o waterboarding foi centro de uma polêmica, já que o governo teria banido a tortura de seus interrogatórios, mas não teria incluído o afogamento simulado nessa classificação. O ex-vice-presidente Dick Cheney; o ex-procurador-geral dos Estados Unidos, John Ashcroft; e o ex-secretário de Defesa, Donald Rumsfeld, não consideraram a prática uma tortura, preferindo se referir ao waterboarding como um “método intensificado de interrogação” (Rumsfeld chegou até mesmo a louvar a quantidade de informações produzidas pelo afogamento simulado). Em sua autobiografia, “Decision Points”, Bush diz crer que, sem o uso de tais técnicas, os terroristas nunca teriam fornecido informações importantes, e os Estados Unidos, provavelmente, teriam sofrido outros ataques. “A Al Qaeda também não trataria humanamente um norte-americano”, completa.

Ao chegar à Casa Branca, Barack Obama repetiu várias vezes que sua gestão não admitiria a tortura, e proibiu a prática do waterboarding. As novas informações, embora se percam na euforia causada pela morte do terrorista mais procurado do mundo, mostram que a proibição não parece ter surtido muito efeito sobre os agentes da inteligência norte-americana. Em sua campanha, Obama também prometeu diversas vezes acabar com a prisão na base naval norte-americana na Baía de Guantánamo, onde Khalid Sheikh Mohammed teria sido torturado. Três anos mais tarde, o complexo na ilha de Cuba continua ativo, mantendo detidos suspeitos que nunca foram julgados, e – possivelmente – realizando afogamentos simulados em seus interrogatórios.

Ninguém em sã consciência discordará da afirmação de que é importante combater intensamente o terrorismo. Mas também é importante lembrar a Declaração Universal dos Direitos Humanos, e as Convenções de Genebra, que expressamente proíbem o uso da tortura. Mesmo contra fanáticos dispostos a tudo pra aterrorizar o Ocidente, deve haver um limite. Ao usar o afogamento simulado para obter informações, metralhar um homem supostamente rendido e desarmado, e manter ativa uma prisão onde pessoas são detidas sem acusação e submetidas a torturas, a política feroz do olho por olho e dente por dente só parece criar uma enorme população de cegos desdentados. ( Opinião e Notícia/Felipe Varne)

 
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